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E se fosse possível imprimir alimentos?

  • Monday, 22 April 2019 09:00

Atualmente, já existem investigações em torno da aplicabilidade da impressão 3D no setor alimentar. Esta relação, contudo não é linear pois os alimentos possuem composições complexas que envolvem moléculas como proteínas, hidratos de carbono, lípidos, fibra, entre outros.

Os típicos materiais impressos, que não alimentos, incluem plástico, silicone e aço, baseando-se num polímero único ou maioritário, cujas propriedades são bem conhecidas.

Por exemplo, o plástico pode facilmente ser derretido e extrudido numa nova forma, rapidamente solidificando a temperatura ambiente e permitindo o acrescento de novas camadas.

Pelo contrário, a impressão 3D de alimentos depende da variabilidade de matrizes, caraterização do comportamento dos seus constituintes e de uma abordagem que contemple a segurança alimentar durante a impressão.

Alimentos 3D têm um tempo de prateleira limitado considerando mudanças estruturais que possam ocorrer ou até permitir o crescimento microbiano. Para reduzir riscos de insegurança alimentar, as impressoras precisam de ser desenhadas higienicamente com material adequado para o contato com alimentos.

Além disto, no desenvolvimento de alimentos impressos, a reologia é outro aspeto importante. Esta pode ser manipulada por alterações de receita, pelo uso de ingredientes funcionais ou pela alteração da temperatura. Em complemento, a utilização de enzimas pode ajudar a manter o formato desejado dos alimentos.

Um dos bónus desta técnica, é a sustentabilidade e redução do desperdício. A impressão 3D permite a costumização dos alimentos de acordo com as preferências do consumidor e imprimir comida apenas quando necessário e em doses pequenas.

Seria interessante, por exemplo, a produção de suplementos especificamente desenhados de acordo com as necessidades nutricionais e energéticas do consumidor, permitindo uma alimentação personalizada para cada individuo.

Assim, existem cinco obstáculos principais, aos quais se pretende dar resposta com o início das investigações no tema. Estes são a velocidade e escala da tecnologia, a construção de impressoras com materiais seguros para os alimentos, a modificação da reologia dos alimentos, o processamento pós-impressão e, por fim, a perspetiva do consumidor relativamente a esta tecnologia.

Fonte: Food Manufacture

  • Last modified on Monday, 22 April 2019 09:19