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FAO usa inteligência artificial para promover segurança alimentar

  • Monday, 28 September 2020 10:07

 

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, relançou um compromisso com as empresas IBM e Microsoft para desenvolver formas de Inteligência Artificial, IA, que promovam a segurança alimentar. 

Num evento online, os parceiros discutiram maneiras pelas quais a IA pode ajudar a atingir a meta de alimentar uma população global de quase 10 mil milhões até 2050.

Ao mesmo tempo, a FAO acredita que esta tecnologia pode ajudar a proteger os recursos naturais e enfrentar desafios como as mudanças climáticas e os impactos de choques, incluindo a Covid-19.  

O diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, afirma que “a transformação dos sistemas alimentares requer soluções inovadoras para garantir a segurança alimentar e nutricional para todos.” 

Segundo ele, a agência encontra-se a desenvolver ferramentas de IA e a criar a Plataforma Internacional para Alimentos e Agricultura Digitais, onde serão discutidos os benefícios e riscos potenciais da digitalização dos setores agrícola e alimentar.  

Dongyu disse que FAO agradece o apoio de “gigantes digitais” como a IBM e a Microsoft. A IA pode desempenhar um papel importante nos sistemas alimentares a vários níveis. 

No setor agrícola, pode otimizar ou realizar algumas atividades desempenhadas por humanos, como o plantio e a colheita, aumentando a produtividade e melhorando as condições de trabalho. Também pode usar os recursos naturais de forma mais eficiente. 

Esta tecnologia surge em três áreas principais: robótica agrícola, monitorização do solo e colheita, e análises e previsões. 

Segundo a FAO, num contexto de mudança climática, os progressos nestas áreas podem ajudar a conservar bens como solo e água. 

Durante o evento, foram apresentados bons exemplos do uso de IA e tecnologia digital na agricultura. Um deles é o portal WaPOR da FAO, que monitoriza a água usada para agricultura na África e no Médio Oriente.  

O portal oferece acesso aberto a um banco de dados, que permite consultas diretas, análises temporais e outras estatísticas. 

Os participantes também destacaram o Sistema de Stress da Agricultura, outra iniciativa da FAO. Usa a tecnologia de satélite, que permite perceber, de forma precoce, que áreas agrícolas têm alta probabilidade de stress hídrico e seca. A seca afeta mais pessoas do que qualquer outro tipo de desastre natural, especialmente nos países em desenvolvimento. 

Segundo a agência da ONU, para que estas tecnologias cheguem a quem mais precisa, é preciso reduzir a exclusão digital. Em todo o mundo, 6 mil milhões de pessoas não têm internet de banda larga atualmente, e 4 mil milhões não têm internet. 

Além disso, 2 mil milhões de cidadãos não têm telefones móveis. Também existem lacunas significativas no acesso entre os homens e mulheres, jovens e idosos. 

Fonte: ONU