As superfícies de indústrias alimentares podem permanecer contaminadas mesmo após a sua limpeza e desinfeção repetida. Esta contaminação pode ser alvo de transferência durante a produção de alimentos, causando deterioração alimentar precoce ou até doença.
Assim, é importante identificar e caraterizar os organismos remanescentes em superfícies de contato e, especialmente, perceber o seu potencial de deterioração, minimizando os possíveis danos.
Num estudo publicado no Jornal de Proteção Alimentar, procedeu-se à identificação de estirpes resistentes aos protocolos de limpeza e desinfeção de superfícies de sete empresas alimentares através de PCR 16S rRNA.
A recolha de amostras foi feita em superfícies cuja contaminação era superior ou igual a 10^2 CFU por cada 100 centímetros quadrados.
De acordo com os resultados, os géneros mais frequentemente identificados foram Pseudomonas, Microbacterium, Stenotrophomonas, Staphylococcus e Streptococcus.
Em cinco das sete empresas participantes, identificou-se Pseudomonas spp., sendo que 86.8% dos isolados acusaram potencial de deterioração.
Microbacterium e Stenotrophomonas spp. foram identificadas em cinco e seis das empresas, respetivamente, sendo que todos os isolados testados acusaram potencial de deterioração.
Deste modo, é essencial uma maior transparência e rigor nas práticas de limpeza e desinfeção, identificando a causa-raiz da contaminação para uma maior eficácia e segurança no processamento de alimentos.
Fonte: Journal of Food Protection