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COVID-19: Especialistas afirmam que transmissão através de alimentos não é uma preocupação

  • Wednesday, 04 March 2020 11:02

 

As autoridades sanitárias e a comunidade científica concorda que o coronavírus não se apresenta como uma ameça, de momento, no que diz respeito a doenças alimentares. No entanto, alguns mantêm-se mais vagos em relação a este assunto.

"Embora teoricamente seja possível a transmissão do vírus através de alimentos, baseado no que sabemos, este risco é drasticamente mais baixo, do que a transmissão via gotículas que existam no ar", comunicou Donald W. Schaffner, especialista em ciência dos alimentos e professor distinguido na Universidade de Rutgers.

Schaffner tem realizado uma pesquisa intensiva em avaliação quantitativa do risco microbiano, em microbiologia alimentar preditiva, lavagem das mãos e contaminação cruzada. Frequentemente trabalha com Ben Chapman, Professor e Especialista em segurança alimentar e com o Departamento Ciências Humanas e Agrárias, na Universidade do estado Carolina do Norte.

"Visto que o coronavírus, é um vírus de índole respiratória, acreditamos que seja contraído apenas pela inalação ou mecanismo similar (como colocar o dedo contaminado no nariz). Se estivesse presente nos alimentos, seria destruído durante um processo adequado de confeção", afirmou Chapman.

O CDC (Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, nos EUA) reportou que o vírus é transmissível entre humanos pelas gotículas expelidas através de espirros, tosse e conversação.

"Atualmente, não existem evidências que suportem a transmissão de COVID-19 através de alimentos. Poderá ser possível a transmissão através do contacto com superfícies ou objetos contaminados seguindo-se do contacto com zonas como a boca, nariz ou olhos, no entanto esta não é a via principal de transmissão".

Existe a possibilidade de contaminação cruzada através de superfícies como puxadores de portas, utensílios de cozinha, bancadas e outros objetos, mas o perigo é baixo, de acordo com o CDC. "Devido à baixa taxa de sobrevivência destes tipos de vírus em superfícies, é provável que o risco de transmissão em produtos alimentares ou embalagens que são estão sujeitas a tempos de transporte  superiores (de dias ou semanas à temperatura ambiente, refrigerada ou congelação) seja muito baixo", informa o CDC.

As autoridades de saúde internacionais, que declararam este surto como emergência global, também afirmam que a transmissão e contaminação via alimentar é uma preocupação menor.

O vírus apresenta características muito semelhantes aos vírus SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) ou MERS (Síndrome Respiratória do Médio Oriente), que não se propagavam através de géneros alimentícios. A Organização Mundial de Saúde reporta que não existem, ainda, evidências que sustentem a teoria da propagação do vírus através de alimentos. Surgiram algumas preocupações inicias em relação à transmissão via alimentos, quando foi constatado que o vírus teve origem no mesmo mercado de alimentos chinês. Ao contrário de outros vírus, como o norovírus e o vírus da Hepatite A, os coronavírus não se desenvolvem em alimentos, de acordo com as autoridades sanitárias internacionais. Os coronavírus necessitam de um hospedeiro animal, onde estão incluídos os humanos, para se desenvolverem. 

Como recomendado, a arma mais eficaz contra os vírus é unânime, e é necessário o aumento da sensibilização para uma lavagem frequente e eficaz das mãos.

"O risco associado aos restaurantes, é o mesmo associado a outros locais onde se reúnem mais pessoas, onde o vírus pode ser transmitido pelas superfícies (mesas, puxadores, menus) e a lavagem das mãos e utilização de desinfetante serão passos eficazes para a redução do risco de transmissão de vírus como COVID-19 e gripes", afirmou Chapman.

"Pessoalmente, tento ser bastante diligente na lavagem das mãos e no uso de desinfetante - que é de facto, bastante eficaz contra coronavírus. Tento também, estar alerta em relação às superfícies que toco antes de tocar no nariz ou boca. Não estou a evitar portanto, qualquer tipo de alimento em específico".

Fonte: Food Safety News

  • Last modified on Wednesday, 04 March 2020 12:05