Um estudo holandês identificou as tradicionais salsichas cruas como a principal via de transmissão do vírus da hepatite E para a maioria da população.
Os investigadores alegam que a prevalência e causa do vírus da hepatite E (HEV) como contaminante do muscúlo da carne de porco em produtos de carne requere mais investigação.
As salsichas holandesas típicas, denominadas cervelaat, snijworst e boerenmetworst estão na causa de 72% dos casos reportados e em 46% dos controlos. O contato direto com porcos e trabalhos em fossas sépticas são fortes fatores de risco, de acordo com os mesmos investigadores.
O número de casos de HEV genótipo 3 aumentou nos últimos anos nos países europeus. Na Holanda, as infeções HEV confirmadas em laboratório foram 5 vezes superiores entre o período de 2015 e 2017, assim como relata um estudo recente do Jornal de Infeção.
O referido estudo envolveu um questionário para identificar potenciais fontes de exposição ao HEV, estado de saúde e condições sociodemográficas de 376 pacientes com hepatite E aguda e 1534 controlos que corresponderam aos pacientes em idade, género e zona de residência.
Para uma inativação bem sucedida do vírus da hepatite E, os produtos de carne devem ser cozinhados a temperaturas de 70ºC durante, pelo menos, 20 minutos. Não obstante, as salsichas são frequentemente consumidas sem confeção e cortadas no pão.
Apesar da colocação de sal, a fermentação e a secagem das salsichas largamente inativar bactérias patogénicas, a persistência de HEV viável depois destes processos continua a ser alta.
Assim, o estudo refere que uma comparação dos fatores de risco e métodos de produção entre países pode fortalecer o entendimento das vias de transmissão de HEV na Europa.
Fonte: Food Safety News