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No final da semana passada foi publicado o Regulamento (UE) 2017/1981 DA COMISSÃO altera o anexo III do Regulamento (CE) n.o 853/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito às condições de temperatura durante o transporte de carne.

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Fonte: Qualfood

Língua azul - Edital nº 45

  • Wednesday, 08 November 2017 10:26

Foi publicado no dia 3 de novembro o Edital n.º 45 da Língua Azul, em que Portugal se declara livre do serótipo 4 da língua azul, com levantamento da respetiva zona de restrição e das condicionantes inerentes à movimentação animal.

Passa assim a existir uma uma única zona de restrição, para o serótipo 1 da língua azul, que abrange a totalidade do território de Portugal Continental, mantendo-se em vigor as medidas para controlo deste serótipo.

Fonte: DGAV

Qualfood

  • Tuesday, 07 November 2017 18:00

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A DGAV publicou a Nota Informativa Conjunta n.º 1/2017 da DGADR e da DGAV relativa ao Modo de Produção Biológico e autorização de Produtos Fitofarmacêuticos, destinada a esclarecer os interessados sobre o enquadramento legal e procedimentos a adotar com vista à disponibilização de produtos fitofarmacêuticos para utilização em agricultura biológica.

Este documento insere-se no âmbito do Plano de Ação, para a Produção Biológica previsto na Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica, publicada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 110/2017 de 27 de julho.

Fonte: DGAV

A DGAV cessa o procedimento de aprovação prévia de rótulos de bebidas espirituosas de origem não vínica, a partir de 15 de Novembro de 2017, simplificando o processo de rotulagem deste tipo de produtos.

A aprovação prévia de rótulos de géneros alimentícios no artº 6º do Decreto–Lei nº 3/74 de 8 de janeiro, onde se enquadram as bebidas espirituosas de origem não vínica, é contrária ao princípio da responsabilidade do operador pela informação prestada, consignado no Regulamento (UE) Nº 1169/2011.

Este artigo considera-se assim tacitamente revogado pelo Reg (CE) nº 110/2008, de 15 de janeiro, relativo à definição, designação, apresentação, rotulagem e proteção das indicações geográficas das bebidas espirituosas e pelo Regulamento (UE) Nº 1169/2011, relativo à prestação de informação aos consumidores sobre os géneros alimentícios, pelo que os projetos de rótulos de bebidas espirituosas de origem não vínica não carecem de aprovação pela DGAV.

Faça login no Qualfood para consultar a informação relativa às menções obrigatórias que devem constar do rótulo das bebidas espirituosas de origem não vínica no âmbito do Reg (CE) nº 110/2008 e do Regulamento (UE) Nº 1169/2011.

Fonte: DGAV

É com o cérebro que comemos

  • Monday, 06 November 2017 11:01

Um prato redondo e vermelho faz com que a comida pareça mais doce? Estamos dispostos a pagar mais por uma refeição se os talheres forem pesados? Charles Spence, investigador em Oxford, trabalha há muito para provar que a experiência de comer começa antes do momento em que a comida nos chega à boca.

Imaginemos que estamos, cheios de apetite, em frente a um prato de comida. Bacalhau à Brás, por exemplo. Quem o cozinhou esforçou-se para o fazer o mais delicioso possível. Saberemos se conseguiu quando colocarmos a primeira garfada na boca. Ou não?

Charles Spence, professor de Psicologia Experimental na Universidade de Oxford, onde é responsável pelo Crossmodal Research Lab, autor do livro Gastrophysics — e um dos oradores da conferência internacional Experiencing Food: Designing Dialogues, que se realizou em Lisboa entre 19 e 21 de Outubro — trabalha há muito para provar que a experiência de comer começa antes do momento em que a comida nos chega à boca.

“Raramente pomos alguma coisa nas nossas bocas sem antes saber algo sobre o que é, para podermos imaginar o gosto que tem”, explica ao P2 numa entrevista por telefone a partir de Inglaterra. O que as experiências realizadas por Spence têm demonstrado é que o palato não é, neste processo, o sentido central.

“A informação vem, em primeiro lugar, daquilo que vemos. Geralmente, ainda antes de lhe tocarmos, podemos cheirá-lo, depois vem o som, e por fim o sabor e o cheiro retronasal, que acontece quando engolimos”, prossegue Spence. “Esta é a sequência. Os primeiros sentidos têm alguma vantagem em relação aos outros porque são eles que vão estabelecer as expectativas relativamente ao que vem a seguir. Daí que a visão tenha um papel muito importante.”

Olhemos, então, para o bacalhau à Brás. Sabemos a que sabe, já o comemos muitas vezes antes, mas um olhar é suficiente para avaliar, por exemplo, se está húmido e acabado de fazer, se é da véspera e já está seco. Todas estas informações são transmitidas ao nosso cérebro e a experiência de comer já começou. A expectativa está instalada.

Um dos pontos essenciais do livro Gastrophysics é precisamente esta “transferência da importância do palato, ou da boca, para a mente da pessoa que está a fazer a prova”. É na mente que todos os sentidos se juntam. Por isso, sublinha Spence, “é aí que reside a chave da prova e não na língua, onde habitualmente localizamos a experiência do sabor”.

Mas imaginemos agora que, ao lado do bacalhau à Brás, há um prato de aletria e que, connosco está um estrangeiro que não conhece nem um nem o outro. Sem que a visão lhe dê a mesma informação que nos dá a nós, que já conhecemos o sabor de ambos os pratos, até que ponto a experiência dele vai ser diferente da nossa? Os dois pratos são bastante parecidos, na forma e na cor, embora um seja salgado e outro doce e tenham sabores muito diferentes.

Spence defende, contudo, que o estrangeiro tem uma base. “Qualquer comida para a qual olhemos”, diz, “tem sempre uma cor, uma aparência, pode ser transparente, líquida, um gel, pode ser cremosa, pode ter uma apresentação cuidada ou ter sido colocada no prato sem qualquer preocupação.” Tudo isto é já informação para o cérebro. “Mesmo que nunca a tenhamos provado antes, ela terá sempre características semelhantes às de outras coisas que já comemos.”

Por isso, mesmo o estrangeiro que nunca viu aletria ou bacalhau à Brás pode aplicar regras mais ou menos universais. “Se a comida for castanha ou negra, provavelmente será amarga, se for rosa ou vermelha, será doce (nem sempre, mas provavelmente), se for verde ou amarela, será ácida, branca ou azul, mais salgada.”

Estas regras não funcionam em todas as ocasiões, mas podem dar-nos pistas. Uma das coisas com que os chefs da cozinha modernista, com os quais Charles Spence tem trabalhado (sobretudo, com Heston Blumenthal), mais gostam de brincar é com o baralhar destas expectativas. “É muito interessante quando elas se revelam erradas: pensei que seria doce, mas é amargo; pensei que ia saber a morangos, mas sabe a marisco.”

A reacção de surpresa que este desencontro entre a nossa expectativa e o sabor real provoca é geralmente desagradável, a não ser que estejamos precisamente num restaurante que já sabemos que nos irá surpreender e, como tal, preparados para isso. De resto, como consumidores, tendemos a ser profundamente conservadores.

Formas, cores & sabores

Um dos exemplos clássicos que Spence gosta de citar é o das barras de chocolate de uma conhecida marca. Em 2013, os fabricantes decidiram alterar a forma da barra, tornando as pontas mais arredondadas. Foi o suficiente para que os consumidores se queixassem, dizendo que a fórmula tinha sido modificada e que o chocolate estava mais doce.

Este caso reforça um dos pontos defendidos pelo investigador: a comida que é servida em formas redondas é geralmente considerada mais doce. E, diz, mesmo o desenho no topo de um cappuccino pode influenciar a nossa percepção do sabor — se for uma estrela, a bebida parece mais amarga do que se for um coração.

Ao mesmo tempo, segundo os estudos de Spence — preciosos para quem lida com o marketing de produtos alimentares — uma mousse de morango parece 10% mais doce se for servida num recipiente branco do que se for apresentada num preto. Igualmente importante é o factor peso. Se uma embalagem de iogurte for de um plástico mais pesado, o iogurte vai parecer mais consistente e a pessoa vai sentir-se mais cheia do que se comer exactamente o mesmo a partir de uma embalagem mais leve.

A questão do peso é relevante também num restaurante de fine dining. Spence concluiu que se os talheres forem mais pesados as pessoas estão dispostas a pagar uma conta mais elevada do que se os talheres, mesmo que de qualidade, forem mais leves — possivelmente associam a leveza ao plástico e, portanto, a um produto não nobre, e o peso a metais nobres.

Quando se fala de cor na comida, um dos temas mais discutidos é o da presença, ou ausência, do azul. Basta colocar na Internet duas palavras — “blue food” — para entrarmos no debate sobre se existe na natureza algum alimento naturalmente azul. Uma das explicações dadas para o facto de nós tendermos a não querer comer alimentos azuis tem que ver com o instinto de sobrevivência — o azul indicaria um alimento que já estaria estragado e que, por isso, seria de evitar.

Há, contudo, duas ou três coisas azuis, como os mirtilos, as amoras ou as (raras) lagostas azuis. E há experiências como as que foram feitas recentemente com um vinho azul. “Os especialistas em marketing sempre disseram, desde as décadas de 1960 e 70, que o azul nunca funcionaria em comida”, diz Spence. “Mas hoje vemos que funciona em algumas coisas, por exemplo nas bebidas para adolescentes e ligadas ao desporto.”

Quanto ao vinho azul, acredita que se vai destacar nas prateleiras dos supermercados e que as pessoas poderão comprá-lo pelo menos uma vez para servir numa festa. Mas, acrescenta, “quando se vê uma bebida azul num copo, essa cor já está tomada por bebidas de amora ou mirtilo, pelo que, a menos que a experiência seja cuidadosamente gerida, a pessoa não vai encontrar no vinho o que espera de uma bebida azul e o mais natural é que não goste”. Até porque “o vinho está no espectro dos produtos naturais e os consumidores tendem a achar que essa cor não é natural”.

Mas se no que diz respeito a bebidas ainda temos alguma margem para aceitar que possam ser azuis, quando se trata de comida é mais difícil (embora existam, por exemplo, batatas roxas). O mais complicado é quando a cor azul aparece em peixe ou carne. “Há um exemplo clássico, dos anos 70, de uma experiência de um jantar em que foram servidos bifes. A meio da refeição, a luz, que estava muito baixa, foi aumentada para níveis normais e as pessoas viram que os bifes eram azuis. E houve quem corresse para a casa de banho queixando-se de má disposição.”

Spence voltou a essa experiência mais recentemente, agora com peixe. “Servimos às pessoas um sushi azul e houve muita gente que não comeu. Isto passava-se num programa de televisão e, quando as câmaras se desligaram, pedimos para trazerem o resto do sushi, que não tinha sido usado e que não levara corante. Desapareceu tudo num minuto, o que provou que as pessoas estavam com fome.” Só que aparentemente não a suficiente para as levar a comer peixe azul.

Cheiros & sons

Há também factores culturais que entram na percepção do que comemos. Um exemplo é o tipo de louça que se utiliza nas diferentes partes do mundo. “Temos feito pesquisas em que as pessoas recebem massa em diferentes pratos, tigelas de metal como as que usam na China, tigelas de vidro, pratos brancos. Na China, as pessoas estão dispostas a pagar mais dinheiro por massa servida numa tigela de metal, enquanto em Londres, se lhes apresentarem a mesma coisa, não pagam quase nada.”

A cor também pode ter significados diferentes: um europeu associa o vermelho a doce, enquanto um mexicano pode associá-lo a um sabor mais picante. E os cheiros? A nossa ideia de baunilha, por exemplo, é uma construção cultural, afirma Spence. “Por vezes, os cheiros das comidas dominam o gosto, é o que acontece com a baunilha, que tem um sabor amargo mas que tem um cheiro que associamos ao doce.”

Outras experiências que tem desenvolvido em Oxford têm que ver com a importância do som quando comemos. Uma das mais conhecidas é a que envolve as batatas fritas de uma conhecida marca (que, não sendo verdadeiras batatas, têm a vantagem de ser todas exactamente iguais). Uma série de voluntários passou pelo Crossmodal Research Lab para experimentar diversas batas da marca em questão e dizer se pareciam todas iguais. Cada um tinha um par de auscultadores através dos quais a equipa alterava a percepção do som, tornando-o mais nítido ou mais abafado. No final, apesar de as batatas serem de facto iguais, as pessoas achavam que umas eram mais frescas e outras vinham de uma embalagem aberta há muito tempo — provando que o som (e não o paladar) tinha tido uma influência decisiva na forma como achavam mais ou menos estaladiça cada batata.

Alguns sons afectam em particular a nossa capacidade de percepcionar o doce. É o que, segundo Spence, acontece nos aviões, onde o som de fundo constante acaba por, muito frequentemente, nos levar a pedir sumo de tomate ou um Bloody Mary, por sentimos vontade de um sabor mais próximo do umami (palavra japonesa para “delicioso e apetitoso”) e menos do doce.

Spence tem vindo a trabalhar com chefs para organizar jantares que lhe permitam ir comprovando diferentes hipóteses. “A ideia é ver o que acontece se manipularmos um dos sentidos. Tirando um, tira-se parte da informação. Temos uma refeição em que as pessoas estão vendadas, outra em que não se podem usar as mãos e a comida anda como que a voar por cima da mesa, outra em que colocam tampões nos ouvidos. Todos ficam muito admirados com a diferença que é comer algo crocante com ou sem tampões nos ouvidos. Eles ajudam a aumentar o estaladiço, o que reforça a textura.”

Pratos com narrativas lá dentro

O foco dos estudos de Spence é o momento da experiência, é esse que ele analisa, mas o que se passa no nosso cérebro mal olhamos para um prato de comida é também profundamente marcado pela memória que temos dos sabores. “Nascemos a gostar apenas do doce e do umami”, explica. “E a não gostar do amargo e do ácido. Tudo o resto é adquirido a partir da experiência, cimentada pela memória de episódios anteriores. Há experiências que queremos voltar a ter. É por isso que vemos agora vários chefs a tentar desencadear memórias específicas, sensações, nostalgias, tentando fazer com que a comida nos saiba melhor.”

O problema, sublinha, é que muitas vezes essas refeições sofisticadas, longos menus de degustação, não nos ficam gravadas na memória. “Quando, algumas semanas depois, se pergunta às pessoas o que comeram e qual o prato de que gostaram mais, elas não se conseguem recordar. Podem dizer que foi a sopa, mas quando tentam descrever ingredientes e sabores, dizem tudo errado. O chef pensa ‘fico contente por ter gostado do prato mas construiu-o na sua cabeça’.”

O que nos fica na memória, em relação a qualquer acontecimento, não é a experiência que tivemos numa versão mais desvanecida — é uma recomposição dessa experiência. “Geralmente lembramo-nos do início, do final, do ponto alto, talvez do ponto baixo, mas tendemos a esquecer o resto que se passa nesses momentos.” Curiosamente, diz, “alguns estudos recentes parecem indicar que quem fotografa o que vai comer, mesmo que não volte a olhar para a foto, lembra-se melhor da refeição”.

Mais uma vez, tudo isto prova a ideia de Spence de que os factores externos influenciam muito a nossa experiência e são, frequentemente, mais importantes do que a própria comida por muito que o chef tenha investido nela. “Há algumas coisas que podemos fazer para gravar melhor essa experiência na memória e aí entramos na área do experience design.” Os menus muito longos beneficiam, em muitos casos, se houver uma história, uma linha narrativa que ajude a estabelecer uma continuidade entre os pratos.

Regresso ao futuro

Não é a primeira vez que se fazem este tipo de experiências. No início do século XX, os futuristas de Marinetti criaram até um manifesto da cozinha futurista e organizaram jantares em que muito se passava para além da comida. “É fantástico voltar a ler o que Marinetti escreveu e ver como muitas coisas continuam actuais, desde a utilização de sprays com cheiros até às paisagens sonoras para acompanhar um prato”, diz Spence, cujas pesquisas estão na origem de um prato de Heston Blumenthal que é acompanhado por auscultadores através dos quais se ouve o ruído das ondas na praia e os gritos das gaivotas.

E porque é que entre Marinetti e hoje houve uma interrupção neste tipo de investigação? Porque é que as experiências dos futuristas não tiveram continuidade na altura? “Havia um lado fascista e misógino neles e isso não ajudou. Mas acho que as ideias saíram de moda porque eles estavam a tentar agitar as águas e chocar as pessoas e a comida que faziam não era boa.” Hoje, prossegue o investigador, “a tecnologia permite-nos fazer coisas deliciosas e multissensoriais”.

“Temos chefs com duas estrelas Michelin a fazer alguma da melhor comida do mundo e que sabem que para que ela perdure na memória de quem a prova é preciso combiná-la com técnicas de estimulação sensorial.” E, garante, mesmo os chefs que possam achar tudo isto uma distracção do essencial, que é a qualidade do produto, não podem ignorar a importância do que está à volta de uma refeição. “Quando comemos, fazemo-lo sempre em algum sítio, num determinado ambiente, o prato tem um nome, comemos com talheres e tudo isso tem um impacto. Não importa o que façamos, ficção científica futurista ou slow food biológica, não podemos nunca excluir o contexto.”

E será que agora, ao contrário do que aconteceu com os futuristas, o tema veio para ficar? Charles Spence não tem dúvidas. “Há um milhão de coisas para explorar. Uma das razões por que me interessei por esta área é porque existem temas fundamentais que ninguém pensou em tratar até ao momento em que fizemos o nosso estudo sobre como os talheres podem alterar o gosto da comida. Há séculos que comemos com talheres e ninguém tinha pensado explicar isto.” Como resultado destes estudos, cada vez mais os designers estão a aproveitar estes conhecimentos para “criar pratos e talheres que nos ajudem a contar histórias sobre a comida”.

Só agora começámos este caminho, conclui Spence. “Não há nada que nos excite mais do que ver um prato com a nossa comida favorita quando temos fome. É a expectativa que nos excita. É algo que está gravado nos nossos cérebros e não vai desaparecer".

Fonte: ANILACT

A colheita do tomate para a indústria terminou na primeira semana de Outubro. A fase final da campanha foi “fortemente influenciada pela ocorrência de ataques muito fortes de mosca branca e de ácaros, que prejudicaram o desenvolvimento da planta e afetaram significativamente a maturação do fruto”, afirma o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas de Outubro de 2017 do Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

Nas suas previsões agrícolas, de 30 de Setembro, os analistas do INE referem que muitas searas completaram o seu ciclo com os frutos a apresentarem polpa de coloração alaranjada/branca e textura muito rija. Ainda assim, “nos casos em que os valores de brix21 eram aceitáveis, o tomate foi recepcionado pela indústria”, pode ler-se no Boletim.

Produção a cair 5%

Em todo caso, verificou-se uma redução de 5% na produção face à campanha anterior (que, recorde-se, teve uma área instalada muito semelhante à de 2017), com registo de produtores que não alcançaram produtividades de 60 toneladas por hectare (produtividade mínima prevista na legislação para o pagamento da ajuda por superfície ao tomate para transformação).

Fonte: Agroportal

O novo consumidor

  • Friday, 03 November 2017 10:41

A última década ficou marcada por mudanças significativas na estrutura económica, demográfica, social e tecnológica das famílias portuguesas. Essas mudanças tiveram um impacto significativo na forma como as famílias avaliam e concretizam as suas escolhas de consumo.

O novo consumidor é mais ponderado e racional nas escolhas que faz. Ajusta a sua dieta a objetivos de melhoria de qualidade de vida e saúde e procura soluções alimentares que lhe libertem tempo para se dedicar às atividades que mais valoriza. Por outro lado, está também mais consciente do impacto social e ambiental que gera com as suas escolhas, valorizando as empresas que refletem esta preocupação e estando até disposto a pagar mais pelos seus produtos ou serviços.

A transparência é, por isso, uma questão cada vez mais relevante e geradora de confiança para os consumidores, que exigem conhecer o tratamento dado aos produtos ao longo da cadeia de valor, para além dos valores e padrões éticos das empresas e do impacto que estas têm nas comunidades e no planeta.

Esta consciência é amplificada pela utilização das redes sociais, hoje a principal fonte de informação da maioria dos consumidores. As notícias polarizadoras sobre empresas e produtos, verdadeiras ou falsas, podem-se tornar rapidamente virais e as suas consequências, positivas ou negativas, são difíceis de prever.

Neste sentido, as empresas não devem ser neutras do ponto de vista ambiental, social e ético. A postura do “no harm” já não é diferenciadora aos olhos do consumidor, sendo vista como a condição mínima para entrada no mercado. Para escaparem à “armadilha da comoditização”, as empresas devem assumir, de forma ativa, posições concretas nos temas relevantes para os seus consumidores.

O consumidor não aceita ser um agente passivo nas comunicações de marketing das marcas. Quer “espreitar por trás da cortina” e conhecer as pessoas e os valores que gerem as empresas que produzem e distribuem os produtos que consome. Mantém-se atento à forma como as empresas tratam os seus fornecedores e colaboradores e é pouco tolerante a práticas que não reflitam a sua visão de uma empresa responsável.

Para se manterem relevantes, as empresas têm de saber reconhecer os valores que norteiam o seu público-alvo e garantir que a sua conduta converge com a sua promessa e posicionamento de marca. As empresas e cada um dos seus representantes, não devem ter receio de apoiar as causas próximas da organização e dos seus colaboradores. Devem ser, acima de tudo, transparentes e coerentes na prática dos princípios que as definem.

Fonte: ANILACT.pt

O que é a vitamina D e para que serve esta 'dádiva' solar

A vitamina D é um micronutriente de base lipossolúvel que se apresenta sob a forma de vitamina D2 - calciferol - e vitamina D3 - colecalciferol. O sol é a maior fonte de vitamina D, mas esta pode ainda ser encontrada em alimentos de origem animal (vitamina D3) ou em alimentos de origem vegetal (D2), embora a sua absorção pelo organismo seja menos eficiente do que a vitamina D obtida diretamente da luz solar.

De acordo com Inês Veiga, "as pessoas já estão sensibilizadas para a questão da deficiência [de vitamina D], o que as pessoas ainda não perceberam são as consequências que isso pode ter". A mais conhecida tem a ver com uma das principais funções da vitamina D que é a absorção do cálcio. Na prática, se tivermos baixos níveis de vitamina D no organismo, não conseguimos produzir uma hormona que se chama calcitriol, que é responsável pela absorção de cálcio, "aumentando o risco de osteoporose".

Mas esta não é a única patologia associada à falta de vitamina D. "Vários estudos mostram que as pessoas que carecem de vitamina D têm um risco aumentado de, por exemplo, diabetes, doenças cardiovasculares, doenças infecciosas e li há pouco tempo um estudo interessante acerca da relação da deficiência de vitamina D no inverno com o risco de gripes. Faz-se muito vacinação para a gripe, mas o que as pessoas possivelmente precisavam de fazer era suplementação com vitamina D", diz, destacando que "há, de facto, uma associação importante entre a deficiência de vitamina D e o risco de doenças infecciosas, inclusivamente um risco acrescido de cancro".

"A vitamina D tem funções em todo o organismo, não é apenas importante para absorção de cálcio, todas as células do nosso organismo têm recetores de vitamina D, portanto, o papel dela é muito mais abrangente do que a calcificação do osso", frisa.

Segundo a nutricionista Ana Teresa Macário, a vitamina D em doses corretas pode ainda "contribuir para o estímulo do nosso sistema imunitário e existem estudos que relacionam a deficiência de vitamina D com estados depressivos".

Por se tratar de uma vitamina que requer o acesso à exposição solar e por se tratar de uma vitamina com um tremendo impacto na saúde óssea, existem algumas pessoas que encaixam nos ditos grupos de risco. É o caso dos idosos: "Temos uma população cada vez mais envelhecida, que não se expõe ao sol e que, adicionalmente, tem outra limitação: a partir dos 60 anos, a capacidade que a pele tem de produzir vitamina D reduz para 25%. Mesmo uma pessoa idosa que tenha o cuidado de andar na rua e de se expor ao sol, já só tem a capacidade de produzir 25% de vitamina D, comparativamente com o que produzia quando tinha 20 anos". Mas não só: grávidas, crianças, pessoas internadas, reclusos... "De uma forma geral, mesmo pessoas saudáveis e jovens que trabalhem num escritório com janelas correm o risco de carecer de vitamina D, porque a radiação solar não atinge diretamente a pele e não consegue produzir a vitamina D", alerta a farmacêutica.

Cansaço, ossos partidos, fraqueza muscular e gripes/constipações frequentes e 'fora de horas' são alguns dos indícios mais claros de que o organismo possui baixos níveis da vitamina do sol.

Quando a alimentação não chega para fazer frente à má exposição solar

"Temos diversas fontes de vitamina D, mas não são suficientes", começa por dizer-nos a nutricionista Ana Teresa Macário.

Embora a vitamina D esteja presente em alimentos como o queijo, o iogurte, o leite, o ovo, o salmão, o atum, a ostra e o cogumelo, a verdade é que o seu impacto no organismo fica aquém do desejado, embora a "biodisponibilidade da vitamina D" em alguns destes alimentos é "boa, porque também existe magnésio e fósforo e estes três minerais permitem uma maior absorção do cálcio nos ossos, que é a principal função da vitamina D".

Uma vez que se trata de uma vitamina lipossolúvel, acaba por "estar nesse tipo de alimentos com alguma gordura. Quem consome, por exemplo, leite magro, vai ter um menor aporte de vitamina D do que quem consome leite meio-gordo, por isso é que recomendamos o leite meio-gordo às crianças", frisa.

Por estar maioritariamente presente em alimentos de origem animal, a iminência de carência por parte dos vegetarianos é uma questão ainda não muito explorada por quem segue este padrão alimentar. De acordo com a nutricionista, "é possível obter vitamina D através de uma dieta vegetariana, mas é uma forma da vitamina, a D2, que é muito menos absorvida. É o calciferol, que é uma forma não ativa da vitamina D, existe, por exemplo, nos cogumelos. Há alimentos de origem vegetal que contêm vitamina D, mas não é uma vitamina D com biodisponibilidade como a vitamina D3, que é a forma ativa da vitamina".

Então, como é que se consegue assegurar a qualidade mínima de vitamina D quando se apanha pouco sol e não se consegue beneficiar totalmente da alimentação? Através da suplementação. Embora o Infarmed tenha alertado para um "anormal" consumo de vitamina D, a verdade é que a suplementação continua a ser a forma mais eficaz e segura de obter este nutriente fundamental para a saúde e bem-estar humano.

"A suplementação deve ser recomendada por alguém especializado", diz Inês Veiga, revelando que "os médicos prescrevem muito doses mensais, de toma única num mês, mas o que vamos ter é uma mega dose de vitamina D e costumo comparar isso muito à água. O que é saudável é beber 1,5 litros por dia. Na vitamina D, o ideal era tomar 15 minutos de sol todos os dias do ano. Não faz sentido dizer às pessoas que se não gostam de beber água todos os dias, que podem beber 45 litros num dia por mês e depois não precisa de beber mais água. Não é fisiológico apanhar escaldões no verão e depois não apanhar mais sol no resto do ano. A suplementação deve ter uma dose diária equilibrada e ao longo de todo o mês, para se conseguir manter níveis equilibrados, níveis fisiológicos da vitamina D".

Cuidados a ter na hora de tomar um suplemento de vitamina D

"A estratégia mais comum é procurar um multivitamínico que também tenha vitamina D. Regra geral, os multivitamínicos têm doses muito baixas de vitamina D, têm quase sempre aquilo a que se chama de dose diária recomendada, mas esta dose é muito conservadora, baixa, são 200 unidades internacionais e não é suficiente, está comprovado que mesmo quando se faz uma ingestão mínima não se dá resposta às necessidades. Um multivitamínico poderia ser uma opção, mas não nos oferece doses adequadas", diz Inês Veiga.

Para a farmacêutica, o primeiro passo a dar é procurar um médico e pedir análises que permitam perceber os níveis de vitamina D (e outros micronutrientes) que se tem. Depois, há que encontrar, junto do médico e/ou farmacêutico, a dose mais indicada para a necessidade em questão, "não se devendo pecar nem por defeito, nem por excesso, porque há atualmente suplementos alimentares que têm mega doses de vitamina D, na ordem de 10 mil unidades internacionais, doses que são muito elevadas e que poderão fazer sentido numa situação em que a pessoa tem uma deficiência muito elevada, mas durante um período de tempo curto, um mês e depois recorrer a uma dose mais equilibrada. Diria que uma dose equilibrada, em que se consegue um bom compromisso entre um aporte adequado que não seja excessivo, será de 1500 unidades internacionais por dia".

Mas é preciso fazer ainda mais. Ao Lifestyle ao Minuto, Inês Veiga alerta também para a importância de "procurar no rótulo informação relativamente à dose de vitamina D, não tomar uma dose muito baixa ou elevada, procurar qual a forma de vitamina D e aquela que é mais ativa no organismo é a vitamina D3". Caso se trate de uma pessoa que segue um padrão vegetariano ou vegan, então "o que digo muitas vezes é para tomarem uma forma de vitamina D ativa, sem que seja de origem animal como aquela que é extraída da gordura da lã de ovelha, é que podem optar por uma forma sintética. Claro que o ideal será sempre optar uma forma natural, segura, tolerada, bem absorvida pelo organismo".

É também importante verificar a embalagem e perceber sob que forma se apresenta a vitamina D", pois, explica, "há comprimidos, há cápsulas, há granulados... mas tendo em conta que a vitamina D é uma vitamina que depende da gordura para ser absorvida, o ideal é que esta vitamina D se encontre dissolvida numa gordura, mas numa gordura boa, que seja saudável, como o azeite. Uma fórmula ideal é a cápsula mole de vitamina D dissolvida em azeite".

E qual o problema de muitos suplementos granulados, gotas ou pós para dissolver? "É que muitas vezes, para não terem mau sabor, as empresas adicionam aditivos, como edulcorantes, açúcar, aromatizantes para dar um sabor mais agradável. Não há necessidade disso, há cápsulas pequenas bem eficazes", refere.

Para Ana Teresa Macário, a questão de carência de vitamina D é delicada e a melhor forma de travar um possível agravamento da carência deste nutriente passa, sobretudo, pela prevenção e não pela procura de soluções.

"Atuar na prevenção, estar atentos principalmente aos grupos de risco, às pessoas idosas, crianças, grávidas, pessoas que não apanham sol. Já se fala muito sobre o tema hoje em dia, já existe mais informação e as pessoas podem esclarecer-se junto de um profissional de saúde, um médico, um nutricionista, um enfermeiro que saibam esclarecer, mas o quanto antes atuar é muito, muito importante. Quando existe uma osteoporose muito marcada, aí então é muito mais complicado podermos atuar e é muito simples, basta fazer a suplementação com vitamina D, uma cápsula por dia todo o inverno pode fazer toda a diferença anos mais tarde na prevenção da osteoporose", conclui.

Fonte: Notícias ao Minuto

A “Riscos e Alimentos”, publicação de carácter semestral, é um meio de comunicação recente que a ASAE entendeu lançar, focado na avaliação e comunicação dos riscos.

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Fonte: ASAE