Os chamados "superalimentos" são, sem dúvida, nutritivos e saborosos, no entanto, não são superiores a outros com qualidades idênticas e de preço inferior. A designação é uma obra de puro marketing pelo que do ponto de vista ético é necessário desmistificar os seus atributos, que vão sendo disseminados como altamente benéficos sem qualquer validade científica.
Alguns géneros alimentícios que se agrupam nesta categoria descartam o conceito de sazonalidade alimentar e, além disso, não auxiliam a economia nacional. Entre eles, incluem-se o abacate, o açaí, as bagas de góji, o cacau, a espirulina, o gengibre, as sementes de chia e as sementes de linhaça.
Ao contrário do que a publicidade tem levado a acreditar, existem alternativas alimentares equivalentes que não só beneficiam o consumidor em termos económicos, como auxiliam na regularização do preço dos produtos na sua origem, onde, muitas vezes, constituem alimento-base como é o caso da quinoa.
Por exemplo, o azeite é um equivalente nutricional do abacate pois ambos são ricos em gorduras monoinsaturadas que promovem o colesterol HDL. Numa outra comparação nutricional, um quarto de laranja equivale a 30 gramas de bagas góji.
No caso do cacau, pode-se substituir por alfarroba, sendo que Portugal é um dos três principais países produtores desta vagem. Privilegiar a aveia também é uma alternativa de consumo económica e nacional.
Acima de tudo, promover uma alimentação diversificada, com base em escolhas conscientes, é a chave para a obtenção de todos os nutrientes, vitaminas e minerais essenciais, dispensando qualquer outro tipo de produto exótico ou suplementar para uma dieta saudável.
Fonte: Deco Proteste