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O fim do período de transição após o Brexit, em janeiro, levou a uma quebra de 27,4% nas exportações da União Europeia para o Reino Unido. No mesmo mês, também as importações caíram 59,5%, face a janeiro de 2020, divulgou o Eurostat.

De acordo com o gabinete estatístico europeu, as exportações recuaram 27,4%, na comparação com janeiro de 2020, e 31,9%, na variação em cadeia, face a dezembro. As importações, por seu lado, caíram 59,5%, na comparação homóloga, e 57,5%, face a dezembro.

O saldo da balança comercial com o Reino Unido aumentou, de nove mil milhões de euros, em janeiro de 2020, para 11,6 mil milhões de euros, em janeiro de 2021.

Face a dezembro de 2020, a União Europeia  registou um crescimento médio de 4,9% das exportações para o resto do mundo e de 4,1% das importações.

Conceito misto

No boletim, o Eurostat refere que, desde o início do ano, com o fim do período de transição pós-Brexit, os dados sobre o comércio com o Reino Unido basear-se-ão num conceito misto. Em aplicação do Protocolo de Retirada na Irlanda e Irlanda do Norte, os conceitos estatísticos aplicáveis ao comércio com a Irlanda do Norte são os mesmos que para o comércio entre Estados-membros, enquanto que para o comércio com o Reino Unido (excluindo a Irlanda do Norte) são aplicáveis os mesmos conceitos estatísticos para o comércio com outro país parceiro extracomunitário.

Por estas razões, os dados sobre o comércio com o Reino Unido não são totalmente comparáveis com os dados sobre o comércio com outros parceiros comerciais extracomunitários, e para os períodos de referência antes e depois do final de 2020.

Fonte: Grande Consumo

A venda de batatas não lavadas nas lojas está a ser testada pela retalhista britânica Tesco, com o objetivo de tentar duplicar a vida na prateleira dos supermercados, diminuindo o desperdício alimentar.

De acordo com a publicação Produce Business UK, a Tesco vai juntar-se à fornecedora Branson para fazer o teste da venda de batatas não lavadas. O teste inicial começou em 120 lojas, mas a retalhista revela que vai aumentá-lo para mais 142. Nos testes iniciais conseguiu-se quase adicionar cinco dias de vida na prateleira.

“Em novembro fizemos um primeiro teste nas lojas de Bristol e nas áreas circundantes para ver como os compradores iriam reagir e foi um sucesso, por isso agora estamos a alargar este teste pelo sul de Inglaterra”, disse o diretor técnico da Tesco, Rob Hooper, em declarações à publicação britânica.

As batatas são consideradas o item mais descartado antes de ser usado, com base no grupo consultivo WRAP. O pão, o leite e as refeições preparados, assim como as cenouras, encontram-se em lugares altos na lista.

“Um dos maiores impulsionadores do desperdício de batatas em casa é que não os usamos a tempo, por isso tudo o que pudermos fazer para prolongar o prazo de validade tem o potencial de ser realmente importante na luta contra o desperdício alimentar”, disse o especialista do setor dos produtos frescos da WRAP, Will McManus.

Para o gerente técnico da Branston, Dominic Groom, “a cobertura de solo pode oferecer uma camada de proteção contra o impacto que a luz pode ter em tornar a casca verde, que é um fator que consideramos na determinação do prazo de validade”.

Fonte: Vida Rural

Com a chegada da pandemia da Covid-19 e os sucessivos confinamentos em toda a Europa, as compras online começaram a ganhar muitos adeptos.

Um novo estudo da DS Smith, empresa de packing sustentável, confirma esse crescimento e revela que 70% dos europeus afirmam estar a ficar sem espaço nos contentores. Quase metade diz ainda ser algo comum a cada duas semanas ou mais.

Em causa está não só o crescimento das compras online, que são entregues em diversas embalagens, como o aumento do teletrabalho e do tempo que os consumidores passam em casa. Outro ponto levantado pela empresa é o facto das infraestruturas de reciclagem da União Europeia não estarem preparadas para o atual volume de reciclagem doméstica.

Como assim o confirmam, 66% dos inquiridos diz comprar mais online desde o confinamento inicial de março de 2020, e 82% planeia continuar a fazer compras desta maneira.

Relativamente aos contentores de reciclagem, quase metade dos entrevistados disseram que estes deveriam ser maiores e 24% admitiu ter colocado resíduos noutro contentor quando o correto não tinha espaço.

É necessário assegurar que temos “a infraestrutura certa para lidar com a reciclagem das mesmas”, afirma a DS Smith. Como forma de sensibilizar para esta problemática, a empresa criou um ecoponto do tamanho que seria necessário atualmente.

Javier Innerarity, Diretor de Operações da DS Smith Recycling Ibéria, refere: “Visto que muitas destas mudanças parecem ter vindo para ficar, incluindo os nossos novos hábitos de reciclagem, devemos garantir que o nosso sistema de recolha nos permite reciclar material da melhor qualidade possível nas nossas casas. Embora se esteja a fazer um grande esforço para reciclar em casa, uma das chaves para atingir os objetivos europeus de reciclagem é a qualidade dos materiais que chegam às unidades de reciclagem”.

Por fim, 81% dos europeus demonstrou preocupação com o impacto do excesso de resíduos no meio ambiente, e 71% disse concordar com a urgência de mais informações sobre o que se pode ou não reciclar. Por fim, quase metade revelou que vai tentar utilizar mais embalagens em cartão ou produzidas à base de papel, em vez de embalagens em plástico, porque se reciclam mais facilmente.

“Embora seja necessária uma infraestrutura de reciclagem que consiga responder ao aumento de material doméstico para reciclar, é vital que os consumidores tenham as informações necessárias para poder separar os materiais corretamente na origem e, assim, assegurar que a qualidade da matéria-prima recolhida seja ótima para a sua posterior reciclagem”, sublinha Javier Innerarity.

Fonte: Greensavers

A ANI e AICIB estão a promover conjuntamente uma sessão virtual dedicada às oportunidades de financiamento do Horizonte Europa para a Alimentação, Nutrição e Ambiente Saudável, presentes no Cluster 1 e Cluster 6. O evento conta com a colaboração da ASAE.
 
A sessão terá lugar no dia 1 de abril, às 10h.
A inscrição é gratuita mas o registo é obrigatório.
 
Fonte: ASAE

Carne de porco em vez de camarão, vieiras de segunda linha vendidas como sendo de primeira água, pargo que raramente é pargo, linguado à mesa que afinal não o é. As práticas fraudulentas continuam a minar a confiança naquilo que nos cai no prato.

Uma análise do jornal The Guardian a 44 estudos recentes, realizados de 2018 em diante, revela como a fraude alimentar é prática comum em vários pontos do globo: num total de mais de 9 mil amostras de peixe e marisco recolhidas em peixarias, supermercados e restaurantes, em mais de 30 países, 36% não correspondiam, na verdade, ao produto anunciado. A América do Norte é a região mais afectada, com 41% do pescado a não ter correspondência com a informação presente nos rótulos, seguida da Europa (38%), América do Sul (36%) e Ásia (31%). Como alerta o jornal britânico, não é rigoroso inferir destes dados que cerca de um terço dos alimentos provenientes do mar são adulterados, uma vez que a maioria dos estudos incide sobre espécies sobre as quais é já conhecida uma tendência para ludibriar o consumidor final, mas não deixam de ser resultados com uma dimensão preocupante.

Entre muitos casos de manipulação quanto à origem do produto – se o peixe ou o marisco foram criados em viveiros ou no mar selvagem -, nada se sobrepõe ao volume de casos em que o alimento vendido não corresponde ao anunciado. Comprar “gato por lebre” é, de longe, a fraude mais vezes identificada. Alguns exemplos: bolas de camarão que afinal eram carne de porco, uma prática detetada “com frequência” em Singapura; vieiras vendidas na Alemanha como pertencendo a uma espécie mais cara e apreciada do que na realidade eram, o que foi comprovado em 48% das amostras; quase 70% do pargo comercializado no Reino Unido não era pargo mas outra espécie qualquer, num total de 38 encontradas; ou os lombos de tubarão em Itália de uma subespécie menos cobiçada descobertos em 45% de 130 amostras.

Numa pesquisa que recolheu 293 amostras de 180 restaurantes em 23 países europeus, os cem cientistas envolvidos, depois de as analisarem em laboratório, chegaram à conclusão que um em cada três estabelecimentos vendia peixe e marisco que nem constavam nas ementas. Ou seja, o que aparecia nos menus não correspondia ao que chegava às mesas. Em países como Espanha, Islândia, Finlândia ou Alemanha, isto aconteceu em 40 a 50% das amostras. Podia dar-se o caso de não passarem de infelizes coincidências, mas “a esmagadora maioria” das trocas são de espécies mais caras por outras mais baratas – não por acaso o mero, o atum rabilho ou o linguado, por exemplo, espécies com alta cotação, são das mais deturpadas -, o que indicia um modus operandi fraudulento. Ou os proprietários dos restaurantes enganam os clientes ou são eles próprios enganados pelos fornecedores.

O certo é que, como sublinha o jornal britânico, o peixe e o marisco são dos alimentos mais fáceis de manipular, devido à sua comercialização à escala planetária, “muitas vezes através de cadeias de distribuição complexas e opacas”. De barco em barco, até chegar ao consumidor, não faltam oportunidades para adulterar a informação verdadeira.

A fraude alimentar é um problema que tem vindo a ser denunciado, sobretudo desde que, em 2013, ganhou atenção mediática na Europa, quando uma investigação na Irlanda, depois ampliada a outros países europeus, detetou a presença carne de cavalo em hambúrgueres e lasanhas. Em 2018, uma reportagem da VISÃO explicava como a ASAE tentava combater este tipo de fraudes em Portugal.

Fonte: Visão

O Conselho, o Parlamento Europeu e a Comissão vão debater ainda em Março a Alteração 171, que pretende regulamentar de forma mais restrita as normas em vigor relativamente à referência a lacticínios em produtos vegetais, como, por exemplo, o uso de expressões, “alternativa vegetal ao iogurte”, “não contém leite” ou termos como “cremoso” para descrever as alternativas vegetais aos produtos lácteos.

Uma decisão que agrada aos produtores de leite e lacticínios. Mas não aos produtores de alimentos de origem vegetal.

E é nesse sentido, que a Alpro, em conjunto com a ENSA (Associação Europeia de Alimentos de Origem Vegetal) e outras 92 organizações (Aliança Europeia para os Alimentos de Origem Vegetal), pede aos Estados-membros, ao Parlamento e à Comissão que se oponham à Alteração 171, por considerar que “vai contra os interesses dos consumidores da UE em termos de comunicação transparente, concorrência leal e ambições climáticas, apostando em mais produtos de origem vegetal como parte de um sistema alimentar saudável e sustentável”.

Em comunicado, a Alpro diz que a sua missão “é mudar a forma como o Mundo se alimenta, contribuindo para a “revolução alimentar” global: um movimento que pretende incentivar à adoção de hábitos alimentares e de hidratação mais saudáveis, sustentáveis e inclusivos”.

Refere a empresa que a alteração proposta “privará os consumidores de informação relevante sobre o benefício dos produtos de origem vegetal, por exemplo, mediante a proibição das palavras “não contém lactose”, “sem lácteos” ou por meio de comparações entre os lacticínios e as suas alternativas em termos de, por exemplo, as características nutricionais ou de sustentabilidade”. E que estas disposições “discriminam injustamente os produtos de origem vegetal utilizados como alternativa aos produtos lácteos”.

Promover uma mudança nas dietas

Em 2020, coincidindo com o seu 40º aniversário, a Alpro apresentou “Feeding our Future with Plants”, o compromisso da marca para os próximos cinco anos. Com foco em duas grandes áreas, na saúde e no planeta, a ambição da Alpro é promover até 2025 uma mudança para dietas mais saudáveis e sustentáveis, com uma maior presença de alimentos de origem vegetal.

Para isso, Alpro “esforça-se para oferecer aos consumidores uma ampla gama de produtos de base vegetal, que integrem uma dieta flexitariana, e em transmitir aos consumidores os conhecimentos que lhes permitam tomar decisões de forma consciente”.

"O flexitarianismo é uma tendência crescente e cada vez mais pessoas estão conscientes dos seus benefícios. A missão da Alpro é promover dietas flexitarianas e, por isso, trabalhamos para oferecer cada vez mais e melhores opções aos consumidores”, afirma Rita Freitas, responsável pela Alpro em Portugal.

E acrescenta: “estou convencida de que os responsáveis políticos também começarão a reconhecer a importância e urgência de mudar o sistema alimentar numa direção mais sustentável. Por isso, pedimos ao Trílogo da UE que apoie a posição da Comissão e recuse a Alteração 171 pois a lei em vigor é suficiente quando aplicada”.

Alteração 171

O quadro regulamentar da UE, em vigor há mais de 30 anos, já protege a utilização de denominações de produtos lácteos, em que termos como “leite de soja” ou “queijo vegan”, por exemplo, não são permitidos. A Alteração 171 impõe restrições adicionais que, por parte da marca, são consideradas “desnecessárias, excessivas e contraproducentes”.

E realça que “interpretado no seu sentido mais estrito, pode inclusivamente afetar as práticas comerciais amplamente aceites para informar o consumidor sobre a textura e o sabor de um alimento de origem vegetal, bem como o uso de ilustrações e embalagens que também são utilizadas para os lacticínios”.

Fonte: Agricultura e Mar Actual

As Nações Unidas e o governo de Itália anunciaram hoje a realização de um evento de preparação de metas para a Cimeira da ONU sobre Sistemas Alimentares, em Roma, de 19 a 21 de julho.

Segundo um comunicado publicado hoje pela ONU, esta pré-cimeira, que decorrerá em formato misto, virtual e presencial, será liderada pelo secretário-geral, António Guterres e pelo primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, com o objetivo de "moldar a ambição de transformar os sistemas alimentares", com o lançamento de novos compromissos, coligações e mobilização de financiamentos.

A Cimeira sobre Sistemas Alimentares vai decorrer em setembro, em simultâneo com a Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque.

O evento de preparação "reunirá jovens, pequenos agricultores, povos indígenas, investigadores, setor privado, decisores de políticas e ministros da agricultura, ambiente, saúde e finanças, entre outros, para oferecer a mais recente abordagem científica baseada em evidências de todo o mundo, lançar um conjunto de novos compromissos por meio de coligações de ação e mobilizar novos financiamentos e parcerias", lê-se no comunicado da ONU.

A Itália vai ser pioneira ao anunciar, durante o evento, um compromisso sobre o sistema alimentar nacional.

António Guterres disse, citado na nota publicada hoje, que procura "compromissos ousados" para "construir sistemas alimentares sustentáveis que trabalhem para as pessoas, o planeta e a prosperidade".

"Por meio de ações aceleradas, podemos ajudar o mundo a recuperar melhor da covid-19, a combater o aumento da fome e a enfrentar a crise climática", acrescentou o secretário-geral da ONU, mencionando algumas das prioridades principais que anunciou no início deste ano.

O primeiro-ministro italiano prometeu que "juntamente com a ONU e as suas agências com base em Roma, a Itália envolver-se-á com os seus parceiros para promover uma agricultura melhor, cadeias de valor sustentáveis e estilos de vida saudáveis".

O evento pré-cimeira deverá acontecer em formato híbrido ao longo de três dias, com algumas reuniões presenciais na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em Roma e com o resto de eventos numa plataforma virtual.

"Espera-se que os líderes mundiais intensifiquem e lancem novas ações, soluções, parcerias e estratégias ousadas para recuperar melhor da pandemia de covid-19 e gerar progresso em todos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), cada um dos quais depende em certo grau de sistemas alimentares nutrientes, sustentáveis e equitativos", anunciou a ONU.

A pré-cimeira decorrerá em Roma, sendo a Itália presidente temporária do grupo G20 e coanfitriã da Conferência das Partes sobre Alterações Climáticas da ONU (COP26), marcada para novembro no Reino Unido.

Fonte: RTP Notícias

Uma proteção firme de pelo menos 30% dos oceanos até 2030 ajudaria a resolver as crises climáticas, alimentares e de biodiversidade, revela um estudo, publicado hoje, que mapeia pela primeira vez as zonas prioritárias a defender.

O estudo, realizado pela organização ambiental Pristine Seas, publicado num arigo da revista científica Nature e apresentado o mais abrangente realizado até à data, concluiu que uma proteção rigorosa dos oceanos pode contribuir para um fornecimento mais abundante e saudável de peixe e marisco e constituir uma solução natural e barata para enfrentar as alterações climáticas – para além de proteger espécies e habitats em risco.

A equipa internacional de 26 investigadores – que incluiu biólogos marinhos, peritos em clima e economistas – identificou áreas específicas que, se fortemente protegidas, salvaguardariam mais de 80% dos habitats de espécies marinhas ameaçadas, e aumentariam as capturas de peixe em mais de oito milhões de toneladas em relação à atividade habitual, porque o fim da sobrepesca permitiria a recuperação da vida marinha.

Estas conclusões, que surgem numa altura em que os fornecimentos de peixe selvagem estão a diminuir e a procura está a aumentar, refutam “uma visão há muito defendida de que a proteção dos oceanos prejudica a pesca” e abrem novas oportunidades para reanimar a indústria.

Os investigadores quantificaram também pela primeira vez a potencial libertação de dióxido de carbono no oceano a partir da pesca de arrasto de fundo (uma prática generalizada que consiste em arrastar redes pesadas ao longo do fundo do oceano) e descobriram que este método está a bombear centenas de milhões de toneladas de dióxido de carbono para o oceano todos os anos, uma quantidade superior às emissões anuais de carbono da maioria dos países, e semelhante às emissões anuais de dióxido de carbono da aviação mundial.

Segundo Enric Sala, autor principal do estudo, intitulado ‘Protecting the global ocean for biodiversity, food and climate’, “a vida oceânica tem vindo a diminuir em todo o mundo devido à pesca excessiva, à destruição do habitat e às alterações climáticas, contudo, apenas 7% do oceano está atualmente sob algum tipo de proteção”.

O trabalho agora publicado não fornece um mapa único para a conservação dos oceanos, mas disponibiliza um quadro pioneiro para os países decidirem quais as áreas a proteger, dependendo das suas prioridades nacionais, e indica que 30% é a parcela mínima de oceano que o mundo deve proteger para conseguir benefícios para a humanidade.

“É evidente que a humanidade e a economia irão beneficiar de um oceano mais saudável. E podemos perceber rapidamente esses benefícios se os países trabalharem em conjunto para proteger pelo menos 30% do oceano até 2030”, destaca Enric Sala.

Segundo o estudo, o estabelecimento de áreas marinhas protegidas (AMP), com proteção rigorosa, salvaguardaria mais de 80% das espécies ameaçadas, a partir de uma cobertura atual que é inferior a 2%.

Para identificar essas áreas prioritárias, os investigadores analisaram as águas oceânicas desprotegidas, com base no grau de ameaça por atividades humanas que podem ser reduzidas através da proteção de áreas marinhas (por exemplo, sobrepesca e destruição de habitat).

De seguida, desenvolveram um algoritmo para identificar as áreas onde essas proteções produziriam os maiores benefícios, em função dos três objetivos complementares: proteção da biodiversidade, produção de pescado e mitigação das alterações climáticas.

Finalmente mapearam essas zonas para criar um “plano” prático que os governos podem utilizar ao implementarem os seus compromissos de proteção da natureza.

As áreas prioritárias identificadas estão distribuídas por todo o oceano, sendo que a grande maioria se encontra dentro das 200 milhas das Zonas Económicas Exclusivas dos países costeiros.

Os alvos de proteção adicionais estão localizados no alto mar, ou seja em águas regidas pelo direito internacional, e incluem a Dorsal do Atlântico Norte (cordilheira submarina sob os oceanos Atlântico e Ártico), o Planalto Submarino das Mascarenhas (no oceano Índico, perto de Madagáscar) e as cordilheiras submarinas de Nazca (na placa de Nazca, na costa ocidental da América do Sul) e do Sudoeste Indico (entre África e a Antártida).

Este estudo surge antes da 15.ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, que se reunirá em maio em Kunming, China.

O encontro reunirá representantes de 190 países para finalizar um acordo para pôr fim à crise mundial da biodiversidade.

O objetivo de proteger 30% da terra e do oceano do planeta até 2030 deverá ser um pilar do tratado.

Fonte: Greensavers

O Reino Unido alterou o calendário relativo à entrada em aplicação das segunda e terceira fases do seu processo gradual com vista à implementação total dos controlos fitossanitários à importação de vegetais, produtos vegetais e outros objetos regulamentados na Grã-Bretanha, adiando-as para o início de 2022. Em conformidade, a DGAV atualizou a informação pertinente através da publicação no seu Portal de versões revistas de vários documentos anteriormente disponibilizados e relativos aos requisitos fitossanitários aplicáveis ao movimento daquelas mercadorias entre a UE e a Grã-Bretanha, nomeadamente um folheto, abrangente, e dois documentos sectoriais, um dedicado ao movimento de plantas para plantação e um outro incidindo sobre o movimento de batata, consumo e semente.

Fonte: DGAV

A adição de algas marinhas à alimentação do gado pode reduzir as suas emissões de gás metano até 82%, de acordo com um estudo de investigadores da Universidade da Califórnia publicado hoje na revista científica PLOS ONE.

O estudo foi conduzido pelo professor do departamento de zootecnia e diretor do World Food Center da universidade norte-americana, Ermias Kebreab, em colaboração com a investigadora Breanna Roque, e pode, segundo os cientistas, abrir caminho para a sustentabilidade da produção pecuária em todo o mundo.

“Agora temos provas sólidas de que as algas marinhas na dieta do gado são eficazes na redução dos gases com efeito de estufa e que a sua eficácia não diminui com o tempo”, frisou Ermias Kebreab sobre a investigação publicada na revista online.

Durante cinco meses, os dois investigadores adicionaram pequenas quantidades de algas marinhas da espécie ‘Asparagopsis taxiformis’ à dieta de 21 bovinos e constataram que os animais que consumiram doses de cerca de 80 gramas de algas ganharam tanto peso como os restantes elementos da manada, mas expeliram para a atmosfera menos 82% de gás metano, produzido como subproduto da digestão de matéria vegetal.

A agricultura é responsável por uma parte significativa das emissões de gases com efeito de estufa e cerca de metade dessas emissões são geradas por vacas e outros ruminantes que expelem metano e outros gases, o que tem levado algumas organizações ambientalistas a sugerir uma redução do consumo de carne para ajudar a atenuar essas emissões associadas às alterações climáticas.

As conclusões do estudo publicado hoje, acrescentou Breanna Roque, “pode ajudar os agricultores a produzir de forma sustentável a carne bovina e os laticínios” necessários para a alimentação a nível mundial.

O gado desempenha “um papel vital na alimentação dos 10 mil milhões de pessoas que, em breve, habitarão o planeta Terra”, acrescentou Kebreab.

“Apenas uma pequena fração da Terra é adequada para a produção agrícola e muito mais terra é adequada apenas para pastagem. Como grande parte das emissões de metano do gado vem do próprio animal, a nutrição desempenha um grande papel na busca de soluções”, explicou o coordenador do estudo.

Já em 2018 os dois investigadores conseguiram reduzir em mais de 50% as emissões de gás metano em vacas leiteiras ao complementar a sua alimentação com algas marinhas durante duas semanas.

Agora, testaram se essas reduções eram sustentáveis ao longo do tempo, acrescentando a alga à alimentação das vacas todos os dias, durante cinco meses, desde o momento em que eram jovens até a uma fase posterior das suas vidas nos estábulos de alimentação a ração.

Quatro vezes por dia as vacas comiam um ‘snack’ num dispositivo ao ar livre que media o metano na sua respiração e os resultados foram claros, segundo os investigadores, a demonstrar que o gado que consumiu as algas marinhas emitiu muito menos metano sem que se registasse uma quebra na eficácia da alga ao longo do tempo.

Isto porque as algas marinhas inibem uma enzima do sistema digestivo da vaca que contribui para a produção daquele gás.

Os resultados de um painel de teste de sabor não revelaram diferenças no sabor da carne de novilhos alimentados com algas em comparação com um grupo de controlo, tal como já havia acontecido com o sabor do leite no estudo anterior, direcionado para as vacas leiteiras.

No entanto, a alga marinha em questão (Asparagopsis taxiformis) não existe em quantidade suficiente na natureza para ser amplamente utilizada na agropecuária a nível mundial e é preciso, também, encontrar uma forma de adicionar este alimento à dieta dos animais que se alimentam em pastagens abertas.

“Há mais trabalho pela frente, mas estes resultados são encorajadores. Agora temos uma resposta clara para a questão de saber se os suplementos de algas marinhas podem reduzir de forma sustentável as emissões de metano dos animais e a sua eficácia a longo prazo”, frisou Breanna Roque.

Fonte: Agroportal