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Ovelhas ouvem música clássica na Serra da Estrela

  • Wednesday, 19 September 2018 08:56

Na Serra da Estrela, uma queijaria proporciona um ambiente de bem-estar às suas ovelhas, através da audição de música clássica. Os proprietários garantem que isso se reflete na produção.

São cerca de 400 e contribuem para as seis toneladas mensais de queijo, fundada em 2015 e com uma dezena de funcionários.

O ovil está apetrechado com várias colunas de som, que emitem, com fartura, música, clássica. “A ideia surgiu por acharmos que, se faz bem aos bebés, também faz bem aos animais. Assim como vemos a diferença nos humanos, a nível de relaxamento, de comportamento, também vemos nos animais”, conta Lurdes Perfeito, a proprietária da queijaria.

“Ajuda a descontrair na ordenha. Estão mais descontraídas sai melhor o leite”, garante.

De início, os funcionários resistiram à novidade. “Eles mudavam a música, mas já se adaptaram."

Os pastores confirmam que a música faz bem às ovelhas. Simão, 62 anos, já tinha visto disto onde esteve emigrado: “Lá, na Suíça, também era assim: sempre de noite e de dia esta música. É tudo uma questão de hábito. É para estarem mais relaxadas, mais satisfeitas, até lhes abre o apetite.”

Menos habituado, estava o pastor Brazete, de 44 anos. Conta que os colegas se riem por saber que ele coloca música para as suas ovelhas, mas, hoje, está convencido de que o assunto é sério: “Eles acham engraçado, é uma coisa diferente, mas é sério. Não conheço mais ninguém cá na zona a proporcionar música às ovelhas. Estão mais felizes e tranquilas, aqui têm tudo."

"É essencial na altura da parição. Todos os cuidados são poucos, porque temos que ajudar a fazer nascer os borreguinhos e depois alimentá-los. Quando nascem três, há mães que não as conseguem alimentar e ficam os achegões, que somos nós a alimentá-los a biberão”, acrescenta.

Certo é que as 400 ovelhas da queijaria dão leite para seis toneladas mensais de queijo, produto que já foi premiado com a medalha de ouro no Concurso Tradicional de Cura Prolongada e que, ao embalo da música clássica, já chegou além-fronteiras. “Nós já exportamos para Macau, Suíça, França, Bélgica, Luxemburgo...”, enumera Lurdes.

Fonte: ANILACT