A DGAV divulga o Registo Nacional de Variedades de Fruteiras, o qual inclui a lista de variedades de fruteiras inscritas em Portugal, e na qual constam 327 variedades.
Nesta edição procede-se à inscrição de uma variedade de abacateiro.
Consulte o Registo Nacional de Variedades de Fruteiras – edição 2023.
Fonte: DGAV
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), realizou, através da Brigada de Indústrias da Unidade Regional do Sul – Unidade Operacional de Évora, uma operação de fiscalização direcionada à garantia da Segurança Alimentar, no distrito de Beja.
No âmbito da referida ação, procedeu-se à apreensão num entreposto frigorífico de mais de 500 quilos de géneros alimentícios de origem animal (suíno, ovino e bovino), que se encontravam impróprios para consumo, evitando que os mesmos entrassem no circuito comercial e na restauração.
Da ação resultou ainda a instauração de um processo-crime pela prática dos crimes de Géneros Alimentícios Anormais Avariados e Abate Clandestino, bem como, a detenção em flagrante delito do suspeito da prática dos crimes.
Após serem submetidos a perícia, os géneros alimentícios foram classificados de “anormais avariados” com falta de requisitos e encaminhados para destruição.
A ASAE continuará a desenvolver ações de fiscalização, no âmbito das suas competências, em todo o território nacional, em prol de uma sã e leal concorrência entre operadores económicos, na salvaguarda da segurança alimentar e saúde pública dos consumidores.
Fonte: ASAE
Em causa está uma proposta autónoma da Irlanda, onde os rótulos das bebidas alcoólicas deverão incluir alertas para o risco de doença hepática, bem como informar sobre os perigos do consumo de álcool em grávidas
A Irlanda vai alterar os rótulos do vinho, da cerveja e de outras bebidas alcoólicas de modo a exibir alertas específicos relacionados com os riscos associados ao consumo de álcool. Com as novas regras, os produtos em causa terão de cumprir os seguintes requisitos:
Ter uma mensagem a avisar que consumir álcool provoca doença de fígado e que existe uma associação direta entre álcool e cancro fatal;
Ter um símbolo, sob a forma de pictograma, avisando para os perigos do consumo de álcool em grávidas;
Ter um link para a página www.askaboutalcohol.ie
O projeto de diploma foi notificado à Comissão Europeia (CE) pelo governo irlandês a 21 de junho de 2022, sendo que o Estado-membro não recebeu qualquer objeção da entidade durante o período de moratória de seis meses (inicialmente três). Após a implementação oficial pelo governo irlandês, a indústria visada terá um período de três anos para adotar a nova rotulagem nos seus produtos.
Segundo o Irish Independent, o regulamento relativo à Saúde Pública de 2022 permite a aplicação desta medida, no entanto, a notícia já está a gerar um conflito a nível europeu entre Dublin e os Estados-membros produtores de vinho na Europa.
Durante o referido período de moratória, após a submissão da proposta irlandesa, cerca de oito Estados-membros contestaram a medida, entre os quais Itália, Espanha e Portugal. Além de protestos por parte das associações setoriais dos respetivos países europeus, houve ainda lugar à oposição por parte do setor das bebidas alcoólicas externo à União Europeia. Do lado oposto, instituições académicas e da saúde aplaudiram, em larga medida, a proposta avançada.
Em Portugal, o Ministério da Agricultura e Alimentação já emitiu o seu parecer setorial desfavorável às intenções irlandesas. Já o Ministério da Economia e Mar, considera que a proposta irlandesa constitui “uma barreira à livre circulação de produtos no mercado interno europeu”, por impor novos requisitos nos rótulos das bebidas alcoólicas, não estando em conformidade com o disposto no Regulamento Europeu “que estabelece regras harmonizadas de rotulagem de produtos alimentares”, disse em resposta enviada à CNN Portugal.
Adicionalmente, o Ministério da Economia e Mar considera que “o Regulamento irlandês irá afetar o setor das bebidas alcoólicas português e europeu, introduzindo obrigações adicionais e especificas, para o acesso ao mercado deste país”.
Associações portuguesas condenam proposta
A Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal (ACIBEV) considera que o projeto de diploma, na forma em que se apresenta, tem “uma série de falhas graves”. Em linha com a posição assumida pelo Ministério de Economia e Mar, a associação setorial considera que o projeto de regulamento é um obstáculo ao comércio, prejudica o Mercado Único europeu e coloca em risco a harmonização de normas europeias.
A ACIBEV classifica ainda o projeto de diploma como “impreciso e desproporcionado”, referindo que as advertências sanitárias propostas “não são fundamentadas por evidências científicas”. Na resposta detalhada da associação setorial, a ACIBEV destaca que “o governo irlandês não publicou até à data quaisquer provas científicas de uma ligação direta entre o consumo de álcool e os cancros fatais ou a causa de doenças hepáticas”, conforme sugerido pela proposta de regulamento.
Por sua vez, a Associação Cervejeiros de Portugal (APCV) considera a proposta do Governo irlandês como “uma barreira significativa, injustificada e desproporcional ao livre movimento de mercadorias” dentro do espaço europeu. A APCV apelou ainda à CE para exercer o seu direito de bloquear o regulamento irlandês, tendo em conta que a CE já anunciou publicamente a sua intenção de apresentar uma proposta destinada ao mesmo propósito, uniformizar a rotulagem de saúde em bebidas alcoólicas.
A APCV acrescenta ainda que o projeto de diploma irlandês exclui “outras evidências científicas no âmbito de um quadro mais geral de benefícios e malefícios do consumo de álcool”, já que a associação alega que a ciência mostra que “o consumo moderado de álcool pode ser compatível com um estilo de vida equilibrado e saudável”.
Por outro lado, a associação reivindica que as medidas irão impactar sobretudo os pequenos e médios operadores, que “provavelmente teriam de abandonar o mercado irlandês”.
Segundo dados avançados pelo Ministério da Economia e do Mar, as exportações nacionais de vinho para a República da Irlanda atingiram os 6,3 milhões de euros em 2021, colocando este mercado como o "23º cliente de vinhos a nível global e 12º a nível comunitário". As exportações nacionais de vinho português em 2021 registaram, inclusive, um aumento na ordem dos 39,5% face ano anterior, acrescentou o gabinete.
Estudos apontam para impacto positivo da medida
De acordo com a especialista em psiquiatria Maria Moreno, também a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece e destaca a importância dos rótulos de alerta nas embalagens de álcool, posição esta que se insere numa estratégia global voltada para o fornecimento de informação ao consumidor sobre os riscos do consumo de álcool.
Neste sentido, Maria Moreno esclarece que "a maioria dos estudos parece indicar que esta medida tem um impacto positivo na mudança de atitudes" e nos "comportamentos relacionados ao consumo de álcool". Este tipo de medidas parece igualmente contribuir para o "aumento da consciencialização para os riscos do consumo excessivo de álcool". Como tal, estas propostas resultam numa "redução do consumo de álcool" e em "decisões mais informadas", garante a mesma responsável.
Por outro lado, a especialista realça a importância de se considerar o público-alvo e o contexto ao escolher o tipo de mensagem a ser utilizada. Ainda assim, "rótulos com imagens apelativas, mensagens escritas pela negativa (que enfatizam os riscos ou os danos ao invés dos benefícios de um comportamento ou ação) e a combinação entre mensagens escritas e imagens, parecem estar associados a uma maior eficácia", destaca.
Questionada quanto à possibilidade de uma medida semelhante à irlandesa ser aplicada em Portugal, a especialista é perentória: "O consumo de álcool é um problema significativo no país, com grande impacto na saúde física e mental dos portugueses", destacando para tal efeito dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Segundo o INE, 45% dos homens e 24% das mulheres "tem um consumo abusivo de álcool", sendo que 2,5% sofrem mesmo de uma dependência desta substância.
No entanto, contrariamente ao que se sucede em vários países, os rótulos de alerta em embalagens de álcool não são obrigatórios em Portugal.
"Apesar dos efeitos prejudiciais do álcool, o reconhecimento por parte da população dos riscos associados ao consumo de álcool para a saúde permanece relativamente baixa", alerta Maria Moreno. Em paralelo, a ligação entre o álcool e os cancros, nomeadamente o da mama, ou ainda o aumento do risco de depressão ou de problemas de sono, são igualmente pouco conhecidos, refere.
Por esta razão, Maria Moreno salienta que uma das abordagens capazes de aumentar o reconhecimento dos riscos para a saúde associados ao álcool pode passar pelo rótulo do produto.
Itália considera proposta irlandesa um "ataque direto"
O setor agrícola italiano, representado pela associação Coldiretti, descreveu a proposta irlandesa como aterrorizante e um “ataque direto” contra o país, destacando que a exportação de vinho representa uma receita anual para o país de 14 mil milhões de euros.
Segundo a associação setorial italiana, a luz verde de Bruxelas acarreta o risco de “abrir uma porta a nova legislação capaz de influenciar negativamente as escolhas dos consumidores”. Como tal, a Coldiretti considera “totalmente impróprio” equiparar o consumo excessivo de bebidas destiladas, algo “típico dos países nórdicos”, face ao “consumo moderado e consciente de produtos de qualidade e com menor teor alcoólico, como a cerveja e o vinho”, destacou.
Do lado do Ministério da Agricultura de Itália, o subsecretário Luigi D'Eramo, defende que o vinho e a cerveja não devem ser comparados com bebidas destiladas e o tabaco, alegando que a saúde pública não fica salvaguardada com a criminalização de produtos individuais.
“O vinho é história, cultura… uma expressão dos nossos territórios e faz parte da dieta mediterrânica”, referiu a fonte citada pelo The Guardian. Neste sentido, a proposta irlandesa cria um “precedente perigoso”, acrescenta Luigi D'Eramo, um precedente que, se for seguido por outros países, “corre o risco de prejudicar um setor líder no nosso sistema alimentar e agrícola”.
Fonte: CNNPortugal
Uma parte do território português reúne condições para o desenvolvimento de trufas, um fungo que cresce junto às raízes de algumas árvores. Pela primeira vez, há uma equipa com cães caçadores de trufa à procura deste alimento muito apreciado da cozinha italiana.
"Dai, Lola", "dai, Laika", é o que mais se ouve num dia com a equipa que inclui Giovanni e as cadelas. Vieram de Itália para procurarem trufa em Portugal a convite do Chef Tanka Sapkota, que trabalha com trufa há 30 anos.
Há inúmeras espécies deste fungo, mas nem todas são comestíveis. O objetivo desta prospeção é encontrar trufa negra ou bianchetto, trufas de valor menor quando comparadas com a exclusiva trufa branca encontrada na região de Alba, em Itália.
Apesar do otimismo de Tanka Sapkota, o Chef admite que encontrar este tipo seria "um milagre", por isso o foco é mesmo a trufa negra. "Já mobilizava muita coisa, teríamos florestas mais limpas, a ecologia a funcional e a economia local mudava completamente", explica.
Parte do país tem condições favoráveis para o desenvolvimento deste fungo debaixo da terra. São necessários solos calcários, de pH neutro ou alcalino e vegetação e clima adequados. Será um pedaço do país, na Beira Litoral, da Serra de Sicó até à Serra d'Aire e Candeeiros, às portas de Lisboa.
Os bosques sem aproveitamento económico poderiam vir a ser uma "exploração de pleno direito, com tanto rendimento como o eucalipto", como explica Pedro Bingre do Amaral, que acrescenta que seria possível resolver o que resumo como a quadratura do círculo: conservar a natureza e dinamizar a economia da região.
O professor das áreas da engenharia florestal, engenharia do ambiente e ordenamento de território é um dos especialistas entusiasmado com o projeto que acabou por se juntar à equipa no terreno. Algumas das trufas recolhidas foram enviadas para a Universidade de Évora, de onde uma investigadora também veio para se encontrar com Tanka, Giovanni e o resto da equipa.
Têm encontrado alguma trufa vermelha. É comestível e tem um bom sabor, segundo explica Tanka, é até utilizada em Itália, mas tem pouco valor comercial porque tem de ser consumida em pouco tempo (menos de 3 dias).
O tamanho das que têm sido apanhadas não permitiria cozinhar um prato à altura, mesmo que no próprio dia em que as retiram do solo. A seca do verão passado terá travado o desenvolvimento das trufas, e, por outro lado, a chuva dos últimos dias também pode estar a dificultar o trabalho de Lola e Laika, que farejam o chão com afinco.
O aroma é sentido à superfície, mas as trufas estão em profundidade, junto às raízes de árvores como carvalhos, castanheiras ou avelaneiras, com as quais criam uma relação de simbiose - com vantagem para ambos os organismos.
As trufas são retiradas pelos cães, treinados desde pequenos para o trabalho, e preferidos aos porcos, que tendem a comer o que encontram. Em Itália, esta é uma atividade que chega a ser perigosa pela competitividade que a escassez do produto cria. A caça é feita à noite e no maior secretismo possível para que outros caçadores não saibam onde foram encontradas trufas. Por isso, os cães não ladram, usam açaime para evitar envenenamentos, e depois da busca, a terra é reposta para apagar vestígios.
DA TERRA PARA A MESA
As regiões de Alba, no Piemonte, dão origem às mais desejadas e mais caras. Um especialista consegue perceber pelo aroma de onde são as trufas, percebe as nuances entre o cheiro das de verão e de inverno. A grande questão, "o sonho", como exclama o Chef Tanka, é saber como vão cheirar as trufas portuguesas.
Pela ciência, faz sentido que se desenvolvam trufas de interesse económico em Portugal. Se a equipa não as encontrar desta vez, pode repetir a prospeção lá para abril, altura em que amadurece outro tipo de trufa. Mas se, mesmo assim, não surgirem nessa altura, ainda há esperança através da replicação do processo natural em laboratório.
Já se faz em Espanha e está a ter resultados após 4 a 6 anos da plantação, mas em Portugal o caminho também já começou a ser percorrido. Patrícia Figueiredo é investigadora na GreenClon e veio encontrar-se com a equipa em Ansião, Leiria, para mostrar um exemplar juvenil de medronheiro com a infeção pelo fungo tuber melanosporum já a desenvolver-se. As micorrizas que mostra nas raízes vão evoluir para serem trufas negras se as condições no terreno forem as indicadas. E isso sabemos que há, na Beira Litoral.
O medronheiro é uma das árvores em que era pouco provável que o fungo se desenvolvesse. Por isso, em árvores como carvalho, pinheiro ou choupo-negro, naturalmente na paisagem portuguesa, será possível aplicar o método e recuperar o interesse económico que tem vindo a ser perdido.
Fonte: Expresso
Consórcio com sete entidades está perto de concluir um projeto que visa maximizar o tempo de vida dos alimentos
Em breve, deverão chegar ao mercado alimentos à base de gordura que se irão diferenciar dos restantes por terem uma embalagem especial: será dotada de uma etiqueta inteligente na tampa, destinada a atrasar a deterioração do bem alimentar.
Nesta fase, já decorrem os testes com os protótipos, mas a solução está em desenvolvimento desde agosto de 2019, que têm propósito de colocar a inovação nos mercados internacionais.
Ao ser acionada pelo utilizador, a etiqueta inteligente liberta, através de um botão, "antioxidantes de forma duradoura e controlada", para assim, "retardar a oxidação/deterioração do produto sem comprometer a respetiva qualidade e sabor característico", explica o CeNTI, centro de investigação em nanotecnologia, sediado em Vila Nova de Famalicão.
A par do CeNTI - a quem compete o desenvolvimento da tecnologia associada à formulação e aplicação dos antioxidantes, bem como a produção da etiqueta inteligente - fazem parte do consórcio mais duas entidades portuguesas: a Moldit - empresa coordenadora do projeto a nível nacional - e o Centimfe. As quatro instituições restantes são de fora do país.
"A etiqueta estará integrada no material que compõe a tampa, não sendo, por isso, visível. A única parte que ficará visível será um botão e um led que permitirá perceber se a etiqueta está ou não ativa. O material utilizado é um polímero passível de ser utilizados neste tipo de situações", avançam os responsáveis pelo projeto, designado por SAP4MA.
Em defesa da solução encontrada os investigadores alegam que "as embalagens atuais não asseguram a estabilidade oxidativa dos produtos à base de gordura, que pode ser afetada pelas condições de transporte e/ou armazenamento, mesmo dentro do período de validade".
Por esse motivo, reforçam que pretenderam "criar uma solução tecnológica que maximize o tempo de vida útil do produto durante o prazo de validade".
O projeto, que integra o cluster Euripides2, da rede Eureka, é cofinanciado pelo FEDER, no âmbito do Compete 2020 e Portugal 2020. Está previsto terminar até ao fim do mês em curso.
Fonte: Dinheiro Vivo
Diminuir em 20% o desperdício alimentar na União Europeia é o grande propósito do Wasteless, um projeto europeu que vai ser coordenado pelo Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), ao longo dos próximos três anos.
A investigadora Ana Barros é a responsável por este projeto que junta um consórcio multidisciplinar composto por investigadores da Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslovénia, Espanha, Estónia, França, Grécia, Hungria, Itália, Portugal, Chéquia, Suíça e Turquia.
Financiado pela Comissão Europeia em 5,5 milhões de euros, o projeto foi discutido, esta semana, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, onde estiveram reunidos cerca de meia centena de investigadores europeus. Ao longo de dois dias, o consórcio discutiu de que forma será desenvolvida a combinação de ferramentas e metodologias inovadoras para medir e monitorizar as perdas e os desperdícios alimentares no contexto europeu.
“O projeto contribuirá para a prossecução dos objetivos e metas da estratégia “Farm to Fork” e para o Green Deal Europeu, bem como para reduzir para cerca de metade o desperdício alimentar per capita, a nível do retalho e dos consumidores, até 2030. Adicionalmente, este projeto também terá um impacto positivo significativo, na próxima década, na redução das emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para a estratégia de diminuição do impacto das alterações climáticas”, explica a coordenadora.
Em média, cada habitante europeu desperdiça, anualmente, 179 kg, segundo dados do Parlamento Europeu. Isto faz com que nos 27 Estados-membros da União Europeia se desperdicem cerca de 88 milhões de toneladas de alimentos, um valor que ascende a 143 mil milhões de euros, a cada ano. A proveniência deste desperdício tem várias origens, destacando-se o desperdício doméstico (40%) e aquele que provém da indústria agroalimentar (39%). O restante acontece na restauração (14%) e na distribuição (5%).
Por ser nas cozinhas das famílias que ocorre grande parte deste desperdício, serão usados vários estudos de caso para avaliar o destino final de alguns grupos de alimentos como as frutas e vegetais, sumos de fruta, carnes processadas, derivados do leite, cereais ou outros. “Estes e outros casos práticos são as melhores formas que temos para avaliar e medir de forma objetiva quais os principais mecanismos de ação que permitirão, a longo prazo, diminuir e reutilizar estes desperdícios”, avança a responsável.
O projeto Wasteless vai ainda recomendar um quadro para a quantificação do desperdício alimentar e, em simultâneo, desenvolver uma “caixa de ferramentas” de apoio à decisão.
“O que pretendemos é criar ferramentas para toda a cadeia de valor alimentar com base nos pontos de recolha do projeto Wasteless que vão estar presentes em todos os territórios da União Europeia”, conclui a investigadora do CITAB.
Fonte: Agroportal
Os peritos da EFSA concluíram num parecer científico que a carne maturada não apresenta quaisquer riscos adicionais em comparação com a carne fresca se for maturada em condições controladas.
A maturação da carne é um processo durante o qual microrganismos e enzimas atuam sobre a carne para quebrar o tecido conjuntivo, amaciando assim a carne e dando-lhe um sabor mais rico. Isto pode ser feito através de dois métodos principais: a maturação húmida e a maturação seca. A maturação húmida é utilizada para a carne de vaca, porco e borrego que é armazenada e refrigerada numa embalagem a vácuo, enquanto que a carne maturada seca é refrigerada sem embalagem, o que resulta numa superfície seca que é cortada antes da preparação.
"A carne maturada tem aumentado popularidade nos últimos anos entre a indústria alimentar e restaurantes, mas até agora tem havido uma falta de conhecimento sobre a sua segurança. Os conselhos da EFSA contribuem para preencher essa lacuna e fornecer uma base científica sólida para que os operadores das empresas alimentares produzam carne maturada segura", disse o Presidente do Painel de Perigos Biológicos da EFSA, Prof. Kostas Koutsoumanis.
Os peritos da EFSA afirmaram que não há riscos adicionais envolvidos desde que a combinação específica de tempo e temperatura identificada no parecer científico seja observada durante o processo de maturação. Por exemplo, a carne maturada seca pode ser considerada tão segura como a carne fresca se a maturação for feita até 35 dias a uma temperatura de 3º C ou inferior.
Como foram determinados os níveis de segurança
Os peritos da EFSA analisaram as práticas atuais e identificaram os agentes patogénicos relevantes e as bactérias de deterioração que se podem desenvolver e sobreviver durante o processo de maturação e que podem ser prejudiciais para a saúde. Estas incluem E. coli (STEC) (especialmente na carne de bovino), Salmonella spp., Staphylococcus aureus, Listeria monocytogenes, enterotoxigenic Yersinia spp., Campylobacter spp. e Clostridium spp.
Descreveram as condições, expressas como combinações de tempo e temperatura do processo de maturação, sob as quais a produção de carne maturada seca ou húmida resultaria no mesmo nível de segurança que a carne fresca.
No caso da carne maturada seca, os peritos da EFSA também aconselharam que a temperatura à superfície não excedesse 3ºC durante o processo de maturação. Isto porque a temperaturas mais elevadas o bolor pode crescer na superfície da carne e alguns destes produzem micotoxinas - compostos tóxicos que podem ter efeitos nocivos para a saúde.
Concluindo, os peritos da EFSA concluíram que a Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos (HACCP) e os programas de pré-requisitos utilizados para garantir a segurança da carne fresca são também aplicáveis à carne maturada.
Link para o parecer: Microbiological safety of aged meat
Fonte : EFSA
A FDA (Food and Drug Administration) das Filipinas, transmitiu à DGAV os procedimentos para colocação no mercado daquele país de géneros alimentícios processados, incluindo aqueles contendo produtos de origem animal.
Da informação recebida, realça-se que os operadores interessados terão de registar previamente cada tipo de produto que pretendem exportar. Quer os procedimentos de registo de produto, quer de exportação de remessas, passam obrigatoriamente por um Importador licenciado pela FDA, com o qual os operadores nacionais deverão conduzir todo o processo.
No Portal da DGAV poderá aceder a informação detalhada sobre os procedimentos aplicáveis através do seguinte link.
Fonte: DGAV
Foi confirmada a presença do inseto Blissus insularis em vários locais no território nacional.
Este inseto, afeta plantas gramíneas, nomeadamente as espécies constituintes dos relvados causando estragos importantes.
Neste sentido, a DGAV emite uma Autorização excecional de emergência ao abrigo do Art.º 53 do Regulamento (CE) n.º 1107/2009, de 21 de outubro, para utilização de produtos fitofarmacêuticos com base em óleo de laranja, spinosade, deltametrina, cipermetrina e acetamiprida, por um período de 120 dias para o controlo de Blissus insularis, em relvados, para utilizadores profissionais e também uso não profissional.
Fonte: DGAV
A exposição total, de todas as fontes, ao cobre não coloca preocupações de saúde para a população da UE, dizem os peritos da EFSA.
O cobre é um micronutriente essencial para todos os seres vivos, incluindo os humanos. Na dieta, cobre em demasia ou excesso pode levar a problemas de saúde.
Este micronutriente está presente em muitos alimentos e entra também na cadeia alimentar através da sua utilização em pesticidas orgânicos e convencionais, alimentos para animais, aditivos alimentares e como nutriente em alimentos fortificados e suplementos alimentares.
Ao longo do tempo, o excesso de retenção de cobre no corpo pode ser tóxico para os seres humanos, especialmente para o fígado. O Comité Científico da EFSA concluiu que não se prevê a retenção de cobre com uma ingestão até 5 miligramas por dia e estabeleceu uma ingestão diária aceitável (nível seguro) de 0,07 miligramas por quilograma de peso corporal, para a população adulta. Como seguimento, os especialistas em nutrição da EFSA estabelecerão uma ingestão aceitável para os grupos etários mais jovens.
Pelo primeira vez, com esta substância, os peritos estimaram a exposição ao cobre de todas as fontes dietéticas e não dietéticas. Os níveis de cobre de origem natural nos alimentos e ingredientes alimentares e a utilização a longo prazo de utensílios e tubos de cobre são fatores que contribuem significativamente para a entrada deste no organismo. Por outro lado, a contribuição dos pesticidas, aditivos alimentares e de rações, ou de fertilizantes é insignificante.
Nos bebés e em crianças pequenas, as fórmulas para bebés e fórmulas de transição são importantes fontes que contribuem para a exposição dietética ao cobre. Contudo, não são esperados efeitos adversos da exposição ao cobre em crianças devido às suas maiores necessidades nutricionais em termos de crescimento.
Numa avaliação anterior, os peritos da EFSA abordaram a carência de cobre e o consumo adequado para todos os grupos etários.
Links para os estudos da EFSA:
Fonte: EFSA
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