Portuguese English French German Italian Spanish

  Acesso à base de dados   |   em@il: qualfood@idq.pt

Biodiversidade da videira

  • Monday, 22 December 2025 10:18

Importância da manutenção da biodiversidade da videira

Portugal tem inscritas na base de dados internacional de variedades de videira (VIVC) 250 variedade autóctones, num total de 350 variedades autorizadas a fazer vinho em Portugal.

Tendo em atenção a dimensão do país, um número tão elevado de variedades é demonstrativo da importância e da antiguidade da cultura da vinha no nosso país.

Um número tão elevado de variedades permite elaborar um leque enorme de tipos de vinho, em função das caraterísticas da variedade e das combinações entre elas.

Um vinho de lote é sempre mais complexo que um vinho elementar (de uma casta), pois, embora haja variedades que, devido às sua caraterísticas, permitem obter bons vinhos elementares, a generalidade não o permite. Níveis equilibrados de acidez, açúcar, compostos fenólicos, taninos e outros compostos, são raros num única variedade. Assim, o lote, desde que estudado para obter um determinado vinho com equilíbrio, complexidade e potencial de envelhecimento, é mais indicado que o vinho elementar.

Portugal tem este potencial, é prioritário e determinante mantê-lo para manter o nosso prestígio no setor, senão estaremos a concorrer diretamente com vinhos do “novo mundo”, bons, mas sem personalidade.

Riscos de extinção de variedades de videira

Esta riqueza em biodiversidade está em risco por vários fatores:

  1. Material vegetativo usado na instalação das novas vinhas:

No passado, plantava-se o porta-enxerto e no ano seguinte recolhia-se noutra vinha, do próprio ou de alguém conhecido, o material vegetativo da casta ou castas que pretendíamos multiplicar. Era este material que era enxertado no porta-enxerto plantado no ano anterior.

Este material vegetativo, normalmente era constituído por várias castas que eram, assim, propagadas.

Atualmente, para instalar uma nova vinha, contratamos com um viveirista a aquisição de enxerto-prontos de uma casta, que já vem do viveiro enxertada e é plantada diretamente no terreno.

Passámos de uma plantação multivarietal para uma monovarietal, indutora de uma grande perda de biodiversidade.

  1. A apetência por vinhos monovarietais:

O consumidor moderno tende a valorizar o consumo de vinhos monovarietais ou com poucas castas, identificadas na rotulagem das garrafas.

  1. Aparecimento de variedades resistentes às doenças, resultado de melhoramento sexuado:

Devido a preocupações ambientais, há necessidade de reduzir ao máximo a aplicação de pesticidas, nomeadamente fungicidas anti-míldio e anti-oídio, as doenças mais frequentes na vinha.

Esta necessidade levou à criação e plantação de castas resistentes a estas doenças criptogâmicas.

Estas castas são novas e podem contribuir para o abandono das castas tradicionais, geralmente bastante sensíveis a estas doenças e mais onerosas no seu combate.

 

Medidas de mitigação e recuperação varietal

Não há um modo ótimo de evitar a redução do património genético da videira.

Contudo, há ações Fonte: Agroportalque podem minorar ou inverter a tendência acima expressa:

  1. Assumir que há castas minoritárias, que atualmente não são plantadas, mas que, após um estudo aprofundado, podem ter mais-valias que contribuam para a sua plantação e consumo.
  2. Haver coleções ampelográficas que permitam preservar a biodiversidade da videira, incluindo preservar castas em desuso, evitando o seu desaparecimento.
  3. Efetuar estudos agronómicos e enológicos em castas minoritárias, de modo a encontrar e valorizar caraterísticas específicas que contribuam para a sua valorização

Fonte: Agroportal

 

 

  • Last modified on Monday, 22 December 2025 10:34