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A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), através das suas Unidades Regionais, realizou, uma operação de fiscalização, a nível nacional, direcionada a estabelecimentos de restauração e de “Fast Food” existentes nos Centros Comerciais, com o objetivo de verificar o cumprimento das normas legais aplicáveis, com destaque para a garantia de segurança alimentar dos consumidores e de qualidade dos géneros alimentícios, e verificar se os mesmos cumprem as normas em vigor.

Como balanço desta ação, destaca-se a fiscalização de 150 operadores económicos, que resultou na instauração de 21 processos de contraordenação.

As principais infrações detetadas incluíram a falta de envio, no prazo de 15 dias, do original da folha de reclamação à entidade competente, a violação dos deveres gerais das entidades exploradoras dos estabelecimentos de restauração e bebidas, a ausência do livro de reclamações e o incumprimento dos requisitos gerais e específicos de higiene, entre outras.

Foi ainda determinada a suspensão da atividade de um estabelecimento de restauração e bebidas devido à violação dos deveres gerais da entidade exploradora.

Fonte: ASAE

Foram partilhados mais detalhes sobre o processo de desenvolvimento de modelos para melhorar o conhecimento sobre os riscos associados à Listeria monocytogenes.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) reviram os modelos de Listeria de 2004.

A Reunião Conjunta de Peritos da FAO/OMS sobre Avaliação dos Riscos Microbiológicos (JEMRA), realizada em Roma em outubro de 2022, começou a desenvolver modelos de avaliação dos riscos de Listeria monocytogenes para alface, melão cantaloupe, legumes congelados e peixe pronto a comer (RTE), abrangendo as fases desde a produção primária até ao consumo. O relatório completo desta reunião foi recentemente publicado.

Os produtos alimentares eram folhas verdes cortadas e embaladas, folhas verdes inteiras, melão cortado em cubos pronto a consumir, melão inteiro, peixe fumado e peixe marinado e legumes congelados branqueados não prontos a consumir.

Progresso do modelo

Numa segunda reunião, realizada em 2023, foram avaliados modelos de avaliação de risco para caraterizar o risco de listeriose devido ao consumo de melão cortado em cubos, legumes congelados e peixe fumado a frio. O modelo da alface não estava pronto para ser avaliado.

Os modelos precisavam de ser programados, testados e revistos. A revisão verificou se eram suficientemente flexíveis para executar diferentes cenários e incorporar novos dados para ter em conta o contexto nacional, regional e internacional.

Foram publicados numa edição especial da revista Foods estudos sobre modelos quantitativos de avaliação do risco de Listeria monocytogenes em diferentes produtos.

Com base no relatório da primeira reunião, os peritos analisaram a literatura sobre modelos de avaliação de riscos e discutiram a abordagem do modelo e a avaliação da exposição, incluindo a caraterização dos perigos e os dados relativos à dose-resposta, bem como os conhecimentos atuais sobre os dados genómicos.

Os cientistas afirmaram que o módulo de produção primária (pré-colheita) deve permitir a avaliação da introdução do agente patogénico nas matérias-primas, tendo em conta os efeitos da estação, das práticas agro-alimentares e das alterações climáticas. Também deve ser considerada a possibilidade de contaminação cruzada desde a produção até ao consumo.

Pontos específicos dos produtos


No caso dos produtos hortícolas de folha verde, as atividades de produção, incluindo a irrigação, a fertilização e outras práticas de gestão na exploração agrícola, têm um impacto na ocorrência de Listeria monocytogenes. As fases a serem representadas na avaliação do risco incluem o crescimento das folhas verdes, a colheita, o arrefecimento, a lavagem, a higienização, o corte, a embalagem, as etapas de transporte, a exposição no retalho e as práticas de consumo.

O modelo deve ser capaz de medir a eficácia da prevenção da contaminação pelo solo/água de irrigação, a eficácia da lavagem com ou sem desinfetante, a utilização de boas práticas de higiene durante a transformação, a eficácia dos regimes de amostragem e o impacto das diferentes práticas dos consumidores relacionadas com o manuseamento e a armazenagem.

No caso dos produtos hortícolas congelados, os principais fatores de risco foram identificados nas fases de transformação e no manuseamento pelo consumidor. As fases relevantes na avaliação do risco incluem: limpeza, lavagem, branqueamento, congelação, embalagem, exposição a retalho, práticas de consumo como a descongelação e a cozedura, bem como práticas relacionadas com a utilização não intencional.

As fases relevantes para o melão são o cultivo nos campos, a colheita, o arrefecimento, a lavagem, a higienização, o corte em cubos, a exposição a retalho, as práticas de consumo e as etapas de transporte. Deve ser incluída flexibilidade para ter em conta o impacto das práticas agrícolas, fenómenos meteorológicos extremos, alterações climáticas e diversas práticas de mercado.

As fases importantes para os produtos do mar prontos para consumo são o crescimento do peixe, a colheita, a evisceração e o corte da cabeça, a filetagem, as diferentes fases de fumagem, as fases de peixe gravado, a congelação, o corte em fatias, a embalagem, as múltiplas fases de transporte, o retalho e o manuseamento pelo consumidor.

A contaminação cruzada deve ser considerada porque a produção de peixe pronto para consumo pode envolver várias etapas, por vezes em diferentes instalações em diferentes países. Os dados de sequenciação do genoma completo/tipagem de estirpes podem ser utilizados para avaliar as estirpes dominantes nas diferentes fases de produção, a fim de informar os módulos de contaminação cruzada.

Segundo os especialistas, são necessários dados adicionais sobre a Listeria monocytogenes na cadeia alimentar para melhor informar sobre a ocorrência, a virulência e a resposta à dose, de modo a que se possa efetuar uma avaliação do risco para diferentes tipos de sequência (ST) ou complexos clonais (CC) de Listeria.

Fonte: Food Safety News e Qualfood

A FAO publica um relatório exaustivo sobre a gestão sustentável do azoto nos sistemas agro-alimentares.

O aumento dos fertilizantes azotados no século passado contribuiu significativamente para aumentar a produção agrícola e reforçar a segurança alimentar e a nutrição de uma população mundial em expansão. No entanto, a utilização inadequada de azoto pode prejudicar gravemente a qualidade do ar, da água e do solo, resultando na perda de biodiversidade e agravando as alterações climáticas.

Um novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), lançado dia 20 de janeiro num evento na sua sede em Roma, apresenta uma panorâmica abrangente da utilização do azoto e dos desafios daí resultantes nos sistemas agro-alimentares. Salienta a importância de garantir uma utilização sustentável e apresenta recomendações para atingir este objetivo.

O azoto é um componente essencial dos constituintes dos alimentos, em particular dos aminoácidos e das proteínas necessárias para o crescimento das plantas, dos animais e dos seres humanos.

Graças à invenção do processo Haber-Bosch, no início do século XX, os seres humanos conseguiram converter o azoto não reativo, abundante na atmosfera (o mesmo azoto que torna o céu azul), em substâncias úteis como o amoníaco, que é agora vulgarmente utilizado como fertilizante.

Os seres humanos acrescentam atualmente cerca de 150 teragramas (Tg) de azoto reativo à superfície terrestre todos os anos através da agricultura e da indústria. Esta quantidade é mais do dobro da taxa pré-industrial. Alguns peritos sugerem que as alterações climáticas poderão contribuir para que esta taxa aumente para cerca de 600 Tg por ano até 2100, o que poderá aumentar os níveis de perda de azoto para o ambiente.

A pecuária é o principal contribuinte para as emissões de azoto e é responsável por cerca de um terço do total das emissões de azoto produzidas pela atividade humana. Os fertilizantes sintéticos, a alteração do uso do solo e as emissões do estrume são as principais causas da poluição por azoto nesta zona.

A poluição por azoto é mais grave na América do Norte, na Europa Ocidental e em certos países asiáticos, onde os fertilizantes têm sido amplamente utilizados e mal aplicados há décadas.

Em alguns países de baixo e médio rendimento, o acesso restrito aos fertilizantes leva ao esgotamento do azoto, o que reduz os nutrientes do solo e conduz à sua degradação.

Por conseguinte, uma utilização ponderada do azoto na agricultura ajuda a evitar a degradação dos solos e o esgotamento dos nutrientes, aumentando simultaneamente o rendimento das culturas. Em contrapartida, a utilização excessiva agrava o aquecimento global, degrada a qualidade do ar e da água e empobrece o ozono estratosférico. A poluição por azoto apresenta riscos para a saúde humana, aumentando a incidência de doenças respiratórias e cardíacas.

Por conseguinte, a gestão sustentável do azoto, centrada na minimização das entradas e perdas externas e na maximização da reciclagem, é mais urgente do que nunca.

“A eficiência da utilização do azoto (NUE) registou melhorias nos últimos anos, o que é encorajador. No entanto, há ainda muito trabalho a fazer. Este relatório fornece um conjunto detalhado de recomendações para melhorar ainda mais a NUE, ajudando a reduzir a poluição e promovendo simultaneamente a saúde ambiental e humana”, afirmou Thanawat Tiensin, Diretor-Geral Adjunto e Diretor da Divisão de Produção e Saúde Animal da FAO.

Ações-chave e propostas políticas

O relatório apresenta vários estudos de casos que ilustram os esforços atuais para melhorar a NUE em todo o mundo e oferece uma série de recomendações.

Estas incluem:

  • A indústria de fertilizantes deve tomar medidas urgentes para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa durante a produção de fertilizantes de azoto mineral e incentivar a minimização das perdas de resíduos durante o armazenamento, o transporte e a aplicação no solo.

  • Os governos nacionais devem incentivar a utilização generalizada da fixação biológica de azoto (um processo em que o azoto gasoso da atmosfera é simbioticamente fixado nos tecidos de certas plantas) em rotações de culturas localmente adequadas, utilizando leguminosas, como a soja ou a luzerna.

  • Os governos nacionais devem criar diretrizes para ajudar os criadores de gado a adotarem as melhores práticas de gestão de estrume, concentrando-se em minimizar as perdas de azoto para o meio ambiente e aumentar a sua utilização eficaz na agricultura produtiva.

  • As políticas do sistema agroalimentar devem incentivar a utilização de fertilizantes orgânicos azotados para aumentar a sustentabilidade. Devem também promover o ordenamento do território através da redistribuição do gado, da redução do número de cabeças de gado em zonas de elevada concentração geográfica e da promoção de abordagens circulares da bioeconomia.

  • Os governos nacionais devem promover a integração da gestão sustentável do azoto em ações de atenuação adequadas a nível nacional e em contributos determinados a nível nacional, incluindo metas para reduzir o óxido nitroso dos sistemas agroalimentares, para manter em vista o objetivo do Acordo de Paris de 1,5 °C.

  • Os governos nacionais devem estabelecer compromissos nacionais para reduzir a poluição por azoto, incluindo o amoníaco e os nitratos, a fim de cumprir os objetivos globais em matéria de biodiversidade.

  • Os governos nacionais devem intensificar os esforços para reduzir o desperdício e a perda de alimentos em todas as fases do sistema agroalimentar e promover a reciclagem e o tratamento de alimentos impróprios para consumo humano como alimentos para animais.

  • Os governos nacionais, o setor privado, as instituições financeiras internacionais e os bancos agrícolas locais devem integrar a gestão sustentável do azoto nos projetos e programas de desenvolvimento dos sistemas agroalimentares. Devem também promover o investimento em fertilizantes minerais de alta eficiência e baixa emissão e a reciclagem de resíduos orgânicos para melhorar a eficiência do sistema, minimizar o desperdício de recursos e reduzir a poluição ambiental.

“A gestão sustentável do azoto é crucial para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030, particularmente os relacionados com a fome, saúde, água potável, produção e consumo sustentáveis, ação climática e preservação da vida em terra e debaixo de água”, dizem os autores do relatório. “Melhorar a eficiência do uso de azoto em toda a cadeia agroalimentar e reduzir a perda de azoto pode ajudar a aumentar a produção de alimentos em países de baixo e médio rendimento, permitindo que mais recursos de azoto atinjam o fim a que se destinam, melhorar a saúde através da redução das emissões nocivas e proteger os cursos de água da poluição.”

Fonte: FAO e Qualfood

Um novo foco da gripe da aves foi confirmado numa pequena exploração de galinhas, patos e gansos, em Sintra, onde já tinha sido detetado um caso no início do mês, anunciou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).

“[…] Foi confirmado um foco de infeção por vírus da Gripe Aviária de Alta Patogenicidade (GAAP), numa exploração de pequena dimensão com aves de capoeira de várias espécies”, nomeadamente, galinhas, patos e gansos, lê-se numa nota da DGAV.

Este foco localiza-se na freguesia de São João das Lampas e Terrugem, concelho de Sintra, distrito de Lisboa, onde, no início do mês já tinha sido detetada a gripe aviária.

As medidas de controlo, já implementadas, incluem a inspeção do local, a remoção dos animais afetados e a limpeza e a desinfeção.

Soma-se a restrição da movimentação e a vigilância das explorações com aves nas zonas de restrição (num raio de 10 quilómetros em redor do foco).

A DGAV pediu que todos os proprietários de aves cumpram as medidas de biossegurança e as boas práticas de produção, de modo a evitar os contactos entre aves domésticas e selvagens.

Por outro lado, devem ser reforçados os procedimentos de higiene das instalações e equipamentos.

A notificação de qualquer suspeita deve ser comunicada à DGAV.

As aves de capoeira e em cativeiro, localizadas em Portugal continental, devem permanecer confinadas nos respetivos alojamentos devido à gripe aviária, evitando o contacto com aves selvagens, determinou a DGAV, na semana passada.

No início do mês, foi detetada gripe das aves numa exploração de galinhas poedeiras em Sintra, tendo sido aplicadas as medidas de controlo. Todas as galinhas poedeiras que integravam esta exploração (55.427) foram abatidas.

No mesmo dia em que foi confirmado o caso em Sintra, a Direção-Geral da Saúde (DGS) esclareceu que, até à data, não tinham sido identificadas pessoas com sintomas ou sinais sugestivos de infeção por este vírus (H5N1).

Fonte: Sapo24

Os pecados dos alimentos orgânicos

  • Monday, 20 January 2025 10:52

Não há dúvida que os alimentos orgânicos são melhores para o planeta, assim como também para a nossa saúde. Mas é imperativo saber quais as suas falhas, de forma a podermos fazer uma escolha responsável e segura.

Os rótulos imprecisos

Ao olharmos para um rótulo podemos observar as certificações europeias que garantem que determinados produtos são “bio” ou “eco”. Mas a maioria destes certificados não é muito clara sobre o que significam e esse é um dos grandes pecados de alimentos orgânicos. Na realidade o que está certificado é a ausência de agroquímicos (95%) e OGMs (tolerados até 0,9%) nos ciclos de produção, processamento e embalagem dos produtos.

O que não está esclarecido é que os critérios éticos, ambientais e/ou sociais e a sua sustentabilidade não são levados em conta e que existe uma lista de produtos químicos que deveriam ser proibidos e ainda assim a sua inclusão é permitida. Muitas vezes estão identificados com nomes técnicos e não com os seus nomes mais comuns e passam despercebidos.

Embalagens PET

A invenção do plástico PET foi uma invenção fantástica para o planeta, principalmente se o compararmos ao plástico convencional que demorava décadas a decompor. Mas nem todos são tão esplêndidos como nos querem vender e é importante saber que existem certos tipos de PET que não podem ser reciclados.

Todas as embalagens marcadas como PET e transparentes devem ser facilmente recicláveis, o problema são as embalagens que têm cores. Principalmente as que são PET opaco, pois não são recicláveis ​​se forem deitadas fora com as que são. Interrompem a cadeia de classificação e vão tornar o processamento final mais caro.
Devemos procurar o logotipo PET na base de cada recipiente e observar a sua aparência, pois deve ser um plástico incolor, flexível e brilhante.

Biocompostável ou biodegradável

Os recipientes que indicam este tipo de classificação podem estar associados a alimentos orgânicos, mas é importante saber que são duas coisas completamente diferentes e não devem ser misturadas, pois, por serem materiais diferentes, requerem processamentos específicos.

Ao proceder à biodegradação, espera-se que os materiais se comportem de determinada forma e respondam a determinados procedimentos que lhes são aplicados. Exatamente o mesmo acontece com os que são bicompostáveis, por isso devem ser compostados e não descartados. No máximo podem ir para um eco-ponto de resíduos orgânicos.

O engano da classificação

Cada vez mais há a sensação que se um produto indicar que é “eco” ou “bio”, mesmo sem qualquer certificação, se torna automaticamente em algo sustentável. Mas muitas vezes não é esse o caso, e os produtos são mesmo produzidos por mão-de-obra ilegal, não chegam a ser biológicos ou ecológicos ou têm custos de transporte muito elevados, o que os torna pouco sustentáveis.

Há muitas lojas que aproveitam a indicação “bio” ou “eco” para inflacionar o preço e enganar o consumidor. Por isso esteja atento quando for comprar algo supostamente sustentável.

Fonte: GreenSavers

Um relatório científico concluiu que o planeta está a tornar-se mais seco e os solos mais salgados. Este facto implica profundas alterações futuras na capacidade de produzir alimentos de forma sustentável ao longo do tempo. O aumento das temperaturas acelera o problema.

Num planeta em aquecimento global, o solo está a tornar-se mais seco e mais salgado. Esta mudança tem inevitavelmente consequências para os 8 mil milhões de habitantes do planeta, como refere a Eos. Atualmente, quase um terço das pessoas já vive em locais onde a água é cada vez mais escassa e a capacidade de cultivar culturas e criar gado está a tornar-se mais difícil. Este problema está a atingir cada vez mais zonas do mundo.

O excesso de sal no solo já afeta quase 10% dos solos de todo o mundo. Um terço das pessoas já vive em zonas onde a água é cada vez mais escassa. Isto gera conflitos sociais que estão a aumentar com o tempo.

A análise dos dados mostra claramente que as alterações climáticas estão a acelerar esta tendência. Um novo trabalho de investigação concluiu que o aquecimento global tornou 77% das terras da Terra mais secas nas últimas três décadas, ao mesmo tempo que aumentou rapidamente a proporção de solos excessivamente salgados.

De acordo com um relatório histórico da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), as terras secas, ou áreas onde é difícil encontrar água, representam atualmente mais de 40% do planeta. Esta estimativa, por razões óbvias, exclui a Antártida. Além disso, outra nova análise, realizada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), concluiu que cerca de 10% dos solos do mundo estão afetados pelo excesso de sal e que outros 2,5 mil milhões de hectares estão em risco.

Perspetiva sombria

Um relatório abrangente divulgado pelo Grist indica que estas tendências interrelacionadas ameaçam a produtividade agrícola, a biodiversidade e a saúde dos ecossistemas, ao mesmo tempo que agravam a insegurança alimentar e hídrica. Em conjunto, os dois relatórios em particular afirmam que, a menos que o mundo reduza as emissões, estas alterações continuarão, com consequências graves.

Uma das conclusões é muito clara, afirmando que “sem esforços concertados, milhares de milhões de pessoas enfrentam um futuro marcado pela fome, pela deslocação e pelo declínio económico”. Entre 1990 e 2020, as alterações climáticas transformaram cerca de 7,6% da superfície terrestre do planeta, com as áreas mais afetadas a passarem de paisagens húmidas para terras secas.

Estas terras secas são definidas como áreas onde 90% da precipitação se evapora antes de atingir o solo. No seu conjunto, cobrem uma área geográfica maior do que o Canadá, segundo os investigadores, e albergavam cerca de 30% da população mundial em 2020. Trata-se de um aumento de mais de 7% nas últimas décadas.

A água como um recurso escasso

Entre as conclusões, há uma indicação clara de que, a menos que o mundo limite drasticamente as emissões, essa proporção poderá mais do que duplicar até ao final do século. Nessa altura, prevê-se que mais de dois terços da terra do mundo, excluindo a Gronelândia e a Antártida, armazenem menos água. A capacidade da Gronelândia para armazenar água está a atrair uma maior atenção para esta área, como temos visto ultimamente.

Este conjunto de alterações não se limita às regiões que já são consideradas secas ou que se prevê venham a sofrer desertificação. Ao modelar cenários globais de emissões elevadas, os investigadores descobriram que poderiam ocorrer alterações semelhantes no Midwest, no México central e no Mediterrâneo, para citar três exemplos. Os investigadores não esperam que esta tendência se inverta.

O que Hannah Waterhouse, cientista do solo e da água da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, e citada pela Eos, considera “importante e desconcertante enfatizar” é que esta expansão ocorreu em condições que não são tão quentes como as que estão para vir. O que sugere que o problema só se vai intensificar e, à medida que os alimentos e a água se tornam mais escassos, vai levar a problemas como conflitos generalizados.

Fonte: Tempo.pt

Os portugueses encaminharam para reciclagem um total de 476.605 toneladas de embalagens, em 2024, o que significa um aumento de 4% face ao período homólogo. Embora estes dados sejam positivos, Portugal mantém-se longe da nova meta definida para este fluxo de resíduos urbanos e que é necessário atingir em 2025.

Durante este ano, o país terá de garantir a recolha seletiva de 65% de todas as embalagens colocadas no mercado. Em 2024, a taxa de retoma foi de 57,8% (apuramento preliminar), o que significa que é necessário tornar o sistema mais eficiente para atingir as novas metas.

Aumentar a performance

Em 2025, o sistema contará com mais 113 milhões de euros que resultam da decisão do Governo de aumentar os valores das contrapartidas para financiar o SIGRE – Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens, num total estimado de 235 milhões de euros (em 2024 o valor era 122 milhões de euros) só para a gestão dos resíduos de embalagens este ano.

Este montante é pago pelas entidades gestoras de resíduos de embalagens aos Sistemas Municipais, Intermunicipais e concessões, para procederem à recolha seletiva de resíduos urbanos de embalagens, que asseguram a triagem e pré-preparação para reciclagem destes resíduos nos seus diferentes materiais (como vidro, plástico ou papel/cartão).

Estamos, portanto, perante uma oportunidade única para aumentar a performance de todo o sistema e colocar Portugal na rota do cumprimento das metas da reciclagem de embalagens, cabendo às autoridades garantir a eficiência da operação“, afirma a Sociedade Ponto Verde em comunicado.

A injeção de mais 113 milhões tem de traduzir-se na melhoria significativa do nível de serviço que é prestado aos cidadãos por parte dos sistemas municipais e multimunicipais na recolha, numa operação que deve ser cada vez mais orientada para a conveniência, assegurando, no final, a recolha de mais embalagens e o seu encaminhamento para reciclagem.

Complementar o modelo de recolha por ecopontos com sistemas de incentivo, porta-a-porta ou “pay as you throw” (payt), permitindo este ter noção do valor pago em função do consumo, são soluções já identificadas para permitirem uma melhor capacidade de resposta, com a entrada de mais embalagens no sistema de reciclagem. Este esforço para um sistema cada vez mais eficiente significa também uma maior articulação e colaboração entre todos os parceiros e partes interessadas desta cadeia de valor, levando ao cumprimento das metas estabelecidas para 2025.

Reciclagem

O papel/cartão e o plástico mantêm-se como os materiais com melhor desempenho, com o primeiro a ter aumentado 6%, o que se traduz em 158.146 toneladas encaminhadas para reciclagem, e o segundo 5%, ou seja, 85.548 toneladas recolhidas no último ano.

O vidro continua a merecer particular preocupação, já que o seu ritmo de crescimento continua aquém da meta, tendo-se verificado um aumento apenas de 1%, ou seja, 213.870 toneladas depositadas no vidrão. Para o aumento deste material é fundamental que sejam implementadas soluções específicas, com a adaptação de ecopontos às necessidades dos estabelecimentos HORECA, como o baldeamento assistido, que são facilitadores na deposição e envio para reciclagem.

A CEO da Sociedade Ponto Verde, Ana Trigo Morais, afirma: “o ano de 2025 tem de ser de viragem na recolha seletiva das embalagens. Com mais fundos à disposição do sistema esperamos mais recolha e reciclagem destes resíduos, assim como uma atenção permanente das autoridades à forma como evolui a performance de toda a operação. É fundamental resolver os problemas existentes, que estão bem identificados, ao nível da prestação do serviço ao cidadão. A Sociedade Ponto Verde mantém a sua postura de colaboração, promovendo a economia circular e soluções com base na inovação e na conveniência para o consumidor”.

Fonte: Grande Consumo

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), realizou ontem, através da Brigada de Indústrias da Unidade Regional do Norte – Unidade Operacional do Porto, uma operação de fiscalização a estabelecimentos industriais de armazenamento localizados nos concelhos de Guimarães, Fafe e Póvoa de Varzim, com o objetivo de assegurar o cumprimento das normas legais de segurança alimentar e da atividade económica.

Como balanço da operação, foi determinada a suspensão total da atividade de três estabelecimentos, pelo exercício ilegal da atividade de entrepostagem e à posterior colocação no mercado de produtos sem devida marca de identificação, tendo sido apreendidas mais de 17 toneladas de diversos géneros alimentícios e ainda, 313 kg de crustáceos vivos, tudo no valor estimado superior a 68.000,00 Euros.

Foram instaurados 3 processos de contraordenação devido à falta de número de controlo veterinário (NCV), atribuído pela autoridade competente, que garante que as normas de segurança alimentar e as disposições legais dos regulamentos aplicáveis sejam cumpridas, tanto perante os consumidores como pelas autoridades de controlo, facto que não era cumprido por estes operadores económicos.

Fonte: ASAE

A água doce é um recurso cada vez mais escasso. As alterações ambientais provocadas pela ação humana ao longo de séculos têm alterado padrões de pluviosidade e drenado os solos daquela que ainda vai resistindo.

Mas a falta de água não é um fenómeno exclusivamente antropogénico, existindo naturalmente na história da Terra. Por isso, as plantas tiveram de desenvolver formas de conseguirem chegar até ela mesmo quando a superfície está praticamente seca.

Investigadores da Shanghai Jiao Tong University (China) e a Universidade de Nottingham (Reino Unido) descobriram como é que as plantas conseguem adaptar-se à escassez de água, estendendo o seu sistema radicular para alcançar maiores profundidades do solo.

Num artigo divulgado este mês na publicação científica ‘Current Biology’, explicam que uma hormona vegetal conhecida como ácido abcísico, ou pela sigla inglesa ABA, influencia o ângulo de crescimento das raízes de espécies de plantas como o arroz e o milho. Tal poderá também ocorrer noutras espécies graníferas e com importância económica e para a segurança alimentar humana.

Ao fazerem as raízes crescer mais perpendiculares à superfície do solo, o ABA permite que as raízes das plantas alcancem camadas mais profundas, aumentando as hipóteses de encontrarem água.

Este efeito, de acordo com os investigadores, é conseguido através da interação do ABA com uma outra hormona vegetal, a auxina. Para testarem a hipótese, inibiram a produção de ABA em algumas plantas e perceberam que esses espécimes desenvolviam raízes mais superficiais e mais paralelas à superfície do solo quando comparados com plantas produtoras de ABA.

Foi ainda descoberto que a interação entre o ABA e a auxina é fundamental para que as plantas consigam aprofundar as suas raízes, uma vez que, ao adicionarem auxina às plantas impedidas de produzir ABA, foi possível recuperar o normal crescimento radicular, “mostrando que a auxina é chave neste processo”, declaram em comunicado.

De forma simples, pensa-se que o stress causado às plantas pela falta de água no solo estimula a produção de ABA, que por sua vez catalisa a produção de auxina que faz com que as raízes cresçam no sentido da força da gravidade (gravitropismo), criando sistemas radiculares para perpendiculares à superfície do solo e, assim, tornando as plantas mais resilientes à seca.

Os cientistas acreditam que ao compreender como as plantas se adaptam a condições ambientais adversas, como a escassez de água, permitirá desenvolver formas de torná-las mais resilientes a esses efeitos e, assim, a minimizar as consequências das crises planetárias na produção e segurança alimentares.

“Descobrir formas de combater a insegurança alimentar é vital”, afirma Rahul Bhosale, um dos autores do artigo, para quem, quanto mais conhecimento tivermos sobre os mecanismos que controlam o crescimento das plantas, mais facilmente conseguiremos criar formas de estimulá-lo e, assim, de melhorar a produtividade das culturas agrícolas, mesmo em condições de seca.

Fonte: GreenSavers

Os donos de lojas especializadas acusam o governo de ser responsável por este tipo de morte, devido ao aumento dos impostos.

Vinte e três pessoas morreram em menos de 48 horas em Istambul e mais de 30 estavam sob cuidados intensivos após terem consumido álcool adulterado, informaram esta quinta-feira as autoridades da cidade.

O balanço anterior citava 19 mortos desde a última segunda-feira devido à ingestão de álcool adulterado com metanol, um composto industrial diferente do etanol.

Este tipo de intoxicação é comum na Turquia, uma vez que a produção clandestina disparou devido ao aumento dos impostos sobre bebidas alcoólicas. No ano passado, 48 pessoas morreram intoxicadas por esse tipo de álcool.

O governador da cidade anunciou na quarta-feira que as autoridades revogaram as licenças de 63 empresas por estas venderem álcool contrabandeado. 

Os donos de lojas especializadas acusam o governo de ser responsável por este tipo de morte, devido ao aumento dos impostos.

Fonte: Jornal I