A interpretação de estudos em ratos e humanos sugere que o uso do conservante alimentar propionato (ácido propiónico) possa prejudicar a ação da insulina, de acordo com investigadores americanos e israelitas.
O ácido gordo de cadeia curta propionato, que possuí um potente efeito anti-bolor, é geralmente reconhecido como seguro e produzido endogenamente pela microbita intestinal.
Considerando a mais recente publicação no Science Translational Medicine, descobriu-se que o agente propionato poderá estimular a glicogenólise e hiperglicemia em ratos ao aumentar as concentrações de glucagon no plasma e da proteína FABP4.
Ratos deficientes na referida proteína, assim como ratos sem o recetor de glucagon no fígado ficaram protegidos destes efeitos.
Aliás, e comparando aos ratos controlo, durante um período de vinte semanas, os ratos beberam água com altas concentrações de propionato, mimetizando as concentrações encontradas em alimentos processados e com isso ganharam mais peso e uma maior resistência à insulina.
Relativamente aos humanos, os resultados foram equiparáveis no que se refere ao aumento dos níveis de glucagon e FABP4, consequentemente aumentando a resistência à insulina.
Estes e outros dados indicam que o propionato poderá ativar um aumento dos sinais contra-regulatórios da insulina, mediados pela catecolamina, levando à resistência à insulina e hiperinsulinemia, que, a longo prazo, promovem a adiposidade e anormalidades metabólicas.
Existe um grande potencial de oportunidades de prevenção de doenças ao compreender os componentes moleculares de alimentos. O ácido propiónico é um ingrediente que poderá ter implicações importantes para a saúde, mas, claro, mais investigações mecanísticas e clínicas são requeridas para substanciar o valor destas investigações.
Fonte: Food Quality and Safety