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Produção de azeitona cai 30% em Trás-os-Montes mas nalgumas zonas chega aos 50%

  • Friday, 12 December 2025 11:51

A produção de azeitona na região transmontana caiu entre 10 a 30%, mas há zonas onde a quebra chegou aos 50%, revelou, hoje, à Lusa, um dos produtores afetados.

 

O presidente da Associação dos Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro (APPITAD), Francisco Pavão, explicou, à Lusa, que durante o mês de maio registaram-se temperaturas elevadas, acima dos 30 graus, na zona da Terra Quente, trazendo consequências no vingamento, uma vez que nessa altura as árvores estavam na fase de floração.

Outra das causas para a quebra de produção entende ter sido o Verão seco, provocando “um longo período de stress hídrico” nas plantas, numa região onde grande parte dos olivais são tradicionais e de sequeiro.

Face a estas condições meteorológicas, as quebras, que variam entre os 10 e os 30%, em Trás-os-Montes e de Alto Douro, segundo Francisco Pavão, já eram previsíveis.

Por isso, o dirigente defende que é preciso apostar no regadio, uma vez que em períodos secos, considera que o armazenamento de água pode reduzir as quebras de produção.

Ainda assim, a qualidade do fruto não foi afetada. “Felizmente a qualidade é muito boa, quer na Terra Quente, quer na zona da Terra Fria, quer nos azeites do Douro. Estão todos com qualidade de excelência. Não tivemos problemas com pragas nem com doenças e, portanto, foi um ano do ponto de vista fitossanitário muito bom para o produtor”, sublinhou.

Relativamente ao preço do azeite, o presidente da APPITAD esclareceu que ainda há “grandes stocks de azeite do ano passado”, a nível mundial, e, por isso, o preço terá “uma ligeira mexida”, mas “não muito significativo”.

No concelho de Carrazeda de Ansiães, onde as quebras rondam os 30%, os produtores dizem estar desanimados com o preço da azeitona, que diminui em relação à campanha anterior, e à baixa procura.

Em declarações à Lusa, o técnico da Associação de Fruticultores, Olivicultores e Viticultores de Carrazeda de Ansiães (AFUVOPA), Duarte Borges frisou que a procura pela azeitona está a ser “irrisória”, devido a stocks do ano anterior, e os preços “não estão nada animadores”.

“No ano passado, andava na ordem dos 35 a 40 euros os cinco litros [de azeite], este ano anda na casa abaixo, entre os 25 e os 30 euros e, nalguns casos, já menos um bocadinho”, lamentou o técnico.

Face a este cenário, Duarte Borges admitiu estar a ser um ano difícil para os produtores. “Está bastante desanimador para os agricultores, porque os custos de produção foram elevados, a campanha foi bastante dispendiosa e depois não se vê refletir o rendimento no bolso deles”, disse.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2024, a região de Trás-os-Montes era a segunda maior produtora de azeite do país, com 78.928 hectares de olival, ficando atrás do Alentejo, que tem 206.620 hectares.

Fonte: Agroportal

  • Last modified on Friday, 12 December 2025 12:11