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França pioneira na luta contra o desperdício alimentar

  • Wednesday, 26 August 2020 09:50

A 11 de fevereiro de 2016, a França tornou-se o primeiro país no mundo a adotar uma legislação forte contra o desperdício alimentar. Quatro anos passados desde a promulgação da lei relativa à luta contra o desperdício alimentar, os resultados são positivos.

A regulamentação imposta mostrou ser eficaz, num primeiro momento junto de associações de cariz humanitário e desde o passado dia 30 de janeiro nos setores da restauração e da indústria agroalimentar. Em quatro anos, o número de refeições distribuídas por associações sociais aumentou significativamente.

Céline Davaine, coordenadora da associação Le Chainon Manquant, em Lyon, explica que o trabalho "consiste em recuperar alimentos junto de profissionais e tudo o que recuperamos é de imediato distribuído por associações que trabalham em prol de crianças desfavorecidas, centros sociais... Por um lado lutamos contra o desperdício, por outro contra a fome e precariedade".

Desta feita, a associação recuperou "há dois anos, 12 toneladas de alimentos, o ano passado 24 e este ano, até ao mês de agosto, 34 toneladas".

A lei contra o desperdício alimentar adotada pela Assembleia nacional a 9 de dezembro de 2016 pretende reforçar o compromisso dos poderes públicos em reduzir para metade o desperdício alimentar até 2025.

O reforço da luta contra o desperdício alimentar encontra-se na lei votada a 2 de Outubro de 2018, "para o equilíbrio das relações comerciais no setor agrícola e uma alimentação saudável e durável".

Esta lei obriga supermercados com mais de 400 m² a procurar parcerias com associações de luta contra a fome, e a doar produtos que não foram vendidos, em vez de os destruir.

Apesar dos números serem muito positivos, Céline Davaine alerta para as reticências de alguns profissionais, "há estruturas que nos dizem 'não temos tempo, os nossos empregados já têm demasiado trabalho, prefiro deitar fora do que fazer doar alimentos às associações', por vezes, o que motiva os profissionais são as reduções fiscais, porque a cada donativo a uma associação, a estrutura recupera 60% da soma dos produtos doados".

O setor da restauração, que representa mais de 3 milhões de refeições servidas por ano, foi identificada como um protagonista para a luta contra a precariedade alimentar, a fim de limitar as consequências ambientais e ecológicas do desperdício.

O exemplo francês foi nomeadamente adotado por países como Itália, Peru ou a Finlândia.

Fonte: TSF