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A Jornada da Maçã | Da origem ao aproveitamento sustentável

  • Monday, 29 September 2025 13:50

O bagaço de maçã, designação comum atribuída aos biorresíduos resultantes do processamento deste fruto, constitui um recurso valioso para o desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras no setor agroalimentar. Rico em fibras alimentares, polifenóis e outros compostos bioativos, o bagaço de maçã tem despertado um interesse crescente por parte da comunidade científica e da indústria, sendo considerado uma matéria-prima promissora para a produção de ingredientes funcionais, aditivos alimentares e outros produtos de valor acrescentado.

Esta revisão destaca os avanços recentes na recuperação e aplicação do bagaço de maçã através de tecnologias ecológicas, no contexto da economia circular.  Além disso, salienta os benefícios ambientais e económicos da reintegração de resíduos agroindustriais na cadeia produtiva, promovendo sistemas alimentares sustentáveis e a minimização de desperdício.

A macieira (Malus domestica (Borkh.) é uma das quatro principais espécies frutíferas cultivadas a nível mundial, sendo amplamente apreciada pelo seu sabor característico e elevado valor nutricional. De acordo com os dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a produção mundial de maçã atingiu, em 2020, cerca de 86 milhões de toneladas, sendo cerca de 59 % produzidos na região asiática. Além disso, as maçãs contêm diversos macro e micronutrientes essenciais, como hidratos de carbono, fibras dietéticas e vitaminas. Com o crescimento populacional e a consequente intensificação da procura por alimentos mais saudáveis, a indústria de processamento de maçã tem vindo a ganhar destaque, sendo utilizadas grandes quantidades de frutos para a produção de derivados como sumo de maçã, sidra e chips de maçã. Como resultado, a popularidade e o cultivo de maçãs aumentou rapidamente a nível global, sendo a produção desta indústria estimada em 10 biliões de dólares.

A produção e o processamento de maçã originam anualmente milhões de toneladas de biorresíduos, nomeadamente, casca, caroço e sementes do fruto, designados por bagaço de maçã. De um modo geral, a maior parte destes subprodutos é descartada como resíduo industrial, devido à sua natureza perecível. Apenas uma pequena fração é aproveitada para a formulação de rações animais ou como meio de cultura para fungos comestíveis. Ainda assim, os resíduos do processamento da maçã são ricos em compostos bioativos, o que tem despertado o interesse crescente da comunidade científica na sua valorização, com o objetivo de aumentar o seu valor económico e, simultaneamente, mitigar impactos ambientais.

Fonte: TecnoAlimentar

  • Last modified on Monday, 29 September 2025 13:57