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Investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) estão a desenvolver uma “espécie de vacina” à base de substâncias naturais para aplicar e proteger frutos e legumes de doenças fúngicas, surgindo como alternativa aos pesticidas químicos.

Em comunicado, a FCUP destaca que “há cada vez mais doenças fúngicas em frutos e legumes”, muitas das vezes provocadas pelas alterações climáticas, que originam “quebras acentuadas de produção” e um “elevado desperdício alimentar”.

Para evitar as quebras de produção e o desperdício, os produtores usam, frequentemente, fungicidas sintéticos, mas a eficácia destes produtos “é cada vez mais reduzida devido às resistências desenvolvidas pelos fungos patogénicos”, tendo também um impacto negativo na saúde humana e nos ecossistemas.

Com o intuito de desenvolver uma “alternativa” a estes pesticidas químicos, os investigadores da FCUP estão a trabalhar numa “espécie de vacina” baseada em substâncias naturais, no âmbito do projeto “BFree: Biocontrolo de Frutos e de Legumes”.

“O nosso objetivo é contribuir para o desenvolvimento e implementação de um conjunto de produtos naturais à base de micro-organismos endófitos [isolados de frutos] como agentes de biocontrolo”, afirma, citada no comunicado, a coordenadora do projeto e investigadora do GreenUPorto – Centro de Investigação em Produção Agroalimentar Sustentável, Susana Carvalho.

Ao longo do projeto, os investigadores vão desenvolver “ferramentas sustentáveis” para diminuir o uso de produtos fitofarmacêuticos que “têm sido detetados com maior frequência nos produtos e legumes que chegam ao consumidor”.

A podridão cinzenta, oídio, míldio, antracnose e cladosporiose são o grupo-alvo de doenças fúngicas sobre as quais os investigadores se vão debruçar.

Neste momento, a equipa está a trabalhar nos micro-organismos antagonistas, tendo já selecionado os que têm “maior potencial antifúngico sobre os agentes patogénicos que levam às principais doenças”.

“Chegaram, aliás, a 12 diferentes formulações de diferentes micro-organismos”, destaca a instituição, esclarecendo que os investigadores pretendem agora analisar o efeito destas formulações em campo e aplicando-as diretamente nas plantas por forma a perceber a interação entre o micro-organismo e o agente patogénico.

Numa segunda fase do projeto, a equipa vai monitorizar a eficácia destas formulações na prevenção e tratamento de doenças fúngicas ao longo do ciclo natural de diversas culturas como o morango, framboesa, mirtilo e tomate.

Já a terceira e última etapa do projeto visa o desenvolvimento das soluções encontradas “para condições comerciais”, tendo como objetivo alcançar cerca de 135 produtores hortofrutícolas distribuídos pelo território nacional.

Susana Carvalho destaca ainda que a aplicação de agentes de biocontrolo “tem vindo a despertar uma elevada atenção” tanto no meio científico, como no meio empresarial “como uma alternativa promissora e sustentável às abordagens convencionais para a gestão de pragas e doenças”.

Com um financiamento de 860 mil euros do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), o projeto conta com a colaboração do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, o Centro Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN), a Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas (FNOP), a Proenol – Indústria Biotecnológica e mais 10 pequenas e médias empresas, nas quais se incluem organizações de produtores e produtores individuais.

Fonte: Agroportal

A Piriculariose, doença causada pelo fungo patogénico Magnaporthe oryzae, ataca e destrói as plantas de arroz no mundo inteiro, inclusive em Portugal. Mas parece que os cientistas encontraram a solução na tecnologia CRISPR.

A tecnologia de edição genética CRISPR tem sido utilizada com sucesso no desenvolvimento de plantas de arroz resistentes a doenças de largo espetro, nomeadamente a Piriculariose, uma doença provocada pelo fungo patogénico Magnaporthe oryzae, que é responsável pela destruição de muitos arrozais no mundo inteiro.

No estudo Genome editing of a rice CDP-DAG synthase confers multipathogen resistance, publicado na Nature, investigadores norte-americanos e chineses utilizaram a edição do genoma (CRISPR) para criar uma variedade de arroz de elevado rendimento resistente a este fungo. Tudo começou quando o cientista da Universidade da Califórnia (Davis), Guotian Li, identificou uma estirpe que se revelaria promissora entre as 3200 estirpes sequenciadas.

“Ele descobriu que a estirpe também era resistente à infeção bacteriana, mas era extremamente pequena e de baixo rendimento”, afirmou Pamela Ronald, professora no departmento de patologia vegetal na Universidade da Califórnia (Davis). “Estes tipos de mutantes que ‘imitam lesões’ já foram encontrados anteriormente, mas só em alguns casos foram úteis para os agricultores devido ao baixo rendimento”.

Mais recentemente, no seu laboratório na Universidade Agrícola de Huazhong, em Wuhan, na China, Guotian Li utilizou o CRISPR-Cas9 para isolar o gene relacionado com a mutação na estirpe e recriar essa caraterística de resistência – identificando uma linha com bom rendimento e resistência a três agentes patogénicos diferentes, incluindo o fungo Magnaporthe oryzae.

Em ensaios de campo em pequena escala, plantados em parcelas afetadas por doenças, as novas plantas de arroz tiveram cinco vezes mais rendimento do que o arroz de controlo, que foi danificado pelo fungo, acrescentou Pamela Ronald.

Os investigadores esperam recriar esta mutação em variedades de arroz comummente cultivadas. Atualmente, apenas optimizaram este gene numa variedade modelo chamada “Kitaake”, que não é cultivada em grande escala. Os investigadores esperam também atingir o mesmo gene no trigo para criar trigo resistente a doenças.

“Muitos destes mutantes que imitam lesões foram descobertos e postos de lado por terem um baixo rendimento”, afirmou Pamela Ronald. “Esperamos que as pessoas possam analisar alguns deles e ver se podem editá-los para obter um bom equilíbrio entre resistência e alto rendimento”.

A Piriculariose é geralmente considerada a doença mais importante do arroz a nível mundial, devido à sua extensa distribuição e capacidade de destruição em condições favoráveis.

Também em Portugal a Piriculariose é uma das doenças mais comuns no arroz, afetando todas as bacias produtoras, desde o Mondego ao Tejo, Sorraia e Sado. O ataque do Magnaporthe oryzae pode resultar em perdas na produção na ordem dos 50%, como sucedeu aos orizicultores do Tejo-Sorraia no ano 2018. No entanto, as perdas na produção são mais ou menos consideráveis dependendo da variedade de arroz e de fatores climáticos como a humidade e a temperatura. Em locais de cultivo onde prevalece uma humidade relativa do ar de 95% e uma temperatura média de 26°C/27°C, o risco de infeção e disseminação de esporos é alto.

A presença de Piriculariose é visível pelo aparecimento de manchas circulares ou elípticas, apresentando um centro acinzentado rodeado por bordos castanho- avermelhados, e pode manifestar-se em todas as partes aéreas da planta e em qualquer altura do seu processo de desenvolvimento, desde os estádios iniciais até à fase de grão leitoso.

Saiba mais aqui.

Fonte: CiB - Centro de Informação de Biotecnologia

Os EUA autorizaram quarta-feira pela primeira vez a comercialização de carne de frango criada em laboratório por duas empresas, anunciou hoje um porta-voz do Departamento da Agricultura (USDA, na sigla em Inglês).

O USDA inspecionou e aprovou os sistemas de higiene alimentar das empresas Upside Foods e Good Meat, cujos produtos vão estar disponíveis rapidamente em alguns restaurantes, já adiantaram as sociedades.

Em novembro, as empresas tinham obtido autorização da agência para a segurança alimentar nos EUA (FDA, na sigla em Inglês), ao passo que o USDA aprovou na semana passada a conformidade das designações.

Uma Valeti, fundador e presidente executivo da Upside Foods, saudou a decisão como “um passo de gigante para um futuro mais duradoiro”.

Já Josh Tetrick, cofundador e presidente executivo da Eat Just, que controla a Good Meat, congratulou-se: “Somos a única empresa que vende carne cultiva em laboratório no mundo, desde o nosso lançamento em Singapura, em 2020, e agora estamos autorizados a fazê-lo na primeira potência mundial”.

A Upside Foods já recebeu a primeira encomenda, que veio do restaurante da ‘chef’ francesa Dominique Crenn, uma ‘estrelada’ Michelin, em San Francisco.

Por seu lado, o primeiro fornecimento da Good Meat deve ser destinado ao ‘chef’ José Andrés.

Fonte: Agroportal

Investigadores da Seoul National University, na Coreia do Sul, desenvolveram uma variedade de tomate geneticamente editada com níveis aprimorados de provitamina D3 (ProVitD3). Os cientistas utilizaram o CRISPR, uma ferramenta de edição de genes. 

Num novo relatório publicado na edição de junho da GEN Biotechnology, investigadores da Seoul National University, na Coreia do Sul, aplicaram a ferramenta de edição de genes CRISPR para produzir tomate com níveis altos de provitamina D3 (ProVitD3).

Os cientistas utilizaram o sistema CRISPR em tomates para induzir uma perda de função num dos dois genes DWARF5 (DWF5), um homólogo do gene humano (DHCR7) responsável pela conversão de ProVitD3 em colesterol. O homólogo vegetal do DHCR7 foi inicialmente identificado em Arabidopsis thaliana como DWF5.

Tendo em conta a elevada identidade de sequência de mais de 83%, a equipa coreana levantou a hipótese de os dois genes DWF5 do tomate, SIDWF5A e SIDWF5B, funcionarem de forma redundante nas suas vias biossintéticas. Optaram por editar o SIDWF5A depois de os padrões de expressão espacial terem mostrado que os níveis de transcrição do SIDWF5A eram duas a cinco vezes superiores aos do SIDWF5B, especialmente nos frutos verdes e vermelhos.

Notavelmente, os novos tomates geneticamente editados mostraram níveis acumulados de ProVitD3 tão altos quanto 6 μg/g de peso seco em frutas vermelhas, mantendo a semelhança morfológica com tomates do tipo selvagem. (Em contraste, os mutantes Arabidopsis dwf5 apresentaram nanismo.)

Como a ingestão humana diária recomendada de vitamina D é de 20 μg, os autores afirmam que consumir um único tomate fresco maduro pesando 150 g (equivalente a 15 g de peso seco) tem o potencial de aliviar significativamente as deficiências de vitamina D em todo o mundo.

Com este trabalho, os cientistas da Seoul National University provam, uma vez mais, que o tomate pode ser biofortificado com níveis elevados de ProVitD3, o que “poderia constituir uma fonte vegetal de vitamina D se as plantas com esta caraterística fossem colocadas no mercado”, afirmou Aaron Hummel, diretor de tecnologia da Pairwise, uma empresa de tecnologia alimentar sediada na Carolina do Norte, nos EUA, que aplica o CRISPR para desenvolver saladas que pretendem ser mais frescas, mais saborosas e de mais fácil acesso.

Saiba mais aqui.

Fonte: CiB - Centro de Informação de Biotecnologia

Alerta: Exportação para o Japão

  • Wednesday, 21 June 2023 09:42

A DGAV alerta para o facto de que, a partir do próximo dia 5 de agosto, inclusive, passa a ser necessário o acompanhamento por um Certificado Fitossanitário para a introdução de determinados vegetais no Japão que até ao momento não carecem de tal certificação.

Com efeito, alguns vegetais não destinados a cultivo, como grãos ou certas madeiras, ramos e folhas de algumas plantas, que atualmente podem ser exportados para aquele país sem se fazerem acompanhar do referido Certificado Fitossanitário, vão carecer deste este documento a partir daquela data.

De acordo com a informação da Autoridade Fitossanitária Japonesa, vai continuar a ser dispensado o acompanhamento por um certificado fitossanitário de alguns vegetais, se secos, prensados, triturados ou esmagados, desde que tais produtos vegetais não sejam utilizados como fertilizantes, alimentos para animais ou como matérias-primas para a agricultura e a silvicultura.

Em caso de dúvida quanto à necessidade de um certificado fitossanitário para um determinado produto vegetal, os operadores poderão contactar a DGAV (This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.), solicitando esclarecimentos junto da autoridade congénere no Japão.

Fonte: DGAV

A Comissão Europeia publicou hoje o seu relatório de 2022 da Rede de Alerta e Cooperação. O relatório revela que se registou um aumento significativo da atividade de fraude agroalimentar durante o ano, continuando o Sistema de Alerta Rápido para Alimentos para Consumo Humano e Animal (RASFF) a ser a rede mais ativa. No total, foram transmitidas 4361 notificações através do RASFF relacionadas com riscos sanitários ligados a géneros alimentícios ou alimentos para animais. Além disso, foram também comunicadas 2554 notificações de assistência e cooperação administrativa ou de incumprimento da legislação da União Europeia relativa à cadeia agroalimentar que não apresentam um risco sanitário imediato, tendo sido ainda notificados 600 casos suspeitos de fraude.

O número mais elevado de notificações (990) esteve relacionado com resíduos de pesticidas em frutas e produtos hortícolas, o que representa uma queda acentuada de 20 % em comparação com 2021. Entre as suspeitas de fraude, as notificações mais frequentes estavam relacionadas com a circulação ilegal de cães e gatos, num total de 276, sendo que mais de metade das notificações envolviam animais provenientes de fora das fronteiras da UE. Os animais de companhia eram frequentemente acompanhados por certificados sanitários falsificados, passaportes da UE emitidos ilegalmente com informações falsas sobre a origem ou resultados laboratoriais anti-rábicos falsificados. Este último aspeto é particularmente preocupante no caso de animais provenientes de países onde a raiva continua a estar disseminada.

A Rede de Alerta e Cooperação da UE é composta por membros da rede do Sistema de Alerta Rápido para os Géneros Alimentícios e Alimentos para Animais (RASFF), da rede de Assistência e Cooperação Administrativa (AAC) e da Rede de Fraude Agro-Alimentar (FFN).

Aceder ao Relatório de 2022 aqui.

Fonte: Comissão Europeia

Os novos dados do Marine Stewardship Council (MSC), uma organização sem fins lucrativos, que se dedica a acompanhar e a certificar a sustentabilidade das pescas em todo o Mundo, mostram que acabar com a sobrepesca permitiria obter mais alimento dos oceanos, numa quantidade suficiente para alimentar milhões de pessoas que actualmente estão privadas desta fonte de proteína, ajudando ainda a prevenir problemas de saúde graves e potencialmente fatais.

“O peixe e o marisco são dos alimentos mais ricos em nutrientes e vitaminas, correspondendo já a um quinto das necessidades diárias de proteínas de mais de 3 mil milhões de pessoas em todo o Mundo”, realça a organização em comunicado de imprensa.

E adianta que estudos recentes sugerem que, “se todas as pescarias do Mundo fossem geridas de forma sustentável, seria possível pescar mais 16 milhões de toneladas de peixe e marisco por ano. Esta quantidade adicional, juntamente com os 96 milhões de toneladas de pescado selvagem previstos para 2030, poderiam evitar carências de ferro em 4 milhões de pessoas e carências de vitamina B12, em 18 milhões de pessoas”.

“Desta forma, seria também possível contribuir para a redução dos casos de anemia, um problema de saúde pública mundial que afecta quase metade das crianças com menos de cinco anos e 40% das mulheres grávidas, a nível global”, refere o mesmo comunicado.

Por outro lado, refere que “o aumento do pescado poderia também contribuir para eliminar as carências de zinco em mais de dois milhões e meio de pessoas e de cálcio em 24 milhões, ao mesmo tempo que impulsionaria o consumo de vitamina A em cinco milhões de pessoas. A deficiência de vitamina A é, por si só, a principal causa de cegueira evitável em crianças”.

Apoio à pesca sustentável

O MSC alerta que, para usufruir dos reais benefícios dos alimentos “azuis”, estes devem ser “considerados no centro das estratégias alimentares nacionais delineadas pelos governos, através da promoção de medidas que garantam o reconhecimento e o apoio à pesca sustentável, assim como o acesso a produtos do mar ricos em nutrientes, especialmente nas economias emergentes”.

Segundo a análise do MSC, 38 milhões de pessoas que carecem de ácidos gordos ómega 3 (DHA e EPA), presentes maioritariamente no peixe e no marisco, poderiam satisfazer as suas necessidades diárias se os oceanos fossem explorados de forma sustentável, o que contribuiria para reduzir as mortes por doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais.

As estimativas são da Aquatic Foods Composition Database (base de dados sobre a composição de alimentos provenientes do mar), que resulta da Golden Lab, Harvard T.H. Chan School of Public Health. Trata-se da base de dados mundial mais completa, com mais de três mil e quinhentas espécies de alimentos de origem aquática e centenas de nutrientes, criada para melhorar a compreensão em relação aos benefícios nutricionais dos alimentos “azuis”.

Organismo absorve melhor nutrientes do peixe e do marisco

Diz o mesmo comunicado que “dados recentes mostram também que o organismo absorve e utiliza melhor os nutrientes provenientes do peixe e do marisco do que os nutrientes dos vegetais e dos suplementos alimentares. No entanto, são diversos os desafios que o oceano enfrenta, com mais de um terço das populações mundiais de peixes exploradas de forma insustentável”.

Para o director executivo do MSC, Rupert Howes, “enfrentamos, actualmente, uma pressão sem precedentes sobre os sistemas de produção alimentar a nível global, impulsionada quer pelo aumento da população mundial, que se prevê chegar até aos 8 mil milhões de pessoas até 2030, quer pelos impactos potencialmente catastróficos das alterações climáticas. O peixe selvagem já desempenha um papel fundamental para reverter este cenário: fornece proteínas a milhares de milhões de pessoas e proporciona uma forma de produção natural de alimentos com baixas emissões de carbono, o que é difícil de superar”.

Realça ainda director executivo do MSC que “se mais pescarias em todo o Mundo forem geridas de forma sustentável, poderemos fornecer uma quantidade ainda maior dos nutrientes necessários para uma população em crescimento. Mas, para tal, exige-se uma acção urgente, uma vez que um terço das populações de peixes estão ameaçadas. Se conseguirmos fazer frente ao desafio da sobrepesca, estaremos a lutar contra a insegurança alimentar e a prevenir problemas de saúde. Os consumidores, os pescadores e as empresas já estão a apoiar esta mudança. Mas precisamos que os governos façam mais, garantindo a transformação urgente dos nossos sistemas alimentares à escala mundial”.

Esta análise, que faz parte do novo relatório sobre a importância dos produtos do mar capturados em estado selvagem para sustentar a população mundial em crescimento, é lançada pelo MSC para assinalar o mês de sensibilização para o papel vital dos oceanos na salvaguarda da saúde, segurança e na prosperidade das pessoas em todo o Mundo.

Fonte: Agricultura e Mar

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do seu Departamento de Alimentação e Nutrição, publicou uma nova versão online da Tabela de Composição de Alimentos (TCA), documento de referência nacional para a composição de alimentos consumidos em Portugal. Esta edição contempla dados de 1330 alimentos e de 44 componentes/nutrientes (Energia, Macroconstituintes, Ácidos Gordos, Colesterol, Vitaminas e Minerais), dois dos quais (iodo e selénio) publicados pela primeira vez.

A nova versão (6.0) da TCA está disponível no site PortFIR, sendo possível descarregá-la em formato Microsoft Excel, bem como fazer pesquisas online através, por exemplo, de palavras-chave, grupos de alimentos, componentes ou lista alfabética e comparar alimentos.

A introdução de novos alimentos foi feita, principalmente, com base no Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (2015-2016), com relevância para o grupo dos laticínios (queijos) e leguminosas. As determinações analíticas dos componentes foram realizadas nos laboratórios do INSA, com base numa amostragem representativa do consumo atual da população portuguesa.

Foram ainda efetuadas diversas revisões (teores de alguns componentes, descrição dos alimentos, exclusão de alimentos atualmente não comercializados), e adicionadas partes edíveis a mais alimentos. Foi também realizada uma revisão dos alimentos existentes na TCA, quer relativamente à sua descrição quer ao teor dos respetivos componentes, bem como a exclusão dos produtos que já não existem no mercado.

A atualização da TCA é um trabalho permanente e realizado em linha com os alimentos consumidos pela população portuguesa, com a evolução dos métodos analíticos e de acordo com critérios de qualidade estabelecidos internacionalmente. Desde 2017 que o INSA publica atualizações da TCA anuais, cujo acesso é livre.

Fonte: INSA

As Nações Unidas definiram o dia 5 de junho como o Dia Mundial do Meio Ambiente no seguimento da Conferência de Estocolmo, em 1973, há 50 anos!

Esta efeméride tem por objetivo recordar que o tempo está a esgotar-se e que vivemos tempos de emergência climática.

Em 2023, a ONU centra a sua comunicação no problema da poluição de plástico. Mais de 400 milhões de toneladas de plástico são produzidas todos os anos em todo o mundo, sendo apenas 10% reciclado. Estima-se que entre 19 e 23 milhões de toneladas acabam em lagos, rios e mares anualmente. Os microplásticos encontram o seu caminho para alimentos e para a água que os seres humanos e os animais consomem, bem como para o ar que todos respiramos.

Neste dia, a abordagem da poluição ambiental sensibiliza os governos e outras partes interessadas para a importância de ampliar e implementar ações que ajudem a resolver esta crise.

Regulamento (UE) 2022/1616 da Comissão Europeia, de 15 de setembro de 2022, relativo aos materiais e objetos de plástico reciclado destinados a entrar em contacto com os alimentos, retificado em 21 de setembro de 2022, tem sido divulgado pela DGAV, enquanto Autoridade Nacional, no âmbito dos planos de controlo de materiais em contacto com os alimentos.

Celebre o Dia Mundial do Meio Ambiente e junte-se à DGAV nesta mobilização mundial para ações transformadoras com vista à proteção do meio ambiente.

Assista ao vídeo das Nações Unidas.

Fonte: DGAV

O consumo de ovo, leguminosas e peixe gordo está abaixo do recomendado nas creches, de acordo com um estudo de uma associação de Braga, coordenado cientificamente pela Faculdade de Ciências de Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP).

Segundo o estudo, hoje divulgado, da Associação Cultural e Recreativa de Cabereiros (Braga), cofinanciado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), nos almoços "verificou-se o défice da oferta de leguminosas (menos de uma vez por semana) e de ovo como principal fonte proteica (menos de duas vezes por mês)", no segmento dos 9 aos 11 meses de idade.

O relatório, realizado no âmbito do projeto C2S - Creche com Sabor e Saúde, avaliou 18 Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) que apoiam 850 crianças nos distritos de Braga, Porto, Viseu, Coimbra e Leiria, refere também que foi detetada "a presença de sopa com proteína animal mesmo quando já era oferecido prato completo".

Já dos 12 aos 36 meses, "destacou-se o baixo recurso ao ovo como principal fonte proteica (menos de duas vezes por mês), ao peixe gordo (menos de uma vez por mês) e a métodos de confeção como ensopados, caldeiradas e jardinagens (menos de uma vez por mês)".

"No que diz respeito aos lanches oferecidos, apurou-se que todas as instituições ofereciam alimentos ricos em açúcares simples e gorduras tais como leite com chocolate, cereais de pequeno-almoço, pães de leite e bolachas", pode ainda ler-se no documento.

O estudo detetou ainda que, apesar da quantidade por pessoa (capitação) estar "de acordo com o recomendado", foi "facilmente percetível o excesso da capitação relativa ao fornecedor de hidratos de carbono e ao défice da capitação de hortícolas".

Até aos 11 meses, a fruta foi oferecida "em excesso", mas a partir do primeiro e segundo ano de vida, "a porção dada ao almoço estava correta, se considerarmos que as crianças comem três vezes fruta por dia".

"Nas instituições avaliadas durante uma semana, mais de 80% colocam sal na sopa a partir dos 6 meses e todas o fazem a partir dos 9 meses", refere ainda o estudo.

Já quanto às condições higienossanitárias, "avaliaram-se 23 unidades através da ferramenta criada para o efeito, tendo-se apresentado, em média, 23,5% de não conformidades (NC)", especialmente nos domínios de 'atividades de monitorização e verificação' (45,3% de NC) e 'armazenamento em temperatura ambiente' (37,0%).

Como o estudo incluiu uma dimensão de intervenção após o diagnóstico, "verificou-se uma melhoria na percentagem de conformidades na avaliação dos planos de ementas de 15,5%, tendo em conta a avaliação inicial (70,3%) e final (80,7%)".

"Conclui-se que todas as instituições parceiras melhoraram a sua oferta alimentar, a nível da refeição de almoço", refere o estudo.

Também na dimensão higiossanitária se verificou uma melhoria "de 24,1% no número de NC, tendo em conta a avaliação inicial (23,4%) e final (17,8%)".

O relatório ilustra, "pela primeira vez, a realidade relativa ao ambiente em torno da oferta alimentar das creches portuguesas", e os resultados serão agora convertidos em linhas de orientação para alimentação saudável dos 0 aos 3 anos em contexto de creche, segundo a FCNAUP.

Fonte: Sapo.pt