Os frangos americanos são tratados com uma solução à base de cloro cujo objetivo é a remoção de bactérias e outros contaminantes. Os defensores deste tipo de tratamento alegam que é possível produzir carne sem matéria fecal e outros potenciais germes como Campylobacter e Salmonella.
No entanto, os protetores da dignidade animal dizem que a cloração apenas encobre o problema real, que é a vivência e o abate dos animais em condições não sanitárias uma vez que a lavagem de carcaças com cloro permite poupar dinheiro em sanitização sistémica durante a vida e morte da galinha.
Enquanto que a União Europeia baseia a sua abordagem à legislação alimentar no princípio da precaução, isto é apenas produtos e processos que se provem seguros são aprovados, os Estados Unidos baseiam a sua abordagem na permissão de tudo aquilo que não foi ainda provado como perigoso.
O processo de tratamento com cloro é autorizado nas quintas americanas e designa-se tratamento de redução de patogéneros (PRT), enquanto que na UE os produtores não podem utilizar nenhuma outra substância que não água ou outra aprovada pela Comissão Europeia para a lavagem de carne.
Investigações desenvolvidas pela agência Reuters descobriram que as empresas de produção de frango nos Estados Unidos usam uma variedade de antibióticos como suplementos rotineiros na ração para prevenir doença e promover o crescimento animal. Esta administração, em doses baixas, cria condições de excelência para o desenvolvimento de novas estirpes resistentes.
Mais ainda, os frangos recebem anti-histaminas para tornar a sua carne mais tenra. Algumas das carcaças testadas, acusaram a presença de esteróides e quetamina.
Assim, o Reino Unido, prestes a abandonar a regulamentação europeia pode estar sujeito à importação de frangos tratados com cloro em consequência das suas negociações pós-Brexit com os Estados Unidos.
Entre outros problemas, abre-se a porta para novas políticas potencialmente perigosas em troco de carne de frango por um preço inferior, afetando a harmonização da legislação alimentar.
A permissão do uso de soluções antimicrobianas contendo cloro para a lavagem de carcaças, pode levar a formação de compostos orgânicos de cloro, muitos dos quais persistentes, bioacumuláveis e potencialmente carcinogénicos.
Fonte: Independent