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A iluminação aplicada às câmaras frigoríficas para latícinios reduzem nutrientes essenciais do leite, como vitamina A, B2 (riboflavina) e D, de acordo com uma investigação do Reino Unido.

O relatório Leite: exposição à luz e depleção de nutrientes essenciais, expõe que apenas duas horas de exposição a luz LED são suficientes para reduzir o conteúdo de vitamina A no leite. Após 16 horas, a quantidade desta vitamina reduz para metade.

A doutora Catherine Birch, co-autora deste estudo e investigadora na Universidade de Newcastle, refere "Muitas pessoas não se apercebem que a exposição do leite à luz de interiores pode ter um efeito negativo. As consequências deste efeito podem ser influenciadas pela intensidade e pelo tempo de exposição, sendo que quanto maior for esse período, maior é a deterioração do leite".

Em conjunto com um professor da mesma universidade, Graham Bonwick, Birch também descobriu que 20 minutos de exposição à luz reduzem os níveis de rivoflavina no leite em 28%.

Um dos estudos mencionados na investigação de Catherine é Efficacy of light-protective additive packaging in protecting milk freshness in a retail dairy case with LED lighting at different light intensities. Neste estudo, concluí-se que sistemas de luz LED de baixa intensidade causam a degradação dos nutrientes do leite em 4 horas enquanto que uma luz de maior intensidade em combinação com um maior tempo de exposição, rapidamente incrementou o processo de oxidação.

A redução da qualidade nutritiva do leite não se resume à exposição de luz LED, fontes de luz natural e artificial como a fluorescência são também responsáveis pelo mesmo fenómeno.

A utilização de luzes brilhantes no retalho serve o propósito de tornar a venda do leite mais apelativa, contudo repensar a embalagem torna-se essencial perante este cenário. Sugere-se portanto que as embalagens sujeitas a este tipo de exposição apresentem eficácia comprovada de proteção contra a luz, minimizando a perda de nutrientes.

Fonte: Nutra Ingredients

Uma mulher faleceu e outra perdeu o seu bebé devido a listeriose após consumo de queijo de leite cru. O queijo foi produzido pela empresa Fromagere de la Brie, cuja produção foi interrompida em Abril e cujos produtos foram também retirados de mercado.

A identificação destes dois casos de listeriose ocorridos em março deste ano permitiram identificar claramente a fonte de contaminação.

Desde a decisão de suspensão de operações, a referida empresa desestabilizou mais de 50 cargos por duração indeterminada.

O produto contaminado foi distribuído para a Austrália, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Hong Kong, Irlanda, Itália, Japão, Nova Jérsia, Luxemburgo, Macau, Maurícia, Myanmar, Holanda, Noruega, Oman, Filipinas, Polónia, Roménia, Senegal, Singapura, África do Sul, Espanha, Suécia, Suíça, Tailândia, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido.

Fonte: Food Safety News

Para desenhar a Estratégia Nacional e Plano de Ação de Combate ao Desperdício Alimentar, o Governo criou em 2016, a Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar (CNCDA). Esta irá medir o índice de desperdício em Portugal a partir do próximo ano.

O desperdício alimentar é estrondosamente maior ao nível do consumo doméstico quando comparado ao retalho, restauração ou indústria. Pelo menos 40% do desperdício, e em alguns casos mais, é gerado em nossas casas.

Mediante estas estatísticas, o chefe de divisão de Organização da Produção Agroalimentar do Ministério da Agricultura, Nuno Manana, refere que a solução é clara e passa pela alteração de comportamentos.

Neste sentido, o Governo irá lançar, até ao fim do ano, um serviço eletrónico para reduzir o desperdício alimentar. A plataforma promete facilitar o contato entre as instituições e os produtores, de acordo com a localização e o tipo de alimentos.

Além desta iniciativa, outro marco irá acontecer no próximo ano relativamente à medição do desperdício alimentar em Portugal através de um sistema europeu. O objetivo é medir a evolução anualmente, até 2030, e tentar reduzir o desperdício para metade, segundo as metas da Nações Unidas. Na prática, em finais de 2020, Portugal terá os primeiros registos oficiais sobre o desperdício alimentar no país.

O Ministério da Agricultura admite ainda que é preciso reforçar as campanhas de sensibilização previstas na Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar, para reeducar e corrigir comportamentos, à semelhança do que tem sido feito com a reciclagem.

Fonte: TSF

Este ano, Brassica oleracea ou couve kale foi a terceira classificada pelo Environmental Working Group (EWG) na lista de frutas e vegetais com maiores quantidades de resíduos de pesticidas. Em primeiro lugar está o morango, seguido do espinafre e depois a couve kale.

Este resultado é consequência da amostragem anual efetuada pelo Departamento de Agricultura dos Estados-Unidos (USDA) e da Food and Drug Administration(FDA) ao nível dos resíduos de pesticidas em frutas, vegetais e legumes.

A couve kale de produção convencional, nomeadamente as suas amostras revelaram que mais de 92% destas exibiam pelo menos dois tipos de resíduos de pesticidas. Outras incluíam tantos quanto dezoito tipos diferentes de pesticida.

Todos os anos as frutas e vegetais testados variam assim como os pesticidas em análise, sendo que a última vez que a couve kale tinha sido testada foi em 2009 onde protagonizou o oitavo lugar da lista.

Nesta análise, a couve kale continha resíduos de imidacloprida, um substituto de nicotina que é tóxico para insetos. Contudo, em 2019 este pesticida não foi contemplado.

Uma das razões que justifica o maior nível de contaminação têm que ver com o crescimento rasteiro da planta, muito próximo do chão e facilitando a exposição a insetos. Além disso, as delicadas folhas da couve kale tornam-na uma excelente candidata à pulverização de modo a evitar infestações.

Apesar destes resultados e das preocupações em torno dos pesticidas, as pessoas não devem ser dissuadidas de consumir fruta fresca e vegetais. Uma boa opção passa por selecionar frutas e vegetais menos contaminados como o abacate, milho doce, ananás, ervilhas, cebolas, papaias, beringelas, espargos, kiwis, repolhos, couve-flor, brócolos, cogumelos, entre outros.

Fonte: Time

A sidra é uma bebida obtida a partir da fermentação do sumo de maçã, com um conteúdo alcoólico entre 4,5% e 7%.

Esta pode ser obtida por utilização de frutos frescos, espremidos no momento, mas também através de concentrado de sumo de maçã ou da combinação de ambos.

No caso do uso exclusivo de concentrado, ocorre uma carência de aminoácidos e minerais essenciais ao metabolismo das leveduras pelo que a fermentação é pouco eficiente, dando origem a sidras de baixa qualidade.

Contudo, a utilização de concentrado de sumo de fruta em microcervejaria torna-se ideal, facilitando a sua produção em países onde a maçã é escassa. Além disso, o concentrado é mais resistente à degradação microbiológica e química, como resultado da redução da atividade de água.

Em celebração desta bebida e com o objetivo de distinguir as melhores sidras a nível mundial, criou-se o prémio The World Cider Awards, o qual Portugal já ganhou em 2018.

Um recente estudo de mercado quantifica, na vaga global de 2018, em um milhão e 593 mil o número de indíviduos que referem ter consumido sidra nos últimos 12 meses. Este valor representa 19,3% dos residentes em Portugal Continental, com mais de 18 anos.

O consumo desta bebida tem crescido sistematicamente e parece ser segmentado por idade: mais de metade do seus consumidores tem menos de 35 anos, representando uma percentagem de 80,9%. A taxa baixa para um mínimo de 6,3% junto dos indivíduos com mais de 64 anos.

Fonte: Grande Consumo

A proposta de iniciativa de cidadania intitulada "Salvemos as abelhas! Proteção da biodiversidade e melhoria dos habitats dos insetos na Europa" sustenta-se na fundamentalidade da presença de insetos nos ecossistemas para garantir a segurança alimentar.

Nesse sentido, a Comissão deverá adotar legislação para manter e melhorar os habitats dos insetos, indicadores de preservação do ambiente. As principais linhas de atuação são a redução drástica da utilização de pesticidas, a proibição daqueles que se provem nocivos e a reestruturação dos critérios de elegibilidade

Além do referido, pretende-se ainda promover uma maior diversidade estrutural das paisagens agrícolas que permita eficazmente reduzir os fertilizantes. Toda a iniciativa parte do pressuposto da intensificação de investigação na área, bem como na melhoria do acompanhamento e educação para a temática.

Consulte a Decisão (UE) 2019/847 da Comissão, hoje publicada e que entra em vigor a 27 de maio de 2019, para um melhor entendimento sobre os objetivos da iniciativa.

Fonte: EuroLex

A utilização de aditivos alimentares remonta milhares de anos, sendo que os primeiros processos de conservação alimentar resumem-se a salmoura, vinagre e fumagem.

Posteriormente, presenciou-se um aumento considerável do número de substâncias naturais e artificiais, com as mais variadas funções adicionadas aos alimentos pela indústria alimentar moderna.

Apesar do seu uso estar perfeitamente disseminado, mediante autorização da União Europeia, pouco se sabe a nível científico sobre as reações adversas e, particularmente, hipersensibilidade imunológica. Ainda assim, sabe-se que a prevalência de reação a aditivos alimentares é reduzida e, por isso, muitas vezes não diagnosticada.

Os aditivos podem ser classificados de acordo com a sua função, cor ou com base na sua origem natural ou sintética. No último caso, sabe-se que a maioria dos corantes utilizados são sintéticos.

No caso de corantes alimentares como o carmim (E120), colorau (E160b) e açafrão (E164) existem declarados raros casos de anafilaxia. Os corantes podem também causar asmaalterações na mucosa gástricamanifestações na pele(urticária, dermatite), entre outros.

Os efeitos não se limitam a reações imunológicas e, em muitos casos, exigem requisitos adicionais de rotulagem.

É o caso dos corantes azóicos como a Tartarazina (E 102), Amarelo-Sol FCF (E110), Azorrubina (E122), Ponceau 4R (E124) e Vermelho-Altura AC (E129) em que se exige a indicação adicional Nome ou número E do(s) corante(s): pode causar efeitos negativos na atividade e na atenção das crianças, estabelecido no Anexo V do Regulamento (CE) n.º 1333/2008.

Existem muitos estudos no caso particular das crianças e corantes, contudo é importante relembrar que a reação alérgica é rara e de manifestação clínica pouco grave na população em geral, estando a probabilidade apenas aumentada em indivíduos atópicos ou em situações de exposição excessiva.

Um dos principais problemas de diagnóstico da reação a corantes alimentares é a identificação dos agentes causadores, que apenas se pode perceber por um histórico comparativo de reação ao consumo de alimentos com ou sem aditivos.

O tratamento passa por evitar o corante causador visto não existirem procedimentos documentados de dessensibilização eficaz.

Fonte: Annals of Allergy, Asthma & Immunology

A respeito do consumo de alimentos ultraprocessados, Hall et al.(2019) efetuou uma investigação que envolveu 20 voluntários saudáveis, cuja totalidade das suas refeições foi preparada no Centro Clínico do Instituto Nacional de Saúde (NIH).

Estes foram expostos a uma dieta ultraprocessada durante 14 dias, trocando posteriormente para uma dieta não processada pela mesma quantia de tempo, não necessariamente por esta ordem.

Os resultados indicam que a dieta à base de alimentos ultraprocessados causou o aumento da ingestão calórica (mais ~500 kcal/dia) e do peso apesar de, em termos de calorias, açúcar, gordura, sódio, fibra e macronutrientes serem equivalentes aos alimentos não processados selecionados. Relativamente à tolerância à glucose, não foram encontradas diferenças significativas entre as dietas ultraprocessadas ou não processadas.

Fonte: Cell Metabolism

As marmitas readquiriram interesse com o surgimento de empresas de preparação e entrega de refeições, sobretudo saudáveis, que na ausência de tempo ou vontade para cozinhar representam uma opção viável.

Apesar deste tipo de serviço, a confeção da própria comida confere vantagens económicas e de saúde se bem planeada.

O primeiro passo envolve estabelecer o cardápio da semana, definindo a sequência de marmitas e o número de refeições necessárias. É importante também estabelecer um dia, como o domingo, para cozinhar o menu e efetuar a congelação, preferencialmente, separando os diferentes componentes da refeição.

Além disso, existem modos de confeção e ingredientes pouco indicados para a marmita. Por exemplo, alimentos fritos perdem a consistência quando reaquecidos. Deve-se ainda evitar a colocação de ovo e queijos para que não ocorram alterações de textura ou sabor. Caso opte por massas, cozinhe até ao ponto al dente pois o reaquecimento assegurará o resto da cozedura, principalmente se houver molho.

No que se refere ao recipiente, a melhor opção passa pelo armazenamento em vidro, sendo de fácil higienização, sem odor ou sabor de refeições anteriores. As saladas sem tempero podem ficar em marmitas de aço inox, pois não serão aquecidas.

Relativamente ao reaquecimento, este é feito usualmente num microondas. Este cozinha os alimentos utilizando ondas de energia similares às ondas de rádio, mas mais curtas, primariamente afetando a água e outras moléculas eletricamente assimétricas. Assim, as moléculas vibram e rapidamente geram energia térmica.

Mas será que as propriedades nutricionais da refeição se conservam nesse momento? Alguns nutrientes decompõe-se quando expostos ao calor, seja num microondas seja num forno. A vitamina C é um bom exemplo, mas considerando que o microondas aquece mais rapidamente que o forno, apesar de uma flutuação dos seus níveis, há uma maior preservação desta e outras vitaminas.

Por último, o reaquecimento no microondas não afeta o conteúdo mineral da refeição o que torna a cozedura por este tipo de ondas, um excelente aliado na manutenção da nutrição da sua marmita, em condições seguras de consumo.

Fonte: Exame

O bife tártaro, também chamado de steak tartare, é um prato de carne de vaca crua e finamente picada, misturada com vários condimentos e servida com uma gema de ovo crua.

O risco de infeção por Toxoplasma gondii pode ser minimizado através do congelamento do bife tártaro por um mínimo de 48 horas a uma temperatura de -12ºC.

A diminuição da incidência de toxoplasmose permite uma melhor gestão em termos de custos de saúde e de perdas de produtividade, de acordo com investigadores holandeses do Instituto Nacional de Saúde Pública e Ambiente(RIVM).

O estudo publicado na revista PLOS ONE refere inclusivamente que os gastos da intervenção tais como o aumento do consumo de energia para refrigerar a carne são inferiores aos gastos necessários ao tratamento crónico da toxoplasmose.

Todos os anos, são confirmados aproximadamente 750 casos de toxoplasmose, sendo que 50% destes atribuem-se ao consumo de produtos cárneos.

O parasita Toxoplasma gondii pode causar toxoplasmose após consumo de carne crua, gerando consequências particularmente severas para indivíduos com cancro, doença de Crohn e mulheres grávidas.

No último caso, a toxoplasmose pode causar aborto, nascimento prematuro e/ou desordens congénitas cerebrais e de visão na criança.

Fonte: Food Safety News