Inflação registada no primeiro mês de 2022 é quase quatro vezes superior à verificada em 2017/18 e cerca do dobro da que se registou em 2005/06.
Em janeiro, os preços dos produtos agrícolas subiram mais de 4%, em comparação com o período homologo do ano anterior. A razão? O aumento de custos da produção agrícola e pecuária provocado quer pela inflação, quer pelos efeitos da seca.
Estes valores ganham particular interesse quando olhamos para os anteriores anos de, seca como 2018 e 2006. A comparação feita pelo Jornal de Notícias, baseada nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), mostra que a inflação é quase quatro vezes superior à verificada em 2017/18 e cerca do dobro da que se registou em 2005/06.
Os agricultores alertam que este cenário vai ser cada vez mais comum e que “atirar dinheiro para cima do problema não o resolve”. Rui Sousa da Leicar (Associação de Produtores de Leite e Carne) diz que a seca veio “somar a crise à crise”. “Já vínhamos a perder rentabilidade. Depois, veio a pandemia, os problemas na exportação, o fecho de cantinas, restaurantes e hotéis”, diz Rui Sousa.
Os produtores garantem em uníssono que, se não chover, os portugueses vão sentir ainda mais os efeitos económicos deste problema.
Para já, o Governo pretende avançar uma linha de crédito à tesouraria e apoios aos custos com eletricidade, conhecida como eletricidade verde, que se destina a mitigar o impacto da seca. Contudo, estas medidas extraordinárias só poderão ser implementadas quando o novo Executivo entrar em funções, algo que só deverá acontecer para o final de março ou início de abril.
Fonte: CNN Portugal