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Sazonalidade de campilobacterioses revelada na EU

  • Friday, 05 April 2019 15:08

Enquanto as nações nórdicas atingiram um pico sazonal de campilobacteriose de meio até fim do verão, a maioria dos países Europeus sofreram um ligeiro aumento desta incidência no início do ano, de acordo com um estudo da Eurosurveillance.

Os investigadores examinaram a sazonalidade da campilobacteriose na Europa desde Janeiro de 2008 até Dezembro de 2016. Foram efetuadas possíveis associações com a temperatura e precipitação, além de uma comparação de resultados com estudos anteriores.

A infeção por Campylobacter é uma doença transmitida por alimentos contaminados de alta frequência na União Europeia. Esta causa mais de 200 mil casos anualmente e, devido à grande porção de casos não reportados, o número verdadeiro de casos pode aproximar-se dos 9 milhões.

Em termos do custo associado, estima-se que 2.4 biliões de euros sejam despendidos em saúde pública e perda de produtividade.

Em muitos países, a incidência de campilobacteriose acresce a meio do verão por fatores que contribuem para a alteração dos padrões de colonização em frangos, diferentes práticas de preparação de alimentos, transmissão via moscas e elevado consumo de fruta e salada.

Neste estudo, estabeleceram-se clusters padronizados desta doença, nomeadamente seis. Áustria, República Checa e Alemanha são o primeiro cluster, com um pico sazonal difuso que ocorre no fim de Julho e no meio de Junho.

Os clusters dois e três incluem Dinamarca, Suécia, Noruega e Finlândia e demonstraram atingir os seus picos de incidência em início de Agosto e fim de Julho.

A maioria dos países europeus estão no cluster quatro (França, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Holanda e Eslovénia), cujo pico ocorre no meio de Junho.

No cluster cinco ficou o Reino Unido, Irlanda e os geograficamente separados Hungria e Eslováquia. O pico de incidência ocorreu no inicío do mesmo mês que o cluster quatro.

Por último, temos Espanha no cluster seis, sem nenhum pico distintivo, sendo constante ao longo do ano. As razões para isto podem dever-se à localização sul do país ou ao baixo número de casos reportados.

Portugal foi eliminado do estudo pelo critério de exclusão aplicado, que, neste caso, foi a ausência de casos de campilobacteriose durante mais de 10% das semanas do intervalo de tempo de estudo ou uma média semanal inferior a dez casos reportados.

As associações entre temperatura, precipitação e infeções por Campylobacterforam mais fortes nos países nórdicos do que nas nações europeias. Além disso, as conclusões apontam para associações mais significativas do ponto de vista estatístico entre campilobacteriose e temperatura do que a mesma doença e a precipitação.

Conheça aqui a versão completa do estudo descrito.

Fonte: Food Safety News