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Vinhos Verdes e ASAE celebram protocolo para defesa do produto

  • Friday, 15 December 2017 11:37

A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) e a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) assinaram esta quarta-feira, no Porto, um protocolo para vigiar o cumprimento da lei na produção e comercialização do produto.

Em colaboração no terreno há já três anos, as duas instituições optaram por dar “uma roupagem institucional”, conforme classificou o inspetor-geral da ASAE, João Gaspar, em declarações à agência Lusa, transformando a colaboração num protocolo válido por um ano. Para o presidente da comissão, Manuel Pinheiro, o documento hoje assinado visa “gerar valor para os agricultores da região”, explicando que este vinho é único no mundo e “produzido apenas com as uvas dos cerca de 18 mil agricultores da região”, mas, também, “dar segurança ao consumidor”.

“O Vinho Verde é garantido por um selo de origem e o consumidor deve poder ter a certeza que o vinho verde é proveniente dessa região”, que se estende por todo o noroeste de Portugal, na zona tradicionalmente conhecida como Entre-Douro-e-Minho, acrescentou. Para Manuel Pinheiro, a articulação entre a CVRVV e a ASAE permite juntar duas vocações diferentes, “a de certificar o produto e a ASAE a garantir o cumprimento da lei, dentro do que são as regras de produção e de origem”.

Elogiando o poder passar a “trabalhar em conjunto de uma forma mais estruturada” do que aquela que vinha sendo feita, o presidente da comissão citou a “partilha de informação, seja na criação de equipas conjuntas de trabalho, e as ações de formação, para conhecer melhor o funcionamento do negócio, incentivando ainda mais os agentes a cumprirem a lei” como as mais-valias do acordo alcançado. Admitindo também o “combate à economia paralela”, Manuel Pinheiro lembrou ser o “vinho um produto muito ligado ao território, que gera riqueza e postos de trabalho em 48 concelhos da região demarcada”, invocando a lei quando diz “que a riqueza deve ser investida na região, através do pagamento das uvas aos produtores”.

Para o inspetor-geral da ASAE, tanto o vinho como o azeite “têm sido matéria de preocupação e de atuação daquela entidade ao longo dos anos em termos de inspeção”, assumindo disponibilidade para “assegurar a qualidade do produto, a leal concorrência dos operadores e, consequentemente, a defesa do consumidor”. “Em 2014 criámos brigadas específicas para o turismo, prevendo que podia vir por aí algum ‘boom’ turístico como, aliás, se veio a verificar, ultrapassando até nossas expectativas. Em 2017 criámos brigadas específicas para os vinhos, prevendo que vá ser cada vez mais um produto de valor económico no mercado nacional e internacional pelo que interessa acautelar a sua autenticidade”, disse.

O protocolo é válido por um ano e a desejada pela ASAE “otimização dos meios verifica-se quer a nível laboratorial, como também a nível das sinergias e troca de experiências”, elencou o inspetor-geral, vincando que a “ASAE tem também um laboratório de bebidas vitivinícolas, pelo que poderá haver um interface interessante com a comissão”. “A experiência anterior ganha agora uma roupagem institucional e vai ter, certamente, nota positiva ao longo do ano”, disse João Gaspar, enquanto o presidente da comissão Manuel Pinheiro argumentou que, para a região demarcada, o “protocolo com a ASAE é uma vitória para dar resposta a uma necessidade de controlo”, dando como exemplo disso as castas Loureiro e Alvarinho, cuja “notoriedade” obriga a cada vez mais este aconteça.

Fonte: Dinheiro Vivo

  • Last modified on Monday, 18 December 2017 10:46