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Relatório EFSA: Consumo de antimicrobianos e resistência em bactérias de humanos e animais

  • Thursday, 01 July 2021 10:54

O uso de antibióticos diminuiu e agora é menor em animais para alimentação humana do que em humanos, diz o último relatório publicado pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e pelo Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC).

Seguindo a abordagem “One Health”, o relatório das três agências da UE apresenta dados sobre o consumo de antibióticos e o desenvolvimento de resistência antimicrobiana (AMR) na Europa para 2016-2018.

A queda significativa no uso de antibióticos em animais produtores de alimentos sugere que as medidas tomadas em nível nacional para reduzir o uso estão a mostrar-se eficazes. O uso de uma classe de antibióticos chamada polimixinas, que inclui a colistina, caiu quase pela metade entre 2016 e 2018 em animais produtores de alimentos. Este é um desenvolvimento positivo, pois as polimixinas também são usadas em hospitais para tratar pacientes infetados com bactérias multirresistentes.

A situação na UE é diversa - a situação varia significativamente consoante o país e a classe de antibióticos. Por exemplo, aminopenicilinas, cefalosporinas de 3ª e 4ª geração e quinolonas (fluoroquinolonas e outras quinolonas) são mais usadas em humanos do que em animais para a alimentação humana, enquanto as polimixinas (colistina) e tetraciclinas são mais usadas em animais para a alimentação humana do que em humanos.

A ligação entre o uso de antibióticos e a resistência bacteriana

O relatório mostra que o uso de carbapenemicos, cefalosporinas de 3ª e 4ª geração e quinolonas em humanos está associado à resistência a esses antibióticos em infeções por Escherichia coli em humanos. Associações semelhantes foram encontradas para animais utilizados na alimentação humana.

O relatório também identifica ligações entre o consumo de antibióticos em animais e a resistência antimicrobiana em animais utilizados na alimentação humana, que por sua vez está associado com resistência antimicrobiana em bactérias de humanos. Um exemplo disso é Campylobacter spp., que são encontradas em animais utilizados na alimentação humana e causam infeções de origem alimentar em humanos. Os especialistas encontraram uma associação entre a resistência dessas bactérias em animais e a resistência da mesma bactéria em humanos.

Combater a Resistência Antimicrobiana por meio da cooperação

A Resistência Antimicrobiana é um problema de saúde pública global significativo que representa um sério encargo económico. A abordagem “One Health” implementada através da cooperação da EFSA, EMA e ECDC e os resultados apresentados neste relatório apelam à continuação dos esforços para combater a Resistência Antimicrobiana a nível nacional, da UE e global em todos os setores da saúde.

Pode consultar o documento aqui.

Fonte: Agroportal/EFSA