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Estudo da UE sobre canela revela problemas de segurança e fraude

  • Thursday, 09 October 2025 09:04

Uma análise da canela no mercado europeu revelou fraudes e potenciais problemas de segurança.

Os cientistas afirmaram que o problema requer atenção, dado o aumento previsto do mercado global de canela.

A análise envolveu 104 amostras de canela compradas em retalhistas de 10 países da UE, bem como no Reino Unido, Sérvia e Sri Lanka. As amostras em pau e moídas eram principalmente do Sri Lanka, mas também de Madagáscar, Vietname, Índia e Indonésia. A Food and Drug Administration dos EUA aprovou recentemente certificações de importação e alertas sobre a canela de certas áreas da Indonésia, porque as amostras revelaram contaminação radioativa.

Cientistas do Centro Comum de Investigação (JRC), a agência científica e de conhecimento da Comissão Europeia, utilizaram quatro métodos de triagem desenvolvidos internamente.

Em 2023, a canela foi a quinta especiaria mais importada na UE. Existem dois tipos principais: a canela do Ceilão, nativa do Sri Lanka, e a Cassia, nativa de Mianmar, uma alternativa mais barata e de menor qualidade, com um sabor mais forte, que contém naturalmente cumarina, um composto potencialmente tóxico para o fígado.

Até 9% das amostras rotuladas como canela do Ceilão foram total ou parcialmente substituídas por canela Cassia. A canela do Ceilão é cerca de duas vezes mais cara que a Cassia.

Conclusões sobre a segurança do chumbo

Mais de 66 % das amostras não cumpriam as normas internacionais de qualidade, não estavam em conformidade com a legislação da UE em matéria de segurança alimentar, eram suspeitas de fraude ou excediam potencialmente os limites legais de cumarina.

Os resultados podem ajudar a comunidade científica e os decisores políticos a estabelecer valores-limite para os diferentes componentes da canela e a definir quando uma amostra deve ser considerada suspeita. O JRC afirmou que isto permitirá uma vigilância mais detalhada e ajudará as autoridades a agir.

O estudo revelou que 10 amostras não cumpriam o limite máximo de 2 mg de chumbo/kg de canela previsto na legislação europeia em matéria de segurança alimentar e que 31 amostras eram potencialmente perigosas para as crianças devido ao elevado teor de cumarina.

Dezenove amostras apresentavam um elevado nível de crómio, variando entre 2 e 20 mg/kg. No entanto, a legislação europeia sobre contaminantes não estabelece limites máximos para este composto.

Os resultados foram publicados na revista  Science of Food. Os investigadores afirmaram que o processamento e a cadeia de abastecimento das especiarias são complexos, longos e globalizados, e que a fraude pode ocorrer em qualquer fase.

Suspeitou-se de fraudes, como a substituição da casca por outras partes da árvore da canela, como raízes, folhas e flores, em várias amostras. Além disso, cerca de 21% das amostras não cumpriam as normas internacionais devido ao elevado teor total de cinzas.

Algumas conclusões podem ser devidas a problemas de contaminação cruzada, práticas de processamento inadequadas ou ao resultado de substituições fraudulentas.

Fonte: Food Safety News

 

  • Last modified on Thursday, 09 October 2025 11:11