Portuguese English French German Italian Spanish

  Acesso à base de dados   |   email: qualfood@idq.pt

Maçã e morango são frutos? Um sim é a resposta errada

  • Thursday, 11 October 2018 10:06

Visite o leitor um qualquer mercado e sairá com uma certeza: tomate, beringela e pimentão são vegetais; morango, figo e maçã, assim como a banana são frutos. Não há misturas na banca e, na cultura popular as diferenças, se os tomarmos pelo sabor, estão bem vincadas.

Agora, fale o leitor com um botânico e perceberá que aquilo que o saber popular nos devolve há muito, cientificamente não tem a mesma resposta.

Se lhe dissermos que um tomate, uma beringela e um pimentão são um fruto, torce o nariz de ceticismo. Mais o fará se acrescentarmos que a banana, o morango, o figo e a maçã não jogam no mesmo campeonato. É verdade, banana é fruto. Os três outros alimentos são pseudofrutos. Passemos, então, a explicar.

Em rigor, seguindo a cartilha da botânica, fruto é o que nasce do ovário da planta, a parte onde vamos encontrar as sementes. É, precisamente o que acontece com o tomate, a beringela, a abobrinha, o pepino, o chucho e o pimentão, entre outros frutos.

Uma definição que, contudo, pode encontrar variações se entendida do ponto de vista nutricional. Vejamos, então: “apesar de serem frutos do ponto de vista botânico, em termos nutricionais, encaixam na categoria dos hortícolas”, explica a nutricionista Cláudia Vieira. “Isto porque são pobres em açúcar. Possuem um baixo índice glicémico. Estes frutos escondidos, são, ainda, fontes de fibras, vitaminas e minerais. Nestes casos assemelham-se aos congéneres que imediatamente associamos à fruta”.

Importante é saber que podemos consumir tomate, um fruto, sem grandes restrições, sem os inconvenientes da frutose, o açúcar natural da fruta. “É claro que como em qualquer alimento há que saber equilibrar. Não vamos, só por ser saudável, consumir em doses acima do que é aconselhável. Na alimentação, tal como em tudo o mais, devemos evitar os excessos”, consubstancia a especialista.

Tomando, ainda, o caso do tomate, “há que saber que é rico em licopeno, encontrando-se este nas sementes e na polpa que tantas vezes desmerecemos. Um nutriente muito importante na prevenção do cancro, particularmente entre os homens no que respeita ao cancro da próstata”.

“Extrapolando, as ervilhas sendo leguminosas, do ponto de vista nutricional, estão mais próximas dos hortícolas, das as suas características. Nutricionalmente não são tão ricas em fibras e proteínas”, acrescenta a nutricionista. “Por exemplo, um amendoim é uma oleaginosa, mas também uma leguminosa e um fruto”.

Para complicar, os pseudofrutos

Como vimos inicialmente, o fruto desenvolve-se a partir do ovário de uma flor. Contudo, nem todas as espécies vegetais se comportam assim.

Ou seja, em certas plantas, além do ovário, há outras partes da flor que se podem tornar frutos. Chegamos, então, aos pseudofrutos. Alguns exemplos? O morango, o figo e, pasme-se, a maçã e a pêra.

No caso do morango, o fruto são os pontinhos negros que vemos no exterior, agarrados à polpa carnuda encarnada.

O figo é, na realidade, uma estrutura oca com flores no seu interior.

Já no abacaxi, o verdadeiro fruto está na casca.

No caso da maçã e da pêra, a polpa suculenta não é o fruto. Este encontra-se no seio da polpa, nas casquinhas duras onde as sementes se encontram protegidas.

Fonte: Sapo Lifestyle