Fruto da azinheira é desperdiçado apesar de ter valor nutricional. Projeto Oakfood quer mais variedades aprovadas para consumo humano.
Um sucedâneo de café, bolachas, creme para barrar e até gelado de bolota foram criados no âmbito do projeto OakFood, que quer evitar o desperdício deste fruto seco e introduzi-lo na alimentação humana. Têm sido dados a provar em certames alimentares, desmistificando a ideia de que servem apenas para animais.
A ideia foi rentabilizar algo que existe em quantidade, mas tem passado despercebido. "Mais de 55% das bolotas são desperdiçadas" e as que são aproveitadas vão "quase todas para alimentação de animais, apenas 1% é para humanos", conta a gestora do Oakfood, Sílvia Moreira. Porém, a bolota e os produtos finais foram submetidos a análises, que provaram o valor nutricional: têm proteínas, são ricos em gorduras não saturadas (ómegas 3 e 6), em amido resistente (bom para saúde gastrointestinal) e permitem fazer preparados para celíacos, pois não têm glúten.
Como a bolota de azinheira é a única que está autorizada para consumo humano pela European Food Safety Authority, o próximo desafio é conseguir, junto desta entidade e da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária em Portugal, que outras variedades, nomeadamente a de sobreiro e as de carvalho-negral e alvarinho, sejam também aprovadas. O consórcio é coordenado a partir de Idanha-a-Nova pela Food4Sustainability - Associação para a Inovação no Alimento Sustentável, conta com a LandraTech, Francesco Montanari - Consultoria, Centro de Biotecnologia e Química Fina da Universidade Católica Portuguesa, AgroGrIN Tech, Confederação Nacional da Agricultura, Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos, Pepe Aromas, Javalimágico, Equanto e Purenut - Alimentos Biológicos, e dispõe de um financiamento de 760 mil euros do Plano de Recuperação e Resistência (PRR).
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Fonte: Jornal de Notícias