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Fraudes em alimentos ameaçam a segurança alimentar no Brasil

  • Thursday, 14 December 2017 10:55

As fraudes em produtos de origem animal são uma ameaça à segurança alimentar. Produtos fraudulentospodem potencializar as doenças transmitidas por alimentos (DTA), pois, ao suprimir, trocar, alterar ingredientes também tentam mascarar contaminações por microrganismos, portanto, os médicos veterinários alertam para que o consumidor fique atento no dia a dia e nas festas de fim de ano com os alimentos de origem animal (carne, ovos, queijos, leite, etc).

De acordo com o Conselho Regional de Medicina Veterinária brasileiro (CRMV-GO), cerca de 60% dos patogéneos e 75% das doenças emergentes humanas são de origem animal, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Só em 2016, 500 surtos causados por DTA's foram registados pelo Ministério da Saúde brasileiro em 2016, o que resultou em 9.907 pessoas doentes. Em 2017, só no Brasil, já foram contabilizados 133 surtos e 2.014 doentes até agora. “As DTAs causam não só problemas de saúde, mas também prejuízos económicos com o afastamento de trabalhadores e estudantes de suas funções por um período que pode variar de dois dias a uma semana, em média”, alertou o órgão regulador.

Os médicos veterinários alertam para o papel da indústria alimentar, que é focar na qualidade dos processos e produtos com implantação e monitorização de programas visando assegurar a qualidade higiénico-sanitária de seus produtos. “O Estado, através de seus órgãos de regulação e fiscalização, deve avaliar a implantação e a execução dos programas de autocontrole para que os alimentos cheguem inócuos à saúde pública, ou seja, à mesa do consumidor”, orienta.

“Infelizmente, devido ao baixo efetivo de efetivos nos órgãos de regulação, algumas indústrias e pessoas alteram alimentos para auferir mais lucros com as vendas. Entre os produtos mais fraudulentos estão: leite, pescado, carnes (bovinas, suínas e aves) e também o mel.”, revela o segmento.

Aves e embutidos são os alimentos mais adulterados

De acordo com o CRMV-GO, nas carnes, as aves e embutidos (linguiças, mortadelas, presuntos, salsichas) são os que mais sofrem fraudes. “Neste caso ocorre principalmente a injeção de água/salmoura acima do limite permitido, adição de conservantes em excesso, adição de gelo em embalagens e introdução de carne mecanicamente separada (CMS) em produtos não permitidos, como as linguiças frescas”, diz o órgão.

Peru de Natal

O CRMV explica que a fraude em peru ocorre da mesma forma que as ocorrências em frangos. “A fraude neste caso é de fundo económico, quando a quantidade de água absorvida pela carcaça é maior do que a permitida pela legislação”, revela.

Segundo a lei brasileira, a quantidade de água máxima que uma carcaça de ave pode conter após seu processamento no abate é 6 %. Ou seja, em um peru de 4 kg, deve haver no máximo 240 g de água que foi absorvida durante o pré-resfriamento.

Fonte: Suinoculturaindustrial.com.br

  • Last modified on Thursday, 14 December 2017 10:57