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  Acesso à base de dados   |   em@il: qualfood@idq.pt

Tuta Absoluta é uma das pragas mais agressivas e recentes da cultura do tomate, sendo responsável por elevados prejuízos nesta cultura. Mas o seu impacto na produção de tomate pode ter os dias contados. É que um grupo de investigadores espanhóis conseguiu desenvolver um tomate resistente a esta praga.

O avanço é de investigadores do Instituto de Biologia Molecular e Celular de Plantas (IBMCP), uma empresa conjunta da Universidade Politécnica de Valência e do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), que conseguiram demonstrar que as plantas de tomate modificadas geneticamente têm uma maior resistência às pragas de Tuta Absoluta.

Os resultados da investigação foram recentemente publicados na revista científica BMC Plant Biology e revelam que com a modificação genética implementada a planta consegue superar diversas condições de stress.

Saiba mais sobre o estudo aqui.

Fonte: Agroportal

Comunicar ao Consumidor

  • Monday, 26 February 2018 10:15

Já conhece o website “Comunicar ao Consumidor”?

Esta plataforma disponibiliza gratuitamente ao agente económico os dísticos de informação ao consumidor necessários ao exercício da sua atividade. A utilização desta plataforma é muito simples:

1 - Identifique o seu tipo de estabelecimento.

2 - Preencha a informação dos vários dísticos (obrigatórios e facultativos) que lhe forem sugeridos.

3 - Construa o seu painel e edite a disposição dos vários dísticos à sua escolha.

4 - Proceda à impressão do painel à escala de 100% ou disponibilize permanentemente o painel em formato eletrónico.

5 - Afixe o painel gerado de forma visível e legível no seu estabelecimento.

Esta plataforma não dispensa o agente económico de se certificar que está em cumprimento da legislação em vigor.

Clique aqui para aceder à página.

Fonte: Qualfood

Já se pode comer carne picada?

  • Friday, 23 February 2018 12:49

Um ano depois do alerta feito pela DECO e pelo Governo sobre a segurança na venda da carne picada, a TSF foi perceber se o consumo da carne se mantém e se já é seguro.

Almôndegas, bolonhesa ou lasanha são alguns dos pratos que destacam um produto: a carne picada. No entanto, foram encontradas bactérias nocivas e produtos químicos na carne. A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) fez o alerta de forma a sensibilizar as pessoas para o problema.

Renato Costa trabalha num talho na avenida mais agitada de Lisboa. É um dos estabelecimentos mais movimentados da cidade, e isso não mudou depois de terem sido encontrados problemas com a carne picada. "As pessoas não se assustaram na hora de comprar, continuam a ter confiança nos sítios onde vão. Se calhar ao princípio tremeram um bocadinho, mas nada de grave", explica Renato.

A compra da carne picada neste talho não teve quaisquer quebras, "hoje em dia os jovens preferem a carne picada, acho que a carne picada está na moda".

André Grilo tem 25 anos e come carne picada muitas vezes por semana, admite que não olha para os rótulos com a devida atenção, mas já se questionou várias vezes sobre as condições de higiene do que está a comprar. "Há um outro ponto que me preocupa, nomeadamente a nível de como é que a carne é preparada antes de a embalar. Será que foram cumpridos todos os requisitos de limpeza da máquina? Lavaram a máquina?", questiona o jovem.

Olívia Fernandes tem a janela de sua casa voltada para o talho onde trabalha Renato Costa, no entanto, aos 72 anos, nunca foi comprar carne picada. "É carne só com porcarias, a gente não consegue saber se é carne de vaca, se de porco, se aves", diz com indignação.

O mau estado da carne picada pode ter consequências muito graves na saúde. Náuseas, dificuldades respiratórias, dores de cabeça são alguns dos problemas mais conhecidos."O consumidor tem de ser mais informado na altura da compra. Tem de saber o que está a comprar", explica a engenheira da DECO, Dulce Ricardo. "É importante ter isto em atenção, os sulfitos são um produto altamente alérgico para algumas pessoas e o consumo pode estar a pô-las em perigo". A DECO e o Governo chamaram a atenção para o problema, mas Dulce Ricardo afirma que quem compra a carne tem de ser mais responsável.

A Direção-Geral de Saúde (DGS) também mostra preocupação com a alimentação em geral, e em particular com o consumo da carne picada. Nas palavras do diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS, Pedro Graça esclarece que é preciso higiene quando se cozinha este tipo de carne: "É preciso lavar os utensílios que vamos usar para cozinhar. Cortar, por exemplo, a pele do frango que geralmente é um depósito grande de contaminação microbiológico, e a seguir cortar com a mesma faca a carne [picada] para fazer um hambúrguer aumenta o risco de contaminação se essa carne não for logo confecionada."

Se para a DECO todos os cuidados são poucos, o Inspetor-Geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar, afirma que "a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica está a acompanhar de perto esta área, as fiscalizações são regulares".

Não vender carne picada é uma medida drástica. Pedro Portugal Gaspar aconselha os consumidores a serem informados relativamente a tudo o que compram. "A ASAE está a fazer o seu trabalho, por isso resta-me desejar bom proveito e façam muitas receitas", acrescenta.

Fonte: TSF

A lei que permite a entrada de animais em estabelecimentos comerciais está a gerar polémica mesmo antes de entrar em vigor. Os restaurantes temem conflitos com os clientes e receiam ser penalizados pela ASAE por falta de higiene. Os deputados alegam que ninguém é obrigado a deixar entrar animais e alguns até admitem que preferem frequentar restaurantes sem cães ou gatos, apesar de terem votado a favor.

A legislação que permite a entrada de animais em restaurantes entrará em vigor em maio se for promulgada pelo Presidente da República. A decisão de aceitar ou não animais de companhia ficará nas mãos dos donos dos restaurantes. Os proprietários vão também decidir quantos animais podem permanecer em simultâneo dentro do estabelecimento. A lei apenas define que deve ser garantido o “normal funcionamento” do espaço comercial.

Os proprietários podem recusar o “acesso ou a permanência aos animais que, pelas suas características, comportamentos, eventual doença ou falta de higiene, perturbem o normal funcionamento do estabelecimento”. A presença de animais de companhia nestes espaços tem regras. Não podem circular livremente e está “totalmente impedida a sua permanência nas zonas de serviço e junto aos locais onde estão expostos alimentos para venda”. A lei estabelece ainda que “devem permanecer nos estabelecimentos com trela curta ou devidamente acondicionados”.

O que faz a ASAE?

A Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) considera que a nova lei “é muito pouco clara” e está a “aconselhar os estabelecimentos a não aderirem a este tipo de iniciativa até que tudo esteja clarificado”.

Filomena Diegues defende, em declarações ao i, que é preciso clarificar, por exemplo, como é que a ASAE [Autoridade de Segurança Alimentar e Económica] vai encarar a presença de animais nos restaurantes. “Temos grandes responsabilidades a nível de saúde pública. Queremos saber qual vai ser a posição da ASAE perante estas situações. Vai considerar normal este tipo de acontecimentos? A ASAE, hoje, se encontrar o pelo de um cão, considera uma falta de higiene.”

A responsável da AHRESP lamenta ainda que a lei deixe nas mãos dos proprietários “o número de animais que podem permanecer no estabelecimento” e não defina quais são as “espécies” com direito a fazer companhia ao seu dono. “É muito ambígua. Deve ser clarificada pelos deputados.”

Críticas injustas

A lei foi aprovada por unanimidade no parlamento. O coordenador do PS na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, Luís Testa, não compreende as críticas porque os restaurantes têm a liberdade de optar. “As críticas que são feitas dão a entender que passou a ser possível, a partir de agora, entrar com animais em todos os espaços de restauração. Isso não é verdade”, diz o deputado do PS, admitindo que a maioria dos restaurantes continuarão a não aceitar animais.

Também a deputada Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista Os Verdes, argumenta que “está totalmente no critério” do proprietário definir quais os animais que podem ou não entrar. “O proprietário, em função, por exemplo, do porte do animal, pode determinar que há um determinado cão que não entra. Se um animal tem um comportamento que pode incomodar ou ameaçar as pessoas que estão dentro do estabelecimento, o proprietário tem a liberdade de definir que não pode estar lá dentro”, diz.

Apesar de todos os partidos terem apoiado a lei, alguns deputados admitem que preferem restaurantes sem animais.

O socialista Fernando Jesus garante que não vai entrar em restaurantes com animais. “Há sítios próprios para os animais. Não acho adequado. A minha esperança é que haja poucos restaurantes a aderir.”

Nuno Serra, deputado do PSD, também não tenciona aderir a estes espaços. “Não faz sentido. Penso, desde o início, que não faz sentido nenhum estarem animais num espaço público e fechado onde as pessoas se alimentam. É preciso preservar as condições de higiene.” Serra admite que vai “resistir a partilhar a refeição com cães ou gatos”, porque “cada um deve estar no seu sítio”.

Fonte: Sol

As autoridades espanholas informaram , no passado dia 19 de Fevereiro, as organizações agrárias e cooperativas da Comunidade Valenciana da aparição de um sexto foco de Xylella fastidiosa na província de Alicante, e de novo apenas em amendoeiras. A a solução avançada passa pelo arranque de 35.000 árvores, ou seja, 25% do cultivo.

As análises positivas à doença que começou por dizimar olivais encontram-se dentro da actual zona demarcada, são da mesma sub-espécie múltiplex e voltam a aparecer em plantações adultas de amendoeiras. Detectaram-se 47 parcelas com amendoeiras infectadas em Alcalalí, Altea, Balones, Benigembla, Benimassot, Benissa, Calp, Facheca, Gata de Gorgos, Llíber, Parcent, Quatretondeta, Senija, Tàrbena, Vall d’Alcalà e Xaló.

Análises

As autoridades informaram os agricultores de que na Comunidade Valenciana, para a análise de Xylella fastidiosa se tiveram em conta, no total, 11.784 amostras, com 5.887 resultados negativos e 176 positivos, procedentes de 153 parcelas de cultivo de amendoeira, as restantes estão pendentes de resultados.

Das 11.784 amostras, 2.911 são provenientes de viveiros e/ou centros de jardinagem, 7.680 de plantações regulares, 828 do meio natural e outros, e 365 de parques e jardins.

Agricultores contra

As associações de agricultores já reagiram dizendo que o Ministério da Agricultura está a actuar “como uma galinha sem cabeça” na sua luta contra a Xylella, ao mesmo tempo que criticam que arrancar 35.000 amendoeiras não vai acabar com a praga e sim com 25% da cultura naquela província espanhola.

Os agricultores queixam-se de que não se podem arrancar 35.000 árvores sem se saber o verdadeiro alcance da praga, uma vez que de 12.000 amostras não se chegaram a analisar sequer 8.000, e afirmam que a bactéria está localizada.

Fonte: Agroportal

Catálogo Nacional de Variedades 2018

  • Thursday, 22 February 2018 11:28

Encontra-se disponível a edição atualizada do Catálogo Nacional de Variedades. Poderão ser consultadas as variedades de espécies agrícolas e hortícolas inscritas em Portugal, incluindo 63 novas variedades de espécies agrícolas e de espécies hortícolas.

Todas as variedades de espécies comunitárias constantes no Catálogo nacional de Variedades farão parte integrante do Catálogo Comum de Variedades, possibilitando desta forma a sua comercialização em todo o território da União Europeia.

Fonte: DGAV

Informação sobre acção de formação de legislação alimentar. Inscreva-se e acrescente valor aplicável à sua atividade.

1. ENQUADRAMENTO

A legislação alimentar visa garantir, por um lado, um elevado nível de proteção da saúde e dos interesses do consumidor e por outro a competitividade das empresas e a promoção da livre circulação de produtos alimentares dentro da comunidade europeia. Os mecanismos instituídos na UE para atingir este objetivo baseiam-se na simplificação e harmonização do direito alimentar, no reconhecimento mútuo e na harmonização técnica, áreas temáticas da presente ação de formação.

2. OBJETIVOS

No final da formação os formandos serão capazes de:

- Distinguir entre legislação e normalização, objetivos, campos de aplicação e entidades emissoras

- Conhecer os princípios orientadores da legislação alimentar e sua evolução

- Conhecer a estrutura da legislação europeia e principais tipos de documentos;

- Conhecer a estrutura da legislação nacional e principais tipos de documentos;

- Saber consultar a legislação em vigor através dos portais do Diário da Republica, Eur-lex

- Conhecer os princípios e objetivos da normalização

- Saber consultar através da Internet os catálogos de normas mais importantes.

3. DESTINATÁRIOS

Quadros das empresas agroalimentares com responsabilidade na área da Qualidade e Segurança Alimentar, consultores e auditores. Outros profissionais com interesse no desenvolvimento de competências específicas nesta área

4. FORMADORA

Betina Pires Cristóvão

Licenciada em Microbiologia pela ESB/UCP (2002).

Desde 2012- desempenha funções de gestão das áreas de Inovação Alimentar e da Base de Dados –

QUALFOOD, na empresa IDQ - Inovação, Desenvolvimento e Qualidade, Lda.

Gestora da Base de Dados de Segurança Alimentar –​ ​QUALFOOD, desde 2010.

Desde 2005 que desempenha uma atividade de consultora, auditora e formadora nas áreas da qualidade e

segurança alimentar em diversas empresas de formação e instituições de ensino superior.

5. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

- Legislação alimentar: princípios, âmbito, definição e destinatários

- Estrutura da legislação europeia

- Estrutura da legislação portuguesa

- Principais etapas da evolução da legislação alimentar na UE: Do prado ao prato. Análise de legislação

- Acesso à legislação

- Definição de norma. Objetivos da normalização. Normas internacionais gerais, Internacionais sectoriais, Europeias, Nacionais. Relações CEN/ISO

- Realização de trabalho prático de análise de legislação.

6. DATA E LOCAL DE REALIZAÇÃO

DATA: ​20 de Ma​rç​o de 201​8

DURAÇÃO: ​8 h (9:​00 h às 13:00 e das 14:00 h às 1​8:​0​0 h)

LOCAL: Instalações da ​IDQ - Av. da Boavista, nº 1588 5º piso Sala 340

4100-115 Porto

7. INSCRIÇÃO

​85 €/ pessoa. Data limite ​15/0​3​/201​8​

Para mais informações contactem-nos por email: This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.

Com o objetivo de ajudar os operadores do setor alimentar, as empresas de consultoria alimentar e as entidades públicas que intervêm nos licenciamentos, a DGAV elaborou um GUIA DE ORIENTAÇÃO sobre a aprovação dos estabelecimentos do setor alimentar.

A DGAV divulgou também uma ÁRVORE DE DECISÃO que esquematiza os princípios e regras aplicáveis à aprovação dos estabelecimentos. Esta árvore de decisão também está integrada no Guia, mas desta forma pode ser visualizada ou impressa numa folha única.

O âmbito deste guia não abrange os estabelecimentos de subprodutos animais e produtos derivados e os estabelecimentos do setor dos alimentos para animais.

 

A aprovação dos estabelecimentos decorre, salvo casos excecionais, no âmbito dos procedimentos de licenciamento aplicáveis ao exercício das atividades económicas, estabelecidos, nomeadamente, no SIR – Sistema de Indústria Responsável, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 169/2012, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2015 e no RJACSR – Regime Jurídico de Acesso e Exercício das Atividades de Comércio, Serviços e Restauração, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 10/2015.

A interpretação e aplicação das normas constantes da legislação alimentar comunitária em matéria de aprovação de estabelecimentos e a sua articulação com as normas do direito português estabelecidas nos diplomas mencionados colocam frequentes dúvidas a todos os intervenientes neste âmbito, nomeadamente aos próprios colaboradores da DGAV, às outras entidades públicas que intervêm nos licenciamentos, aos operadores do setor alimentar e aos profissionais que exercem atividades relacionadas com o setor alimentar.

Este documento não se limita a reunir as posições que a DGAV tem assumido até ao presente, pois estabelece algumas posições inovadoras, sobre matérias em que até ao momento não houve posições formalmente estabelecidas. Como exemplo mais relevante, destaca-se a questão abrangida no n.º 8 do Guia – Termos e limites da aprovação, em que se assume que no âmbito das atividades aprovadas no estabelecimento, os operadores económicos podem introduzir novos processos tecnológicos sem necessidade de haver aprovação prévia da DGAV, mas devendo informar a DGAV sobre essas alterações.

No documento são abordados diversos aspetos relativos à aprovação dos estabelecimentos, tais como:

- Relação entre licenciamento e aprovação;

- Número de Controlo Veterinário;

- Estabelecimentos e atividades abrangidos pela aprovação;

- Flexibilidade;

- Termos e limites da aprovação;

- Aprovação condicional;

- Relação entre as atividades aprovadas e as CAE.

- São também analisadas vários casos especiais, tais como o fornecimento do consumidor final, as cozinhas centrais, os estabelecimentos retalhistas com secções acessórias, as pastelarias, as melarias, os navios-fábrica e navios-congeladores, entre outros.

Fonte: DGAV

Uma investigação científica concluiu que a presença de sucos libertados pela carne promove a formação de biofilmes bacterianos. Quando diferentes espécies bacterianas relevantes para a segurança alimentar foram cultivadas em sucos de carne de porco, verificou-se que havia um maior crescimento de Listeria monocytogenes comparativamente às outras espécies de Salmonella enterica e Staphylococcus aureus, havendo competição entre as três.

Quais as aplicações práticas deste estudo?

Deverá ser importante investigar a formação de biofilmes de Listeria monocytogenes nas superfícies de plástico onde possam surgir sucos de carne (porco, vaca e frango), assim como as interações entre as diferentes espécies bacterianas formadoras de biofilmes. O estudo efetuado em sucos de carne foi realizado com o intuito de simular as condições de um ambiente de processamento de carne, de forma a promover mais investigação que permita que a indústria esteja atenta à manipulação de carne de porco crua.

Fonte: kswfoodmicro.com

Cabrito - Uma carne a (re)descobrir

  • Tuesday, 20 February 2018 10:52

As raças autóctones de origem animal têm proveniências bem definidas e características únicas que fazem delas raças adaptadas à sua região e função. Possuem habitualmente as designações DOP (Denominação de Origem Protegida) e IGP (Indicação Geográfica Protegida) que garantem a sua autenticidade e qualidade. Em Portugal existem mais de três dezenas de raças autóctones de bovinos, ovinos, caprinos, suínos e equinos. Estas espécies têm características de únicas que fazem delas uma “carne de excelência”.

Defendemos que devemos reduzir o consumo de carne em quantidade, bastando uma refeição de peixe ou carne por dia. Consumir a mais não é necessário do ponto de vista nutricional e causa um grande impacto ambiental. Mas se devemos reduzir a quantidade diária de carne ou peixe, podemos investir na sua qualidade e num tipo de consumo mais ocasional que garanta sabor, qualidade nutricional e também que proteja a nossa agricultura, os nossos agricultores e o nosso património genético e paisagístico.

Muitas destas raças autóctones estiveram próximas do desaparecimento, mas, através de um trabalho apurado de entidades oficiais e de produtores foi possível recuperar os efetivos. No entanto, a manutenção deste património passa também pela criação de condições de autossustentabilidade, ou seja, a valorização da carne e do seu consumo. Razões mais do que suficientes para darmos a conhecer as “Raças autóctones de Portugal” e como iremos ver mais à frente, o cabrito teria de iniciar esta série de textos.

Existem diferentes raças autóctones de cabrito em Portugal. O Cabrito Transmontano DOP, o Cabrito Charnequeiro, o Cabrito da Beira IGP, o Cabrito da Gralheira IGP, o Cabrito das Terras Altas do Minho IGP, o Cabrito de Barroso IGP e o Cabrito do Alentejo IGP. Todas estas variedades têm um papel importante no equilíbrio dos ecossistemas e na fixação das populações. Estas raças são criadas essencialmente em zonas do interior, com pouca população, inseridas em sistemas de produção equilibrados, sustentáveis e ecológicos e são importantes para a fixação das populações nas zonas mais desfavorecidas do mundo rural. A gestão destes recursos genéticos e a manutenção das características dos animais é da responsabilidade do Estado Português, em estreita colaboração e parceria com as Associações de Criadores, de forma a garantir eficazmente a sua conservação

Os países do mediterrânico e em particular as regiões mais secas do Sul sempre dependeram dos rebanhos de cabras e ovelhas para sobreviver. Carne, leite e lã e a possibilidade de mobilizar o rebanho para onde existia pasto e água, fizeram destes animais um dos grandes fornecedores de nutrientes, em particular de proteínas, presente na Dieta Mediterrânica. Que hoje ainda se celebra, nos nossos queijos mais saborosos e tradicionais, todos de leite de ovelha ou cabra, ou sua mistura. Ou na enorme tradição do consumo de carne de cabrito, em particular em ocasiões especiais. Como a Páscoa que agora se aproxima.

O cabrito transformou-se assim num dos maiores símbolos da gastronomia nacional, existindo receitas distintas de norte a sul do país. Do ponto de vista alimentar e nutricional vale a pena conhecer um pouco melhor a carne de cabrito.

ASPETOS NUTRICIONAIS

A carne de cabrito é uma carne vermelha, à semelhança das carnes de porco e de vaca, contudo, do pondo de vista nutricional, apresenta um menor valor energético e um menor teor de lípidos (incluindo ácidos gordos saturados e colesterol) comparativamente às restantes carnes do grupo.

Quando comparados os valores nutricionais com os valores das carnes brancas, o cabrito apresenta uma densidade energética e teor lipídico (incluindo ácidos gordos saturados) semelhantes aos da carne de coelho. Quando comparado com a carne de pato, o cabrito apresenta um teor de gordura total e saturada substancialmente inferior. Salienta-se ainda que estes valores nutricionais são inferiores nas carnes de frango e peru, pelo que o seu consumo no quotidiano deve ser privilegiado.

Trata-se de um alimento rico em proteína de elevada qualidade sendo, deste modo, completa pois contém todos os aminoácidos essenciais. O seu elevado teor proteico contribui para o crescimento e manutenção da massa muscular e para a manutenção da massa óssea. O cabrito contem ainda uma quantidade significativa de vitamina B12 (inexistente nos produtos de origem vegetal) que apresenta vários benefícios para o organismo, dos quais se destacam o normal funcionamento do sistema nervoso e imunitário e a redução do cansaço e fadiga. Esta vitamina possui, ainda, um papel essencial na formação das células sanguíneas, na síntese de ADN e na manutenção da integridade da mielina das células nervosas.

Por ser uma carne jovem poderá apresentar uma quantidade significativa de purinas associadas à formação de ácido úrico, por isso, se apresenta condições clínicas associadas à acumulação deste ácido, como a gota e hiperuricemia, deverá limitar ou até mesmo evitar esta carne em particular.

COMO CONFECIONAR

Em Portugal o cabrito está associado a épocas festivas nas quais se inclui a Páscoa. Apesar do método de confeção de eleição ser assado, é comum ainda encontrar o cabrito grelhado, guisado ou estufado como parte da nossa gastronomia. O cabrito assado é tradicionalmente acompanhado com batata, devendo ter-se em atenção o tipo de gordura utilizada, privilegiando o azeite em quantidades moderadas em detrimento de outras como os óleos e a banha.

Para reduzir a quantidade de gordura do cabrito assado procure retirar sempre a gordura visível da carne antes da confeção. Procure fazer uma marinada na véspera para que a carne obtenha um sabor mais apurado utilizando vinho, cebola, alho, ervas aromáticas e especiarias a gosto. No próprio dia coloque a carne na assadeira e regue com um fio de azeite e com a marinada preparada. Após a confeção retire a carne e batatas (se for o caso) do molho uma vez que este contém a maior parte da gordura.

Uma marinada com cerveja ou vinho poderá ser útil para prevenir parcialmente a formação de Aminas Aromáticas Heterocíclicas (AAH). Estas substâncias potencialmente carcinogéneas são formadas nos alimentos ricos em proteínas depois de submetidos a temperaturas elevadas (180ºC – 300ºC). Outra forma de proteger as carnes ou o pescado é aquecendo previamente o forno, a cerca de 200ºC para que o alimento forme uma barreira protetora, reduzindo depois a temperatura do forno para cerca de 180ºC com a qual se deve assar. Para acompanhar os assados deve ainda privilegiar-se o consumo de alimentos ricos em substâncias com capacidade antioxidante tais como, hortícolas (salada, legumes) e frutos que possuem compostos fenólicos, que podem reduzir os efeitos das aminas aromáticas heterocíclicas. Estes cuidados, bem como a eliminação das peles ou partes queimadas permitem um consumo mais seguro deste saboroso e tradicional modo de confeção.

Em conclusão, o cabrito é um alimento com uma interessante composição nutricional, quando comparado com outros alimentos do mesmo grupo, podendo ser uma opção saudável a incluir de uma forma equilibrada nesta época festiva. Ao escolher uma variedade autóctone nacional estará ainda a contribuir para manter vivo o património genético, o nosso mundo rural e evitar a desertificação do interior.

Fonte: Nutrimento