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O salmão de viveiro é mesmo rosa alaranjado?

  • Tuesday, 05 June 2018 09:14

Primeiro era o óleo de fígado de bacalhau. Depois vieram os ómegas, o 3 e o 6, amigos do bom colesterol e protetores da pele e do cabelo. Cavala, sardinha, truta salmonada e... o famoso salmão são peixes ricos em gorduras “boas” e têm vindo a ser cada vez mais procurados. O salmão, em particular, é usado numa multiplicidade de pratos: entradas, saladas, sanduíches, sushi ou simplesmente grelhado ou confeccionado ao vapor, está no top das preferências dos consumidores, não apenas por constituir uma refeição ideal em qualquer altura do dia ou estação do ano, mas ainda pela sua cor apelativa.

O pigmento astaxantina, é um precursor da vitamina A e o agente responsável pelo tom rosa alaranjado do salmão que, no seu estado selvagem, se alimenta de espécies de algas, crustáceos e algumas bactérias e ganha naturalmente a tonalidade que lhe conhecemos.

No caso do salmão de aquacultura, o mesmo tom é obtido através da introdução deste pigmento, na sua forma sintética. O aditivo E161J, usado nas farinhas que servem de alimento ao peixe para lhe conferir a cor rosa alaranjada é considerado um suplemento alimentar e não altera o gosto ou as qualidades nutricionais do peixe, nem parece trazer danos para a saúde. Porém, a prática é proibida em países como a Austrália e a Nova Zelândia, ainda que seja aceite na Noruega.

Em que ficamos? As autoridades reguladores admitem tratar-se de uma substância inofensiva. Rica em carotenóides, a astaxantina tem propriedades anti-inflamatórias, sendo comercializada como suplemento e adicionada à alimentação animal para tornar mais apelativa a cor dos espécimes criados em cativeiro. Até agora, não se conhece registo de complicações associadas ao consumo de trutas salmonadas, salmão, caranguejos, camarões ou frutos do mar.

Pessoas com reações alérgicas ao marisco, que tomam anti-histamínicos ou fazem tratamentos hormonais podem sentir alterações indesejadas, mas sem um grau de perigosidade que justifique a interdição deste aditivo, que dá mais intensidade à cor dos peixes e mariscos expostos nas prateleiras do supermercado.

Caso para perguntar: passava bem sem este aditivo? Talvez, mas para os olhos, que também comem, não seria bem a mesma coisa. Ainda que a astaxantina também seja usada na estética, mais concretamente como agente de proteção solar e antioxidante para a redução de rugas, é no plano da alimentação que muitos se interrogam: este risco compensa? À cautela, recomendam os nutricionistas, modere-se o consumo.

Fonte: Visão