Uma revisão sobre novas fontes alimentares e sistemas de produção, efectuada por cientistas da Agência Alimentar de Singapura e da FAO, foi publicada na revista Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety.
As novas fontes alimentares e os novos sistemas de produção (NFPS) podem desempenhar um papel crítico na transformação dos nossos sistemas agro-alimentares, encorajando mudanças na dieta e diversificando as nossas actuais formas de produzir alimentos. Os NFPS estão a atrair um interesse significativo, impulsionado pelo comércio internacional, pela mudança das preferências dos consumidores, pelos potenciais benefícios de sustentabilidade e pelas inovações nos sistemas de produção alimentar resistentes ao clima. No entanto, com a crescente atenção dada a estes novos alimentos, estão a surgir questões relacionadas com a sua segurança e supervisão regulamentar.
A recente revisão descreve os riscos de segurança alimentar conhecidos associados aos produtos NFPS, em particular, proteínas derivadas de plantas, algas marinhas, medusas, insectos e proteínas microbianas, bem como alimentos derivados da produção de alimentos baseados em células, fermentação de precisão, agricultura vertical e impressão 3D de alimentos. O estudo concluiu que, embora a maioria dos riscos de segurança alimentar ligados a novos alimentos também tenham sido identificados em alimentos tradicionais, alguns podem ser únicos, decorrentes de novos ingredientes, insumos e processos alimentares. “Isto implica que a avaliação do risco de segurança alimentar precisa de acompanhar esses desenvolvimentos”, disse o coautor Vittorio Fattori, Oficial de Segurança Alimentar da Divisão de Sistemas Agroalimentares e Segurança Alimentar da FAO.
Embora estejam a surgir regulamentos para os NFPS, muitos países e regiões ainda não dispõem de quadros jurídicos para regulamentar os NFPS. Além disso, as ambiguidades em torno das terminologias utilizadas para os produtos NFPS representam um desafio para a harmonização regulamentar internacional e a comercialização desses produtos.
Os autores destacam a necessidade de as partes interessadas dos governos, da indústria alimentar e da comunidade de investigação trabalharem em conjunto para abordar e comunicar a segurança dos produtos NFPS. Através de colaborações entre as várias partes interessadas, a comunidade internacional pode aproveitar o potencial dos NFPS para contribuir para uma produção alimentar sustentável e resistente ao clima.
“Os NFPS são um sector em rápida evolução, com a FAO a monitorizar ativamente este espaço para ajudar a preparar os países membros para a chegada de tais produtos ao mercado”, disse o coautor Keya Mukherjee, Consultor de Segurança Alimentar na Divisão de Sistemas Agroalimentares e Segurança Alimentar da FAO. Esta revisão faz parte do trabalho de prospetiva em curso da FAO que examina o futuro da segurança alimentar. Em novembro de 2023, a FAO reuniu especialistas na Reunião Técnica de Previsão da Segurança Alimentar sobre Novas Fontes de Alimentos e Sistemas de Produção para discutir os riscos de segurança alimentar e as tendências futuras de três novos alimentos - produtos alimentares à base de plantas (que imitam alimentos derivados de animais) e produtos de fermentação de precisão e impressão 3D de alimentos. O relatório da reunião será publicado este ano.
Fonte: FAO
Um estudo inovador da Direção-Geral da Saúde (DGS), através do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), revela que 58% das grávidas e mães de crianças pequenas portuguesas estiveram expostas a anúncios publicitários relacionados com a promoção de substitutos do leite materno e de alimentos para bebés.
O relatório, que avaliou a exposição das grávidas e mães de crianças pequenas ao marketing digital de substitutos do leite materno e de alimentos para bebés, foi promovido com o apoio da Região Europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS), e é divulgado no Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade (18 de maio de 2024).
A publicidade mais frequente surge associada a alimentos para bebés. Relativamente aos substitutos do leite materno, foram as fórmulas de crescimento (54%) e de transição (31%) as mais publicitadas.
Este estudo revela que são os snacks que ocupam o topo das categorias mais frequentemente promovidas para grávidas e mães (31%), seguidas dos cereais de pequeno-almoço e papas (23%), dos purés de frutas e similares (23%) e das refeições pré-preparadas ou prontas a consumir (21%). Destaca-se, também, que 74% dos produtos alimentares publicitados não cumprem os critérios de perfil nutricional da OMS.
Para o estudo foi igualmente analisado o conteúdo publicado por 12 criadoras de conteúdo digitais (“influencers”), grávidas ou mães de crianças pequenas, que revelam dados semelhantes. As criadoras de conteúdos digitais analisadas apresentam, com frequência, conteúdo que promove substitutos do leite materno e alimentos para bebés. Nestas publicações é também mais frequente a publicidade a alimentos para bebés (dos anúncios identificados relacionados com a alimentação infantil, 19% eram relativos a substitutos do leite materno e 81% a alimentos para bebés).
Da análise efetuada destaca-se a presença, em quase todos os produtos, de alegações nutricionais e de saúde ou de outras menções nos rótulos destes produtos, que podem contribuir para a sobrevalorização dos mesmos face ao leite materno e face aos produtos menos processados destinados à alimentação infantil.
No que diz respeito ao tipo de plataforma, a rede social Instagram ocupa uma posição de destaque como canal da publicidade, representando mais de metade dos anúncios (64%), seguindo-se o Facebook, com 34%. Estes resultados poderão refletir as redes e plataformas sociais que são mais frequentemente utilizadas pelas participantes no estudo.
Portugal foi o primeiro país da região europeia da OMS a recolher estes dados relativos à monitorização direta do conteúdo publicitado diretamente para grávidas e mães de crianças pequenas, através dos seus dispositivos móveis.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), realizou, através da Brigada Especializada das Indústrias de Produtos de Origem Animal, da Unidade Regional do Centro, uma operação de fiscalização e controlo, na sequência de denúncias e respetivas investigações, a um entreposto frigorífico no concelho de Ílhavo.
Durante a operação, foi possível verificar que o entreposto armazenava os produtos de origem animal sem qualquer marca de identificação, para posteriormente serem colocados no mercado.
Da ação resultou a instauração de um processo contraordenacional por falta de rastreabilidade de géneros alimentícios e a apreensão de 5.140 kg de produtos da pesca congelados.
O valor total da apreensão ascende a 33.150,00 Euros.
Fonte: ASAE
O Parlamento britânico anunciou que aprovou, na terça-feira passada, dia 14 de maio, a proibição da exportação de animais de produção vivos.
A Lei do Bem-Estar dos Animais de Produção pretende acabar com a exportação de milhares de bovinos, suínos, caprinos, ovinos, javalis e cavalos para abate ou engorda de, ou através da Inglaterra, País de Gales e Escócia.
O seu objetivo passa por melhorar o bem-estar destes animais, pondo fim às viagens longas e árduas para outros países, durante as quais sofrem de sobrelotação, exaustão, desidratação e stress.
A legislação, pioneira no Reino Unido, foi aprovada pelos representantes eleitos da Câmara dos Comuns, tendo sido agora aprovada pela Câmara dos Lordes. A Lei terá ainda de receber o Consentimento Real.
De fora, fica a Irlanda do Norte devido a regras comerciais da União Europeia (UE) que ainda vigoram neste território no pós-Brexit.
Esta proibição, que ainda vigora no espaço europeu, foi proposta, pela primeira vez, em 2017 pelos conservadores como benefício do Brexit, estando os ativistas a pedirem esta medida há décadas.
Em declarações recentes à VIDA RURAL, no âmbito da proposta para as novas regras de bem-estar animal da Comissão Europeia, Inês Grenho Ajuda, Programme Leader for Farm Animal Welfare no Eurogroup for Animals – grupo que procura melhorar os padrões de bem-estar animal na União Europeia – pronunciou-se sobre o tema, afirmando ter vindo já a defender esta proibição e explica que o grupo utiliza “as oportunidades legislativas para tentar influenciar os decisores, como é o caso da lei de bem-estar animal que está agora a ser revista”, acrescentando que “somos a voz pelos animais na Europa”.
No que toca à exportação de animais de produção vivos, Inês Grenho Ajuda salienta que “na legislação do transporte, por exemplo, está explanada a questão de que a importação e exportação deverá ser feita apenas com carcaças e não com animais vivos e o Eurgroup for Animals teve um grande impacto nessa decisão”.
A Programme Leader for Farm Animal Welfare no Eurogroup for Animals, reforça a mensagem de que o grupo é “contra a exportação de animais vivos” e considera que, “mesmo com uma legislação mais apertada, os problemas vão continuar a existir”.
“Recentemente foi feito um relatório sobre a exportação de ovelhas de Portugal para Israel. Para o efeito, estudámos esse caminho e questionámos o que aconteceria se trocássemos exportação de animais vivos pelas carcaças dos animais mortos e concluímos que existem bastantes benefícios económicos e ambientais para o país, inclusivamente ao nível da criação de empregos”, explica a responsável.
Fonte: Vida Rural
Combinação de poliuretano termoplástico e bactérias Bacillus subtilis geneticamente modificadas resulta na decomposição de 90% do plástico em cinco meses. Os esporos bacterianos aumentam a resistência e durabilidade.
Graças a esporos bacterianos nele incorporados, um inovador plástico desenvolvido por investigadores da Universidade de San Diego tem a capacidade de se biodegradar por si próprio.
O material integra poliuretano termoplástico (TPU) e bactérias Bacillus subtilis geneticamente modificadas que suportam temperaturas elevadas até 135 graus Celsius, necessárias durante o processo de produção do plástico.
O estudo, publicado na revista Nature Communications, foi feito em resposta aos métodos tradicionais de decomposição dos plásticos, que dependem de ambientes microbianos, nem sempre presentes nas áreas onde os plásticos se acumulam.
“O que é notável é que o nosso material se decompõe mesmo sem a presença de micróbios adicionais”, diz Jon Pokorski, cientista de polímeros e líder da equipa responsável pela inovação.
Ao contrário de outros plásticos compostáveis que muitas vezes não se degradam como esperado, este novo material mostra uma decomposição significativa: 90% decompõe-se em condições ideais no prazo de cinco meses, e apresenta resultados promissores mesmo em ambientes menos favoráveis.
Para além da sua biodegradabilidade, a adição de esporos bacterianos aumenta a resistência e a elasticidade do plástico em 30%, ultrapassando os limites das suas propriedades mecânicas sem comprometer a sua integridade, de acordo com o Science Alert.
Isto torna o material particularmente valioso para utilização em produtoscomo capas de telemóveis ou peças de automóveis, onde o TPU é habitualmente utilizado, mas raramente reciclado.
“É provável que a maioria destes plásticos não vá parar a instalações de compostagem ricas em micróbios. Por isso, esta capacidade de se auto-degradar num ambiente sem micróbios torna a nossa tecnologia mais versátil”, explica Pokorski.
“Um dos nossos próximos passos é alargar o âmbito dos materiais biodegradáveis que podemos produzir com esta tecnologia”, acrescentou.
Fonte: ZAP.aeiou
As três culturas de base que dominam as dietas modernas — o milho, o arroz e o trigo — são-nos familiares. Mas o quarto lugar é uma surpresa: a mandioca, um tubérculo que pode ser altamente tóxico para os humanos.
Embora quase desconhecida nos climas temperados, a mandioca é uma fonte essencial de nutrição nos trópicos.
Foi domesticada há 10.000 anos, na margem sul da bacia do Amazonas, no Brasil, e a partir daí espalhou-se por toda a região.
Com um caule esgalgado de alguns metros de altura, um punhado de ramos finos e folhas modestas em forma de mão, não parece nada de especial.
A aparência humilde da mandioca, no entanto, esconde uma combinação impressionante de produtividade, resistência e diversidade.
Ao longo de milénios, os povos indígenas transformaram a planta selvagem infestante numa cultura que armazena quantidades prodigiosas de amido em tubérculos semelhantes a batatas, que prospera nos solos pobres da Amazónia e é quase invulnerável a pragas.
As muitas vantagens da mandioca parecem fazer dela a cultura ideal. Mas há um problema: a mandioca é altamente venenosa.
A mandioca contém linamarina, um glicosídeo complexo que pode transformar-se em cianeto de hidrogénio, uma substância altamente tóxica, quando as raízes são danificadas ou esmagadas.
Há duas variedades principais de mandioca: a doce e a amarga. A mandioca doce contém menos toxinas e pode ser consumida com segurança após cozimento adequado, que degrada as toxinas.
Por outro lado, a mandioca amarga contém níveis mais elevados de toxinas e requer um processamento mais cuidadoso, incluindo moagem, lavagem e cozimento, para remover as substâncias nocivas e torná-la segura para consumo.
Como é que a mandioca pode ser tão tóxica e ainda assim dominar as dietas na Amazónia? Tudo se deve à ingenuidade indígena.
Nos últimos 10 anos, Stephen Wooding, investigador da Universidade da Califórnia, e o seu colaborador César Rubén Peña, têm estado a estudar as plantações de mandioca no rio Amazonas e nos seus inúmeros afluentes no Peru.
Os dois investigadores descobriram dezenas de variedades de mandioca, e conheceram vários produtores locais — que usam estratégias sofisticadas de reprodução para gerir a sua toxicidade e métodos elaborados para processar os seus produtos perigosos, mas nutritivos.
Num artigo no The Conversation, Wooding relata as suas descobertas.
Um dos maiores desafios enfrentados pelos primeiros seres humanos era ter comida suficiente para sobreviver. Os nossos antigos antepassados baseavam-se na caça e na recolha, apanhando presas em fuga e colhendo plantas comestíveis em todas as oportunidades que tivessem.
Eram espantosamente bons nisso. Tão bons que as suas populações dispararam, saindo do berço da humanidade, em África, há 60.000 anos.
Mesmo assim, havia espaço para melhorias. A atividade de procurar comida na paisagem queima calorias — o próprio recurso que está a ser procurado. Este paradoxo obrigou os caçadores-recolectores a uma solução de compromisso: queimar calorias à procura de alimentos ou conservar calorias ficando em casa.
O compromisso era quase intransponível, mas, há pouco mais de 10.000 anos, os humanos encontraram a solução, com uma das inovações mais transformadoras da história: a domesticação de plantas e animais.
Os humanos descobriram que, quando as plantas e os animais eram domesticados, já não precisavam de ser perseguidos. E podiam ser criados de forma seletiva, produzindo frutos e sementes maiores e músculos mais volumosos para comer.
A mandioca foi a mais importante planta domesticada nas regiões neotropicais. Após a sua domesticação inicial, difundiu-se pela região, atingindo locais tão a norte como o Panamá em poucos milhares de anos.
O cultivo da mandioca não eliminou completamente a necessidade de as pessoas procurarem alimentos na floresta, mas aliviou a carga, proporcionando um abastecimento alimentar abundante e fiável perto de casa.
Hoje, quase todas as famílias rurais da Amazónia têm uma horta. Se visitarmos qualquer casa, encontramos mandioca a assar no fogo, que é normalmente torrada para fazer um pão achatado e mastigável chamado casabe. É também fermenta numa cerveja chamada masato e cozinhada em sopas e ensopados.
No entanto, antes de adotar a mandioca como alimento, os humanos tiveram de descobrir como lidar com a sua toxicidade.
Um dos pontos fortes mais importantes da mandioca, a sua resistência às pragas, é proporcionada por um poderoso sistema de defesa, baseado em duas substâncias químicas produzidas pela planta, a linamarina e a linamarase.
Estas substâncias químicas defensivas encontram-se no interior das células das folhas, do caule e dos tubérculos da planta da mandioca, onde normalmente ficam inativas.
No entanto, quando as células da mandioca são danificadas, por exemplo, por mastigação ou esmagamento, a linamarina e a linamarase reagem, libertando uma explosão de substâncias químicas nocivas.
Uma delas é notória: o gás cianeto. A explosão contém também outras substâncias nocivas, incluindo compostos chamados nitrilas e cianoidrinas. Doses grandes das duas substâncias são letais e podem danificar permanentemente o sistema nervoso.
Em conjunto, estes venenos repelem tão eficazmente os herbívoros que a mandioca é quase impermeável às pragas.
Ninguém sabe como as pessoas resolveram o problema pela primeira vez, mas os antigos amazónios criaram um processo complexo e multifásico de desintoxicação que transforma a mandioca de não comestível em deliciosa.
O processo começa com a trituração das raízes amiláceas da mandioca em tábuas de triturar cravejadas de dentes de peixe, lascas de pedra ou, mais frequentemente hoje em dia, uma folha de estanho áspera.
A trituração imita a mastigação das pragas, provocando a libertação do cianeto e das cianoidrinas da raiz. Mas estas libertam-se no ar e não nos pulmões e no estômago, como acontece quando são comidas.
Em seguida, a mandioca desfiada é colocada em cestos de lavagem onde é enxaguada, espremida à mão e escorrida repetidamente. A ação da água liberta mais cianeto, nitrilos e ciano-hidrinas, que são eliminados com a lavagem.
Finalmente, a polpa resultante pode ser seca, o que a desintoxica ainda mais, ou cozinhada, o que termina o processo com recurso ao calor. Estas etapas são tão eficazes que ainda hoje são utilizadas em toda a Amazónia, milhares de anos após a sua conceção.
Os métodos tradicionais de moagem, lavagem e cozedura dos amazónios são um meio sofisticado e eficaz de transformar uma planta venenosa numa refeição. No entanto, os amazónios foram ainda mais longe, transformando-a numa verdadeira cultura domesticada.
Além de inventarem novos métodos de processamento da mandioca, começaram a acompanhar e a cultivar seletivamente variedades com características desejáveis, produzindo gradualmente uma constelação de tipos utilizados para diferentes fins.
Nas suas viagens, Wooding e Peña encontraram mais de 70 variedades de mandioca distintas, muito diversificadas do ponto de vista físico e nutricional.
Entre elas, há tipos que variam em termos de toxicidade, alguns dos quais precisam de ser laboriosamente triturados e lavados e outros que podem ser cozinhados tal e qual, mas nenhum pode ser consumido cru.
Há também diferentes tamanhos de tubérculos, taxas de crescimento, produção de amido e tolerância à seca. A sua diversidade é apreciada e muitas vezes são-lhes atribuídos nomes extravagantes.
Tal como os supermercados têm maçãs chamadas Fuji, Golden Delicious ou Granny Smith, os jardins da Amazónia têm mandiocas chamadas bufeo (golfinho), arpón (arpão), motelo (tartaruga), e muitas outras.
Esta criação criativa cimentou o lugar da mandioca nas culturas e dietas amazónicas, assegurando a sua maneabilidade e utilidade, tal como a domesticação do milho, do arroz e do trigo cimentou os seus lugares nas culturas de outros lugares.
Embora a mandioca se tenha instalado na América do Sul e Central há milénios, a sua história está longe de ter terminado. Na era das alterações climáticas e dos esforços crescentes em prol da sustentabilidade, a mandioca está a emergir como uma possível cultura mundial.
A sua durabilidade e resiliência facilitam o seu cultivo em ambientes variáveis, mesmo quando os solos são pobres, e a sua resistência natural às pragas reduz a necessidade de a proteger com pesticidas industriais.
Além disso, embora os métodos tradicionais da Amazónia para desintoxicar a mandioca possam ser lentos, são fáceis de reproduzir e acelerar com maquinaria moderna.
Além disso, a preferência dos produtores amazónicos por manter diversos tipos de mandioca faz da Amazónia um repositório natural de diversidade genética.
Com técnicas contemporâneas, estas variedades de mandioca podem ser cultivadas para produzir novos tipos, adequados a outros fins que não os da própria Amazónia.
É assim que, atualmente, a produção em países como a Nigéria e a Tailândia ultrapassa largamente a produção do maior produtor da América do Sul, o Brasil.
Estes êxitos estão a aumentar o otimismo quanto à possibilidade de a mandioca se tornar uma fonte de nutrição ecológica para as populações de todo o mundo.
E entretanto, experimente começar a saborear este alimento. A mandioca que se vende nos supermercados é totalmente segura… e não faltam receitas para a cozinhar.
Fonte: ZAP.aeiou
Muitas pessoas acham que se deve lavar o frango antes de o cozinhar, mas trata-se de um erro comum que aumenta o risco de intoxicação alimentar.
A Agência de Normas Alimentares do Reino Unido (FSA, na sigla em inglês) advertiu há muito tempo que lavar o frango antes de o cozinhar aumenta o risco de contaminação pela bactéria Campylobacter nas mãos, superfícies, roupas e utensílios de cozinha, relata a BBC.
Quando se lava o frango, a água utilizada acaba por poder contaminar as superfícies com as quais entrou em contacto. Dessa forma, as bactérias podem acabar por entrar no nosso corpo através, por exemplo, de uma colher ou garfo que esteja perto do lava-louça, que entre em contacto com a bactéria, e que depois passe pela boca.
Segundo dados oficiais, 44% das pessoas no Reino Unido lavam o frango antes de o cozinhar, quer seja pela intenção de remover germes ou simplesmente por hábito.
A enterite (inflamação da mucosa do intestino delgado) por Campylobacter é uma das causas mais comuns de intoxicação alimentar. Geralmente, a infeção ocorre devido ao consumo de aves mal cozidas, vegetais frescos ou leite não pasteurizado. Esta bactéria espalha-se pela ingestão de alimentos infetados e pode causar diarreia, dor abdominal, febre, náusea e vómitos.
A maioria das pessoas fica doente apenas durante alguns dias, mas a infeção pode causar problemas de saúde a longo prazo.
A síndrome do intestino irritável (SII ou IBS, em inglês) e a síndrome de Guillain-Barré, que ataca o sistema nervoso periférico, são algumas das condições que as pessoas que contraíram a bactéria supracitada podem desenvolver posteriormente, embora essas situações sejam raras.
Em última instância, a contaminação por Campylobacter pode matar. As pessoas em maior risco são crianças e adultos mais velhos com doenças associadas.
Normalmente, o tratamento para uma infeção por essa bactéria consiste em beber bastante água e ingerir pequenas porções de comida ao longo do dia, em vez de grandes quantidades ao pequeno-almoço, almoço e jantar, com alimentos ricos em potássio.
No entanto, cada caso pode variar, por isso é sempre recomendável procurar um médico.
Fonte: Sapo.pt
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (#ASAE), realizou, através da Unidade Regional do Centro, uma operação de fiscalização, denominada Operação “Ulveira”, no âmbito das suas competências de fiscalização de segurança alimentar e económica, direcionada a estabelecimentos com atividades diversas, designadamente, restauração e bebidas, talhos, supermercados, queijarias, padarias, pastelarias, bem como, alojamentos locais, empreendimentos turísticos, cabeleireiros, barbearias, lavandarias, papelarias, oficinas, centros de óticas, retalhistas de artigos de vestuário e de decoração, floristas, agências funerárias, ourivesarias, sapatarias e ginásios, situados no concelho de Oliveira do Hospital.
Como balanço da ação, foram fiscalizados 137 operadores económicos, tendo sido instaurado 1 processo-crime por especulação de preço na venda de sumos num estabelecimento de bebidas e 42 processos de contraordenação, destacando-se como principais infrações contraordenacionais:
Os vírus são os mais pequenos dos microrganismos, mas isso não significa que devam ser subestimados como uma ameaça significativa. Embora necessitem de um hospedeiro para se multiplicarem, podem sobreviver no ambiente, incluindo nos alimentos, até encontrarem uma vítima. Os alimentos contaminados podem entrar nos nossos frigoríficos e refeições e, como resultado, os vírus entram nos nossos corpos, causando frequentemente doenças desagradáveis ou, na pior das hipóteses, a morte. Mas há coisas que podem ser feitas para evitar que isso aconteça. O CODEX desenvolveu os Princípios Gerais de Higiene Alimentar em 2012 para abordar o controlo de vírus nos alimentos. Mas, desde então, as coisas mudaram e novas descobertas científicas exigem que estas directrizes sejam atualizadas. A Reunião Conjunta de Peritos em Avaliação de Riscos Microbiológicos (JEMRA) da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) / Organização Mundial de Saúde (OMS) reuniu-se para analisar os dados científicos mais recentes sobre o tema, com o objetivo de informar a criação de novas directrizes. A JEMRA identificou três vírus principais que requerem uma atenção especial. Sozinhos, causam milhões de casos de doenças de origem alimentar e dezenas de milhares de mortes anualmente.
Os norovírus e o vírus da hepatite A ocupam o seu lugar habitual entre os principais vírus que causam doenças de origem alimentar, mas, curiosamente, a JEMRA identificou um terceiro vírus que surgiu como uma nova ameaça. Veja o vídeo para descobrir a que vírus nos estamos a referir e quais são as principais fontes alimentares de cada um destes vírus: https://youtu.be/XDKN_l8_ZCE?si=tyiiIMOhXCrKodwS
Fonte: FAO
Subscreva a Base de dados Qualfood Negócios!