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É um primeiro passo na aproximação de pescadores e conserveiras, com o objetivo de assegurar o escoamento da sardinha. O acordo foi assinado, na segunda-feira, entre a Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco – Anopcerco e a Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP).

“É o recuperar de uma ligação umbilical que existia entre a produção e a indústria e que, por força da redução drástica das quotas, se quebrou e que, agora, com a recuperação do recurso, estamos a tentar reanimar para que a nossa produção tenha o melhor aproveitamento possível”, afirmou, ao JN, o presidente da Anopcerco, Humberto Jorge, lembrando a importância da sardinha para o setor das pescas, já que é “a espécie mais abundante na costa portuguesa”.

Com esta parceria, diz, fica “apontado o caminho”, mas agora haverá contratos de abastecimento direto, negociados entre as organizações de produtores e as conserveiras região a região, que irão definir preços e quantidades.

Numa altura em que a candidatura da sardinha ibérica à certificação MSC (Marine Stewardship Council) ganha força, as duas associações querem incentivar estes contratos para que, logo que possível, as conservas portuguesas possam ostentar aquele rótulo de sustentabilidade. Recorde-se que, fruto da rutura nos stocks de sardinha, Portugal perdeu, em 2014, a certificação MSC.

Fonte: Jornal de Notícias

A DGAV procede à divulgação do Esclarecimento Técnico n.º 8/DGAV/2023 – Produção de Sementes Germinadas e Folhas Jovens, que visa definir os conceitos de sementes germinadas – rebentos (sprouts), plântulas sem substrato (shoots) e plântulas em substrato ou microvegetais (cress) – e folhas jovens (baby leaves), e clarificar as obrigações legais dos produtores deste tipo de vegetais em matéria de aprovação de estabelecimentos, registo obrigatório, higiene e segurança alimentar.

Fonte: DGAV

A Europa está a tentar utilizar as emissões e os resíduos da produção de vinho em novos produtos que vão desde a alimentação animal a alternativas aos antibióticos.

Em Palmela, uma região vinícola perto de Lisboa, Miguel Cachão está concentrado num aspeto invulgar da vindima de outono.

Está a desenvolver uma tecnologia que permite às adegas capturar dióxido de carbono e utilizá-lo para cultivar algas. O CO2, produzido quando o sumo de uva fermenta, pode cultivar uma alga de água doce rica em nutrientes chamada chlorella, que tem utilizações na alimentação animal, cosmética, suplementos alimentares e produção de vinho.

Motivos económicos e culturais

Os viticultores de toda a Europa enfrentam a dupla pressão das condições climatéricas extremas causadas pelas alterações climáticas e do aumento da concorrência externa. Em Portugal, o rendimento adicional do setor vitivinícola teria também um significado cultural.

É uma parte muito importante da vida das pessoas, por isso, mesmo que uma vinha não seja grande ou rentável, é importante que continuem a produzir", disse Cachão, engenheiro agrónomo da Associação de Viticultores do Concelho de Palmela.

Os portugueses bebem mais vinho por pessoa do que qualquer outro país do mundo, segundo um estudo de 2021. As comunidades do país têm uma forte ligação às suas vinhas locais que remonta a gerações.

A própria UE é o maior produtor mundial de vinho, representando quase metade das áreas vitícolas mundiais em 2020.

Portugal, com os seus famosos tintos encorpados do Douro e os seus frescos Vinhos Verdes, é o quinto maior produtor de vinho da Europa.

Encontrar uma fonte de rendimento adicional poderá salvar as adegas europeias do encerramento.

Lucro das algas

Cachão lidera um projeto de investigação que recebeu financiamento da UE para ser pioneiro na técnica de utilização de CO2 para cultivar chlorella em adegas. A chlorella é uma alga verde cujas qualidades fotossintéticas a tornam numa fonte de alimento e energia. É também rica em antioxidantes úteis para a indústria cosmética.

Esta alga precisa de CO2, luz solar e água para crescer. Converte a luz solar em energia química necessária para produzir hidratos de carbono, proteínas e outros compostos.

O processo pode gerar mais de 15 milhões de euros por ano para uma adega com um volume anual de, pelo menos, 7 milhões de litros de vinho, o que corresponde a um grande produtor europeu.

De acordo com o projeto, poderá também reduzir as emissões de gases com efeito de estufa dos produtores de vinho em, pelo menos, 30%. Denominado REDWine, o projeto tem uma duração de quatro anos, até ao final de abril de 2025, e faz parte de uma iniciativa da UE e da indústria denominada "Circular Bio-based Europe Joint Undertaking" (CBE JU).

A primeira unidade de demonstração estará pronta no final de 2023, segundo Cachão, que coordena a REDWine.

Será construída a cerca de 100 metros de uma adega local. Um tubo transportará o CO2 dos tanques de fermentação de uvas da adega para a unidade de compressão. O CO2 será depois liquefeito para ser armazenado e estar pronto a ser utilizado no cultivo da chlorella.

"A minha esperança é que consigamos mostrar que é viável para ser utilizado por adegas de todas as dimensões - pequenas, médias e grandes", afirmou.

Algumas adegas na Europa e noutros locais já captam CO2 e utilizam-no para proteger as uvas recém-colhidas da oxidação, um processo que pode afetar a cor e o aroma finais do vinho. Também o convertem em carbonato de cálcio para reduzir a acidez do solo.

CO2 retido

Mas em ambos os processos, o CO2 acaba por voltar para a atmosfera, segundo Cachão.

"As algas são importantes para fixar o CO2", afirmou.

A REDWine conta com a participação de 12 empresas e outras organizações em seis países: França, Alemanha, Irlanda, Países Baixos, Portugal e Espanha.

Entre as empresas participantes encontra-se a Algama, um fabricante francês de alimentos à base de algas, e a Lipotec, com sede em Espanha, especialista em ingredientes activos para cosméticos.

Cascas e sementes

Outros elementos potencialmente úteis na produção de vinho são os restos das uvas prensadas: as cascas, a polpa e as sementes.

Estas estão cheias de substâncias químicas naturais que protegem as uvas dos danos causados pelo sol e pelas pragas.

As cascas, a polpa e as sementes de uva oferecem a perspetiva de alternativas saudáveis aos antibióticos.

Um projeto de investigação financiado pela UE, denominado NeoGiANT, está a desenvolver terapias naturais para ajudar a reduzir a utilização de antibióticos nas explorações pecuárias e piscícolas.

O projeto reflecte as preocupações crescentes de que a resistência aos antibióticos nos animais e nas pessoas está a aumentar em resultado do uso excessivo na pecuária e na aquicultura.

A sua utilização em animais saudáveis para prevenir doenças e infeções - e não apenas como tratamento - resultou num dos maiores problemas da atualidade: a resistência aos antibióticos", afirmou Marta Lores, professora de química analítica na Universidade de Santiago de Compostela, em Espanha.

Substitutos aos antibióticos

Coordena o NeoGiANT, que tem uma duração de quatro anos, até setembro de 2025, e reúne universidades, institutos de investigação, representantes agrícolas e empresas de nove países.

Os parceiros são da Alemanha, Bélgica, Espanha, Hungria, Polónia, Portugal, República Checa e, fora da UE, da Argentina e do Reino Unido.

A resistência antimicrobiana ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas se alteram ao longo do tempo e deixam de responder aos medicamentos, tornando as infeções mais difíceis de tratar e aumentando o risco de propagação da doença, problemas graves e morte, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.

Os investigadores da NeoGiANT estão a extrair antioxidantes e eubióticos - aditivos que melhoram a saúde intestinal dos animais - para utilizar nos alimentos para animais. O objetivo é tornar os animais mais resistentes a infeções e doenças.

"Podemos extrair este leque de compostos e fabricar produtos úteis a partir deles", afirmou Lores.

Os resíduos de uva estão também a produzir tratamentos para algumas das doenças animais mais comuns, incluindo a mastite - uma inflamação da glândula mamária - nas vacas, a diarreia pós-desmame nos porcos e uma doença de pele chamada epidermite exsudativa nos leitões. Atualmente, estas doenças são tratadas principalmente com antibióticos.

Além disso, o projeto visa substituir os antibióticos por extractos antimicrobianos nos extractores de sémen. Estes são conservantes que prolongam a vida do sémen recolhido para inseminação artificial na criação de gado.

Se todos estes compostos forem bem sucedidos, 12 novos produtos estarão prontos para o mercado no final do projeto.

Lores espera que a maioria dos produtos planeados seja bem sucedida. Mas, segundo ela, mesmo que o total acabe por ser inferior a uma dúzia, o investimento na investigação terá valido a pena.

"Se apenas um dos produtos for comercializado, isso significa que serão utilizados menos antibióticos", afirmou Lores. "No final, todos beneficiarão. Quanto mais saudável for o gado, mais saudáveis serão os alimentos que os humanos estão a consumir".

Fonte: Horizon EU e Qualfood

 

A Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) registou até hoje 188 explorações pecuárias a nível nacional com animais com sinais de Doença Hemorrágica Epizoótica (DHE) num total de 450 bovinos infetados num universo de 27.000 animais.

“Nestas explorações afetadas, encontram-se presentes cerca de 27.300 bovinos no total, mas destes apenas 450 animais apresentaram sinais clínicos compatíveis com a doença. Em termos de números da mortalidade há o registo de apenas 15 bovinos, devido à doença”, indicou a DGAV à agência Lusa.

De acordo com esta Direção Geral, os dados nacionais “são dinâmicos, uma vez que sendo uma doença transmitida por vetores (insetos do género Culicoides) vão sendo notificados focos à DGAV diariamente, registam-se ao dia de hoje 188 explorações notificadas com animais com sinais clínicos, a nível nacional (só notificada no território continental) ”.

“A cada novo concelho onde surge a doença promove-se a recolha de amostras para confirmação laboratorial”, indicou a DGAV.

O mesmo organismos explicou ainda que durante os meses de verão, e face às alterações climáticas e permanência do mosquito na Península Ibérica, o número de casos tem aumentado substancialmente, mas os animais recuperam da doença cerca de duas semanas após o início da sintomatologia.

“Apesar de existir uma taxa de morbilidade das explorações afetadas inferior a 10%, a taxa de mortalidade verificada é inferior a 1% “, indica o mesmo esclarecimento.

A DGAV acrescenta ainda que tem vindo a tomar um conjunto de medidas desde o aparecimento de um foco de doença em Espanha (Badajoz) no final de novembro de 2022.

“Neste momento todo o território continental está afetado pelas restrições associadas a esta doença”, vinca.

Sempre que se confirma um foco de doença, é definido pela DGAV um raio de 150 quilómetros em volta deste e foram criadas regras aplicáveis à circulação animal e à desinsetização dos animais e dos veículos.

“Têm sido atualizados os editais à medida que são alteradas as áreas, e efetuadas reuniões com os médicos veterinários e associações do setor, de forma a expor e atualizar as medidas a tomar”, esclarece.

Em julho deste ano foram confirmados os primeiros dois focos em Portugal no Alentejo, pelo que foi implementado o reforço da vigilância clínica e das medidas de desinsetização.

A DGAV apenas declara as notificações que chegam de forma oficial, estando os produtores e médicos veterinários legalmente obrigados a declarar a suspeita desta doença.

Nesta doença, os focos correspondem a explorações onde um médico veterinário reconheceu clinicamente esta doença, tendo já sido confirmado laboratorialmente pelo menos um caso no mesmo concelho.

Os dados detetados ao momento no distrito de Bragança indicam a existência de 42 explorações afetadas, nas quais se contabiliza a presença de 1768 bovinos. Destes, 193 apresentaram sinais clínicos e 11 morreram da doença.

No sábado, o vice-presidente da Câmara de Miranda do Douro disse que discorda da estimativa de 33 casos de morte por DHE na região transmontana avançados pela Direção Geral de Veterinária (DGAV), afirmando que são “bem mais”.

“Não posso acreditar nos dados avançados pela Direção-Geral de Veterinária, porque não correspondem à realidade vivida nas explorações do meu concelho”, afirmou Nuno Rodrigues.

O autarca disse ainda acreditar que atualmente os números de animais de raça bovina mortos com DHE são “bem mais” e podem mesmo ultrapassar a meia centena, só no concelho de Miranda do Douro.

Fonte: Agroportal

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), através da unidade operacional de Mirandela, apreendeu cerca de 4.300 litros de óleo de bagaço de azeitona que estava a ser comercializado como azeite virgem extra, foi hoje revelado.

Em comunicado, a ASAE esclarece que a ação de fiscalização, realizada esta semana pela Unidade Regional do Norte – Unidade Operacional de Mirandela, visava o combate à fraude alimentar do azeite.

Da ação resultou a apreensão de cerca de 4.300 litros de óleo de bagaço de azeitona que estavam a ser comercializados como azeite virgem extra, tendo sido instaurado o processo-crime por fraude sobre mercadorias, bem como violação e uso ilegal de Denominação de Origem Protegida (DOP) “Azeite de Trás-os-Montes”, num valor de 18.200 euros.

Segundo aquela autoridade, o óleo de bagaço era adquirido fora do território nacional, embalado em garrafões de cinco litros e rotulados como azeite virgem extra para ser comercializado em Portugal.

“Foi suspensa a unidade de embalamento ilegal”, acrescenta a ASAE que, no decorrer da investigação, apreendeu também mais de 1.300 litros de azeite que estavam a ser comercializados em mercados e feiras locais, proveniente do mesmo embalador.

“A escassez do azeite e o subsequente aumento do seu preço contribui para a existência de um alegado maior risco de práticas fraudulentas associadas a este produto tão apreciado pelos consumidores”, refere a ASAE, que assegura ter reforçado o acompanhamento e vigilância do setor “em prol de uma sã e leal concorrência entre operadores económicos e da defesa segurança dos consumidores”.

Fonte: Agroportal

Os alergénios alimentares são motivo de preocupação para os consumidores, operadores do sector alimentar e entidades reguladoras em todo o mundo. Mas, que quantidade de um alergénio alimentar é suficiente para causar uma reação alérgica perigosa?

Tendo previamente recomendado valores de limite alérgico, ou limites máximos de segurança, para cereais contendo glúten, crustáceos, ovos, peixe, leite, amendoins, sésamo e frutos secos (amêndoa, caju, avelã, noz-pecã, pistácio e noz) nos alimentos, o Comité ad hoc de Peritos em Alergénios Alimentares da FAO/OMS estava pronto para lidar com outros alergénios.

Em março de 2023, o Comité voltou a reunir-se pela quinta vez - desta vez para estabelecer os limites dos seguintes alergénios alimentares: soja, aipo, tremoço, mostarda, trigo mourisco, aveia e frutos de casca rija (castanha do Brasil, noz de macadâmia ou noz de Queensland, pinhão).

"Os limites para estes alergénios adicionais foram estabelecidos utilizando a mesma metodologia desenvolvida durante a segunda reunião de peritos", disse o responsável pela segurança alimentar da FAO, Kang Zhou. "A abordagem é totalmente transparente, pelo que os utilizadores, incluindo os membros do Codex e os operadores do sector alimentar, podem ver claramente como os riscos foram avaliados."

A determinação dos limites de alergénios com base no risco serve de base às recomendações dos relatórios do Comité sobre a rotulagem de precaução e a isenção de derivados. Todas as recomendações do Comité serão utilizadas pelo Codex para orientar o desenvolvimento e a revisão de normas internacionais e a aplicação destas normas para proteger a saúde dos consumidores.

Já está disponível o relatório completo da quinta reunião, "Rever e estabelecer limites para frutos de casca rija específicos (castanha do Brasil, noz de macadâmia ou noz de Queensland, pinhão), soja, aipo, tremoço, mostarda, trigo mourisco e aveia".

Ler mais no relatório.

Fonte: FAO

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) publicou hoje uma nota de avaliação rápida de risco relativa a um surto de salmonela (Salmonella Enteritidis ST11), que conta com 335 casos identificados em 14 países da UE, bem como no Reino Unido e nos EUA. Tratam-se de três conjuntos de casos registados entre janeiro e outubro deste ano.

“A maioria dos casos reporta o consumo de carne de galinha, incluindo kebabs de frango. Nove casos em três países necessitaram de hospitalização, e registou-se um caso de morte na Áustria, sublinhando o potencial de infeções severas ou fatais neste surto”, assinala o ECDC, em comunicado.

O organismo assinala que bactérias semelhantes às que causaram o surto foram detetadas em amostras de carne de frango e kebabs, sendo que a rastreabilidade das amostras aponta para 7 produtores na Polónia e um na Áustria. No entanto “não foi encontrada prova microbiológica de contaminação em nenhuma das instalações” que foram alvo de fiscalização.

Assim, segundo o ECDC, “os cientistas esperam que seja provável a ocorrência de novos casos neste surto em vários países, uma vez que a fonte de contaminação ainda não foi identificada”.

Os especialistas recomendam investigação adicional para identificar os possíveis locais na cadeia de produção de carne de frango, onde a contaminação por salmonela poderá ter ocorrido.

Entre os países com casos identificados e listados no relatório estão a Áustria, a Dinamarca, a Finlândia, a França, a Alemanha, os Países Baixos, a Noruega, a Polónia, a Eslovénia, a Eslováquia, Itália, Irlanda, Bélgica e o Luxemburgo, bem como o Reino Unidos e os EUA.

Fonte: Executive Digest

A Direção Regional de Alimentação e Veterinária (DGAV) disse hoje que o principal foco, na região Norte, da Doença Hemorrágica Epizoótica (DHE), verifica-se em Trás-os- Montes, onde foram identificados até ao momento 33 casos.

A DGAV indica que a DHE é uma doença viral que afeta os ruminantes, em especial os bovinos e os cervídeos selvagens, com transmissão através de mosquitos.

“A doença está incluída na lista de doenças de declaração obrigatória da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA)”, indica à Lusa a mesma fonte.

Este organismo acrescentou que sempre que é detetada uma suspeita de doença, efetua-se colheita de amostras e envio de material ao laboratório, com a respetiva notificação da suspeita aos serviços oficiais da DGAV.

Quanto à origem DHE, a DGAV diz não poder afirmar com segurança qual a proveniência da doença nesta região, mas tratando-se de uma doença transmitida por vetor (mosquito), poderá ter origem no restante território nacional ou em território espanhol.

Questionada pela Lusa, a DGAV indicou ainda que não há limitação de movimentação, que apenas se aplica a trânsito animal de e para outro estado-membro ou país terceiro.

Estas respostas à Lusa surgiram na sequência da preocupação demonstrada pelos produtores de bovinos do Planalto Mirandês que na semana passada se mostraram apreensivos quanto à perda de rendimentos nas explorações devido aos efeitos da Doença Hemorrágica Epizoótica.

O secretário técnico da Associação Nacional de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa, Válter Raposo, afirmou que quando infetados, os animais ficam vulneráveis porque a sua imunidade fica mais comprometida, o que deixa os agricultores apreensivos quanto ao rendimento das suas explorações.

“Depois de um cenário de seca que já dura há dois anos, vir agora uma peste é de ficar muito apreensivo em relação ao futuro das explorações pecuárias e consequente produção de carne”, indicou à Lusa o também médico veterinário.

De acordo com o responsável, esta doença é provocada por um mosquito, não sendo transmitida aos humanos, e tem origem nos cervídeos (corços).

Os primeiros casos detetados nestes territórios são referentes a julho e início de agosto, tendo sido mais frequentes desde o início de setembro.

De acordo com um edital da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) datado de 06 de outubro, encontram-se afetados pela DHE “todos os distritos e concelhos do território de Portugal Continental”.

Válter Raposo alertou para a necessidade de haver um cuidado redobrado nas explorações pecuárias com a utilização frequente de repelentes para insetos.

De acordo com o veterinário, os concelhos mais afetados pela DHE neste território nordestino são os de Mogadouro, Miranda do Douro e parte de Vimioso, havendo também registo no concelho de Bragança.

Segundo um edital publicado no sítio oficial da Internet, a DGAV indica que os sinais clínicos desta doença são febre e falta de apetite, estomatite ulcerativa – lesões na mucosa da boca, produção excessiva de saliva e dificuldade em engolir, coxeira devido à inflamação das coroas dos cascos e úbere avermelhado.

Fonte: Agroportal

Uma empresa de investigação brasileira está prestes a lançar cana-de-açúcar transgénica resistente a herbicidas e está a desenvolver uma variedade, também de cana-de-açúcar, para combater o bicudo-da-cana.

“Falar de maior potencial produtivo para o setor sucroenergético significa falar de melhoramento genético”. A declaração é de César Barros, presidente do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), em São Paulo, no Brasil, e foi proferida durante uma palestra na 23ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, no dia 23 de outubro. “Acreditamos que a biotecnologia é o modo mais eficiente de solucionar alguns dos problemas na agricultura brasileira. Ela já é amplamente aplicada noutras culturas, como milho, soja e algodão, encontrado-se numa fase inicial na cana-de-açúcar”, declarou.

César Barros anunciou que o CTC deve lançar ao mercado a “segunda geração” de canas transgénicas com a proteína Bt, já presente nas variedades geneticamente modificadas disponíveis. “Isso traz ainda mais proteção contra a broca”. Além disso, avançou que a cana transgénica tolerante a herbicidas está em fase final de desenvolvimento. “Estamos próximos do seu lançamento. Esta é uma solução economicamente viável, que vai trazer mais proteção e, consequentemente, mais produtividade aos canaviais”, argumentou.

O presidente do CTC acrescentou ainda que a empresa está a desenvolver uma variedade geneticamente modificada para controlar o bicudo-da-cana (Sphenophorus levis), uma das pragas de maior importância da cana-de-açúcar que pode ameaçar seriamente a produtividade da cultura.

Mais informações aqui.

Fonte: CiB - Centro de informação de biotecnologia

Um estudo da Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM) mostra que há azeites adulterados comercializados em Portugal e na Europa, surgindo como extra virgem ou virgem apesar de serem misturados com refinados. A investigação saiu recentemente na revista npj - Science of Food, do grupo Nature, e revelou também um método mais eficaz, rápido e não invasivo de detetar aquelas adulterações. “Só pela cor e sabor, já percebemos que muitos extra virgem vêm misturados com refinados, para obterem maior número de vendas e estarem dentro dos valores normais”, diz o investigador Vasco Santos.

O estudo avaliou 36 azeites (21 extra virgem, oito virgem e sete refinados) portugueses, espanhóis, italianos e gregos ao dispor no mercado, adquiridos em Braga ou online. As medições usaram técnicas de ressonância magnética no domínio do tempo (relaxometria de NMR multiparamétrica). “Imagine que está numa orquestra e consegue ouvir os sons de todos os instrumentos. Para ouvir apenas um, seria preciso mudar o domínio do tempo, para o da frequência, e separar o som. Como é do domínio do tempo, temos acesso a toda a orquestra, isto é, vemos se cada azeite tem as caraterísticas certas”, explica Vasco Santos. Para obter resultados mais fiáveis, recolheu-se 360 amostras dos azeites no processo de extração.

O azeite é um dos óleos comestíveis mais antigos e está na base da dieta mediterrânica. A sua classificação depende de fatores como as propriedades físico-químicas e o processo de fabricação. “Ao aquecer o azeite, este perde propriedades organoléticas, reduz os antioxidantes; já os extra virgem e virgens não sofrem qualquer tipo de aquecimento, logo o nível de acidez é maior”, elucida o investigador.

Medição mais precisa

A sua ferramenta de medição junta ressonância magnética nuclear no domínio temporal com algoritmos de machine learning, permitindo em minutos identificar e classificar óleos comestíveis. Consegue revelar a quantidade de ácidos mono e poli-insaturados presentes e, especificamente no caso do azeite, caracterizá-los com base no grau de acidez, fazendo-o até de modo mais sensível e rápido face aos atuais métodos analíticos e de espectroscopia (infravermelho próximo e ultravioleta-visível).

A nova técnica é muito barata por análise e por isso torna-se vantajosa, tanto para o consumidor como para as empresas, que veriam os custos de validação e autenticação do produto reduzidos, nota Vasco Santos. Como o equipamento é pequeno, pode ser decisivo em futuras avaliações de amostras no terreno sobre azeites não rotulados ou que gerem dúvidas, acrescenta. Este equipamento pode ser disposto “in line” com o processo de extração, logo “dispensa a remoção da amostra, o encaminhamento para o laboratório ou a sua diluição”, conclui o jovem investigador.

O seu trabalho foi realizado no âmbito da dissertação de mestrado em Biofísica e Bionanossistemas na UMinho, em parceria com o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL). O cientista, natural de Leiria e com 25 anos, está agora a fazer o doutoramento em Imagem e Espectroscopia de Ressonância Magnética na Universidade Médica de Viena (Áustria).

Fonte: Agrotec