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A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) anunciou esta quarta-feira a maior apreensão de meixão registada em Portugal, cerca de 600 quilogramas, avaliados num valor superior a um milhão de euros. A ASAE, através da sua Unidade Nacional de Informações e Investigação Criminal, desencadeou a “Operação Saragaço”, que foi projetada em outubro de 2017, na sequência de informações policiais sobre o tráfico de meixão em Portugal.

“Ao longo dos meses, entre novembro e março, foram feitas 26 detenções de cidadãos de origem asiática, nos aeroportos de Lisboa e Porto, em colaboração com a Autoridade Tributária e Aduaneira, pelo crime de danos contra a natureza, tendo sido apreendidos, no total, cerca de 390 quilogramas desta espécie protegida pela Convenção CITES”, refere a ASAE, em comunicado. Segundo o documento, na sequência destas detenções, desenvolveu-se uma investigação a nível nacional, durante os últimos quatro meses, culminando com o cumprimento a mandados de busca em Aveiro e Coimbra na terça-feira.

“Foram realizados 18 mandados de busca a elementos que se creem ser integrantes de uma rede organizada que, recorrendo à pesca ilegal da enguia bebé, que ocorre em vários pontos do país, aglomeravam, preparavam e enviavam meixão para o Oriente, onde o valor pode ascender até aos 10 mil euros por quilo”, acrescenta. Na execução dos mandados, dois cidadãos asiáticos, que já tinham sido detidos nos aeroportos, por servirem de “correios”, foram novamente detetados na posse da espécie protegida, no armazém gerido pela rede, onde estavam os 32 tanques de meixão vivo.

“Foram apreendidos, nas buscas de terça-feira, 598 quilogramas de meixão, quatro computadores, oito telemóveis, dois tablets e todos os artigos utilizados na preparação, manutenção e expedição do meixão vivo”, esclarece. Entre os artigos utilizados constam 149 malas de viagem, uma bomba de limpeza, 39 tanques, sete balanças, 17 camaroeiros, 56 redes, 30 compressores, cinco arcas de congelação, 21 rolos de tela de isolamento térmico, 160 sacos de plástico duplo, três garrafas de ar comprimido e uma rede de pesca de meixão.

Nas buscas foi ainda apreendida uma arma de fogo (caçadeira) com 131 munições e cerca de 32 mil euros em dinheiro. Segundo a ASAE, as apreensões nas buscas de terça-feira perfazem um valor superior a um milhão de euros. “Está prevista a correlação da investigação desta rede com outros inquéritos em curso, bem como, a investigações que ainda ocorrem em Espanha”, concluiu.

A associação ambientalista Quercus tinha alertado esta quarta-feira para a necessidade de se intensificar a vigilância e fiscalização da pesca do meixão no troço internacional do rio Minho, tendo em conta a quantidade de infrações cometidas para venda no mercado negro. Em comunicado, a Quercus explica que as infrações duplicaram para cerca de 60 toneladas nos últimos 12 meses ao nível da Europa, razão que considera suficiente para aumentar a vigilância no troço internacional do rio Minho, que continua a ser o único curso de água onde é permitida a pesca legal ao meixão.

Fonte: Observador

Em suma, os organismos que consomem energia de forma mais eficiente são os que vivem mais. Um estudo revela que uma redução calórica de 15% ajuda a travar o envelhecimento e a proteger os humanos de doenças que surgem com a idade, muitas delas relacionadas com elevados níveis de stress oxidativo.

Já se sabia que a redução do consumo de calorias em alguns animais conduzia a uma maior longevidade, mas não se sabia até que ponto é que o mesmo se aplicava a humanos. Agora, um novo estudo mostra que uma redução de 15% das calorias consumidas ao longo de dois anos desacelera o processo metabólico que conduz ao envelhecimento e reduz também a probabilidade de doenças relacionadas com elevados níveis de stress oxidativo, como a diabetes, o Alzheimer, ou o cancro. O estudo em que são apresentados estes resultados foi publicado na passada quinta-feira na revista científica Cell Metabolism.

“Reduzir as calorias pode retardar o metabolismo basal [a quantidade mínima de calorias necessária para manter as funções vitais] e, se os derivados do metabolismo aceleram o processo de envelhecimento, então a redução de calorias ao longo de vários anos pode ajudar a diminuir o risco de doenças crónicas e prolongar a vida”, disse a investigadora que coordenou o estudo, Leanne M. Redman, que é também professora no Pennington Biomedical Research, no estado norte-americano do Luisiana.

O estudo foi feito num grupo que reduziu o seu consumo calórico em 15% e num grupo de controlo (que comia sem restrições); ao todo, eram 60 pessoas. No entanto, as últimas análises só foram feitas em 53 pessoas: 36 mulheres e 17 homens. Os testes foram feitos em pessoas saudáveis, algumas delas com peso normal e as restantes com ligeiro excesso de peso. Mas a coordenadora do estudo garante à CNN que reduzir o consumo calórico “tem benefícios de saúde para toda a gente, independentemente do seu estado de saúde”. Antes, já tinham sido acompanhados mais de 200 indivíduos durante um menor período de tempo (seis meses).

Ainda que os indivíduos tenham perdido, em média, nove quilos, não se verificaram quaisquer outros efeitos secundários; o estudo nota que houve até uma “melhoria” da disposição dos participantes e da sua qualidade de vida no que toca a questões de saúde. “Mesmo as pessoas que são saudáveis podem beneficiar de um regime de restrição calórica”, reiterou Redman, num comunicado sobre o estudo.

No fundo, lê-se no estudo, uma maior longevidade está associada “àqueles que utilizam a sua energia de forma mais eficiente”. O estudo combina duas teorias associadas à longevidade: uma taxa de metabolismo mais baixa e a redução dos níveis de stress oxidativo - este tipo de stress é um dos factores que promovem o envelhecimento celular, e é causado pela acumulação progressiva de radicais livres, formados durante o processo metabólico, por exemplo.

Este estudo é importante por ter sido o primeiro a ser feito em humanos, com base em ensaios clínicos em indivíduos aleatórios. Já se tinham verificado resultados semelhantes em animais: em 2015, uma equipa de neurocientistas da Universidade de Coimbra descobriu que a redução de 20% a 40% das calorias ingeridas por ratinhos (sem causar subnutrição) ajudava não só a atrasar o envelhecimento mas também a prolongar as suas vidas. Além dos ratos, já tinham sido feitos estudos do género nos vermes Caenorhabditis elegans e em moscas, com resultados semelhantes. Com algumas excepções: os resultados de uma investigação com mais de 20 anos em macacos rhesus, divulgados em 2012, contrariavam essa tendência.

Os ensaios clínicos feitos em humanos fazem parte do programa Calerie (Comprehensive Assessment of Long term Effects of Reducing Intake of Energy, em inglês). Os cientistas referem que é precisa mais investigação neste campo, até porque deve haver uma maior amostragem e consideram que um período de dois anos é curto.

Num outro estudo feito pela organização britânica Cancer Reasearch UK divulgado na passada sexta-feira, é revelado que um terço dos casos de cancro no Reino Unido poderia ter sido evitado — e refere que o excesso de peso é uma das principais causas da ocorrência de cancro, em 6,3% dos casos. Mesmo assim, a principal causa de cancro que poderia ser evitado continua a ser o consumo de tabaco, ainda que esses casos tenham vindo a diminuir no Reino Unido; outra das causas é a exposição a radiação solar ultravioleta.

Fonte: ANILACT

De onde vem a ideia de “fiel amigo”? Como é que um peixe pescado pelos vikings se tornou o alimento preferido dos portugueses?

 

Álvaro Garrido é professor na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e profundo conhecedor da história marítima portuguesa e da pesca. É autor, entre outras obras, da biografia de um dos cultores salazaristas da campanha do bacalhau, o almirante Henrique Tenreiro. A conversa surgiu a partir da leitura do prefácio que Garrido fez da reedição de “A Campanha do Argus”, de Alan Villiers, tentando perceber aquilo que liga os portugueses a um peixe que é pescado a milhares de quilómetros da terra onde vivem, mas que se tornou uma companhia habitual no seu prato, sendo parte da sua identidade.

Quais são as circunstâncias históricas que levam os portugueses a encontrar-se com um peixe tão distante como é geograficamente o bacalhau?

Tanto quando se sabe, já havia negócio de importação de bacalhau desde a Idade Média, sobretudo a partir do séc. XIII, implicando permutas de sal com os países nórdicos, nomeadamente com a Noruega. Também havia abastecimento do mercado português através de negócio com os ingleses. Por conseguinte, o negócio de importação seria anterior à época moderna e às nossas primeiras viagens de descobrimento à Terra Nova, que foram realizadas pelos navegadores João Álvaro Fagundes e os Corte Reais, já na viragem do séc. XV para o XVI. A partir daí, sim, há expedições de pesca e de caça da baleia: os navios eram polivalentes, tanto caçavam como pescavam. Em 1506 já há um imposto sobre o bacalhau que entrava nos portos entre o Douro e o Minho, presume-se que não apenas sobre o que era importado, mas também sobre o que era pescado pelos navios e tripulações portugueses. O bacalhau já era objeto de um grande consumo no início do séc. XVI.

Não era inicialmente um consumo mais vocacionado para as classes mais pobres?

Há representações até na arte. No Gil Vicente, nas “Cortes de Júpiter”, há uma representação do bacalhau, e depois aparece, no início do séc. XVII, uma representação pictórica extraordinária da Josefa de Óbidos de um bacalhau seco da Noruega, igual ao que é ainda muito consumido atualmente na Sicília e no sul da Itália, que era um alimento para pobres, de baixa qualidade mas muito fácil de conservar, que não era igual ao salgado seco. Sabe-se que se consumia das duas maneiras: salgado seco, para as populações mais abastadas; e seco seco, para as populações mais pobres que conseguiam chegar a ele, sobretudo através das instituições religiosas. No séc. XVII, o consumo é generalizado, sobretudo através do negócios dos brokers ingleses em Lisboa e no Porto. É generalizado o consumo do “bacalhau inglês”, uma expressão popular que perdura até ao séc. XX, de um bacalhau que não era, de facto, inglês. Havia uma importação massiva de bacalhau salgado seco; já a pesca por navios portugueses foi muito intermitente e no final do séc. XVI terá sido interrompida por completo.

Por ordem dos Filipes de Espanha.

Exatamente. Portugal só retoma a atividade de armar navios para a Terra Nova no séc. XIX, em 1835, pela Companhia de Pescarias Lisbonense.

Não é, portanto, de admirar que numa conhecida passagem ao seu amigo Oliveira Martins, Eça de Queiroz tenha afirmado: “Os meus romances no fundo são franceses, como eu sou em quase tudo francês – exceto num certo fundo sincero de tristeza lírica, que é uma característica portuguesa, num gosto depravado pelo fadinho, e no justo amor do bacalhau de cebolada.”

Essa boutade do Eça é muito conhecida. O mito cultural do “fiel amigo” e toda essa caricaturização é quase toda do séc. XIX, porque é uma era de massas em que a imprensa satírica é muito forte e há toda uma glosa satírica e caricatural que associa a fome do povo, as dificuldades de abastecimento e a escassez dos géneros alimentícios à falta do bacalhau. Tudo isso é do séc. XIX. A fábula do bacalhau a pataco veiculada pela propaganda republicana é do séc. XX, mas também se verificam formas equivalentes nos anos 80 e 90 do séc. XIX. A expressão “fiel amigo” aparece em 1820.

Isso depois tem uma continuação durante o salazarismo na ideia de que a cada português deve corresponder o seu bacalhau e da organização das campanhas do bacalhau.

O Estado Novo pega no mito do bacalhau e na incapacidade da República para resolver a questão dos abastecimentos, que foi uma questão muito candente sobretudo durante a I Guerra Mundial, para reelaborar uma solução autoritária e corporativa da questão do bacalhau, substituindo as importações por produção nacional, através de um programa nacionalista gigantesco a que eu chamei, nos meus estudos, a campanha do bacalhau, por analogia com a campanha do trigo. É muito interessante esse programa. Ele é arquitetado pelo Pedro Teotónio Pereira nos anos 30 – por Salazar, do ponto de vista das ideias económicas, até um pouco antes. E depois é regulado o negócio importador, controlado o abastecimento através da Comissão Reguladora do Bacalhau, que é criada em 1934, e do Grémio dos Pescadores, que é dominado pelo almirante Tenreiro, tal como são dominadas todas as mútuas e cooperativas, e é criado um império administrativo e burocrático de organizações corporativistas e organismos económicos para regular um setor que historicamente era deficitário, no qual dependíamos do exterior. O certo é que a campanha do bacalhau do Estado Novo dá resultados económicos porque Portugal, em 1934, produzia 11% do bacalhau que consumia; e nos anos 60 produzíamos 70%. Há uma efetiva substituição de importações, numa altura que não havia problemas de acesso aos recursos, havia abundância, não havia restrições no direito do mar e o Estado subsidiava os fatores de produção, nomeadamente os navios e os seguros.

Isso correspondia, tal como a campanha do trigo e do congelamento das rendas, a uma política de manter barata a alimentação e a habitação, para assim manter baixos os salários?

Exatamente. O objetivo, do ponto de vista económico, era tornar barata a subsistência através de uma proteína de largo consumo que fosse um fator de bloqueio dos salários e de financiamento da paz social, que é uma questão muito importante para a lógica autoritária do Estado Novo. É curiosa a gestão política da tabela de preços, eu estudei tudo isso: depois da II Guerra Mundial, quando é instituído o fundo de abastecimentos, que era o mecanismo que financiava os preços, de 1948 até 1964, não se mexe nos preços, que o Salazar não deixava, ou seja, a tabela é congelada para que a paz social do pós-guerra fosse garantida. Só com a liberalização do comércio é que a tabela cai, em 1967.

Nos anos 60 produzíamos 70% do que consumíamos e é em 1962 que se dá o pico das capturas de bacalhau, um milhão e 800 mil toneladas.

Exatamente. Portugal, em 1958, torna-se o primeiro produtor de bacalhau salgado seco. Há toda uma propaganda do êxito da campanha do bacalhau, dessa afirmação do mercado internacional, do qual Portugal era historicamente muito dependente. No início dos anos 60 há continuação dessa afirmação, mas a partir daí começam os problemas de ordem externa, como a mudança do direito do mar, e a dificuldade interna para arranjar tripulações para os navios de pesca à linha, que era uma técnica de pesca arcaica e muito violenta do ponto de vista do trabalho a bordo. E é muito interessante que este setor caia abraçado ao Estado Novo: os últimos três grandes navios de pesca à linha, que eram o símbolo épico da frota branca, vão pela última vez ao mar para pescar o bacalhau em 1974. Há uma coincidência absoluta. Penso que a campanha do bacalhau, mais até que a do trigo, é o projeto mais emblemático e com maior sucesso do regime na sua lógica, porque ela perdura até ao fim. A campanha do trigo são sete ou oito anos.

Os portugueses continuam a consumir cerca de 20% da produção mundial de bacalhau. De alguma forma, a nossa identidade tem muito a ver com o bacalhau.

Acho que temos muito. Se fizermos um estudo identitário, o bacalhau será provavelmente o produto mais identificativo dos portugueses e da forma como até nos veem de fora. Isso é muito interessante: é quase caricatural que um peixe que não habita nas nossas águas tenha sido objeto de um processo de nacionalização cultural e de apropriação e é profundamente identificativo da cultura portuguesa, sobretudo uma cultura alimentar, que tem este fenómeno bizarro de um consumo elevadíssimo de peixe por causa do consumo do bacalhau – são cerca de 30 quilos per capita ao ano. É um consumo muito elevado do bacalhau salgado seco, um consumo que foi até reanimado por causa do aumento do turismo, precisamente por causa dessa associação simbólica, e é um fenómeno muito singular, à escala internacional, de apropriação e persistência no tempo. Quando houve programas de substituição de importações de bacalhau por peixe congelado, eles nunca foram eficazes porque resultaram sempre numa sobreposição de consumos, e não numa substituição. Basta lembrar daquela campanha de televisão dos anos 70 da “menina pescadinha”, que foi uma campanha fantástica cujo o rosto era o Artur Agostinho e que tinha como objetivo, no contexto da liberalização do bacalhau em que os preços subiam, substituir consumos por pescada. Isso não resultou. É muito interessante que a resiliência do fator cultural seja aqui muito forte, neste caso.

Fonte: Jornal i

O Ministério da Agricultura de Moçambique proibiu a circulação de banana produzida em Cabo Delgado e Nampula, norte de Moçambique, devido ao aparecimento de um fungo que ameaça a produção, indica um comunicado oficial.

Trata-se de uma doença conhecida como "mal de panamá", provocada por um fungo de solo que ataca a planta pela raiz obstruindo a circulação da seiva nos vasos, segundo o comunicado distribuído à imprensa pelo Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar (MASA).

De acordo com a fonte, já há registo de empresas que produzem banana no norte a sofrerem prejuízos avultados, como é o caso da Matanuska Moçambique, que perdeu 1,550 hectares de produção devido ao fungo na província de Nampula em fevereiro do ano passado.

"A MASA proíbe igualmente a movimentação de material de propagação, nomeadamente socas e plântulas", refere o comunicado, acrescentando que o produto que restou deve ser desinfetado e os solos tratados.

Fonte: Diário de Notícias

Afinal, o pão não engorda

  • Wednesday, 28 March 2018 09:42

O pão, feito de farinha, água, fermento e sal é talvez a mais simples e genial invenção alimentar da humanidade. Bem sei que a afirmação é forte, mas foi esta mistura de ingredientes, mais o fogo e o calor, que permitiram ao homem da Antiguidade edificar civilizações. Os Egípcios há mais de 6000 anos e depois os Judeus construíram o seu edifício legislativo e organização social em torno do pão. Os Gregos e os Romanos utilizaram o pão como ferramenta política das suas cidades e impérios. E mais tarde, Jesus Cristo, utilizaria o pão como símbolo da vida, capaz de conceder a imortalidade, um simbolismo recuperado das antigas crenças gregas e judaicas e que hoje ainda perdura. O pão, sempre o pão. Que força tem este alimento que foi capaz de moldar as nossas civilizações ocidentais, que desencadeou revoluções e determinou o curso de guerras, e que ainda hoje é a base energética da alimentação em muitas regiões do mediterrâneo?

Em primeiro lugar, convém recordar que o pão permite a utilização plena dos cereais que foram evoluindo ao longo dos últimos quinze mil anos pela mão do homem. A farinha obtida através do esmagamento do grão pelo processo de moagem, destrói a cápsula protetora que é constituída por diferentes frações de farelo, disponibilizando uma apreciável quantidade de fibras, minerais, vitamina B6, tiamina, folatos e vitamina E e ainda alguns fitoquímicos, em particular antioxidantes como os compostos fenólicos. No centro do grão está o germe que no caso do trigo é um apreciável fornecedor de proteína (até 34% do seu peso em seco é proteína) e está também o amido que constitui cerca de 60 a 70% da massa do grão de trigo e que é crucial para a nutrição humana, sendo a principal fonte de hidratos de carbono na alimentação. Sem hidratos de carbono, a nossa fonte de energia por excelência, dificilmente os órgãos, cérebro e aparelho muscular funcionam corretamente.

No geral, estas farinhas de cereais, abundantes em muitos nutrientes essenciais à sobrevivência e bem-estar do ser humano, eram um bem precioso. Mas amassadas com água e aquecidas originavam uma papa sem gosto que se estragava rapidamente. Até que os Egípcios descobriram um dia que alguns esporos de levedura, presentes no ar, quando contactavam as massas de água com farinha (em particular do trigo) iniciavam a digestão dos hidratos de carbono da farinha, originando bolhas de ácido carbónico, inchando a massa e tornando-a fofa. A qual, com uma pitada de sal e cozida num forno especial, originava um delicioso alimento que se aguentava durante bastante tempo e que se podia transportar com facilidade. Estava descoberto o pão. Há 4000 anos. Uma descoberta tão poderosa que os Egípcios passaram a pagar parte dos salários com pão. E que transformou toda a bacia do mediterrâneo para sempre.

Hoje sabemos bem mais sobre o pão. E sobre o seu valor para a saúde. Os alimentos à base de cereais, fornecem uma gama de nutrientes essenciais e benéficos à alimentação humana, incluindo proteínas, vitaminas do complexo B, tiamina (B1), riboflavina (B2), niacina (B3), piridoxina (B6) e folatos (B9), fibra e fitoquímicos, muitos com propriedades antioxidantes (compostos fenólicos e terpenos ou terpenóides). A fibra é particularmente importante, pois o seu consumo regular está associado à redução do risco de doença cardiovascular, diabetes tipo 2 e certos tipos de cancro.

Muitas razões para revalorizarmos o pão nos dias que correm. Um alimento barato, fácil de encontrar, com teor de sal cada vez mais reduzido na maior parte das padarias portuguesas, de fácil digestão e que nos pode ajudar a controlar o apetite. E ainda por cima de uma enorme versatilidade gastronómica. Basta olhar para a culinária mediterrânica portuguesa e perceber que peixe, azeite e sopa sem pão ou açordas e migas sem pão seriam histórias mal contadas da nossa cultura alimentar.

Nota: O pão possui baixo valor energético em comparação com os seus substitutos (1 fatia de pão ou carcaça de 50g contêm cerca de 135 kcal com apenas 3g de açúcar, enquanto 6 bolachas do tipo Maria contêm cerca de 150 kcal e 8g de açúcar). Mas isso é talvez o que interessa menos, dado o extraordinário valor nutricional deste alimento.

Fonte: Visão

Foi hoje publicada a Lei 15/2018 que possibilita a permanência de animais de companhia em estabelecimentos comerciais, sob condições específicas.

A presente lei entra em vigor 90 dias após a sua publicação.

Fonte: Qualfood

No acumulado dos últimos dois anos, o mercado das Águas cresceu perto de 25% em valor – o que representa um acréscimo de mais de 37 milhões de euros em faturação.

Nos últimos 2 anos o consumo de água engarrafada cresceu 25%. Isto representa um acréscimo de mais de 37 milhões de euros em faturação e um crescimento no consumo de mais de 100 milhões de litros, equivalente a um aumento de 13%, diz a Nielsen, especialista em pesquisas de mercado, em comunicado.

A água engarrafada ultrapassa a média do crescimento verificado nos bens de grande consumo e quase ao nível de categorias ainda em desenvolvimento no mercado português, diz a Nielsen.

A preocupação com a saúde impulsiona as marcas a apostar nos benefícios dos produtos

São cerca de 86% dos lares em Portugal continental que compraram águas sem gás engarrafada no último ano.

O estudo permite constatar que as águas sem gás e sem Sabor representam 75% da faturação total da categoria e mais de 95% do consumo, sendo este o segmento mais dinâmico.

Inês Gomes, Client Consultant Senior da Nielsen refere no comunicado que “num contexto de mercado onde os consumidores estão cada vez mais preocupados com questões de saúde e bem-estar, as marcas procuram comunicar as características da origem do produto e benefícios associados e assim alcançar a diferenciação de uma categoria com características de commodity, contribuindo também para o dinamismo do segmento”.

“A oferta de água engarrafada mudou nos últimos anos. O desenvolvimento de produtos inovadores com fórmulas alternativas, como é o caso das águas com sabores, levou à criação de maior valor na categoria, decorrente de um preço médio bastante mais elevado”, diz a Nielsen. O preço médio das águas lisas com sabor é cerca de 6x mais alto do que as águas lisas sem sabor (e nas águas com gás o rácio é de cerca do dobro).

Mas estes segmentos alternativos “não descolaram significativamente, mantendo o seu peso relativamente estável nos últimos anos e representando 25% da faturação total da categoria”, refere Inês Gomes.

Fonte: ANILACT

"Durante uma ação de fiscalização às atividades relacionadas com a captura e comércio ilegal de bivalves, proteção das espécies e segurança alimentar, os militares detetaram que os infratores efetuavam o transporte dos bivalves, sem se fazerem acompanhar dos documentos de registo obrigatório por lei e desprovidos de qualquer vigilância higiossanitária, impedindo-se a sua entrada no circuito comercial, considerando os riscos para a saúde pública", refere a GNR em comunicado.

A operação foi efetuada pelo Destacamento de Controlo Costeiro de Lisboa, através dos Subdestacamentos de Controlo Costeiro de Setúbal e Fonte da Telha.

"Os condutores, de 50 e 38 anos, foram identificados e elaborados os respetivos autos de contraordenação", acrescenta.

Os 1.020 quilogramas de amêijoa japónica, por se encontrarem vivos, foram devolvidos ao seu 'habitat' natural.

Fonte: Diário de Notícias

Parece existir uma relação entre o tempo utilizado para comer e o nosso estado de saúde. Mais tempo para comer e conviver parece relacionar-se com uma ingestão mais adequada de nutrientes, apesar de as suas causas poderem ser múltiplas. Dados recentes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) demonstram que os portugueses demoram em média 1h 47m por dia a comer e beber. Já os franceses são os que demoram mais tempo por dia a comer e beber, num total de 2h 11m, o dobro comparativamente aos Americanos, que são aqueles que demoram menos tempo (1h 02m). Curiosamente, a Dinamarca, um dos países com mais qualidade de vida também tem vindo a aumentar o tempo dedicado a estar à mesa.

Um conjunto de dados interessantes que nos fazem refletir sobre a necessidade de desfrutar das refeições com mais tempo, promovendo os princípios da Dieta Mediterrânica onde o convívio à volta da mesa e a partilha de refeições com a família e amigos é central.

Para consultar o gráfico que apresenta esta informação, clique aqui.

Fonte: Nutrimento

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) anunciou esta quinta feira que apreendeu mais de 25 toneladas de géneros alimentícios, no âmbito de uma operação de fiscalização realizada em 61 locais.

A operação que se realizou na terça-feira, durante cerca de 30 horas, fiscalizou 1.878 operadores económicos, com o objetivo de controlar as condições higio-sanitárias de transporte, o controlo de temperatura, o acondicionamento e a rotulagem dos géneros alimentícios, bem como a documentação de acompanhamento dos mesmos.

De acordo com a ASAE, entre os géneros apreendidos encontram-se 23 toneladas de laranjas, que estavam a dar entrada em Portugal sem documentação de rastreabilidade, 900 quilogramas (Kg) de outras frutas, 400 Kg de frango e produtos congelados e foram ainda apreendidos cinco equipamentos de controlo de temperatura.

Por outro lado, foram também verificadas as mercadorias de bens não alimentares e a sua conformidade com a regulamentação aplicável.

"Como resultado da ação foi instaurado um processo crime por contrafação de vestuário desportivo, alusivo aos grandes clubes nacionais e 26 processos de contraordenação, destacando-se como principais infrações o incumprimento dos requisitos de higiene no transporte de produtos alimentares, o desrespeito por regulamentação de âmbito fitossanitário, a falta de rotulagem, a falta de controlo metrológico obrigatório, a falta de número de controlo veterinário [...], o acondicionamento e transporte de pescado fresco, a temperatura não regulamentar e a falta de comunicação intracomunitária", indicou, em comunicado, a ASAE.

Fonte: ASAE