A manteiga, produto lácteo natural difere da margarina, resultado de óleos vegetais processados. Ambas contam com um diferente impacto na nossa saúde.
Em entrevista, a engenheira alimentar Alexandra Costa, traça-nos o perfil de cada um destes produtos a partir dos seus métodos de fabrico.
Como forma de apresentação ao tema, pode-nos explicar quais as principais diferenças entre a manteiga, a margarina e outras gorduras industriais?
Sim. A manteiga é um produto lácteo natural obtido a partir do batimento da nata do leite, enquanto a margarina é fabricada a partir de óleos vegetais, que passam por processos como a hidrogenação ou interesterificação para atingir uma consistência sólida. Outras gorduras industriais podem ser misturas ou refinadas a partir de diferentes fontes vegetais. Cada processo confere características diferentes em termos de perfil lipídico e sabor.
A manteiga tem um sabor naturalmente cremoso e complexo, resultado da sua composição láctea e da nata do leite. A margarina é formulada para imitar a manteiga, mas muitas vezes recorre a aditivos e aromatizantes para alcançar um perfil sensorial semelhante. Embora seja possível produzir margarinas de alta qualidade, o seu sabor e textura podem variar conforme os ingredientes e processos utilizados.
Referiu diferentes métodos de produção. Como influenciam estes processos industriais a qualidade nutricional destes produtos?
Os métodos de fabrico são decisivos nas características destes produtos. Por exemplo, a hidrogenação pode produzir ácidos gordos trans, que estão associados a riscos cardiovasculares. Em contrapartida, processos mais modernos, como a interesterificação, procuram manter um perfil lipídico mais saudável, minimizando a formação de gorduras trans. Assim, o controlo dos processos e a escolha dos ingredientes determinam a qualidade final do produto.
E quanto aos ácidos gordos trans, quais os riscos associados à sua ingestão, especialmente em margarina e outras gorduras processadas?
O consumo de ácidos gordos trans causa o aumento dos níveis do colesterol LDL (mau colesterol) e reduzem o HDL (bom colesterol), ampliando assim o risco de doenças cardiovasculares. Estudos científicos associam uma ingestão elevada destes compostos a inflamações e problemas metabólicos, motivo pelo qual a regulamentação alimentar limita o seu conteúdo nos produtos que adquirimos.
Qual a importância dos antioxidantes na preservação da qualidade destas gorduras industriais?
Os antioxidantes são fundamentais para evitar a oxidação dos lipídios, que pode gerar compostos tóxicos e alterar o sabor e aroma dos produtos. A oxidação pode levar à formação de radicais livres, prejudiciais à saúde. Dou como exemplos, o envelhecimento, a degeneração muscular, o acidente vascular cerebral. A adição de antioxidantes naturais, como a vitamina E, ajuda a prolongar a vida útil do produto e a manter a sua qualidade nutricional e sensorial.
Existe alguma diferença notável na digestibilidade e absorção entre manteiga e margarinas?
Sim, há diferenças. A manteiga, por ser um produto natural, apresenta uma matriz lipídica que é geralmente bem absorvida pelo organismo. Nas margarinas, a digestibilidade pode variar conforme os tipos de óleos utilizados e a presença de gorduras trans ou outros aditivos. Estudos sugerem que alterações no perfil dos ácidos gordos podem influenciar a biodisponibilidade dos lipídios, tendo impacto na absorção.
Que critérios utilizam os organismos reguladores para avaliar a qualidade destas gorduras?
Os organismos reguladores avaliam vários parâmetros: o perfil dos ácidos gordos (saturados, insaturados e trans), a presença de contaminantes, a estabilidade oxidativa e a rotulagem correta. Estes critérios asseguram que os produtos comercializados são seguros para o consumo e cumprem os padrões de qualidade estabelecidos, protegendo a saúde dos consumidores.
De que forma a origem dos óleos vegetais utilizados na produção das margarinas pode influenciar a qualidade final do produto?
A qualidade dos óleos é crucial. Óleos extraídos de fontes de alta qualidade – como o de girassol, colza ou soja, quando processados de forma adequada – conferem um perfil lipídico mais saudável, rico em ácidos gordos insaturados. Além disso, a forma como estes óleos são processados, por exemplo, evitando uma excessiva hidrogenação, pode reduzir a formação de gorduras trans e melhorar tanto a qualidade nutricional como o sabor da margarina.
Quais são as tendências atuais na indústria para melhorar a qualidade das gorduras processadas?
Uma das principais tendências é a redução ou eliminação dos ácidos gordos trans através da adoção de processos de interesterificação. Há também um investimento crescente na utilização de óleos de alta qualidade, muitas vezes provenientes de fontes sustentáveis, e na incorporação de antioxidantes naturais para aumentar a estabilidade do produto. Estas inovações procuram melhorar o perfil nutricional e reduzir os riscos associados ao consumo dessas gorduras.
Para terminar, que recomendações práticas daria aos consumidores que querem fazer escolhas informadas entre manteiga, margarina e outras gorduras industriais?
Recomendo que os consumidores leiam atentamente os rótulos, prestando especial atenção ao teor de gorduras saturadas e trans. Se preferirem um produto mais natural, a manteiga pode ser uma boa escolha, desde que consumida com moderação devido ao seu elevado teor de gorduras saturadas. No caso das margarinas, opte por versões com menor conteúdo de gorduras trans e que apresentem um perfil de ácidos gordos mais saudável. Em suma, uma escolha informada, equilibrada e ajustada às necessidades individuais é fundamental para uma dieta saudável.
Fonte: Lifestyle- SAPO
O Regulamento (UE) 2019/6 que estabelece regras para a utilização de medicamentos veterinários, incluindo o requisito de os utilizar em conformidade com os termos das respetivas autorizações de introdução no mercado, prevê a possibilidade, caso não exista num Estado-Membro um medicamento veterinário autorizado ou disponível para uma espécie ou uma indicação, de os médicos veterinários poderem utilizar, sob a sua responsabilidade direta, medicamentos fora dos termos das respetivas autorizações de introdução no mercado, o chamado “uso em cascata”.
A FVE lançou um folheto informativo sobre a utilização de medicamentos veterinários no âmbito da ‘cascata’, previsto nos artigos 112.º a 115.º do Regulamento (UE) 2019/6 do Parlamento Europeu e do Conselho de 11 de dezembro de 2018, com destaque para os antimicrobianos.
Este folheto informativo agora disponibilizado pela FVE, orienta os médicos veterinários passo a passo no processo de tomada de decisão, através duma abordagem intuitiva, baseada em fluxogramas, para o tratamento de animais de companhia, animais terrestres e aquáticos produtores de géneros alimentícios ou equídeos.
Mais informações aqui.
Fonte: DGAV
Há 109 anos, a Lei n.º 494/1916 criou a Inspeção do Trabalho em Portugal, com o objetivo de garantir o cumprimento das normas laborais, a proteção dos trabalhadores e a melhoria das condições de trabalho.
Fonte: ACT
Já se encontra disponível o terceiro episódio do podcast ACTalks.
Neste episódio podemos ouvir uma conversa com Carlos Montemor, Inspetor do Trabalho e Diretor do Centro Local de Portimão, sobre a prevenção de acidentes de trabalho no setor da agricultura.
Assista aqui.
Fonte: ACT
O projeto AI4RealAg propõe transformar a agricultura numa prática mais sustentável e informada, utilizando Inteligência Artificial e Data Science. Através de um sistema inovador de recolha de dados, permite que os agricultores tomem decisões informadas e tragam previsibilidade à agricultura.
A nova série de programas Mais Europa da SIC Notícias pretende mostrar de viva-voz quais as ideias, os projetos e as empresas que estão a fazer a diferença em todo o território nacional, apoiados pelos vários fundos de coesão europeus, respondendo ao desafio de construir soluções para uma Europa mais competitiva, mais social, mais verde e mais tecnológica.
Fonte: Expresso
O BeSafeBeeHoney – Valorização de Produtos Apícolas e Biomonitorização para a Segurança das Abelhas e do Mel (CA22105) – é uma Ação COST, que agrega os projetos aprovados no Programa Intergovernamental de Cooperação Europeia em Ciência e Tecnologia (COST), iniciada em setembro de 2023.
Esta tipologia de programa de financiamento visa minorar a fragmentação da investigação no Espaço Europeu da Investigação (EEI) e incentivar atividades colaborativas de investigação, inovação e networking. O projeto BeSafeBeeHoney, alinhado com o Pacto Ecológico Europeu onde se destaca a estratégia “Do prado ao prato” visando garantir um sistema alimentar sustentável e justo, centra-se em todas as temáticas ligadas à apicultura e no seu papel vital na polinização, sendo esta, uma das atividades fundamentais para a produção agrícola.
A abelha-europeia (Apis mellifera) desempenha um papel crucial neste processo, sendo um dos polinizadores fundamentais para a reprodução de muitas plantas, a manutenção da diversidade genética e a resiliência dos ecossistemas. Sem esses insetos e o crescente risco de perda de colheitas, verificam-se potenciais consequências graves para a segurança alimentar global.
Para mais informações aqui.
Fonte: Voz do Campo
A bactéria Xylella fastidiosa foi pela primeira vez detetada em Portugal em 2019, na Área Metropolitana do Porto, e, desde então, somaram-se outros 18 focos ativos, dispersos por vários pontos do país, cuja medida para as zonas demarcadas implica a eliminação de todas as plantas potencialmente hospedeiras do organismo (são mais de 500).
A bactéria, que é transmitida pela cigarrinha-da-espuma, inseto comum na Europa, bloqueia o xilema e as plantas vão ficando secas, até morrerem por completo.
Até ao momento, não há qualquer forma de tratamento da bactéria e a única solução passa pela criação de zonas demarcadas e eliminar todas as plantas suscetíveis de hospedar a Xylella num raio de dois quilómetros.
Fonte: AgroPortal
Nos últimos anos, os micróbios têm sido a peça-chave de uma revolução na saúde, na agricultura e na indústria. Portugal está na vanguarda desta revolução, que possibilita retirar lixo e químicos do planeta. Os microrganismos, incluindo as bactérias, alimentam também esperanças em áreas como o combate ao cancro.
O uso de microrganismos, por exemplo, na indústria, está a permitir diminuir ou retirar mesmo o peso de vários componentes químicos, até aqui essenciais em tintas ou em produtos de limpeza. E em Portugal, há empresas e investigadores que estão a trabalhar para criar soluções cada vez mais amigas do ambiente.
Veja o artigo completo aqui.
Fonte: SIC Notícias
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), através da Unidade Regional do Centro, realizou uma operação de fiscalização e de inspeção a estabelecimentos de comércio a retalho e de prestação de serviços.
Durante esta intervenção foi averiguado o cumprimento da legislação aplicável, quer a nível da atividade económica quer de regras legais relativas à segurança alimentar, na cidade de Viseu.
Fonte: ASAE
Setor do vinho em Portugal admite que uma tarifa de 200%, como aquela com que Trump ameaça as bebidas alcoólicas da União Europeia, vai penalizar o negócio, até porque os EUA são o nosso segundo maior cliente. Mas, pelas experiências do passado, não acreditam que tal envolva despedimentos, fechos de empresas ou destruição de stocks. Há inclusivamente quem já esteja a adotar estratégias “preventivas”, garantindo que há vinho português suficiente nas prateleiras americanas para os próximos meses.
Só o ano passado, foram exportados cerca de 36 milhões de euros de vinho do Porto para os EUA, o que se traduz num aumento de 6,5% comparativamente com o ano anterior. A nível dos vinhos Denominação de Origem Controlada (DOC) Douro o mercado norte-americano representou um volume de negócios que ronda os 5,6 milhões de euros.
Fonte: CNN Portugal
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