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Um conjunto de chocolates de duas conhecidas marcas estão a ser retirados do mercado por se temer que possam contaminar as pessoas com salmonela.

Os chocolates foram colocados à venda devido a um erro. Duas paletes foram separadas e estavam à espera para serem destruídas, numa fábrica na Irlanda, mas acabaram por ser levadas para distribuição.

Não existe até ao momento a indicação de que alguém tenha ficado doente devido a um destes chocolates mas a Autoridade para a Segurança Alimentar daquele país alerta para o risco de alguém sofrer uma intoxicação alimentar por salmonela.

A empresa já estará a contactar com os seus revendedores para que parem a venda dos dois produtos e lançaram um alerta à comunidade para que não consuma estes chocolates.

Fonte: Notícias ao Minuto

Seja por resoluções de ano novo ou por remorsos dos doces consumidos na época natalícia, os consumidores estão mais recetivos à compra de produtos saudáveis ​​durante o primeiro mês do ano.

De acordo com um estudo da Ipsos, o mês de janeiro é fantástico para as marcas deste tipo de produtos se conectarem com os consumidores. São adquiridos mais produtos naturais, sem aditivos ou conservantes, sustentáveis e com embalagens amigas do ambiente. Assim como produtos que ofereçam benefícios emocionais, que acalmem, confortem ou deixem o consumidor de bom humor.

De acordo com a mesma consultora, 29% dos lançamentos de novos produtos no mundo utilizam, na sua comunicação, mensagens em torno destes benefícios e das resoluções de ano novo.

No entanto, há, posteriormente, uma elevada taxa de recaída nestes objetivos, uma vez que apenas 19% dos consumidores mantêm os mesmos objetivos após algumas semanas.

Fonte: ANILACT

A indústria alimentar, um dos maiores setores da indústria transformadora na Europa, tem estado no centro das atenções. No entanto, não é pelas melhores razões. Basta recordar o escândalo em torno do leite infantil, os ovos contaminados e a controvérsia que envolve o debate em torno da renovação da licença do glifosato, a principal substância utilizada em vários herbicidas, tudo isto tem vindo a afetar a confiança dos consumidores. Resta perguntar, quão seguros são os alimentos na Europa?

Euronews: Bernhard Url é o diretor-executivo da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, com sede em Parma em Itália. Sr. Url, benvindo à euronews. Gostaria de começar com uma questão pessoal. Compra e consume alimentos orgânicos?

Bernhard Url (BU): Sim, eu compro alimentos orgânicos mas não exclusivamente. Faço uma mistura.

Euronews: É isso que recomenda às pessoas?

BU: Penso que se trata de uma questão de diferenciação de qualidade. Não se trata de uma questão de segurança alimentar mas sim de qualidade e da forma como os alimentos são produzidos. Penso que a diferença está na forma como as plantas são cultivadas, os animais são tratados. Existem diferenças e é bom ter alimentos orgânicos.

Euronews: Hoje em dia, as pessoas falam muito sobre segurança alimentar. Tivémos a controvérsia do glifosato há poucos meses, depois um escândalo sobre ovos contaminados e agora a questão do leite infantil contaminado. Perante esta situação, quão confiantes podem estar os consumidores europeus sobre os alimentos que consomem?

BU: Nessa questão penso que temos boas notícias para os consumidores europeus. Eles podem confiar no que comem. A segurança alimentar é um dos tópicos principais na agenda dos produtores alimentares e das instituições europeias. Basta olhar para os últimos 15 anos, quando entrou em vigor a lei geral sobre alimentos na Europa em 2002. Fez uma enorme diferença. E quer se coma uma maçã em Parma ou em Lisboa, podemos estar seguros de que a segurança destes produtos está garantida.

Euronews: A questão do leite infantil contaminado domina a atualidade. Sei que a sua formação académica inclui a higiene e tecnologia de lacticínios, que acho um tema muito interessante. Na sua perspetiva, o mecanismo de crise está a funcionar? Será forte o suficiente para lidar com questões como esta?

BU: Nada é de risco zero. Pode acontecer. É provável que seja uma contaminação ambiental e nesse caso, o objetivo é a deteção e comunicação rápida de forma a organizar-se uma recolha de produtos. Foi isto que se passou em França, feito pela empresa mas também as autoridades competentes. Na Europa existe um sistema de alerta rápido através do qual um estado-membro alerta os outros estados sobre quaisquer incidentes ocorridos com alimentos. Isto também aconteceu neste caso. O sistema na Europa é robusto e funciona.

Euronews: A agência que dirige examina com frequência dezenas de produtos e substâncias mas apenas uma mereceu destaque no ano passado, o glifosato. A sua agência fez parte de um processo controverso de tomada de decisões. Quais foram as lições retiradas do glifosato?

BU: O glifosato foi um caso em que trabalhamos de forma estreita com os estados-membros. Todos os 28 países chegaram à mesma conclusão que nós. E a agência química europeia chegou à mesma conclusão que nós, assim como a OMC, a Suíça, os Estados Unidos e o Canadá... assim, de um ponto de vista científico, a questão é clara. Politicamente, a discussão é muito diferente. Trata-se de uma questão de quais práticas agrícolas e modelos de produção queremos ter na Europa, é uma questão de utilização de agroquímicos na produção agrícola.

Euronews: Uma das questões levantadas durante o debate foi a transparência. As pessoas disseram que o processo era muito opaco, não há transparência. O que diz a isto?

BU: A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar publicou cerca de 6000 páginas de documentos de enquadramento sobre o glifosato. Mas existe uma questão que requer uma resposta política. E trata-se da tensão existente entre a total transparência dos dados que utilizamos para fazer uma avaliação. Gostávamos de publicar todos estes dados, são dados científicos e a ciência requer abertura e escrutínio. Mas existe igualmente um interesse legítimo por parte da indústria em torno da confidencialidade. Trata-se desta tensão entre transparência total e a proteção dos direitos de propriedade intelectual da indústria. Isto não é uma questão científica. Requer uma resposta política.

Euronews: Já apelou por várias vezes ao aumento do orçamento para a sua agência. Se tivesse acesso a fundos ilimitados, o que é que faria com o dinheiro? Onde investiria e onde faria melhorias?

BU: Necessitamos de mais dinheiro ao nível de preparação para riscos futuros, esta é uma das missões da Agência. Quais serão os riscos futuros derivados da globalização, devido às migrações, mudanças climáticas, novas tecnologias, novas formas de cultivar plantas, nanotecnologia? Que novos perigos e riscos vão surgir e como podemos evitá-los. É aqui que devemos investir, na preparação.

Fonte: ANILACT

A Comissão Europeia alterou os limites máximos (LMR) de resíduos de compostos de mercúrio no interior e à superfície de frutas e legumes.

Diz o Regulamento 2018/73 da Comissão , de 16 de Janeiro de 2018, que a Directiva 79/117/CEE do Conselho proibiu a colocação no mercado e a utilização de produtos fitofarmacêuticos contendo compostos de mercúrio. Todas as autorizações de produtos fitofarmacêuticos contendo compostos de mercúrio foram revogadas e, por conseguinte, todos os LMR foram fixados no limite de determinação (LD) relevante.

Mercúrio a mais nos alimentos

A Comissão recebeu informações dos Estados-membros e de operadores de empresas do sector alimentar indicando a presença de compostos de mercúrio em vários produtos a níveis que resultam em resíduos superiores ao LD estabelecido no Regulamento (CE) n.o 396/2005 .

Os dados de monitorização recentes confirmam a ocorrência de resíduos de compostos de mercúrio em diversos produtos a níveis superiores ao LD.

Onde

Tendo em conta o percentil 95 de todos os resultados das amostras, foram comunicadas as seguintes ocorrências: frutos de casca rija a 0,02 mg/kg, plantas aromáticas frescas a 0,03 mg/kg, cogumelos de cultura a 0,05 mg/kg, cogumelos silvestres a 0,50 mg/kg, excepto cepes, a 0,90 mg/kg, sementes de oleaginosas a 0,02 mg/kg, chás, grãos de café, infusões de plantas e grãos de cacau a 0,02 mg/kg, especiarias a 0,02 mg/kg, excepto gengibre.

E ainda: noz-moscada, macis e curcuma a 0,05 mg/kg, carne a 0,01 mg/kg, excepto no que se refere à carne de caça selvagem a 0,015 mg/kg e à carne de pato (de criação e selvagens) a 0,04 mg/kg, gordura animal a 0,01 mg/kg, miudezas comestíveis a 0,02 mg/kg, excepto miudezas de caça selvagem a 0,025 mg/kg e miudezas de javali a 0,10 mg/kg, leite a 0,01 mg/kg e mel a 0,01 mg/kg.

“Visto que os pesticidas contendo mercúrio foram progressivamente suprimidos desde há mais de trinta anos na União, pode considerar-se que a presença de mercúrio nos géneros alimentícios se deve à contaminação ambiental”, pode ler-se no Regulamento.

Fonte: Agroportal

Na maioria dos casos, as intoxicações alimentares são causadas por microrganismos patogénicos que se multiplicam e/ou produzem toxinas no alimento.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que as intoxicações causadas por água ou alimentos contaminados sejam responsáveis por cerca de 2 milhões de mortes por ano. As crianças, os idosos e os doentes crónicos são os mais vulneráveis a este tipo de infeções.

A sintomatologia resultante destas intoxicações depende, entre outros fatores, do microrganismo que a origina, sendo os sintomas mais frequentes as dores de estômago, vómitos e diarreia. Estes podem ser desencadeados de forma rápida, logo após a ingestão do alimento ou demorar dias ou semanas a surgir. Na generalidade, a sintomatologia surge 24 a 72 horas após a ingestão do alimento.

Em seguida, listamos os principais erros que fazemos ao cozinhar e que podem ter como consequência uma intoxicação alimentar.

Erro #1 Higiene insuficiente dos utensílios e das superfícies;

Erro #2 Não separar os alimentos crus dos cozinhados;

Erro #3 Utilizar os mesmos utensílios para os alimentos crus e para os alimentos cozinhados;

Erro #4 Não cozinhar bem os alimentos;

Erro #5 Não desinfetar os alimentos que vão ser consumidos crus;

Erro #6 Não manter os alimentos a temperaturas adequadas;

Erro #7 Não guardar as sobras das refeições no frigorífico;

Erro #8 Beber água que não é potável;

Erro #9 Utilizar matérias-primas não seguras;

Erro #10 Comer, fumar, tossir ou espirrar enquanto se cozinha.

Como prevenir as intoxicações alimentares

Segundo a Direcção-Geral da Saúde, as principais regras para prevenir as intoxicações alimentares são as seguintes:

– Manter a limpeza dos utensílios e superfícies;

– Manter alimentos crus separados de alimentos cozinhados e utilizar utensílios diferentes para ambos;

– Cozinhar bem os alimentos, em especial os ovos e a carne de frango;Desinfetar bem os alimentos a consumir em cru, como saladas e fruta;

– Manter os alimentos a temperaturas seguras, conservando sempre as sobras no frigorífico;

– Utilizar água e matérias-primas seguras;

– Não comer ou fumar e evitar espirrar ou tossir quando manipula alimentos;

– O estado de saúde e higiene pessoal são também aspetos que devem ser garantidos a fim de evitar intoxicações alimentares.

Deve haver especial cuidado durante os meses de verão, uma vez que temperaturas elevadas favorecem a multiplicação dos micro-organismos presentes nos alimentos.

Fonte: RotaSaúde.Lusíadas.pt

A ASAE indicou na passada sexta-feira que instaurou 19 processos de contraordenação e apreendeu cerca de 900 litros de aguardente de medronho no valor de cerca de 35 mil euros no âmbito de uma operação de fiscalização à comercialização deste produto.

Em comunicado, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) adianta que os 15 processos de contraordenação foram instaurados por incumprimento das características específicas da aguardente de medronho e irregularidades na sua rotulagem, tendo ainda sido levantados dois processos-crime por violação e uso ilegal da indicação geográfica protegida “Medronho do Algarve IGP”.

A ASAE realizou diversas ações de fiscalização direcionadas à produção e comercialização de aguardente de medronho, tendo fiscalizados 43 operadores económicos e feito ensaios laboratoriais de aguardente de medronho disponíveis ao consumidor final.

Fonte: TVI24

Os portugueses consumiram menos 5500 toneladas de açúcar em 2017 devido à taxa das bebidas açucaradas e o Governo prepara-se para acordar com a indústria a reformulação de produtos como cereais, tostas ou batatas fritas.

Em entrevista à agência Lusa, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, congratulou-se com o impacto da taxa das bebidas açucaradas que, além de se traduzir num encaixe de 80 milhões de euros para o pagamento das dívidas do Serviço Nacional da Saúde (SNS), levou a indústria a produzir bebidas com menos açúcar.

Segundo Fernando Araújo, os resultados desta medida superaram as melhores expectativas do Governo, levando a uma redução do consumo calculada em 5500 toneladas de açúcar. O secretário de Estado sublinhou que o consumo das bebidas mais açucaradas (com mais de oito gramas por 100 mililitros) diminuiu para metade. Esta redução deveu-se à redução do consumo em si, mas também à "reformulação dos produtos", adiantou.

No próximo orçamento do Estado, a medida vai ser novamente analisada e poderá levar em conta uma das pretensões da indústria de serem criados escalões mais baixos da taxa. Outra mudança poderá passar pelo destino da verba resultante desta taxa, superior a 80 milhões de euros no ano passado, que vai ser aplicada no pagamento das dívidas do sector, mas que a tutela veria com bons olhos se pudesse ser usada na área da prevenção. Esse seria, aliás, o destino da taxa do sal, chumbada na Assembleia da República, e que resultaria em 30 milhões de euros anuais para a área da promoção da saúde.

A propósito deste chumbo, Fernando Araújo disse que esse chumbo lhe mereceu "alguma preocupação". "O objectivo não era angariar verbas, mas pressionar [a indústria] para reformular os produtos" e produzi-los com menos sal, explicou.

O objectivo de tornar a alimentação dos portugueses mais saudável vai agora ser retomado através de um acordo que o Ministério da Saúde está a preparar com a indústria agro-alimentar, com vista à reformulação de produtos.

"Vamos com eles (indústria) discutir objectivos concretos para determinado conjunto de gamas de produtos, ao longo de vários anos. A nossa proposta é de três anos com metas anuais de redução de sal e de açúcar nos produtos que consideramos mais importantes para ver se conseguimos por esta via melhorar a qualidade da alimentação dos portugueses", afirmou Fernando Araújo.

Na mira do Governo estão três áreas: o açúcar, o sal e as gorduras, nomeadamente as trans (gorduras artificiais criadas pela indústria de alimentos). "Vamos colocar objectivos de redução anuais, de modo a que estejam alinhados com as boas práticas europeias", disse. Alimentos como cereais, refrigerantes, batatas fritas, sopas prontas a consumir, bolachas, iogurtes, leite com chocolate ou tostas deverão ser reformulados no seguimento deste acordo, explicou Fernando Araújo, adiantando que no acordo ficarão definidas as responsabilidades das partes que, no caso da indústria, será produzir alimentos com menos quantidades de sal e açúcar.

"Vamos propor que seja elaborado um cabaz dos [alimentos] mais representativos. Nos cereais, por exemplo, vamos tentar perceber quais os que 80 % da população consome e depois, anualmente, iremos medir o açúcar (...) de modo a saber se estamos a conseguir reduzir a quantidade de sal e açúcar que ficar definido com acordo com a indústria", referiu.

A ideia é "chegar a acordo" e não criar mais taxas. Ainda assim, Fernando Araújo garante que se a redução de sal e açúcar não se registar, segundo o acordado entre as partes, "há outros instrumentos". "Há condições para que a indústria portuguesa e europeia faça essa alteração de conteúdo", acrescentou.

Padarias com menos sal terão selo de qualidade

Na lista de incentivos do Governo entram também as padarias, através da atribuição de um selo de qualidade aos estabelecimentos que vendam pão com um grama de sal por 100 gramas de pão. A medida está a ser analisada com a Direcção-Geral da Saúde (DGS) e a indústria da panificação que tem mostrado "uma grande abertura" para produzir pão com menos sal. A lei actual impõe como limite máximo de sal no pão 1,4 gramas por cada 100 granas de produto, enquanto "países como Inglaterra já estão em um grama", disse.

Fernando Araújo recordou que Portugal tem um terço de pessoas hipertensas e as mais elevadas taxas europeias de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC). "É necessário fazer alguma coisa."

O acordo firmado com a indústria da panificação estabelece que até 2021 será reduzida a quantidade de sal no pão, até atingir um grama de sal por 100 gramas de produto. Trata-se de "uma meta a quatro anos, ao fim dos quais será reduzido 30% do sal no pão", destacou.

O acordo vai agora ser transformado em lei e caberá ao Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) realizar "um plano de amostragem anual às padarias de todo o país" para averiguar se a lei será cumprida. "A indústria da panificação mostrou uma grande abertura para reformular a forma de produzir os pães, incluindo os tradicionais que estão excluídos da lei actual", disse.

Segundo Fernando Araújo, as padarias que atinjam antes de 2021 o objectivo definido para essa data — um grama de sal por 100 gramas de pão — terão um selo de qualidade que poderão usar de forma visível no estabelecimento.

Fonte: Público

Mais de quinze malas de porão com 317 quilogramas (Kg) de meixão vivo, enguia europeia na fase larvar, uma espécie protegida e de pesca proibida, foram apreendidas no aeroporto de Lisboa.

A apreensão foi feita na alfândega do aeroporto de Lisboa, envolvendo 16 malas transportadas por oito viajantes que tinham como destino final o Vietname e que acondicionaram o meixão em sacos de plástico com água, intercalados com sacos térmicos.

"Trata-se de uma das espécies mais traficadas no mercado negro, sendo um comércio ilegal muito apetecível, podendo um quilograma atingir o valor de 1.000 euros", afirma o Ministério das Finanças, no comunicado, destacando o trabalho da Autoridade Tributária e Aduaneira (alfândega), tutelada pelo ministério, na apreensão efetuada pela ASAE - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.

O meixão é procurado para fins alimentares, especialmente nos mercados asiáticos.

Fonte: Jornal de Notícias

Investigadoras da Universidade Católica do Porto (UCP) estão a utilizar resíduos do tomate, da uva e da azeitona para criar produtos funcionais, com alto valor nutricional, que podem ser aplicados em farinhas, pães, temperos, charcutaria e lacticínios.

O objetivo "é criar alimentos mais diversificados, com reforço de fibra e proteção antioxidante", com subprodutos representativos de culturas vegetais com impacto em Portugal.

Este projeto, que está a ser desenvolvido há quatro meses, surgiu a partir da vontade de Manuela Pintado, Tânia Ribeiro, Marta Coelho e Joana Costa, da Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da UCP, em responderem às diferentes necessidades do consumidor, promovendo a sua saúde e qualidade de vida.

Segundo explicaram à Lusa, estes produtos que estão a criar serão ricos em compostos bioativos, como a fibra e os carotenoides, que, em estudos realizados ao longo dos anos, têm demonstrado evidências na melhoria do trânsito intestinal, na recuperação desportiva, na regulação dos níveis de colesterol ou da função cardíaca.

Além da riqueza em fibras e elevada capacidade antioxidante, os produtos que a equipa está a desenvolver são isentos de glúten e têm uma maior capacidade de conservação, o que se irá refletir nos alimentos nos quais forem incorporados.

"Por fim, o concentrado de fibra antioxidante insere-se na nova tendência alimentar 'Going full circle' -- Completando o ciclo, onde os consumidores valorizam, entre vários conceitos, questões como diminuição de desperdícios alimentares e a reutilizar subprodutos", contaram as investigadoras.

De acordo com as investigadoras, um dos principais problemas enfrentados pela indústria alimentar é a acumulação e gestão dos seus subprodutos.

"Apesar do seu elevado valor nutricional, atualmente as aplicações dos subprodutos são limitadas e não criam valor acrescentado para a indústria, gerando, pelo contrário, custos elevados na gestão de resíduos, e, em alguns casos, com impacto ambiental", indicaram.

Devido a isso, consideram que é "imperativa" a procura e criação de novas alternativas, que tragam valor acrescentado aos subprodutos.

"Disponibilizar os nossos produtos no mercado seria uma concretização pessoal, não só pela dedicação ao projeto, mas por acreditarmos que são uma forma sustentável de contribuir para a alimentação de uma população mundial crescente, que enfrentará, nos próximos anos, limitações de matérias-primas para a produção de alimentos", referiram.

Apesar de as investigadoras já trabalharem com subprodutos há alguns anos, o projeto Veggyflours é mais recente, tendo surgido há cerca de quatro meses.

Futuramente esperam expandir a aplicação desta solução a outros subprodutos vegetais.

Com este projeto participaram no programa BIOTECH_agrifood INNOVATION, programa de pré-aceleração criado pela ESB-UCP, com o apoio da associação Portugal Foods e da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE).

Este programa tem como objetivo selecionar ideias inovadoras para o setor agroalimentar e apoiar a sua transformação em projetos de negócio.

Fonte: Diário de Notícias

Um estudo, recentemente publicado, revela que as nossas funções cognitivas e neurovasculares são afetadas pelo excesso de sal na comida que ingerimos.

Estudos anteriores já tinham confirmado a associação entre uma dieta rica em sal e as doenças cerebrovasculares. No entanto, não se sabia como é que este dano era provocado. Um estudo publicado esta segunda-feira na Nature Neuroscience esclarece um dos mecanismos responsáveis pelos danos cognitivos.

Ao Público, Costantino Iadecola, professor de neurologia, cientista no centro de investigação Weill Cornell Medicine, em Nova Iorque, nos EUA, e principal autor do artigo, explica que ao alimentar ratos com uma dieta com um alto teor de sal – oito a 16 vezes mais do que a dieta normal – comprometemos o cérebro a nível cognitivo.

O efeito no cérebro resulta da acumulação no intestino delgado de uma classe especial de linfócitos – os Th17. Estes linfócitos produzem grandes quantidades de um tipo especial de uma citocina, chamada IL17.

“A IL17 entra na circulação sanguínea, atua nas células endoteliais do cérebro, que ligam os vasos sanguíneos do cérebro, e reprime a produção de óxido nítrico. O óxido nítrico é fundamental para relaxar os vasos sanguíneos do cérebro e permitir que o fluxo sanguíneo seja suficiente e para ajudar os neurónios a manterem-se saudáveis”, refere o cientista.

Desta forma, avança o jornal, a perda de óxido nítrico diminui o abastecimento de sangue para o cérebro, causando uma disfunção neuronal que leva a danos na cognição. E estes efeitos nada têm a ver com o aumento da pressão sanguínea pelo que “o alto teor de sal, por si só, prejudica a função cerebral”.

Através destas experiências realizadas com ratos, os cientistas perceberam que o excesso de sal provoca, também, um défice na memória. Após 12 semanas de um dieta com alto teor de sal foi observado o dano das funções cognitivas.

Porém, a equipa constatou que quando os ratinhos regressavam a uma dieta normal, o seu desempenho voltava ao normal. Os cientistas mostraram assim que o efeito do excesso do sal pode ser reversível.

“Demorou um mês para que os ratinhos recuperassem as suas funções, depois de voltar a uma dieta normal, o que é uma boa notícia porque os efeitos parecem reversíveis, pelo menos no período de exposição que testámos”, sustenta Iadecola.

Ainda assim, a garantia de reversibilidade é frágil. “Continua por esclarecer se uma exposição mais duradoura a uma dieta com alto teor de sal pode levar a um prejuízo cognitivo permanente”, nota Costantino Iadecola.

Embora o comportamento dos ratos e dos humanos seja diferente, a extrapolação dos resultados para seres humanos pode ser feita. No entanto, resta saber de que “quantidade de sal a mais estamos a falar, durante quanto tempo e quanto tempo demoraríamos a conseguir recuperar do dado”.

“Precisámos de três meses de uma dieta com alto teor de sal para induzir danos cognitivos nos ratos. Em seres humanos, a exposição teria de ser mais longa – durante anos ou décadas – mas talvez também seja possível prejudicar a cognição com níveis mais baixos de sal na dieta”, esclarece o especialista.

Fonte: ZAP.aeiou