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Crononutrição: a influência do tempo na alimentação de crianças

  • Monday, 29 April 2019 09:28

De acordo com um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, as crianças que ingerem mais alimentos durante a tarde e depois do jantar correm o risco de se tornarem mais facilmente obesas ou terem excesso de peso.

O estudo, recentemente publicado na revista Journal of Biological Rhythms, avaliou os hábitos alimentares de 1961 crianças da coorte Geração XXI (projeto iniciado em 2005, que acompanha o crescimento e desenvolvimento de mais de oito mil crianças da cidade do Porto) entre a idade pré-escolar, aos 4 anos, e a idade escolar, aos 7.

A investigadora principal Sofia Vilela explicou que foi através da avaliação dos padrões de consumo energéticos (hidratos de carbono e proteínas) das crianças aos 4 anos, que a equipa de investigadores conseguiu padronizar “o desenvolvimento do excesso de peso ou obesidade” aos 7 anos.

“Utilizando informação de diários alimentares de três dias, obtivemos padrões de distribuição de ingestão alimentar quando as crianças tinham 4 anos e associamos esses padrões com o seu Índice de Massa Corporal (IMC) 3 anos depois, quando completaram 7 anos”, referiu em entrevista à agência Lusa.

Para que o peso das crianças seja saudável é necessária uma maior distribuição energética ao pequeno-almoço, almoço e jantar e uma menor ingestão de alimentos a meio da manhã e a meio da tarde.

“Começar o dia com um pequeno-almoço equilibrado parece ser uma boa estratégia para conseguir um bom nível de saciedade ao longo do dia e controlar a ingestão alimentar. É fundamental ter um padrão regular e não saltar refeições. Tendo em conta os resultados deste estudo e de outros prévios, a ceia poderá ser uma refeição dispensável nestas crianças”, apontou.

A investigadora adiantou que, apesar do contributo do estudo para a compreensão do ritmo circadiano no consumo alimentar e desenvolvimento de excesso de peso em crianças, é necessário “replicar os resultados noutras faixas etárias e noutras populações”.

Fonte: Sapo 24