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Funchal integra projeto europeu para melhorar hábitos alimentares da população

  • Thursday, 10 December 2020 12:41

O Funchal é uma das 11 cidades europeias parceiras do projeto Food Trails, financiado pela União Europeia, que visa criar uma rede de cidades que contribuem para a transformação do sistema alimentar e para a construção de uma estratégia alimentar local.

Madalena Nunes, vereadora com o pelouro da Educação na Câmara Municipal do Funchal, explica que “esta iniciativa tem por objetivo estimular um consumo alimentar mais saudável e melhorar os hábitos de vida da população”.

“Devido às alterações climáticas e também com o surgimento da pandemia de covid-19, as cidades estão a prestar cada vez mais atenção às suas políticas alimentares e ao processo de produção agrícola”, vincou.

Através deste projeto, a autarquia pretende criar um Laboratório Vivo - Urban Living Lab, onde seja possível envolver os mercados municipais, as escolas e os parceiros locais das mais diversas áreas, nomeadamente ao nível da produção, transformação e consumo alimentar sustentável, e da literacia alimentar e ecológica.

A autarca refere que “nenhum município tem autonomia para trabalhar por si só as politicas alimentares”. “O que procuramos é implementar metodologias participativas que envolvam os cidadãos e os parceiros locais nas políticas alimentares, construindo uma estratégia alimentar municipal que potencie a criação de medidas que melhorem a nossa consciência comum dos riscos e da sustentabilidade ambiental e estimulem o consumo de produtos locais e sazonais”.

O facto de muitas cidades europeias e internacionais terem políticas alimentares consolidadas ajudou a que pudessem responder mais rapidamente à crise pandémica, com sistemas de ajuda alimentar para pessoas vulneráveis. Neste sentido, recordou a iniciativa ‘Funchal, Cabaz Vital’, que, desde o início da crise atual, já apoiou mais de 13 mil funchalenses oriundos de famílias carenciadas com a entrega de cabazes com bens essenciais, que incluem a distribuição de folhetos com dicas sobre conservação de alimentos, alimentação saudável e redução de perdas e desperdício de alimentos.

Durante o projeto, a Câmara Municipal do Funchal vai trabalhar também em colaboração com a Universidade da Madeira, através do ISOPlexis - Centro de Sustentabilidade da Agricultura e Tecnologia Alimentar, no desenvolvimento de uma dieta alimentar atlântica e de iniciativas de produção alimentar mais sustentáveis. O ISOplexis-Germobanco tem por objetivo promover o levantamento e conservação da agrodiversidade na Região Autónoma da Madeira.

O Pacto de Política Alimentar Urbana de Milão (MUFPP), em Itália, tem sido, por sua vez, o documento de referência, desde 2015, na definição de políticas de alimentação, sendo que a cidade se encontra atualmente a liderar o consórcio de 19 parceiros sobre a transformação dos sistemas alimentares, no âmbito do projeto ‘Food Trails’. As onze cidades parceiras desta iniciativa são o Funchal, Bérgamo, Birmingham, Bordéus, Copenhaga, Grenoble, Groningen, Milão, Tessalónica, Tirana e Varsóvia. A estas juntam-se diversas Universidades e stakeholders europeus, nomeadamente: Fondazione Milano Politecnico, Eurocities, Slow Food International, EAT Fondation, Cardiff Univeristy, Wageningen Research, Roskilde Universitet e Cariplo Factory.

Madalena Nunes conclui que “o Food Trails vai trazer benefícios para todas as cidades participantes, potenciando, inclusive, a criação de emprego. Vamos estudar áreas estratégicas, no sentido de procurar perceber quais são as vulnerabilidades do nosso sistema alimentar e, consequentemente, tomaremos depois medidas concretas no sentido de estabelecer, a médio e longo-prazo, um caminho de futuro para uma politica urbana alimentar na nossa cidade, contribuindo para transformar, do plano local ao plano global, os sistemas alimentares.”

O Food Trails teve início no passado dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação, e terá a duração de quatro anos, com um orçamento global de 12 milhões de euros, com o objetivo de envolver e capacitar as comunidades, promover o uso de recursos de forma sustentável, dietas nutricionalmente saudáveis e melhorar a consciência dos riscos e da sustentabilidade ambiental.

Fonte: JM - Madeira