No passado, o controlo de pragas, consistia essencialmente na pulverização de pesticidas, aplicação de raticidas (controlo de ratos), pelo que muitas substâncias ativas empregues nos pesticidas, contribuíam para potenciar o risco em termos de saúde pública, saúde ambiental e espécies não alvo, entre os quais alguns animais das áreas envolventes.
Hoje em dia, mas também com a evolução tecnológica, o sector do controlo de pragas, tem por base a minimização do impacto ambiental da sua atividade, aliado à contribuição fundamental em prol da saúde pública. O controlo de pragas deverá ser realizado por especialistas, com formação adequada, enquadrados em organizações licenciadas e certificadas em prestação de serviços de controlo de pragas urbanas e agrícolas, que consideram preferencialmente a prevenção através de meios físicos e que apenas integram os tratamentos químicos como última etapa do processo.
O que abordamos anteriormente faz sentido? Certamente fará, uma vez que se impedirmos as pragas de acederem a uma instalação, certamente reduziremos a quantidade de biocidas a aplicar, privilegiando os sistemas de monitorização, o que será uma grande vantagem nas áreas de fabrico de alimentos por razões óbvias.
A presença de pragas em áreas alimentares, não deverá ser uma realidade, uma vez que a contaminação cruzada poderá surgir diversas vezes, potenciando o risco na segurança alimentar e consequentemente na saúde pública.
Algumas espécies, tais como os ratos transmitem febre, salmonella, tifo murino, leptospirose e outras patologias causadoras de doenças.
No que diz respeito às baratas e moscas, podem induzir o surgimento de bolores, leveduras, e.coli, streptococcus, salmonella, clostridium e uma série de outras bactérias nos alimentos.
Quais são os perigos da contaminação por pragas nos alimentos?
-Transmissão de agentes patogénicos
A transmissão de agentes patogénicos pode ocorrer de três maneiras: contaminação bacteriana, contaminação viral ou contaminação por parasitas. Pode acontecer quando a saliva, fezes, sangue ou matéria fecal de uma praga é transferida para a comida.
-Rápida multiplicação de bactérias
As bactérias podem multiplicar-se muito rapidamente, especialmente num ambiente quente e húmido, como recipientes cheios de comida.
-Contaminação cruzada
Pragas que contaminam alimentos podem ser a causa de contaminação cruzada - também conhecida como passagem de bactérias de uma fonte contaminada para uma não contaminada.
-Exposição a parasitas
As pragas podem transportar germes e bactérias que podem ser facilmente transferidos para alimentos, superfícies de alimentos e outros equipamentos de processamento de alimentos.
Atualmente, todas as empresas do sector alimentar que se dediquem a qualquer fase da produção, transformação, armazenagem e/ou distribuição de géneros alimentícios precisam implementar e desenvolver o sistema de Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos (HACCP).
O HACCP tem por base uma metodologia preventiva, com o objetivo de evitar potenciais riscos que podem causar danos aos consumidores, através da eliminação ou redução de perigos.
De forma a prevenir, eliminar ou apenas reduzir os potenciais perigos durante o processo produtivo e consequente distribuição, devem ser tidos em conta alguns pré-requisitos, nos quais se integra o Plano Integrado de Controlo de Pragas, permitindo deste modo a aplicação efetiva do sistema HACCP.
Fonte: dnoticias