Portuguese English French German Italian Spanish

  Acesso à base de dados   |   email: qualfood@idq.pt

Como escolher a melhor carne?

  • Wednesday, 18 October 2017 09:28

Existem alguns aspectos a ter em consideração quando compra carne, independentemente da espécie. Comecemos pela cor. “O que a maioria dos consumidores não sabe é que a carne de bovino pode apresentar várias tonalidades, em especial quando se trata de carne embalada. A mioglobina é a proteína responsável pela coloração da carne que, dependendo da ligação que estabelece com o ferro contido na carne, assim é a cor da mesma – vermelho-púrpura, vermelho ou acastanhada”, explica Ondina Afonso, Directora de Qualidade e Investigação do Pelouro dos Frescos de um hipermercado português.

O cheiro também deve ser levado em consideração, pois é indicativo da qualidade e frescura da carne. “Qualquer tipo de carne com cheiro a desagradável é impróprio para consumo. No entanto, as carnes embaladas a vácuo têm um cheiro característico, pelo que o cliente deve abrir e esperar alguns minutos até o cheiro normalizar. Muitos clientes pensam que a carne não está em condições de ser consumida, mas nestes casos, é uma situação normal e inerente ao processo de embalamento”, explica a responsável.

Quando compra qualquer tipo de produto alimentar, a data de validade tem de ser considerada. A carne não é excepção. Como saber se a carne é fresca? “A mesma deve ser armazenada em locais com temperatura nunca superior a 7ºC. Por outro lado, a carne embalada é tão segura como a carne que se encontra nos balcões de atendimento e os processos de embalamento garantem uma maior validade da mesma”, destaca Ondina Afonso.

Porque deve comer carne?

Segundo as recomendações da Roda dos Alimentos, que é o guia nacional para a promoção de uma alimentação saudável, o importante é variar entre as carnes que se consomem. “A carne faz parte do grupo ‘Carne, Pescado e Ovos’, sendo que se deve alternar o seu consumo com os restantes e consumir entre 1,5 a 4,5 porções diárias deste grupo (1 porção = 30g de carne crua ou 25g depois de cozinhada). Este número de porções recomendado depende das necessidades energéticas individuais. As crianças de 1 a 3 anos devem guiar-se pelos limites inferiores, os homens activos e os rapazes adolescentes, pelos limites superiores, e a restante população deve orientar-se pelos valores intermédios”, esclarece a Directora de Qualidade e Investigação.

Apesar de haver quem não coma carne e quem considere que não necessita do seu consumo, a responsável relembra que “a carne é um alimento extremamente rico em diversos nutrientes (inclusive em vitamina B12 que não conseguimos obter em alimentos de origem vegetal) e relativamente acessível”.

Equilíbrio parece ser então a palavra de ordem. Subsistem ainda alguns mitos na sociedade portuguesa, sobretudo por falta de informação. Maior acesso a conteúdos não significa necessariamente melhor conhecimento. “Faltam conteúdos credíveis sobre certas áreas ou assuntos, como por exemplo, a produção animal. Em toda a cadeia produtiva da carne, existem fases, às quais, os consumidores não têm acesso, principalmente no que respeita ao cumprimento de legislação e normas que todos têm de cumprir, desde a produção à comercialização”, sublinha a responsável.

A carne é associada a muitas doenças, o que pode levar a alguma resistência por parte de alguns consumidores. Por exemplo, assume-se que a carne é responsável pelo colesterol devido ao facto de conter gordura saturada. “No entanto, não é claro que seja prejudicial para a saúde. Vários estudos têm concluído que o consumo de gorduras saturadas e o colesterol não estão directamente associados com a doença cardíaca”, explica Ondina Afonso.

E ainda que a ingestão de carnes vermelhas seja, por vezes, contestada, não deixa de ser um alimento que contém “uma elevada quantidade de nutrientes fundamentais para o crescimento e desenvolvimento do ser humano. Como todos os tipos de carne, é uma excelente fonte de proteína de elevado valor biológico, pois contém todos os aminoácidos essenciais ao organismo. Além disso, a carne de bovino está repleta de muitos outros micronutrientes: é fonte de vitamina B3, ferro, fósforo e potássio e rica em vitaminas B6 e B12 e zinco”, diz-nos a responsável.

Outros mitos associam o consumo de carne à obesidade. Mas será que a carne, só por si, engorda? “É uma das melhores fontes de proteína, no que respeita à biodisponibilidade da mesma, pelo que são muitas as pessoas que consomem carne quando pretendem o aumento de massa muscular. O importante é não exagerar nas quantidades e escolher métodos de confecção saudáveis.” Mais uma vez, o equilíbrio é a resposta. “A famosa frase ‘comer de tudo com moderação’ aplica-se também aos diversos tipos de carne”, acrescenta Ondina Afonso.

Produção nacional de qualidade

Em Portugal, vende-se carne de qualidade. A produção de carne no nosso país “é maioritariamente extensiva ou semi-extensiva, o que significa que os animais passam a sua vida, ou parte dela, ao ar livre. Este tipo de produção é favorável à qualidade do produto final e sem grandes impactos no meio ambiente. Toda a carne comercializada nesta empresa é alvo de um rigoroso controlo de qualidade desde a origem do produto até à sua comercialização. O facto de trabalharmos directamente e com um vasto número de produtores nacionais permite-nos acompanhar de perto a criação e produção dos animais. Esta cadeia de distribuição é a única que comercializa carne de 12 raças de animais autóctones (raças de origem nacional), sendo por isso um grande promotor da produção nacional e manutenção das espécies”, esclarece a Directora de Qualidade e de Investigação.

Para quem tem preocupações relacionadas com o modo de produção, nas diversas lojas desta superfície comercial, pode encontrar opções diversificadas: carne nacional, carne com certificação biológica, carne com Denominação de Origem Protegida (Carnealentejana, Mertolenga, Barrosã e outras) e carne com Indicação Geográfica Protegida (Carne dos Açores).

“É importante que os consumidores variem no tipo de carne consumida, isto é, que escolham entre o frango, peru, porco, borrego, coelho e vaca. No entanto, se preferir, existem outras fontes de proteína, como o peixe, incluindo o bacalhau”, sugere Ondina Afonso.

Fonte: Público.pt

  • Last modified on Wednesday, 18 October 2017 09:30