Está a ser criada uma inovação que promete melhorar a segurança alimentar e contribuir para a prevenção de riscos para a saúde. O Projeto Myco-ProAffinity, liderado pelo CEB (Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho) está a criar uma solução inovadora para que os alimentos cheguem até à nossa mesa de forma mais segura. A ideia é desenvolver uma plataforma tecnológica que utiliza proteínas específicas para identificar e remover micotoxinas, uma ameaça invisível muitas vezes presente em produtos alimentares, bebidas e rações para animais.
Por existirem numa grande diversidade de produtos alimentares, estas substâncias tóxicas produzidas por fungos podem ter consequências graves na saúde humana e animal. Com a tecnologia que está a ser desenvolvida pela equipa de investigadores do Centro, será possível extrair e detetar estas toxinas mais eficazmente, caracterizando-se melhor os riscos para os consumidores.
“A inovação do Myco-ProAffinity reside na capacidade da plataforma em capturar tanto as micotoxinas como as suas formas modificadas, que são muitas vezes invisíveis para os métodos que existem atualmente”, explica Luís Abrunhosa, coordenador do projeto. “Além disso, esta tecnologia pode ser reutilizada várias vezes, o que representa uma vantagem significativa em termos de custo e eficiência”.
A criação de novos e melhores métodos de deteção e remoção de micotoxinas representa um passo importante para a segurança alimentar. “Se identificarmos potenciais riscos, podemos, posteriormente, eliminá-los da cadeia alimentar. Se analisarmos e compreendermos melhor o problema, é possível delinear estratégias de mitigação mais adequadas”, sublinha Luís Abrunhosa.
Até ao momento, o principal resultado do trabalho de investigação é o desenvolvimento e a validação de um método que utiliza uma proteína específica para determinar ocratoxina A (OTA) em cerveja. Os testes de reutilização demonstraram que é possível utilizar as colunas que contêm esta proteína até quatro vezes, o que poderá permitir obter mais informação com menos custos e, consequentemente, contribuir para o aumento do conhecimento na área.
Além do potencial para incrementar a quantidade e a qualidade dos dados sobre a presença de toxinas em alimentos, esta inovação abre portas a futuras aplicações na identificação de outros contaminantes que, até então, têm recebido pouca atenção.
Fonte: Vida Rural
Estudo visou avaliar as características nutricionais de diversos produtos alimentares visualmente apelativos para as crianças, disponíveis no mercado português em 2024.
A maioria dos produtos direcionados a crianças não cumpre os critérios estabelecidos pela Estratégia Integrada para Promoção da Alimentação Saudável, quando avaliados conjuntamente os teores de açúcares e sal, revela um estudo do Instituto Nacional de Saúde divulgado hoje.
"A grande maioria dos 247 produtos avaliados, de seis categorias alimentares distintas [cereais de pequeno-almoço, barras de cereais, iogurtes e queijinhos aromatizados, bebidas lácteas aromatizadas, bolachas e biscoitos e bolos, napolitanas e queques], não atendia aos valores de referência da Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável (98,8%)", apontam as conclusões do estudo publicado no Boletim Epidemiológico Observações do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).
O estudo também conclui que 89% dos produtos analisados não cumpriam os valores-limite estabelecidos no modelo de perfil nutricional fixado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) para serem publicitados a menores de 16 anos, sendo que, neste caso, os valores limite mais frequentemente não cumpridos eram os referentes aos teores de açúcares totais e ao valor energético.
"Simultaneamente, observou-se que mais de 50% dos produtos continham teores médios e altos de lípidos, ácidos gordos saturados, açúcares e sal, atingindo os 97,6% no caso dos açúcares", sublinha o documento.
O estudo visou avaliar as características nutricionais de diversos produtos alimentares visualmente apelativos para as crianças, disponíveis no mercado português em 2024 e analisar esses alimentos em relação às alegações, menções e outras informações, bem como aos ícones e outros elementos apelativos presentes nas suas embalagens ou rótulos.
Os dados foram obtidos em fevereiro de 2024, a partir dos rótulos e informação nutricional disponível nos 'sites' nacionais de diferentes empresas de comércio e distribuição alimentar.
Além da presença de ícones, mascotes ou outros elementos apelativos para as crianças nas embalagens e rótulos em todos os produtos analisados, 68,8% incluíam alegações nutricionais e de saúde, menções e outras mensagens relacionadas a benefícios.
"Está comprovado que estas estratégias dirigidas às crianças contribuem para o aumento do consumo de produtos que não se enquadram num padrão alimentar saudável e que já são ampla e habitualmente consumidos por este público, o que levanta sérias preocupações sobre o impacto que têm na sua saúde", realça a investigação do Departamento de Alimentação e Nutrição do INSA.
Segundo os investigadores, algumas das técnicas ou conteúdos utilizados podem criar "uma perceção de que os alimentos são mais saudáveis e/ou apresentam uma maior qualidade global, desviando a atenção das suas características nutricionais".
Dados relativos a 2022 indicam proporções muito elevadas de obesidade entre as crianças dos 6 aos 8 anos, com 31,9% a apresentar excesso de peso, dos quais 13,5% tinham obesidade.
O INSA realça que "o consumo excessivo de alimentos ultra processados, caracterizados por um alto valor energético e elevados teores de ácidos gordos saturados, açúcares e sal, tem contribuído para a crescente e preocupante prevalência de excesso de peso, particularmente nas faixas etárias mais jovens".
"Estes alimentos são geralmente hiperpalatáveis, convenientes, amplamente disponíveis e acessíveis, além de terem, normalmente, um custo mais baixo comparativamente às opções alimentares mais saudáveis e são intensamente promovidos", através de elaboradas estratégias de publicidade e marketing, alerta o estudo.
Fonte: nowcanal.pt
Tem o nome de INOVOlive e é liderado pela Adega Cooperativa De Freixo De Espada à Cinta e tem como parceiros a LOKI (empresa de investigação, projeto, desenvolvimento e produção de produtos e sistemas com base em tecnologia LED), o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e o MORE – Laboratório Colaborativo Montanhas de Investigação (MORE CoLAB). O projeto, aprovado no âmbito do Portugal 2030, teve início no mês passado e tem como objetivo “trazer a inovação para a cadeia de processamento da azeitona de mesa”. Segundo a organização, a Azeitona de Conserva Negrinha de Freixo vai conhecer os benefícios da luz LED antes e depois das prateleiras do supermercado e chegar à nossa mesa com um teor de sal reduzido.
O projeto visa a criação de um novo modelo tecnológico, sustentável e estratégico para a indústria de processamento de azeitona, respondendo a uma crescente necessidade dos produtores de otimização e rentabilização, obtendo um produto final de qualidade, com respeito pelas características peculiares da conhecida “Negrinha”.
Teófilo Ferreira, responsável de produção da Adega Cooperativa de Freixo, explica que “o projeto INOVOlive é de enorme relevância para a Adega Cooperativa de Freixo de Espada à Cinta, pois oferece uma oportunidade ímpar, especialmente no que toca à valorização da Azeitona de Conserva da variedade Negrinha de Freixo, uma referência da região”. A responsável adianta ainda que “com a introdução de práticas mais sustentáveis e saudáveis, o projeto abre portas para mercados exigentes e orientados para produtos premium, tanto a nível nacional quanto internacional. A redução de sal, em particular, posiciona a azeitona como uma escolha ideal para consumidores conscientes e mercados cada vez mais regulados”.
Os parceiros do INOVOlive esperam obter, no final deste projeto, Azeitona de Conserva Negrinha de Freixo embalada em salmoura com teor de sal menor do que a disponível comercialmente, e desenvolver tês sistemas de iluminação LED: um com o objetivo de acelerar a fermentação da azeitona de mesa nos reatores de fermentação, reduzindo em pelo menos três meses o tempo de fermentação, e os outros dois visando reduzir em 99% a carga microbiana das azeitonas e da salmoura no final do processo fermentativo.
Reutilização da salmoura para cultivo de salicórnia
“O MORE CoLAB, mais uma vez, tem a oportunidade de trabalhar com entidades empresariais relevantes no setor produtivo primário, bem como no setor de desenvolvimento tecnológico, de forma a contribuir decisivamente para a criação de modelos de negócios mais sustentáveis e com impacto nas regiões onde está inserido”, afirma Alexandre Gonçalves, coordenador do grupo de Produtos e Processos de Base Biológica do MORE CoLAB. “O nosso foco é a transferência de conhecimento e tecnologia e, neste projeto, focaremos a reutilização da salmoura para o cultivo de salicórnia, um modelo que assenta nos pilares da sustentabilidade e da economia circular”, conclui o representante de um dos parceiros do INOVOlive.
Fonte: iALIMENTAR
Os cientistas desenvolveram um robot que identifica diferentes espécies de plantas, em várias fases de crescimento, apenas tocando nas suas folhas através de um elétrodo.
O robot consegue medir propriedades como textura da superfície e teor de água, que não conseguem ser determinadas através das abordagens visuais existentes. Na experiência efetuada, o robot identificou dez espécies de plantas diferentes com uma precisão média de 97,7% e identificou folhas da planta do género bauhinia com 100% de precisão em vários estágios de crescimento.
Para superar as limitações das abordagens baseadas no visual, a equipa de investigação desenvolveu este mecanismo, que foi inspirado na pele humana, com estruturas que trabalham de forma hierárquica para obter informações através do toque.
“Quando o elétrodo no robot faz contacto com uma folha, o dispositivo aprende sobre a planta por meio da medição de várias propriedades”, explicou Zhongqian Song, autor do estudo.
O investigador acredita que este modelo é muito mais eficaz do que as abordagens atuais por via visual, pois estas são vulneráveis a fatores como condições de iluminação, mudanças no clima ou interferência do ecossistema.
Os cientistas responsáveis pelo artigo científico que descreve a experiência, acreditam que agricultores e investigadores do setor agrícola podem usar o robot para monitorizar a saúde e o crescimento das plantações e tomar decisões personalizadas sobre a quantidade de água e fertilizante a fornecer às plantas, assim como gerir o controlo de pragas.
“Isto pode, de facto, revolucionar a gestão das culturas e os estudos de ecossistemas, uma vez que permite a deteção precoce de doenças, o que é crucial para a saúde das plantas e a segurança alimentar”, afirmou Zhongqian Song.
Fonte: Vida Rural
Já entrou em vigor o Despacho n.º 12849/2024 com Novas Regras para Isenção de Marcação de Ovos, incluindo novas situações de isenção da marcação de ovos com o código do produtor, alinhando as normas nacionais às mais recentes regulamentações europeias, designadamente:
1. Produtores com até 50 galinhas poedeiras estão dispensados da marcação, caso:
- Vendam diretamente ao consumidor final ou ao comércio retalhista local, no concelho ou concelhos vizinhos;
- Não ultrapassem a produção de 350 ovos por semana;
- Indiquem o nome e endereço do produtor no local de venda;
2. Ovos destinados à indústria alimentar:
- Sem necessidade de marcação, desde que sejam transformados (ex.: pasteurização) para eliminar riscos microbiológicos;
3. Marcação no primeiro centro de embalagem, permitida nas seguintes situações:
- Ovos entregues diretamente ao centro de embalagem da unidade de produção;
- Cumpridos os requisitos rigorosos de rastreabilidade e registos de acordo com os regulamentos estabelecidos para o setor;
Condições Gerais:
- As isenções não se aplicam a produtores com irregularidades pendentes na DGAV - Direção-Geral de Alimentação e Veterinária;
- É necessário o registo ou autorização prévia junto da DGAV para beneficiar destas isenções;
Fonte: ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), realizou uma operação de fiscalização através das Brigadas de Indústrias da Unidade Regional do Norte – Unidades Operacionais do Porto e Mirandela, a um entreposto frigorífico localizado no concelho da Maia, com o objetivo de assegurar o cumprimento das normas legais relativas à atividade.
Como balanço da ação foi instaurado um processo de contraordenação devido à falta de número de controlo veterinário (NCV), atribuído pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV, que constitui um pré-requisito essencial para garantir que as normas de segurança alimentar e as disposições legais dos regulamentos europeus aplicáveis sejam cumpridas, tanto perante os consumidores como pelas autoridades de controlo.
Foi igualmente determinada a suspensão total da atividade do referido estabelecimento, tendo sido apreendidas mais de 37 toneladas de géneros alimentícios de origem animal (produtos cárneos), no valor estimado de 350.000,00 Euros, pelo exercício irregular de atividade de entrepostagem e posterior colocação no mercado de produtos de origem animal sem devida marca de identificação.
O representante do estabelecimento foi, ainda, advertido de que o não cumprimento imediato da ordem de suspensão ou a sua violação subsequente constituem a prática de crime de desobediência, conforme previsto e punido pelo Código Penal.
A ASAE continuará a desenvolver ações de fiscalização, no âmbito das suas competências, em todo o território nacional em prol de uma sã e leal concorrência entre operadores económicos e de forma a garantir a Segurança Alimentar dos produtos disponibilizados pelos operadores económicos aos consumidores.
Fonte: ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) realizou esta semana através da sua Unidade Regional do Sul – Unidade Operacional de Faro, uma operação de fiscalização direcionada à verificação do cumprimento das condições e normas de transporte de géneros alimentícios, no concelho de Vila Real de Santo António.
Nesta ação, foram detetados dois transportes de fruta a granel – laranjas e abacates, de dois operadores económicos com atividade de transporte de mercadorias, que, não possuíam qualquer documentação relativamente à identificação das menções obrigatórias, designadamente referência à origem, variedade e categoria das frutas sujeitas a normas comuns de comercialização.
Em consequência foram instaurados 2 processos de contraordenação e apreendidos 23,5 toneladas de laranjas com origem em Espanha e com destino a Silves, e ainda 650 kg de abacate com origem no Algarve
Posteriormente, de forma a garantir a correta informação ao consumidor, foi efetuada a correta aposição das menções obrigatórias na rotulagem dos produtos, com o acompanhamento das equipas da ASAE, designadamente com a identificação da origem da laranja de Espanha.
Fonte: ASAE
As cardosinas, presentes na flor do cardo, são essenciais para a produção do queijo da serra e estão a ser estudadas por investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e do GreenUPorto – Centro de Investigação em Produção Agroalimentar Sustentável, no âmbito do ProCardo, um projeto que visa ajudar a proteger a qualidade do queijo da Serra da Estrela.
O objetivo desde projeto inovador é ajudar os produtores a tirar maior partido das cardosinas – enzimas que funcionam como coagulante vegetal (“coalho”) – na produção deste queijo e que lhe conferem características únicas e uma identidade exclusiva.
A decorrer até 2026, o ProCardo – Caracterização das proteinases aspárticas de Cardo na promoção do Queijo da Serra da Estrela – pretende ainda perceber de que forma é que os efeitos das alterações climáticas podem afetar a expressão e atividade das cardosinas de forma a auxiliar a indústria queijeira a preservar a qualidade do Queijo da Serra da Estrela.
Em Portugal, os cardos ocorrem na orla interior do país desde a Serra da Estrela até ao Algarve. De uma maneira geral, as flores utilizadas na produção do Queijo da Serra da Estrela são provenientes do Sul do país, zona muito suscetível aos efeitos da seca e do calor excessivo numa tendência crescente face às alterações climáticas.
Alterações climáticas: uma ameaça para o queijo da serra?
É precisamente isso que os investigadores querem perceber e dotar a indústria queijeira com a capacidade de poder ultrapassar eventuais alterações das características das cardosinas nas flores de cardo.
“Existem dois tipos de cardosinas importantes no coagulante vegetal, a A e a B. Estas enzimas têm propriedades diferentes na sua ação, que é cortar a principal proteína do leite – a caseína – e promover a sua coagulação”, começa por explicar Cláudia Pereira, investigadora da FCUP e do GreenUPorto, responsável pelo projeto.
“Sabemos que a proporção entre cardosina A e B é muito importante para que o queijo mantenha as suas características. Há uma que é mais específica nos cortes que faz nos diferentes tipos de caseína e uma outra que corta mais intensamente as cadeias peptídicas das caseínas e isso vai ter efeitos na qualidade do queijo”, acrescenta.
Ensaios e próximos passos
No PSIlab na FCUP, os investigadores estão a estudar como varia a expressão daquelas enzimas consoante diferentes tipos de stress ambiental.
Os primeiros ensaios de campo já permitiram à equipa do projeto perceber que há diferenças na proporção das cardosinas produzidas em plantas expostas a temperaturas elevadas relativamente às produzidas nas plantas em situação de conforto hídrico.
“Normalmente nas flores de cardo temos maior quantidade de cardosina A do que cardosina B, mas em plantas expostas a temperatura mais elevada as proporções tendem a igualar-se”, adianta Cláudia Pereira.
A equipa está atualmente a realizar ensaios de campo em Viseu, em situações de stress hídrico e de conforto hídrico. Esses resultados serão comparados com os de ensaios realizados em plantas no Alentejo, nomeadamente em Beja, onde, em estufa, estão sujeitas a temperaturas elevadas.
Depois desta fase do projeto, os investigadores vão selecionar algumas condições mais extremas, em função dos ensaios de campo, obter flores colhidas nessas condições e utilizá-las na produção de Queijo da Serra da Estrela DOP. “Esse queijo será analisado em relação às características físico-químicas em laboratório e pelo painel da câmara de provadores do Queijo Serra da Estrela DOP, para avaliação sensorial quanto à textura, sabor e aroma”, conta Cláudia Pereira.
A última fase do ProCardo será a divulgação, através da realização de workshops, dos resultados do projeto junto da indústria queijeira. A primeira ação decorreu em fevereiro passado, durante a 23.ª Feira do Queijo de Serpa. Está igualmente prevista uma colaboração com produtores espanhóis que poderão também ter acesso e beneficiar deste conhecimento científico.
Fonte: FCUP
De acordo com os últimos dados do estudo Taste Tomorrow, realizado pela Puratos com o objetivo de conhecer as últimas tendências do setor junto dos utilizadores, o consumo de massa fermentada crescerá 40% em 2025.
O estudo, que reúne dados de mais de 18.000 inquiridos de um total de 44 países, tornando-se o maior relatório mundial sobre os comportamentos, atitudes e decisões dos consumidores globais, conclui que esta tendência para a expansão global da massa fermentada no setor da panificação responde a diferentes fatores, muitos deles para além da produção de pão tradicional. Assim, em Espanha, a massa lêveda está a ser incorporada em produtos como croissants, bagels e donuts, entre outros. Nos países francófonos, a massa fermentada é apreciada pelo seu carácter artesanal e pelos seus benefícios para a saúde intestinal, enquanto noutras partes do mundo é mais um produto novo associado à cultura alimentar ocidental.
Sabores e texturas em 2025
Outra das conclusões do inquérito aponta para o crescimento da fusão culinária. Assim, a combinação de sabores e texturas registará um aumento de 10% e ganhará terreno na pastelaria e na confeitaria. Com combinações de novas técnicas provenientes de várias culturas, estão a ser criadas sobremesas inovadoras e híbridas para estimular os sentidos dos consumidores.
Inteligência artificial e combinações criativas
Por outro lado, de acordo com o relatório, a tecnologia de IA está a inspirar cada vez mais os pasteleiros a inventar novas combinações, uma reviravolta chamada “reviravolta picante” que mistura doce e picante com doce e azedo. Estes desenvolvimentos estendem-se às texturas e formatos, com novas criações que combinam o fofo com o estaladiço e sabores do Oriente e do Ocidente. Prevê-se que esta tendência cresça entre os consumidores chineses (+13%), espanhóis (+11%) e germanófonos (+7%) até 2025.
Chocolate nutritivo e saudável
Por último, o equilíbrio nutricional é outra das conclusões do estudo. A tendência do chocolate deverá aumentar 30% no próximo ano, impulsionando a procura de opções saudáveis. De acordo com a Taste Tomorrow, os consumidores procuram chocolates com benefícios para a saúde, como açafrão-da-terra, nozes, sementes e proteínas, que proporcionam benefícios funcionais como a melhoria do sono e do sistema imunitário. Estes chocolates, reduzidos em açúcar e ricos em nutrientes, são ideais para quem procura uma indulgência saudável e preocupada com a saúde numa alimentação mais saudável.
Fonte: iALIMENTAR
O projeto ‘Embalagem do Futuro’ promete transformar o setor das embalagens em Portugal, colocando o país na vanguarda da inovação sustentável neste mercado, a nível global. Os resultados apresentados no dia 3 de dezembro, nas instalações da Vangest, na Marinha Grande, revelam que esta Agenda apresenta, atualmente, uma execução física global de 55%.
Liderado pela Vangest, em estreita colaboração com a Nerlei CCI, Politécnico de Leiria, CIMRL e apoio da Inova+, o projeto ‘Embalagem do Futuro’ é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e conta com a colaboração de 79 entidades, onde se incluem empresas, universidades, centros de investigação e associações.
O consórcio pretende desenvolver soluções mais ecológicas, digitais e inclusivas para o setor das embalagens, promovendo a economia circular e fortalecendo a competitividade das empresas portuguesas. Com o desenvolvimento de mais de 20 novos produtos e serviços, o projeto contribuirá para a especialização do setor e o crescimento da indústria de embalagens, tanto a nível nacional como internacional.
“A capacidade de trabalho conjunto no consórcio é um resultado importante por si só. As relações estabelecidas entre as entidades estão a criar uma base sólida para futuras colaborações em novos desafios, o que é muito positivo para todos”, afirmou Nuno Cipriano, CEO da Vangest, durante o evento de apresentação de resultados.
Com conclusão prevista para o final de 2025, a Agenda ‘Embalagem do Futuro’ apresenta, atualmente, uma execução física global de 55%, com base em evidências disponibilizadas à Equipa de Gestão do Projeto, que acompanha o progresso a partir da concretização de marcos importantes.
Sustentabilidade e inovação tecnológica
A iniciativa ‘Embalagem do Futuro’ tem como principal objetivo desenvolver soluções mais ecológicas, digitais e inclusivas para o setor das embalagens. Entre as inovações em desenvolvimento estão embalagens mais sustentáveis, como as produzidas com materiais recicláveis, biodegradáveis e reutilizáveis. Destacam-se também soluções como paletes de plástico para o setor alimentar, garrafas mais leves e sustentáveis, e embalagens isotérmicas reutilizáveis, fabricadas a partir de plásticos reciclados recolhidos dos oceanos.
O projeto promove ainda a digitalização, com a introdução de tecnologias de rastreabilidade, como sistemas ‘farm to fork’, que garantem maior transparência na cadeia de distribuição, e sensores para monitorização em tempo real da integridade das embalagens e dos alimentos durante o transporte.
Além disso, contribui diretamente para o fortalecimento da competitividade do setor das embalagens em Portugal, criando oportunidades de negócios, emprego e especialização. Através da economia circular e da inovação tecnológica, o projeto alavanca o crescimento de um setor mais sustentável e responsável, alinhando-se com os objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
“O projeto ‘Embalagem do Futuro’ é uma verdadeira revolução no setor das embalagens, não só em termos de sustentabilidade, mas também na forma como estamos a integrar inovação digital e soluções inclusivas. Estamos a criar produtos que respondem aos desafios ambientais, enquanto impulsionamos a competitividade das empresas portuguesas no mercado global. A nossa abordagem, baseada em pesquisa e desenvolvimento, vai além da criação de soluções ecológicas, alicerçando um novo modelo de negócio que promove a economia circular, a reutilização de recursos e a transformação do setor para um futuro mais responsável e sustentável. No que diz respeito à componente inclusiva, este projeto preocupa-se em garantir que as soluções desenvolvidas possam ser aplicadas de forma equitativa e acessível, abrangendo diferentes necessidades sociais e económicas”, termina o CEO da Vangest.
Fonte: iALIMENTAR
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