Portuguese English French German Italian Spanish

  Acesso à base de dados   |   email: qualfood@idq.pt

Intoxicação amnésica por ingestão de bivalves

Apareceu pela primeira vez no Canadá, em 1987, em pessoas que tinham comido mexilhão proveniente dos estuários de três rios.

A toxina é uma excitotoxina denominada ácido domóico, uma molécula semelhante aos ácidos caínico e glutâmico, mas bastante mais potente na activação dos receptores do glutamato. Admite-se que seja produzida pelo diátomo Nitzschia pungens e a reprodução deste é estimulada pelo uso abundante de certos fertilizantes agrícolas, que acabam por ser drenados para os rios.

 

O ácido domóico actua no sistema límbico, causando manifestações cerca de cinco horas após a ingestão, nomeadamente:

  • náuseas e vómitos;
  • diarreia;
  • cãibras abdominais;
  • cefaleias;
  • perda de memória.

Pode haver também:

  • desorientação;
  • mutismo;
  • convulsões;
  • mioclonias;
  • sonolência ao coma;
  • hipo ou hiper-reflexia;
  • hemiparésia alternante;
  • oftalmoplegia completa.

Há recuperação progressiva em cerca de três meses, podendo restar amnésia anterógrada grave, epilepsia temporal ou uma parésia com atrofia distal dos membros, por neuronopatia motora ou axonopatia sensitivo-motora.

 

Fonte: Almeida, Luís Bigotte de, “O Sortilégio de Pandora – O sistema nervoso e os tóxicos”; Lisboa; Gradiva – Publicações, Lda; 2004

Conteúdos