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Estudo confirma o potencial proteico das algas e leguminosas

  • Friday, 05 September 2025 09:43

Após quase cinco anos de trabalho e um financiamento de 5,1 milhões de euros, o projeto europeu ALEHOOP foi concluído com sucesso, lançando as bases para um novo modelo de produção sustentável de proteínas a partir de biomassa vegetal residual, como as macroalgas e os subprodutos do processamento de leguminosas.

Esta iniciativa, desenvolvida por um consórcio internacional no âmbito do programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia, validou, em instalações-piloto, vários processos de biorrefinaria verde para obter ingredientes de elevado valor nutricional destinados à alimentação humana e animal, com uma redução significativa do impacto ambiental.

Uma solução inovadora da Galiza

Uma das principais realizações do projeto foi a valorização das algas verdes provenientes da limpeza dos bancos de amêijoas e berbigão das Rias Baixas, tarefa liderada pela ANFACO-CYTMA - Associação Nacional de Fabricantes de Conservas e Produtos Transformados de Peixes e Mariscos, Centro Nacional de Conhecimento e Tecnologia para a Indústria Marinha, Aquícola e Alimentar de Espanha.

Todos os anos, são retiradas da costa mais de 3.300 toneladas desta biomassa, com um custo económico significativo para as associações de pescadores galegos.

Graças ao trabalho realizado no âmbito da ALEHOOP, a ANFACO concebeu e validou um novo processo que permite transformar esta biomassa em proteínas funcionais e fibras, adequadas para utilização em alimentos de aquacultura.

O processo inclui:

  • Limpeza e flotação com microbolhas, que remove até 50% das areias e conchas;
  • Hidrólise enzimática, com um rendimento de 60% de proteínas;
  • Filtração e secagem, para estabilizar o produto final.

Estas técnicas foram otimizadas à escala laboratorial e, posteriormente, validadas à escala-piloto (Technology Readiness Levels 6).

Além disso, a ANFACO-CYTCMA realizou uma quantificação e caracterização completa da biomassa, incluindo análises nutricionais, microbiológicas e toxicológicas, e testou ainda pré-tratamentos de alta pressão e ultrassons. Os resultados da sua inclusão em alimentos para aquacultura, validados pela Universidade de Cádis, confirmam a utilidade destas proteínas na produção aquícola, demonstrando a sua segurança alimentar e a baixa pegada ambiental.

Este desenvolvimento não só contribui para a economia circular e para a redução do desperdício de recursos marinhos, como também melhora a saúde dos ecossistemas costeiros e abre novas oportunidades económicas para as comunidades piscatórias galegas.

Leia o artigo completo aqui.

Fonte:iAlimentar

  • Last modified on Friday, 05 September 2025 09:54