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Solos em Portugal estão a ficar degradados devido a práticas agrícolas intensivas

  • Friday, 21 November 2025 10:44

Na Europa, 60-70% dos solos já estão degradados e perde-se, adicionalmente, um milhar de milhões de toneladas de solo por ano, com 74% das terras agrícolas a sofrerem de desequilíbrios de nutrientes. Em Portugal, há riscos nos solos do Alentejo, devido à agricultura em grande escala.

Aproveitando a realização da 30.ª Conferência do Clima (COP30) das Nações Unidas, em Belém do Pará, no Brasil, que termina nesta sexta-feira, 21 de novembro, a Comissão Mundial de Direito Ambiental da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e o movimento "Save Soil" divulgaram um estudo sobre o estado dos solos no planeta.

Quadro de Segurança do Solo” é o título do documento, que pretende definir caminhos práticos para restaurar a condição dos solos, fortalecer a resiliência e apoiar os sistemas climáticos, hídricos e alimentares em todo o mundo.

O relatório destaca várias conclusões, entre elas que os solos superficiais armazenam 45% mais carbono do que o estimado anteriormente, com mais carbono ainda não contabilizado nas camadas inferiores.

Outra das conclusões é que os solos poderiam sequestrar 3,38 Gt de CO₂ anualmente, ou 27% da remoção de carbono necessária para manter o aquecimento abaixo de 2°C e que, por outro lado, a degradação global do solo poderia libertar 4,81 mil milhões de toneladas de CO₂ por ano — equivalente às emissões anuais dos EUA.

No entanto, referem os autores do estudo, “isto está a ser negligenciado na COP30”, já que, segundo a Comissão Mundial de Direito Ambiental da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e o movimento "Save Soil", “70% dos países ignoram a restauração do solo como uma solução climática crítica nas suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (National Determined Contributions), da COP30.

Ainda na Europa, isto “levanta sérias preocupações sobre um declínio substancial nas funcionalidades do solo”, com implicações para o sequestro de carbono, segurança alimentar e para a regulação do ciclo da água.
Já em Portugal, a Comissão Mundial de Direito Ambiental da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e o movimento "Save Soil" referem, neste estudo apresentado na COP30, que “os solos estão a ser rapidamente degradados” devido a “práticas agrícolas intensivas, que têm causado erosão severa e destruição do território, tornando o seu restauro cada vez mais difícil”.

A região do Alentejo é onde a situação é mais preocupante, onde “a agricultura em grande escala de frutos silvestres causou erosão severa destruição da terra através do nivelamento, da drenagem e do cultivo coberto com plástico, tornando a recuperação cada vez mais difícil”, refere o documento.

Estima-se que a degradação dos solos em todo o mundo custe à economia global “mais de 11 mil milhões de dólares por ano”, o que, segundo os especialistas da IUCN e do movimento "Save Soil" contribui para “minar a segurança alimentar, a biodiversidade e a resiliência climática em todo o mundo”.

O alerta foi agora lançado na COP30 e dá conta de que, “ao ritmo atual e se a situação continuar, a degradação do solo poderia libertar para a atmosfera 4,81 mil milhões de toneladas métricas de CO2 por ano”.

A degradação adicional também coloca em risco de que o colossal reservatório de carbono presente nos solos possa vir a ser libertado para a atmosfera, libertando 4,81 mil milhões de toneladas métricas de CO2 – aproximadamente as emissões anuais dos EUA.

Fonte: Tempo

  • Last modified on Friday, 21 November 2025 10:57