A pesca da sardinha vai começar um mês mais tarde em 2018 e de forma mais controlada, estando definitivamente afastado um cenário de paragem total, disse, esta segunda-feira, em Bruxelas, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.
"Afastámos definitivamente o cenário de acabar com a pesca" da sardinha, disse Ana Paula Vitorino, sublinhando que houve um acordo para que seja feita de modo controlado e sustentado.
A ministra, que falou aos jornalistas após uma reunião trilateral com a sua homóloga espanhola, o comissário europeu para o setor e o diretor-geral das Pescas da Comissão Europeia, sublinhou que ficou acordado entre as duas capitais -- e com o aval de Bruxelas -- que a campanha da sardinha começará um mês mais tarde", no início de maio.
Por outro lado, segundo o plano traçado por Portugal e Espanha, haverá mais controlo, sendo estabelecidas "áreas de não pesca se forem avistados juvenis".
"Queremos que haja pesca em 2018 e nos anos seguintes", sublinhou a governante, esclarecendo que a Comissão Europeia se mostrou recetiva ao plano comum de Portugal e Espanha.
"Vamos continuar a trabalhar para uma pesca sustentável", disse, exemplificando com uma proposta de Lisboa de envolver o setor das pescas na gestão das unidades populacionais ('stocks'): "Começa a haver pescadores nos cruzeiros científicos de observação dos cardumes".
Para a ministra, este é "um bom princípio de fiscalização mútua".
O plano luso-espanhol está a ser analisado por Bruxelas e o Governo espera resposta da Comissão Europeia aos pedidos de esclarecimento entretanto satisfeitos.
De acordo com o parecer científico do ICES, divulgado no dia 20 de outubro, o 'stock' de sardinha tem vindo a decrescer de 106 mil toneladas em 2006 para 22 mil em 2016, por isso, recomenda que, em 2018, seja suspensa a captura deste peixe.
Contudo, aponta para vários cenários de capturas, estabelecendo como limite 24.650 toneladas.
Já em 2016, o organismo científico recomendava que Portugal devia parar por completo a pesca da sardinha durante um período mínimo de 15 anos, para que o 'stock' de sardinha regresse a níveis aceitáveis.
Fonte: Jornal de Notícias