Portuguese English French German Italian Spanish

  Acesso à base de dados   |   email: qualfood@idq.pt

Há muitos mitos sobre a alimentação que passam de geração em geração. Outros surgem quando se segue uma nova dieta e se ouviu coisas como “comer natas light não engorda”.

Um dos métodos para desmistificar alguns dos mitos é ler rótulos. Outro é tentar perceber as explicações científicas quanto a mitos que vêm de gerações antigas.

Os remédios caseiros feitos com mel pelos avós prometiam curar a constipação. Mas será que curavam mesmo ou apenas adoçavam a boca? Respondemos a este mito.

Os produtos light ou magros não engordam

A chave está nos rótulos. Alguns dos produtos que dizem “light” ou “magro” podem ter menos gordura, mas os fabricantes acabam por acrescentar outros ingredientes que fazem com que o valor calórico seja superior ao produtos originais.

Tira-se de um lado e põe-se do outro. É preciso estar atento à lista de ingredientes para identificar se não há gorduras ou açúcares “escondidos”.

Pão integral engorda menos do que o pão branco

Ambos engordam se não forem consumidos com conta, peso e medida. Quanto às calorias, não há diferenças significativas. O que difere é a composição nutricional.

Enquanto o pão integral tem farinhas menos refinadas – logo mais nutrientes como proteína vegetal, vitaminas e sais minerais, mais fibras e um índice glicémico mais baixo, já o pão branco é de mais fácil digestão, mas tem menos fibras e é mais pobre a nível nutricional.

Como escolher uma boa opção: ver o primeiro ingrediente do rótulo (aquele que está em maior quantidade no ingrediente); escolher o pão cujo primeiro ingrediente é farinha integral ou de centeio e não os de farinha de trigo; verificar se os restantes ingredientes não têm açúcares e gorduras “camufladas” por outros nomes.

Beber água morna com limão ao acordar emagrece

Há uns tempos os limões fugiam dos supermercados, porque se dizia que beber água morna com limão em jejum emagrecia. Contudo, não há estudo que o comprove.

É verdade que esta mistura desintoxicante aumenta o bem-estar, facilita a digestão e ajuda regula o transito intestinal… mas quanto ao emagrecimento: é mito.

Mel cura a tosse

De geração em geração este mito foi-se transmitindo. “Come uma colher de mel, faz bem à tosse”, dizem os avós e os pais.

O mel pode aliviar uma inflamação grave devido às propriedades hidratantes, mas não cura constipações ou gripes.

A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, citada pelo Observador, revela que o mel não aumenta as defesas do sistema imunitário, não é antioxidante, não reforça o sistema respiratório e não previne o cancro.

Beber água às refeições engorda

Beber ou não água às refeições sempre foi alvo de discussão. A verdade é que beber água durante as refeições aumenta a saciedade, melhora o processo digestivo e evita a prisão de ventre.

Dado que a água não tem valor calórico, não promove o aumento de peso. Aquilo que pode acontecer é uma dilatação do estômago se for ingerida em excesso durante a refeição.

Os ovos aumentam o colesterol

O colesterol sanguíneo não depende apenas do colesterol que ingerimos. O ovo, especialmente a gema, tornou-se ao longo do tempo um vilão no que diz respeito aos níveis de colesterol.

A verdade é que um ovo tem cerca de 224 miligramas de colesterol, de acordo com um artigo do Hospital Lusíadas. Isto significa que tem uma quantidade considerável de colesterol, mas comer um ovo por dia não é prejudicial porque nem todo o colesterol é absorvido pelo nosso organismo.

O leite é a principal fonte de cálcio

Numa altura em que surgem inúmeras alternativas de bebidas de origem vegetal, a principal questão que surge é: onde ir buscar o cálcio?

Apesar de o leite ser uma boa fonte de cálcio, vitamina D e proteínas, existem muitos vegetais de folha verde escura – como o agrião e o espinafre – que têm mais cálcio do que o leite.

A chia também é uma fonte de cálcio. O leite contém 120 miligramas de cálcio por 100 gramas. Já a chia consegue superar: tem 631 miligramas de cálcio por cada 100 gramas.

Fonte: Espalha Factos

Portugueses e as novas formas de pagamento

  • Tuesday, 06 November 2018 11:25

A percentagem de portugueses que dizem conhecer e utilizar novos meios de pagamento está a aumentar. De acordo com o mais recente estudo ‘Observador Cetelem Literacia Financeira’, 34% utilizam o Paypal, 31% utilizam o MBNet, 28% utilizam o MB Way e 26% utilizam Cartão Contactless.

“As inovações tecnológicas chegaram às formas de pagamento, seja nos hiper/supermercados ou simplesmente na realização de transferências bancárias, temos hoje ao nosso dispor uma variedade de formas para o pagamento de despesas. E os portugueses parecem estar a aderir a estas inovações”, indica o Observador Cetelem.

No que diz respeito às grandes superfícies comerciais, o estudo mostra que as caixas de self-service continuam a ser uma das preferências, apesar de a percentagem de portugueses que admitem usar ter caído para os 53%.

Os inquiridos que se mostram mais à vontade com as novas formas de pagamento são os portugueses entre os 25 e os 34 anos de idade, enquanto que geograficamente é no Grande Porto que as caixas self-service têm maior adesão.

“Os portugueses demonstram curiosidade em relação às novas formas de pagamento e cada vez mais valorizam as facilidades associadas a estas inovações, especialmente no quotidiano. Temos vindo a observar uma tendência para a descoberta e utilização destes novos serviços, especialmente nas novas gerações”, afirma José Pedro Pinto, Chief Marketing & Sales Officer do Cetelem.

Fonte: ANILACT

A corrida contra as lesões começa à mesa

  • Tuesday, 06 November 2018 11:16

As lesões são cada vez mais frequentes no atleta recreacional, mas terá a nutrição uma palavra a dizer neste campo?

Na atualidade a corrida atrai cada vez mais pessoas de diversas faixas etárias e, embora em termos de saúde pública represente um enorme contributo para a melhoria da população, é importante serem tomadas precauções para que os prejuízos não sejam maiores do que os benefícios.

Ter um peso saudável

Quanto maior for a massa a transportar pelo corpo, maior o peso que cada articulação tem que suportar e, naturalmente, maior o risco de lesão. Atingir um peso corporal saudável reduz a sobrecarga das estruturas músculo-esqueléticas e o risco de roturas musculares, tendinosas ou fraturas de stresse. Esta deverá ser a primeira prioridade para reduzir drasticamente o risco de lesão, ou seja, ter um Índice de Massa Corporal entre 18,5 e 24,9 é o indicado para a população geral.

Manter um balanço energético adequado

A energia é fundamental para grande parte dos processos do nosso corpo. Embora quando existe a necessidade de reduzir o peso seja importante existir um balanço energético negativo, o mesmo, sendo cronicamente negativo ou muito negativo, terá um impacto na regulação hormonal e na imunidade, logo, acrescerá o risco de lesão. Geralmente, acompanhando o défice de energia a entrar no corpo estão, também, deficiências na ingestão de vitaminas e minerais com uma importância preponderante no organismo.

A disponibilidade energética (DE) é a energia disponível após subtraído o custo do exercício físico, ou seja, a energia para os processos corporais. Uma DE abaixo das 30 kcal por kg de massa magra coloca os indivíduos sob risco de desenvolver problemas nutricionais, como a disrupção da função reprodutiva, redução da densidade mineral óssea e desregulação de hormonas com papel chave no metabolismo energético (insulina, Triiodotironina, IGF-1, por exemplo). Em ginastas, patinadoras, bailarinas ou atletas de natação artística, a baixa DE é um fenómeno relativamente comum pela auto-imposição de uma grande restrição alimentar. A título de curiosidade, este conceito da DE surgiu, precisamente, a partir dos estudos com a tríade da atleta feminina (quadro clínico caracterizado pela ocorrência de osteoporose, amenorreia e anorexia em mulheres).

A Hidratação é fundamental

Iniciar o treino bem hidratado e manter uma ingestão regular durante a prática desportiva é essencial para retardar a fadiga, diminuir a perceção de esforço e prevenir lesões, particularmente, em ambientes quentes. Note-se que "estar bem hidratado" significa não ter água em défice, mas também não ter em excesso.

Restringir a ingestão de líquidos durante o exercício poderá levar ao comprometimento do sistema imunitário, aumentando o risco de doença, e comprometer o metabolismo celular - ambos fatores predisponentes de lesão. Evitar uma perda de peso superior a 2% do peso corporal e ir bebendo pequenas quantidades em intervalos regulares são dois objetivos a ter em conta. Da mesma forma, evitar o aumento de peso à custa da hidratação, teoricamente a sobrecarga sobre as estruturas músculo-esqueléticas de forma repetida, poderá tornar-se num fator predisponente da ocorrência de lesões.

Fonte: Jornal de Notícias

Um total de 44.196 inspecções, que resultaram na aplicação de coimas no valor de 8,6 milhões. Eis, em síntese, a performance da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) no ano passado, segundo dados que a entidade enviou à agência Lusa.

Em entrevista, Pedro Portugal Gaspar, inspector-geral da ASAE, adiantou que em 2018 a organização realizou - até ao dia 15 de Outubro - 33.292 acções inspectivas e cobrou mais de sete milhões de euros em coimas, um valor apurado no final de Setembro.

Num balanço dos 13 anos de actividade da organização, que se assinalam hoje, o responsável defendeu que "importa diversificar [as acções] pelas diversas áreas temáticas e cobrir vários sectores considerados prioritários", adiantando que 65% das actividades inspectivas "têm que ser nas áreas definidas como prioritárias, ou seja contrafacção, jogo ilícito, segurança alimentar"-

O inspector-geral destacou ainda que "a existência da ASAE é um marco em termos de actividade económica e de segurança alimentar na sociedade portuguesa".

Pedro Portugal Gaspar deu conta de uma mudança de mentalidades que já se nota no balanço dos 13 anos de actividade: "Eu diria que nos primeiros cinco, seis anos [de existência da ASAE], a taxa média de incumprimento situava-se acima dos 25%. Nestes últimos sete anos situa-se abaixo desses 25%, até uma tendência nos últimos quatro anos abaixo dos 20%, de 18%".

Para o responsável, estes dados mostram que também as campanhas de sensibilização dos operadores económicos estão a dar frutos.

"Nestes últimos quatro a cinco anos houve um esforço grande, e que penso terá um contributo, com sessões públicas de divulgação sobre as novas exigências do quadro legal, portanto uma lógica preventiva e informativa, com FAQ (Perguntas Frequentes) colocadas no site e as fichas de fiscalização. Isto implica que é dado a conhecer a principais obrigações que no fundo servem de guião para a parte inspetiva", adiantou Pedro Portugal Gaspar.

A ASAE está também a apostar em prestar informação aos operadores estrangeiros, com informação em mandarim e acções com a comunidade indiana. "Claro que o desconhecimento da lei não aproveita a ninguém, mas queremos dar a conhecer e não ficar só numa posição passiva", avançou o inspector-geral.

Fonte: Jornal de Negócios

Investigadores do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA), da Universidade do Algarve, encontraram microplásticos em mexilhões na costa do Algarve. A presença de microplásticos, que não era expectável, foi detetada este Verão, com principal incidência na zona de Sagres.

Maria João Bebianno, diretora do CIMA, revelou ao Sul Informação que «foi com alguma surpresa que detetámos alguns microplásticos em mexilhões, ostras e salmonetes», numa investigação financiada pelo projeto JPI, da União Europeia.

A responsável pelo centro diz que, «à partida, achava que não íamos detetar nada, mas encontrámos, na costa portuguesa, vários mexilhões com microplásticos, com principal incidência na zona de Sagres, mas também em Portimão».

O caso da presença de microplásticos em bivalves é mais preocupante do quem em peixes, porque «no caso dos peixes, a maior parte dos microplásticos está a ser detetada nas vísceras, que não fazem parte da alimentação. Mas, no caso dos bivalves, comemos tudo».

Segundo a investigadora, importa agora perceber a quantidade de plásticos que estamos a acumular. «Já foi apresentado um primeiro estudo sobre a identificação de microplásticos nas fezes de humanos e essa é uma via para podermos averiguar. No entanto, não sabemos ainda quais os efeitos que isso pode ter».

Se as consequências práticas da ingestão de microplásticos em humanos ainda não é totalmente conhecida, no caso dos bivalves sabe-se que «a sua acumulação faz com que estes considerem que estão saciados, por isso deixam de se alimentar e não se desenvolvem».

Maria João Bebianno explicou que os dados já conhecidos sobre a presença de microplásticos no Algarve são «uma primeira abordagem, muito preliminar. Importa recolher amostragens mais regulares, para vermos se a situação se mantem. O que é facto é que foram detetados microplásticos».

A diretora do CIMA revelou ainda ao Sul Informação que «estamos já a fazer outro trabalho, para ver o que acontece nas amêijoas, mas estamos numa fase muito preliminar e ainda não temos resultados. O que pretendemos saber é se existe alguma replicação daquilo que encontrámos nos mexilhões».

Fonte: Sul Informação

Vitamina D

  • Monday, 05 November 2018 11:33

A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel essencial à regulação do metabolismo ósseo e ao bom funcionamento do sistema imunitário, sendo maioritariamente sintetizada através da exposição solar.

Nos meses de inverno, importa reforçar o seu aporte alimentar, pelo que a Associação Portuguesa de Nutrição dá a conhecer o valor da Ingestão Adequada (IA) de vitamina D e as suas principais fontes alimentares.

Consulte a infografia aqui.

Fonte: Associação Portuguesa de Nutrição

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) vai avançar com um projeto-piloto inicialmente na restauração, para premiar as melhores práticas com a atribuição de um selo, avançou à Lusa o inspetor-geral.

“Quando é realizado um ato inspetivo, o operador ou tem uma infração e corre o risco de ter um processo de contraordenação”, referiu Pedro Portugal Gaspar, ou não tem nenhuma prova “de que foi visitado pela ASAE e está tudo bem”.

Para o líder da organização, “a tradição inspetiva é penalizar pela negativa […] e a ideia do selo é dar um incentivo pela positiva”, salientou. Assim, os estabelecimentos em que a ficha de fiscalização, que orienta os inspetores, for cumprida na totalidade terão direito a esta distinção.

Este tipo de medida “já existe no norte da Europa”, disse Pedro Portugal Gaspar e foi divulgado em primeiro lugar no Orçamento do Estado para 2019.

Neste momento, a ASAE conta com 235 funcionários que atuam nas inspeções, com o líder da entidade a não rejeitar um aumento do número de trabalhadores.

Fonte: Economia Online

Não é só nos ginásios que se mostra a febre proteica. Basta uma ida ao supermercado para se reparar no advento de marcas de iogurtes com proteína, e de leite ou de queijo para barrar fortificado com este nutriente. E ainda em barrinhas, bolachas ou cereais com essa alegação no rótulo. Quando se pára no corredor dos suplementos, abre-se então um mundo sem fim, que vai da proteína pura e dura, em pó, à clara de ovo líquida e às limonadas. “Totalmente sem açúcar e sem gordura e perfeita para uma dieta equilibrada, (...) é a forma mais refrescante de ingerir proteína”, lê-se na descrição da bebida.

Esta mania começou a crescer simultaneamente com uma mudança nas instruções internacionais para a quantidade de ingestão proteica. Até há poucos anos, os especialistas defendiam que deveríamos consumir, por dia, 0,8 gramas por cada quilo de peso (para um adulto mediano daria algo como 52 gramas por dia), seguindo as indicações norte-americanas, destinadas a uma população que comia muita carne. Hoje, fala-se em 1,2 gramas. Nos casos mais especiais, esse valor pode atingir os 2,4 gramas por quilo (156 gramas pelas mesmas contas). Não admira, pois, que no Reino Unido se tenha registado, de 2010 a 2015, um aumento de 500% no consumo de produtos anunciados como tendo elevado teor de proteína. Estes ganharam um estatuto idêntico ao da comida baixa em gordura nos anos 1980 ou ao ómega 3 no início do milénio.

No último Inquérito Alimentar Nacional 2015-2016, a investigadora na área da nutrição Carla Lopes registou um consumo de 86 gramas de média diária, com números mais elevados entre os homens e os adolescentes. Ou seja, perfeitamente dentro das diretivas mais recentes.

NÃO HÁ FISCALIZAÇÃO

Para quê, então, esta correria aos corredores dos suplementos que carecem de fiscalização? Ou aos iogurtes fortificados, quando eles, já por si, são ricos em proteína? Porque se trata de mais uma tendência nutricional ditada também pela indústria, que faz despertar algumas dúvidas entre os consumidores. Isabel do Carmo, endocrinologista, elimina-as numa frase: “Não interessa nada ganhar mais músculos à custa da ingestão proteica.” Além disso, como os suplementos alimentares não são fiscalizados pelo Infarmed, como os medicamentos – bastando declarar ao Ministério da Agricultura que estão no mercado –, na realidade ninguém sabe o que levam na sua composição. Só no caso de uma denúncia, a autoridade do medicamento pode intervir e tem meios para o fazer. No entanto, não temos tradição desse tipo de ação e, por isso, não há história de algum processo levantado nesse sentido em relação a suplementos proteicos.

Isabel do Carmo já seguiu três casos de adolescentes que se queixavam de falta de pêlos, desenvolvimento genital comprometido e ausência de barba. Tomavam esse tipo de batidos e a médica, admitindo a presença de androgénios na sua composição, mandou-os fazer análises às hormonas sexuais e detetou uma presença anormal de testosterona. Explica: “Quando são tomados por via oral, esses androgénios vão inibir a sua estimulação natural pela hipófise.”

ENVELHECER MAIS DEPRESSA

A ingestão destes suplementos também pode servir para emagrecer, quando se retiram os hidratos de carbono da equação, e a gordura e as proteínas passam a ser a fonte de energia privilegiada. Mas isto só pode acontecer durante a fase da dieta, depois há que retomar o normal equilíbrio dos nutrientes para manter o peso. Até porque um estudo da Universidade da Finlândia Oriental, que seguiu 2 400 homens de meia-idade durante 22 anos, chegou à conclusão de que um regime baseado em proteínas resulta em 49% de maior risco de o coração falhar. Um paper, proveniente de outro estudo, publicado no ISRN Nutrition, alerta para o facto de uma ingestão elevada de proteína poder ser inútil ou até prejudicial para indivíduos saudáveis, especialmente para os que se autoprescrevem com suplementos. O excesso de proteína, lê-se, “não é usado eficientemente pelo corpo e pode impor uma carga metabólica nos ossos, rins e fígado”.

Não vale a pena passar dos 25 gramas por refeição. É essa a convicção de Cláudia Minderico, nutricionista especialista em Educação Física. “Com proteína a mais, cria-se massa gorda e depois há que secá-la. Além disso, desgasta-se mais o fígado, que faz a transaminação dos aminoácidos, e os rins, que eliminam a ureia.”

É importante registar que não há evidência científica de que, mesmo ingerindo suplementos, um excesso de proteína vá causar doença nos rins, mas quem já a tiver não deve abusar porque pode agravar a lesão. O que acontece é que o organismo envelhece mais depressa. “Os atletas de lazer estão a agir como os de alta competição agiam antigamente, quando as suas carreiras eram muito curtas porque se desgastavam depressa. Hoje, já se sabe que para terem alto rendimento durante mais tempo, o importante é tomarem antioxidantes para combater o caráter naturalmente envelhecedor do exercício.”

DICAS DE PROFISSIONAL

Nada disto significa que a proteína não seja importante. Aliás, ela deve constituir 35% da nossa dieta alimentar, porque sacia, fortalece os ossos, fornece energia sem engordar e, de facto, é um elemento que ajuda à estruturação dos músculos. Nesta sua última função, ela deve ser ingerida na meia hora que se segue ao treino, pois é nessa janela anabólica que a proteína vai desencadear a produção de insulina. E só beneficia se for adicionada a algum hidrato de carbono, para se diminuir a produção de gordura. “Daí que muita gente que toma os suplementos o faça com uma peça de fruta, por exemplo”, nota Cláudia Minderico. São pequenos truques que só um profissional da área pode revelar, caso a caso.

Quando perguntam a Vítor Hugo Teixeira, professor da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto, acerca da necessidade de se complementar uma dieta com suplementos proteicos, responde sempre da mesma forma: “Não são essenciais, mas são úteis e convenientes.” Explica ainda que mais importante do que a quantidade ingerida (esta muito dificilmente estará abaixo do recomendado), é a sua distribuição ao longo do dia, sem estar concentrada apenas ao almoço e ao jantar. “Com os suplementos é fácil suprimir o desequilíbrio natural da ingestão”, refere o também nutricionista num clube de futebol.

No caso de quem pretende emagrecer, os suplementos podem ser um bom aliado para aumentar a carga proteica, perdendo-se peso sem ser à custa da massa muscular e sem aumentar as calorias, fugindo de gorduras ou hidratos de carbono associados. Mas quando se fala de massa muscular, Vítor Hugo Teixeira é perentório: “O exercício físico é o grande determinante. Durante as 24 horas que se seguem a um treino, eleva-se o estado basal e aumenta-se a síntese proteica. Se beber um suplemento, essa síntese só dura três a quatro horas.”

CUIDADOS COM AS CRIANÇAS

Como divergem pouco do leite em pó – a whey, por exemplo, é proteína do soro do leite desidratada –, não existe indicação para se restringir o consumo destas bebidas em idade pediátrica. A prudência dita, no entanto, que nunca se dê a pessoas com menos de 16/18 anos.

OS ALIMENTOS MAIS PROTEICOS

Toda a proteína de que precisamos está disponível na comida. É só saber onde procurá-la nas dez melhores opções

- 100 gramas de peito de frango ou peru: 25 gramas de proteína

- 100 gramas de peixe: 20 gramas de proteína

- 100 gramas de carne vermelha: 20 gramas de proteína

- 1 lata de atum: 19 gramas de proteína

- 100 gramas de camarão: 17 gramas de proteína

- 100 gramas de queijo fresco: 12 gramas de proteína

- 100 gramas de aveia: 11 gramas de proteína

- 100 gramas de lentilhas: 9 gramas de proteína

- 30 gramas de amêndoas: 6 gramas de proteína

- Um ovo grande: 6 gramas de proteína (maior concentração na clara)

Fonte: Visão

Nasce assim o salmão da Noruega que comemos

  • Friday, 02 November 2018 11:13

A Noruega tornou-se há vários anos na maior indústria de salmão do mundo, mas quer continuar a crescer. O caminho faz-se agora na aquacultura, com o apoio do desenvolvimento da ciência e das tecnologias.

Empreendedores, investidores e cientistas noruegueses procuram a fórmula e as alternativas para tornar as cidades Bergen e Stavanger no grande parque industrial do salmão. De acordo com a Reuters, entre 2013 e 2015, o investimento em pesquisa e desenvolvimento do setor da aquacultura aumentou 30% à medida que as empresas desenvolvem a tecnologia alimentar.

“Os insetos também são parte desta economia circular, onde em vez de mandar fora as coisas, podem ser reutilizadas e recicladas. Potencialmente, podem usar-se os resíduos alimentares domésticos para produzir insetos que serão usados para alimentar peixes: esse era o cenário perfeito”, afirmou Nina Liland, uma das pesquisadoras da Aquafly, empresa que atua na área da aquacultura.

Clique aqui para consultar a foto-reportagem.

Fonte: TVI24

Manifesto em dez pontos defende a necessidade de preservar esta forma de comer que é menos seguida no Sul do país e entre os mais desfavorecidos.

Apesar das campanhas de promoção da Dieta Mediterrânica, em Portugal menos de 10% da população pratica na sua totalidade este tipo de alimentação, que em 2010 foi reconhecida pela UNESCO como Património Imaterial da Humanidade. É sobretudo no Sul e entre as populações mais desfavorecidas que a Dieta Mediterrânica tem menor penetração, indicam dados da Unidade de Investigação EpiDoC da Nova Medical School.

Perante esta constatação, três personalidades ligadas de diferentes formas à Dieta Mediterrânica lançaram um manifesto em dez pontos para a preservação desta em Portugal, alertando para a necessidade de haver políticas pensadas para que mais gente tenha a possibilidade de comer de acordo com os princípios desta dieta.

O documento é assinado por Pedro Graça, nutricionista da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto e director do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direcção Geral de Saúde, Jorge Queiroz, sociólogo que foi membro da delegação de Portugal na inscrição da Dieta na UNESCO, e Graça Bertrand Cabral, antropóloga e técnica superior da Comissão Nacional da UNESCO.

Pedro Graça reconhece que, face ao trabalho de divulgação que tem sido feito nos últimos anos, “esperava-se que houvesse uma maior adesão”. Considera que isso se deve, por um lado, a um modelo de comunicação que chega sobretudo a pessoas que já estão à partida interessadas nessa informação e que, por outro lado, tem sido muito centrado nas vantagens nutricionais de certos produtos ligados à Dieta Mediterrânica, como o azeite.

É importante fazer passar outras ideias, diz. “Uma palavra central é a convivialidade” e esta implica tempo. Daí que o um dos pontos do manifesto diga que “a preservação da Dieta Mediterrânica é a preservação do tempo das famílias para produzir, comprar, cozinhar e estar juntos à mesa”. Este talvez seja, contudo, o ponto em que as políticas públicas menos podem intervir.

Mas há outros que se ligam, por exemplo, à agricultura e ao ambiente, e em que faz sentido pensar em políticas mais concretas: “Preservar a Dieta Mediterrânica é preservar a biodiversidade e a diversidade cultural”; é necessária “a preservação de quem produz localmente e o fortalecimento das economias regionais”; e a Dieta Mediterrânica é “um modo de preservação do planeta onde o sector do ambiente terá uma palavra central”, alerta o manifesto.

Uma das razões, segundo Pedro Graça, para que as populações do Sul estejam ainda mais distantes da Dieta Mediterrânica do que as do resto do país pode ser “a perda de laços com a produção agrícola de forma mais intensa do que a que aconteceu no Norte”. Daí, sublinha, a importância do envolvimento dos Ministérios da Agricultura e do Ambiente, devendo este "ter a Dieta Mediterrânica como tema central e um grande envolvimento na sua promoção”.

As políticas económicas são também chamadas a ter um papel no ponto em que se defende que a preservação da Dieta Mediterrânica “deve possibilitar que todos tenham acesso a ela, independentemente da sua capacidade económica”. “Temos milhares de famílias que recebem apoio alimentar”, lembra Pedro Graça, “esses cabazes podiam integrar produtos da Dieta Mediterrânica, podíamos começar a trabalhar nisso imediatamente.”

Políticas para a famílias

Da mesma forma, é importante que as políticas para a família e a igualdade de género se preocupem com esta questão porque “preservar a Dieta Mediterrânica é reconhecer o trabalho da mulher como guardiã da alimentação saudável da família, a herança e a transmissão de conhecimentos e segredos culinários do passado, mas também hoje a participação do homem na partilha das tarefas domésticas de alimentação e outras”, como defende o ponto 7 do manifesto.

A educação tem um papel fundamental, consideram os três signatários do documento, defendendo “o reconhecimento destes sabores e saberes na escola, onde o comer mediterrânico e o saber cozinhar mediterrânico devem fazer parte do dia-a-dia das escolas nacionais e dos seus objectivos de ensino”.

É, contudo, ao sector da saúde que cabe a definição clara do que faz e do que não faz parte da Dieta Mediterrânica e por isso é preciso o “envolvimento e capacitação” deste sector para o tema. Pedro Graça lembra que, neste âmbito, é fundamental fazer passar uma mensagem muito clara: a Dieta Mediterrânica implica um consumo moderado, e não excessivo, de alimentos, por muito saudáveis que estes possam ser.

“Frugalidade é uma palavra que desapareceu”, lamenta o responsável pelo programa nacional para a promoção da alimentação saudável. “Por outro lado, ainda há a ideia de que a Dieta Mediterrânica é muito rural, mas por todo o mundo mediterrânico ela foi sempre também uma dieta dos centros urbanos. Temos que dizer que hoje a Dieta Mediterrânica também pode ser cosmopolita e inclui pratos que podem ser uma espécie de fast-food.”

Na lógica de uma política interministerial, a cultura é outra área que tem que estar envolvida, na opinião dos signatários. “A preservação da Dieta Mediterrânica é a preservação da cultura popular e alimentar das sociedades do Sul, devendo este processo ter uma participação central do sector da cultura”, defende o 10.º ponto do manifesto. “É preciso”, conclui Pedro Graça, “chamar as pessoas ligadas à cultura e à gastronomia, que também faz parte da cultura, a trabalhar esta questão”.

Fonte: ANILACT