Portuguese English French German Italian Spanish

  Acesso à base de dados   |   email: qualfood@idq.pt

A cadeia de supermercados Lidl comunicou esta quinta-feira um aviso, referente a duas variedades de bolachas, do fornecedor alemão Banketbakkerij Merba B.V., que foram recolhidas em Portugal depois da entidade ter dado conta de que algumas unidades poderiam conter “pedaços de metal”. Os clientes afetados devem, assim, “proceder à sua devolução”.

As referidas bolachas são especificamente as Sondey Farmer Cookies Triple Choc 200g, com data de validade 12/12/2024 e lote 2334710, bem como McEnnedy Bolachas recheadas Nougatelli 175g, com data de validade 10/12/2024 e lote 2334510, explicou o Lidl Portugal, em comunicado.

“Após controlo interno, verificou-se a possibilidade de algumas unidades dos produtos mencionados conterem pedaços de metal. Dado o risco de ferimentos ao consumir os produtos, os clientes não devem, de forma alguma, consumir os mesmos, e devem proceder à sua devolução”, apontou a mesma nota.

Na nota é dado a conhecer que as referidas embalagens já foram retiradas das prateleiras em solo nacional.

A cadeia alemã ressalva que outros artigos vendidos nas lojas Lidl, designadamente do fornecedor Merba B.V., não estão afetados por esta recolha”, destinando-se recolha “exclusivamente aos artigos Sondey Farmer Cookies Triple Choc 200g e McEnnedy Bolachas recheadas Nougatelli 175g nas variedades e validades referidas”.

Foi ainda acrescentado na nota divulgada pela cadeia alemã que todos os clientes afetados devem, assim, “proceder à sua devolução” direta em loja, "em qualquer loja Lidl, sendo o respetivo reembolso assegurado mesmo sem a apresentação do talão de compra”.

Fonte: Sic Notícias

Um medicamento usado tradicionalmente para tratar a asma pode ajudar a proteger as pessoas dos riscos, inclusive fatais, das alergias alimentares, segundo um estudo publicado neste domingo na revista especializada New England Journal of Medicine.

A investigação, financiada em parte pelo Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, submeteu a testes o remédio Xolair (omalizumabe) em 118 crianças alérgicas a amendoim e a, pelo menos, a outro alimento, como leite ou ovos.

O teste, realizado em dez centros médicos americanos, revelou que, após o tratamento, 67% das crianças foram capazes de tolerar sem sintomas uma pequena quantidade da proteína do amendoim. Das outras 59 crianças que receberam um placebo, apenas 7% conseguiram fazê-lo.

A agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos (FDA) aprovou, no começo do mês, o uso do medicamento para alergias alimentares em adultos e crianças a partir de um ano de idade. Há mais de duas décadas, foi aprovado para o tratamento da asma alérgica.

Os cientistas advertem, no entanto, que o medicamento não garante que as pessoas propensas às alergias possam baixar completamente a guarda e que estas devem continuar a tentar evitar os alergénios conhecidos. Ainda assim, o fármaco deverá, segundo os cientistas, reduzir as reações perigosas.

O Xolair é administrado mediante injeções a cada duas ou quatro semanas, o que não é fácil para quem tem medo de agulhas.

No entanto, para as pessoas que têm de conviver com o medo constante de que o consumo involuntário de um alergénio possa resultar numa hospitalização, o tratamento poderia ser revolucionário, avaliou Robert Wood, um dos líderes do estudo e membro da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins.

Estima-se que as reações alérgicas graves causem cerca de 30.000 visitas a emergências por ano só nos Estados Unidos.

Fonte: Sapo.pt

Ao publicar este número do Boletim de Farmacovigilância Veterinária relativo a 2022, a Direção Geral de Alimentação e Veterinária, enquanto autoridade competente para os medicamentos veterinários, prossegue o seu compromisso na defesa da Saúde Animal, do Bem-Estar Animal e da Saúde Pública.

Nele é feita uma análise dos totais de notificações de suspeitas de eventos adversos recebidas pelo Sistema Nacional de Farmacovigilância Veterinária (SNFV) em 2022, detalhando-se a sua distribuição por problemas de segurança em animais, problemas de segurança em humanos, suspeitas de falhas de eficácia, problemas de intervalo de segurança, transmissão de agente infeccioso e problemas ambientais. É também apresentada a distribuição de notificações por grupos farmacológicos. Em seguida é feita uma análise comparativa entre o total acumulado dos anos transatos e o ano de 2022 por grupos farmacológicos. Como habitualmente, é apresentada a distribuição das notificações por espécies e é analisada a variação dos totais anuais de notificações a nível nacional.

No âmbito do conceito de “Uma só saúde” é feita referência aos riscos de exposição de animais de estimação na sequência da utilização de medicamentos de uso humano em humanos, incluindo uma notícia publicada no nosso portal no ano em apreço sobre tratamentos hormonais em humanos.

Por fim, beneficiando da colaboração da Agência Europeia do Medicamento (EMA), é feita uma breve descrição dos números de notificações recebidas por aquela agência de suspeitas de eventos adversos na sequência da utilização de medicamentos veterinários.

Fonte: DGAV

De acordo com uma análise efectuada por várias agências, a diminuição do consumo de agentes antimicrobianos na Europa tem sido associada a uma diminuição da resistência antimicrobiana global (RAM).

As conclusões provêm de um relatório que analisa a utilização de agentes antimicrobianos e a ocorrência de resistência antimicrobiana em bactérias de seres humanos e animais produtores de alimentos, como frangos, perus, bovinos com menos de um ano de idade e suínos.

Incluiu dados de 2019 e 2021 sobre o consumo de antibióticos e a RAM na Europa. Foi publicado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

Em breve serão divulgados dados adicionais noutro relatório da EFSA e do ECDC sobre a RAM em bactérias que afectam os seres humanos, os animais e os alimentos.

Impacto da redução da utilização de antibióticos nas explorações agrícolas

O ECDC, a EFSA e a EMA analisaram as tendências do consumo de antimicrobianos e da RAM em E. coli de seres humanos e de animais destinados à produção de alimentos. Eles também analisaram as mudanças entre 2014 e 2021 e descobriram que o consumo de antibióticos em animais produtores de alimentos diminuiu 44%, mas permaneceu estável em humanos.

As agências afirmaram que continuam a ser registados níveis elevados de consumo de antimicrobianos e de RAM em vários países da UE. A redução da utilização de antimicrobianos nos animais destinados à produção de alimentos é suscetível de beneficiar a saúde humana, nomeadamente no que se refere ao impacto da resistência dos agentes patogénicos de origem alimentar, como a Campylobacter.

Uma análise revelou que as bactérias E. coli nos animais e nos seres humanos se tornaram menos resistentes aos antibióticos à medida que o consumo global de antibióticos foi reduzido. As agências afirmam que as tendências da resistência aos antibióticos podem ser invertidas com acções e políticas correctas.

"A utilização de menos antibióticos na produção animal compensa: na maioria dos países que reduziram a utilização de antibióticos, observámos uma diminuição correspondente nos níveis de resistência. Isto significa que os esforços nacionais funcionam", afirmou o diretor executivo da EFSA, Bernhard Url.

Os isolados bacterianos de seres humanos provinham de amostras de indivíduos clinicamente doentes recolhidas em centros de saúde, enquanto os isolados de animais destinados à produção de alimentos provinham de animais saudáveis produzidos internamente no momento do abate.

Resistência associada

O relatório abrangeu sete grupos de antimicrobianos ( carbapenemas, cefalosporinas de terceira e quarta geração, fluoroquinolonas e outras quinolonas, aminopenicilinas, polimixinas, macrólidos e tetraciclinas). Centrou-se na resistência a estes antimicrobianos em E. coli e Campylobacter, tendo sido incluídos alguns dados sobre Salmonella.

Nos seres humanos, a utilização de grupos essenciais de antibióticos, como os carbapenemas, as cefalosporinas de terceira e quarta geração e as quinolonas, foi associada à resistência a estes antibióticos em E. coli de infeções humanas.

A utilização de quinolonas, polimixinas, aminopenicilinas e tetraciclinas em animais destinados à produção de alimentos foi associada à ocorrência de resistência a estes antibióticos em E. coli indicadora em animais destinados à produção de alimentos.

A resistência bacteriana nos seres humanos pode estar ligada a essa resistência nos animais destinados à produção de alimentos. Dois exemplos são Campylobacter jejuni e Campylobacter coli, que podem ser encontrados em animais destinados à produção de alimentos e transmitidos às pessoas através dos alimentos.

Os resultados globais sugerem que as medidas para reduzir o consumo de antimicrobianos nos animais destinados à produção de alimentos e nos seres humanos têm sido eficazes em muitos países, afirmaram os peritos.

"No entanto, estas medidas precisam de ser reforçadas para que as reduções no consumo de antimicrobianos sejam mantidas e continuem, se necessário. Isto também realça a importância de medidas que promovam a saúde humana e animal, como a vacinação e uma melhor higiene, reduzindo assim a necessidade de antimicrobianos."

Fonte: Food Safety News

Acabou de ser publicado no Jornal Oficial da União Europeia a confirmação do pedido de registo da designação «BATATA-DOCE DA MADEIRA» como Denominação de Origem Protegida.

Com esta publicação foi iniciado o processo de oposição, ao nível europeu e mundial, deste pedido de registo. Ou seja, por um período de três meses a contar da data desta publicação as autoridades de qualquer Estado-Membro ou de um país terceiro, ou qualquer pessoa singular ou coletiva residente ou estabelecida na União Europeia ou num país terceiro e que demonstre ter um interesse legítimo nesta produção, podem apresentar à Comissão uma declaração de oposição fundamentada relativa à intensão de registo deste nome como DOP – Denominação de Origem Protegida.

Se durante este período a Comissão não receber qualquer declaração de oposição fundamentada admissível, após a sua conclusão a Comissão procederá ao registo definitivo da denominação «BATATA-DOCE DA MADEIRA» como DOP, registo que será também publicado no Jornal Oficial da União Europeia, de modo a que este produto irá passar também a integrar a lista de Produtos Qualificados da União Europeia.

Para o diretor regional Agricultura, Marco Caldeira, este pedido de registo “está linha com a estratégia traçada pela Secretaria Regional de Agricultura e Ambiente na valorização dos produtos regionais”.

Assim, se tudo correr bem, ainda este ano, será também publicado o registo da DOP ««BATATA-DOCE DA MADEIRA».

Fonte: Agroportal

MEDIDA DE PREVENÇÃO DEVIDO À PRESENÇA DE PLÁSTICO

A Mondelēz International decidiu retirar de forma preventiva o lote OSK0934422 da barrita Milka 37G Oreo Choco com data de validade de 01/08/2024 e código de barras 7622210718693, após detetar a possível presença de fragmentos de plástico nalgumas unidades.

A Mondelēz International confirma que este problema é um caso isolado neste lote específico. O restante portfólio de produtos Oreo e Milka da Mondelēz Portugal não se encontra afetado por este incidente. De todo o modo, e em linha com a política da empresa em dar prioridade à segurança dos consumidores, foram tomadas “as medidas de prevenção necessárias” em coordenação com as autoridades e foi solicitada a recolha de todas as barritas do lote afetado.

“Esta decisão obedece apenas a uma medida meramente preventiva. Fiel aos seus princípios, a Mondelēz Internacional baseou a sua decisão naquela que é a sua prioridade máxima, a segurança dos seus consumidores e a qualidade dos seus produtos”, afirma a marca em comunicado.

A Mondelēz International inclui a informação completa da descrição do lote do produto em causa:

  • Produto: barrita MILKA 37G OREO CHOCO
  • Data de validade: 01/08/2024
  • Número de lote: OSK0934422
  • Código de barras: 7622210718693

Fonte: Grande Consumo

Lúpulo | Comercialização e Certificação

  • Monday, 19 February 2024 15:10

Foram publicados dois novos diplomas relativos à comercialização e certificação de Lúpulo:

  • Regulamento Delegado (UE) 2024/602 da Comissão, de 14 de dezembro de 2023, que complementa o Regulamento (UE) nº 1308/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho no respeitante às normas de comercialização no setor do lúpulo, e que revoga o Regulamento (CE) nº 1850/2006 da Comissão
  • Regulamento de Execução (UE) 2024/601 da Comissão, de 14 de dezembro de 2023, que estabelece as regras de aplicação do Regulamento (UE) nº 1308/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho no respeitante à certificação do lúpulo e dos produtos de lúpulo e aos controlos conexos

Consulte os diplomas e mantenha-se informado sobre os requisitos legais em vigor.

Fonte: DGAV

Os cientistas continuam a apostar na produção de alimentos em laboratório. Agora é a vez de um “arroz com carne no interior” desenvolvido pela Universidade Yorsei, na Coreia do Sul.

O desenvolvimento de alimentos em laboratório não é uma novidade para a indústria alimentar. A mais recente chega da Coreia do Sul, com um um arroz de carne que pode vingar como uma “solução” para um futuro mais sustentável e capaz de combater as alterações climáticas.

Apresentada pela Universidade Yorsei, a "receita” promete revolucionar a forma como comemos. Os cientistas sul-coreanos desenvolveram um arroz em tons cor-de-rosa, feito à base de músculo de vaca e células de gordura, que são inseridos dentro dos próprios grãos de arroz. Foi criado com o objetivo de ser uma alternativa à carne tradicional e uma opção mais sustentável para o meio ambiente, bem como uma opção mais barata.

A produção deste “arroz de carne” divide-se em três fases. Na primeira fase, o arroz é coberto com uma gelatina de peixe que permite que as células de carne se fixem melhor. Em seguida, é inserido músculo de vaca e células de gordura nos grãos de arroz. Por fim, o arroz é deixado numa placa de Petri (recipiente cilindro de vidro ou plástico) durante nove a 11 dias. Após este processo, as células de carne crescem não só na superfície do grão de arroz, mas também dentro do próprio grão.

Segundo os investigadores da Universidade Yorsei, o “arroz de carne” produzido em laboratório apresentou na sua composição 8% mais de proteína e 7% mais gordura do que o arroz que estamos habituados a consumir no dia-a-dia. A sua textura é também diferente o arroz normal, que tende a ser mais macio e pegajoso. Mesmo sendo produzido em laboratório, pode ser cozinhado à semelhança de um arroz de supermercado.

Embora este “arroz de carne” tenha resultado num grande sucesso, não foi a primeira opção para o estudo. Inicialmente, os investigadores recorreram a soja para criar uma alternativa à carne animal, mas a sua estrutura celular revelou-se demasiado grande e não seria possível obter uma textura semelhante à da carne.

Este novo método foi apresentado com mais detalhe num estudo divulgado na revista Matter, no passado dia 14 de fevereiro. Numa conferência de imprensa, a engenheira química e principal autora do estudo, Sohyeon Park, destacou os benefícios que esta nova descoberta pode ter na alimentação diária dos indivíduos: "o arroz já tem um alto teor nutritivo, mas ao adicionar células de gado, esse teor pode aumentar ainda mais".

Park reforçou que esta poderia ser uma solução eficaz para diminuir os consumos associados à pecuária e da libertação de gases com efeitos de estufa. Quanto ao futuro, vê “um mundo cheio de possibilidades” em que a comercialização deste arroz híbrido pode “um dia servir como ajuda alimentar para a fome, ração militar ou até mesmo comida espacial", afirmou a engenheira química.

Para já, este “arroz de carne” não será comercializado. Antes de dar esse passo, a equipa responsável pela sua produção quer garantir que as células se desenvolvem melhor nos grãos de arroz, o que pode resultar num maior valor nutricional.

O FUTURO PODE ESTAR NA AGRICULTURA CELULAR

Na última década, registou-se um aumento significativo no desenvolvimento de alimentos em laboratório. A agricultura celular surge como uma alternativa à pecuária e procura criar produtos animais através das células de animais vivos ou abatidos recentemente - é ter acesso à carne tradicional mas sem precisarmos de matar o animal.

A adoção deste novo método pode traduzir-se em diversos benefícios que contrastam com os efeitos negativos da pecuária. A produção de alimentos em laboratório com recurso a células pode contribuir para a diminuição dos recursos que estão normalmente associados à pecuária como o uso intensivo de água, solos ou energia. Pode diminuir o desenvolvimento de doenças que possam colocar em risco a saúde pública (gripe das aves, gripe suína, etc) e evitar práticas que resultam no sofrimento animal. Este método pode também ajudar a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (metano, óxido nitroso e dióxido de carbono), que impulsionam o aquecimento global.

No entanto, a agricultura celular enfrenta vários desafios que impedem a sua fixação no mercado e no quotidiano da população. A produção de alimentos em laboratório tem custos elevados que acabam por se refletir no preço final que chega ao consumidor. Este método assume-se como mais sustentável para o meio ambiente, mas em contrapartida, a produção em laboratório consome quantidades elevadas de energia. Em 2019, Marco Springmann, um cientista ambiental da Universidade de Oxford, afirmou à CNBC que “a carne de laboratório não resolve nada do ponto de vista ambiental, uma vez que as emissões de energia são muito elevadas”.

Outro grande desafio está relacionado com questões éticas e religiosas. Para além da comunidade vegan não ser totalmente a favor da carne produzida em laboratórios, também a comunidade judaica e muçulmana se tem questionado quanto à possibilidade da carne de laboratório poder vir a ser considerada Kosher e Halal. Ambas as religiões defendem que os animais devem ser sacrificados na hora da morte, no entanto, um dos objetivos da carne produzida em laboratório é evitar esse sofrimento desnecessário dos animais.

De acordo com um relatório publicado pelo The Good Food Institute, existem mais de 150 empresas a nível mundial, dedicadas à produção de carne em laboratório. Os dados publicados são referentes a 2022, ano em que se registou um investimento de quase 900 milhões de dólares nesta indústria. Também a produção de marisco em laboratórios tem crescido nos últimos anos. Em todo o mundo existem pelo menos 120 empresas que se dedicam à produção deste alimento numa versão alternativa à tradicional.

O futuro parece ser promissor para estas empresas que investem na “alimentação do futuro”.

Em 2020, Singapura tornou-se o primeiro país do mundo a permitir a venda de carne de frango desenvolvida no laboratório da empresa norte-americana Memphis Meats. Dois anos depois, a agência reguladora dos EUA para os medicamentos e alimentação (FDA), deu luz verde para a comercialização de carne produzida pelo laboratório da empresa norte-americana Upside Foods, que em 2022 investiu 400 milhões de dólares na produção de carne em laboratório.

Alguns países mostram-se pouco receptivos a esta prática. É o caso da Itália que, no ano passado, se tornou no primeiro país a banir oficialmente qualquer tipo de produção, venda e importação de carne cultivada em laboratório. Os motivos? Quer proteger a “tradição italiana”, nomeadamente, os agricultores e a gastronomia do país. Esta decisão foi justificada pelo Ministro da Agricultura italiano, Francesco Lollobrigida, defendendo que os “trabalhadores, empresários agrícolas e os cidadãos, têm o direito de comer bem”.

Fonte: Expresso

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) na sequência de várias ações de fiscalização direcionadas para a cadeia de valor do azeite apreendeu 510 litros de produtos falsificados, na margem Sul do Tejo e em Portalegre.

A ASAE indicou dia 16 de fevereiro, em comunicado, que apreendeu também centenas de rótulos, uma viatura de mercadorias e diversa documentação probatória e indiciária, tudo avaliado num valor aproximado de 29.000 euros.

Foram ainda instaurados três processos-crime, pelos ilícitos de Fraude Sobre Mercadorias e géneros alimentícios anormais falsificados, adiantou o comunicado.

Segundo a entidade, foram realizadas 18 colheitas de amostras a todos os produtos oleicos detetados, as quais foram encaminhadas para o Laboratório de Segurança Alimentar da ASAE, para a realização das respetivas análises físico-químicas e sensoriais.

A ASAE, no âmbito da sua missão na proteção de produtos nacionais e de combate às práticas fraudulentas, realizou esta operação através da Unidade Regional do Sul – Unidade Operacional de Évora.

A ação decorreu “na sequência das diligências de investigação, várias ações de fiscalização e de inspeção direcionadas para a cadeia de valor do azeite, para identificar potenciais inconformidades sobre a autenticidade e qualidade do produto, e ainda, práticas de concorrência desleal”, acrescentou a ASAE.

“Como resultado das ações que decorreram na margem Sul do Tejo e nas imediações da cidade de Portalegre, foram inspecionados diversos operadores económicos não sedentários, com ligações entre si”, adiantou.

No âmbito da ação, foi “detetado em flagrante delito a comercialização de um produto com indicação de “azeite virgem”, com forte suspeita de se tratar de óleo alimentar, apresentando preços unitários por embalagem de cinco litros a rondar os 30,00 e 40,00 euros.

Os suspeitos foram constituídos arguidos e sujeitos a Termo de Identidade e Residência, tendo os factos sido comunicados à Autoridade Judiciária.

A ASAE alerta os consumidores para estarem atentos a ofertas deste produto com preço abaixo do expectável, induzindo o consumidor em erro com objetivo de serem comercializadas outras substâncias oleicas como azeite.

Fonte: Agroportal

As refeições calóricas e pouco nutritivas são suspeitas de terem um impacto na tomada de decisões e de estarem na origem de uma "armadilha" do excesso de peso.

Esther Aarts tem um aviso para os amantes de fast food em todo o mundo: essas dietas não só aumentam a cintura como também causam inflamação no cérebro.

Professora de neurociência nutricional na Universidade de Radboud, nos Países Baixos, Aarts chama a este duplo golpe uma "espiral de obesidade" que prende as pessoas a hábitos alimentares pouco saudáveis.

Problemas de cabeça

O seu projeto de investigação, que recebeu financiamento da UE, visa explorar o impacto da alimentação das pessoas nas suas decisões.

Os alimentos que escolhemos têm um efeito no nosso corpo e no nosso cérebro", afirmou Aarts. Isto cria uma espiral de obesidade em que o que comemos pode ter um efeito no nosso sistema imunitário e este, por sua vez, pode afetar o nosso cérebro".

O projeto chama-se OBESITY_SPIRAL e decorre durante cinco anos, até outubro de 2025. O pressuposto é que as pessoas com inflamação cerebral resultante de refeições de fast food, como hambúrgueres, batatas fritas e refrigerantes, têm menos energia para preparar ou procurar outros alimentos.

"Há muitas provas de que, se houver inflamação no cérebro, não nos apetece fazer nada, não nos apetece fazer um esforço", afirmou Aarts.

A obesidade é um fenómeno em rápido crescimento na UE, que atualmente só fica atrás dos EUA no que diz respeito à proporção da população clinicamente obesa ou com excesso de peso.

Quase 60% dos adultos na Europa e uma em cada três crianças sofrem de problemas de excesso de peso, de acordo com um relatório de 2022 da Organização Mundial de Saúde.

Em resposta, a adoção de dietas mais saudáveis tornou-se um dos principais objectivos políticos da UE, nomeadamente através de uma série de iniciativas de investigação agrupadas num quadro denominado "Alimentação 2030".

A loucura das calorias

A fast food, que também inclui habitualmente pizzas, sandes, muffins e batidos, é geralmente rica em açúcares refinados e gorduras não saudáveis e pobre em vitaminas, minerais e fibras.

Há muitas calorias, mas não há muita nutrição", diz Aarts. Com a fast food, podemos obter todas as calorias do dia numa só refeição e ficar com fome uma hora depois.

As pessoas que consomem grandes quantidades deste tipo de alimentos têm maior probabilidade de sofrer de inflamação crónica, que também atinge o cérebro, em resultado do aumento do tecido adiposo na barriga. Isto pode levar a alterações nos processos dopaminérgicos, que dão sensações de prazer, satisfação e motivação.

Com a obesidade, há 50% de hipóteses de ter uma inflamação de baixo grau no corpo", disse Aarts. Isto pode consumir 30% da sua energia, pelo que há menos energia para despender noutras coisas".

O seu interesse pela forma como a comida afecta o cérebro começou durante uma posição de pós-doutoramento na Universidade da Califórnia, nos EUA, entre 2010 e 2012.

A tendência crescente para a obesidade nos EUA, bem como em certas partes da Europa, levou Aarts a centrar-se na forma como as pessoas percecionam a comida como uma recompensa e como as dietas podem alterar a tomada de decisões de forma a reforçar hábitos alimentares pouco saudáveis.

Ligação à preguiça?

OBESITY_SPIRAL está a investigar as ligações entre o que as pessoas comem, o efeito no sistema imunitário e o impacto na tomada de decisões.

A equipa está a utilizar exames cerebrais e medições biológicas para observar o que se passa no cérebro quando as pessoas tomam decisões sobre a alimentação - e o impacto que isso tem no corpo.

Queremos apenas ver as ligações com a inflamação e compreender como é que o sistema dopaminérgico está envolvido", afirmou Aarts.

Aarts suspeita que a inflamação do corpo resultante de dietas pouco saudáveis faz com que as pessoas se esforcem menos na escolha dos alimentos.

Assim, por exemplo, em vez de fazer compras e preparar uma refeição, a escolha recai sobre a opção mais fácil e rápida, com mais calorias e menos nutrientes. Isso, por sua vez, leva a mais gordura corporal e inflamação.

"Por vezes, as pessoas pensam que a obesidade tem a ver com o facto de as pessoas serem preguiçosas e eu quero realmente mostrar se existe ou não uma razão biológica por detrás da decisão de não fazer esforço", disse Aarts. Assim, talvez possamos encontrar soluções para o problema".

Custos globais

Uma vez que aumenta significativamente o risco de doenças crónicas, incluindo diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e alguns tipos de cancro, a obesidade tem um custo significativo para a sociedade em geral.

Aarts afirma que as pessoas precisam de estar conscientes dos riscos para a saúde mental também resultantes da obesidade.

Está também associada à depressão", afirmou. E está associada à doença de Alzheimer numa fase posterior da vida".

De acordo com as tendências actuais, o excesso de peso e a obesidade poderão custar à economia global em 2035 mais de 3,7 biliões de euros de rendimento potencial, ou seja, quase 3% do produto interno bruto mundial, segundo um relatório de 2023.

Estudo sobre células

As ligações entre a alimentação, a inflamação e a saúde são também do interesse do Professor Nicola Gagliani do Centro Médico Universitário Hamburg-Eppendorf, ou UKE, na Alemanha.

Gagliani é um especialista em células T - uma das duas principais células do sistema imunitário. As outras são as células B.

As células B produzem anticorpos que atacam as bactérias, os vírus e as toxinas invasoras. As células T protegem o organismo de uma forma diferente: destruindo as células que foram tomadas por vírus ou que se tornaram cancerosas.

Gagliani liderou uma investigação financiada pela UE sobre o impacto da alimentação na atividade das células T. Denominado Diet-namic, o projeto decorreu de dezembro de 2016 a novembro de 2022.

"Estava curioso sobre a dieta porque comer é algo que fazemos todos os dias, várias vezes ao dia", disse Gagliani. "Queria ver quão rápido é o impacto da ingestão de alimentos nas células T."

A equipa da Diet-namic já sabia que a microbiota intestinal está altamente ligada às células T e, em particular, à resposta imunitária.

Gagliani tinha curiosidade em saber se as alterações alimentares poderiam também alterar a microbiota e, consequentemente, o sistema imunitário.

Escolhas consequentes

O que não era claro era quão rápida era a ligação entre o que comemos e a forma como o nosso sistema imunitário responde a isso", afirmou. "As células T são o orquestrador da resposta imunitária. Basicamente, conseguem descodificar o ambiente e dizer ao sistema imunitário como reagir".

Através de estudos com ratinhos, bem como de um estudo com seis voluntários humanos, os investigadores descobriram que, de facto, o sistema imunitário muda rápida e significativamente em resposta a alterações na dieta.

Mostramos nos estudos com ratos que, assim que se muda de uma boa dieta para uma má dieta, as células T são prejudicadas e a probabilidade de infeção aumenta", disse Gagliani.

Nesta investigação, uma boa dieta era uma dieta rica em fibras, que são metabolizadas pela microbiota em ácidos gordos de cadeia curta. Estes são fundamentais para o funcionamento das células T.

Um segundo estudo centrou-se em doentes com cancro do pâncreas e monitorizou a sua relação com a microbiota intestinal.

Certas combinações de microorganismos no intestino produzem um metabolito de triptofano que aumenta a eficácia da quimioterapia. O triptofano é um aminoácido essencial que só pode ser obtido através da alimentação.

Este facto confirma uma ligação entre a alimentação e o sistema imunitário e indica que as escolhas alimentares podem provocar alterações rápidas na saúde das pessoas. Sugere também um grande potencial para a utilização de recomendações dietéticas como parte de tratamentos médicos.

"Esta investigação sugere-nos que o que comemos é importante", afirma Gagliani. "E não é apenas durante um período de anos, mas sempre que escolhemos o que comer é provavelmente importante".

Fonte: Horizon Europe e Qualfood