A Estação de Avisos Agrícolas de Castelo Branco acaba de divulgar a Circular nº3/2018 de 8 de Março, na qual alerta para os perigos de doenças, designadamente de lepra nos pessegueiros, crivado, cilindrosporiose e moniliose nas cerejeiras e moniliose nas ameixeiras e amendoeiras.
Segundo o documento, as condições meteorológicas de chuva e temperaturas suaves são favoráveis para o desenvolvimento da lepra dos pessegueiros. Os pessegueiros são muito susceptíveis à lepra a partir do abrolhamento dos gomos foliares.
A Estação de Avisos Agrícolas de Castelo Branco aconselha tratamento preventivo contra esta doença com um dos produtos homologados. Após o abrolhamento não devem ser aplicados produtos à base de cobre devido ao risco de fitotoxicidade.
Cerejeiras
A circular aconselha o agricultor a acompanhar a evolução do estado fenológico da cultura de cerejeiras na sua parcela. Deve prevenir o aparecimento do crivado, cilindrosporiose e moniliose com um produto homologado.
No entanto, a partir do estado fenológico (C) botões visíveis, por risco de fitotoxicidade, não deve aplicar produtos cúpricos.
Ameixeiras e amendoeiras
Adianta o documento que nas ameixeiras e amendoeiras, o período de floração é uma fase de risco de infecção com moniliose, sobretudo se ocorrerem períodos de chuva persistente e de humidade relativa do ar elevada. À queda das pétalas deverá efectuar um tratamento com um produto homologado.
Psila da pereira
Quanto à psila da pereira, alerta a Circular que o combate é dificultado pela sobreposição de gerações por isso, é muito importante, reduzir as suas populações de Inverno.
No período invernal deverá efectuar a observação visual de 100 ramos aleatoriamente, de forma a registar se os adultos hibernantes presentes no pomar atingem o nível económico de ataque (5% ramos com adultos).
Quando efectuar tratamento, este deve realizar‐se em dias com sol, sem vento e temperaturas suaves.
Olho de Pavão do olival
A Estação de Avisos dedica-se ainda ao Olho de Pavão do olival, referindo que esta doença pode causar intensas desfoliações com consequências na diferenciação floral. No final do Inverno e início da Primavera é o período mais adequado para realizar um tratamento preventivo contra esta doença.
Manutenção do solo da vinha
Já na vinha, refere a Circular que a aplicação de herbicidas deve ser limitada à zona da linha das videiras, deixando nas bordaduras das parcelas uma zona com cobertura vegetal para evitar que, através do escorrimento, os resíduos dos herbicidas contaminem as águas superficiais.
Pode consultar a Circular nº3/2018 de 8 de Março aqui.
Fonte: Agroportal
Bruxelas congratula-se com medidas na área da promoção da saúde e prevenção da doença em geral. Comissão Europeia Bruxelas destaca medidas como a tributação das bebidas açucaradas, cujo impacto, diz o Governo, se traduziu na redução do consumo de açúcar, além de levar a indústria a produzir bebidas com menos açúcar.
Os portugueses consumiram menos 5.600 toneladas de açúcar no último ano, devido à taxa das bebidas açucaradas. O número é avançado pelo Ministério da Saúde, que dá conta que está a discutir com a indústria e a distribuição a reformulação de produtos alimentares com vista à redução dos teores de sal e açúcar. Bruxelas elogia Portugal na promoção da saúde e prevenção da doença em geral, destacando o exemplo da tributação do açúcar.
Dois meses depois da Organização Mundial de Saúde (OMS), é agora a Comissão Europeia a reconhecer o conjunto de iniciativas que têm vindo a ser adotadas pelo Ministério da Saúde, no âmbito da promoção da saúde e prevenção da doença. Entre as quais está a tributação do açúcar cujos resultados superaram as melhores expectativas do Governo, levando a uma redução do consumo calculada em 5.600 toneladas de açúcar, revela um comunicado do ministério da Saúde que dá conta de uma carta endereçada ao secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, onde são feitos os elogios.
O responsável da Comissão Europeia pela área da Saúde Pública, John F. Ryan, destaca, com “apreço”, as políticas vanguardistas que o Governo português tem implementado na área da saúde pública e prevenção da doença em geral. É ainda dado “destaque positivo” à atuação nos campos da nutrição e atividade física.
Depois da implementação de medidas como a tributação das bebidas açucaradas ou a alteração da disponibilidade alimentar nas instituições do SNS, o responsável da Comissão Europeia vem sublinhar que Portugal adotou e implementou políticas, em benefício dos cidadãos, “fortemente suportadas pela evidência científica” e identificadas pela OMS.
De facto, segundo o Executivo, os resultados da tributação sobre as bebidas açucaradas superaram as melhores expectativas do Governo, levando à redução para metade do consumo das bebidas mais açucaradas (com mais de oito gramas por 100 mililitros). Além de se traduzir num encaixe de 80 milhões de euros para o pagamento das dívidas do Serviço Nacional da Saúde (SNS) e de levar a indústria a produzir bebidas com menos açúcar.
O aplauso de Bruxelas surge numa altura em que o Governo já sinalizou que o objetivo de tornar a alimentação dos portugueses mais saudável vai agora ser retomado através de um acordo que o Ministério da Saúde está a preparar com a indústria agroalimentar, com vista à reformulação de produtos.
Alimentos como cereais, refrigerantes, batatas fritas, sopas prontas a consumir, bolachas, iogurtes, leite com chocolate ou tostas deverão ser reformulados no seguimento deste acordo, explicou Fernando Araújo, adiantando que no acordo ficarão definidas as responsabilidades das partes que, no caso da indústria, será produzir alimentos com menos quantidades de sal e açúcar.
Fonte: ANILACT
Os consumidores apresentaram no ano passado 373.331 queixas no Livro de Reclamações, mais 15% face a 2016, incluindo as registadas por via electrónica, que passaram a estar disponíveis só em Julho, revelam dados do Ministério da Economia.
Tendo em conta apenas as reclamações apresentadas em papel, que abrangem 22 entidades reguladoras e mais de 100 sectores da economia, o crescimento do número de reclamações foi de 8% face a 2016, para 350.324 queixas, mostra o balanço de 2017 a que a Lusa teve acesso.
Este número tem vindo a crescer gradualmente: nos últimos três anos, o número de reclamações no livro físico cresceu 21% em 2015, 7% em 2016 e 8% em 2017.
Já na versão electrónica, disponível desde 1 de julho de 2017 e até 31 de Dezembro de 2017, registaram-se um total de 23.007 reclamações.
Segundo o secretário de Estado Adjunto e do Comércio, Paulo Alexandre Ferreira, a evolução “reflecte uma tendência de os consumidores estarem mais conscientes dos seus direitos e da forma como os podem exercer”.
Além disso, tal como no ano passado, o crescimento do número de reclamações “decorre do aumento do número de transacções relacionadas com o bom estado da nossa situação económica”, acrescentou o governante em declarações à Lusa.
Para Paulo Alexandre Ferreira, o acesso ao Livro de Reclamações ‘online’ a partir de Julho permitiu ainda “um maior acesso” ao direito dos consumidores a reclamarem.
“Antes do surgimento da versão electrónica poderia haver um conjunto de consumidores que por indisponibilidade de tempo ou por incapacidade de se deslocarem à loja física, não reclamavam havendo matéria para o fazer”, afirmou o secretário de Estado.
Os dados mostram que, em papel, a entidade de controlo de mercado que mais reclamações recebe continua a ser a ASAE, com 171.183 queixas em 2017, mais 12.972 do que em 2016, visto ser a entidade que abrange o maior número de sectores de actividade.
Segue-se a ANACOM, regulador das telecomunicações, com 60.040 reclamações, mais 5.900 do que em 2016, sem contar com as 17.303 efectuadas no livro de reclamações electrónico. Já a Entidade Reguladora da Saúde registou 58.149 reclamações em papel no ano passado (apenas mais 166 do que em 2016), enquanto a AMT -- Autoridade da Mobilidade e dos Transportes recebeu 16 mil (mais 1.429 face a 2016) e a ERSE, regulador da energia, 11.660 (mais 89 do que em 2016, sem contar com as 4.983 reclamações electrónicas).
Os dados mostram ainda que a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) registou 9.425 reclamações (mais 50% do que no ano anterior) e o Banco de Portugal 9.002 queixas (mais 10% do que em 2016).
Por sua vez, o livro de reclamações electrónico está disponível apenas para os serviços públicos essenciais, ou seja, para as comunicações electrónicas e serviços postais (ANACOM), energia (ERSE) e águas e resíduos (ERSAR).
Paulo Alexandre Ferreira adiantou que, “a partir de 1 de Julho, cumprindo o que está previsto na lei, o livro electrónico será alargado a outros sectores de actividade fiscalizados pela ASAE”. Porém, o governante não quis revelar quais as novas actividades abrangidas.
O governante admitiu que há a percepção de que, por vezes, os consumidores não reclamam por considerarem que a sua queixa não terá a devida consequência e lembrou que para ultrapassar esta situação o Governo está “a trabalhar na reformulação dos procedimentos com o digital”.
O secretário de Estado lembrou que para incentivar o recurso a este meio de reclamação electrónico foi estabelecido na lei um prazo de 15 dias para o operador económico se pronunciar sobre o objecto da queixa do consumidor, “algo que não existe em papel”.
“Isso serve de incentivo para haver um desvio positivo das reclamações em papel para as electrónicas quando isso é possível, para os sectores em causa”, acrescentou.
Segundo Paulo Alexandre Ferreira, “o facto de a reclamação ser elaborada na versão electrónica significa um maior controlo por parte das entidades reguladoras relativamente ao que são os ‘timings’ legais durante os quais o operador económico deve responder e um maior acompanhamento na qualidade dessa resposta”.
No caso da ASAE, é de esperar um acréscimo nos números de queixas dos consumidores, com a inclusão da entidade no livro de reclamações electrónico a partir de Julho de 2018.
Para já, o livro de reclamações electrónico está disponível apenas para os sectores das águas e resíduos (ERSAR), telecomunicações e serviços postais (ANACOM) e energia (ERSE).
Na energia, o livro de reclamações electrónico teve um peso de 30% sobre o total das reclamações apresentadas em 2017, em apenas seis meses de actividade. Nos serviços postais o peso no total foi de 22%, enquanto nas águas atingiu 15%.
Durante os seis meses de existência, o livro de reclamações electrónico contou com quase meio milhão de visualizações (467.876).
Outra das novidades da versão ‘online’ é que permite, além das reclamações, que os consumidores façam “pedidos de informação” que, totalizaram 2.298 no mesmo período.
Fonte: Dnotícias.pt
Através de uma simples análise química das conchas e dos tecidos dos bivalves, uma equipa de biólogos da Universidade de Aveiro (UA) descobriu ser possível confirmar exatamente a origem geográfica dos organismos comercializados. O teste, de forma rápida, barata e segura, promete facilitar o combate ao comércio ilegal que anualmente coloca no mercado mundial milhões de toneladas de bivalves com risco para a saúde pública. Na Galiza, onde estão alguns dos maiores produtores de bivalves, já estão de olho no ‘detetive’ de bivalves da UA.
“A ferramenta que desenvolvemos utiliza marcadores naturais, comos os elementos químicos ou os ácidos gordos, que estão presentes, respetivamente, nas estruturas calcárias ou nos próprios tecidos dos bivalves, e que registam as alterações ambientais dos ecossistemas em que os organismos vivem até à sua captura”, explica o investigador Ricardo Calado, autor do trabalho juntamente com Fernando Ricardo e Rosário Domingues.
Na posse dessas ‘impressões digitais’ os investigadores do Departamento de Biologia da UA, e consequentemente o sector aquícola e os órgãos fiscalizadores, conseguem perceber se a informação referente ao local de origem indicada pelos diferentes envolvidos na comercialização de bivalves é ou não verdadeira.
Toneladas apanhadas ilegalmente
Os bivalves alimentam-se por filtração de água, podendo por isso acumular microrganismos e toxinas presentes no meio ambiente. Estes, quando em níveis elevados, poderão causar graves intoxicações alimentares. Quando assim acontece, a captura é interditada pelas autoridades sanitárias.
Só em Portugal, alerta Ricardo Calado, “podemos estar a falar de alguns milhares de toneladas de bivalves por ano, nomeadamente ameijoa japonesa e berbigão, que são apanhadas e transacionadas de forma ilegal”.
Assim, determinar a origem geográfica dos bivalves e confirmar se foram ou não apanhados de forma legal é fundamental para salvaguardar a saúde pública e o interesse dos produtores e comerciantes cumpridores. Além disso, refere o biólogo, a ferramenta desenvolvida na UA “permite fazer um melhor controlo da exploração dos stocks de bivalves existentes”. A informação “pode igualmente beneficiar os produtores, uma vez que estes podem diferenciar o seu produto, agregando-lhe um maior valor económico”.
Fonte: i9 Magazine
Oito em cada dez adultos toma sempre o pequeno almoço, 2% nunca o faz e 1,6% toma apenas café ou chá. Estes são alguns dos dados que resultam do estudo sobre ‘Hábitos de pequeno almoço e diferenças na relação com a obesidade abdominal’, feito pela Fundação Espanhola da Nutrição.
Embora a amostra de estudo seja espanhola, o caso é tão grave quanto comum noutros países, dos quais Portugal não fica de fora, com uma alimentação e estilo de vida semelhante à espanhola.
Como preferência para a primeira refeição do dia estão alimentos como leite e outros lacticínios, seguido de cereais. Menos de metade da população tem em atenção a presença de proteína nesta refeição.
Mas a par do pequeno-almoço pouco nutrido, também a sua falta é uma realidade comum, principalmente nos jovens entre os 18 e os 29 anos, sendo o caso mais frequente nos homens.
Como refere Rosa María Ortega, diretora do grupo de investigação responsável pelo presente estudo, o pequeno almoço contribui em muito para a energia de cada indivíduo, representando 16,7% do consumo diário.
Um pequeno almoço rico em proteína, que lhe deixe saciado e evite que coma demasiado nas restantes refeições, é pois um meio de prevenir uma má alimentação ao longo do dia, que se baseia num consumo exagerado de calorias.
Além disso, saltar o pequeno almoço obriga o corpo a ir buscar energia à gordura acumulada, já que não houve ingestão de alimentos que permita ao organismo utilizar a glucose. Tal pode parecer positivo, uma forma de diminuir a gordura corporal como muitos defendem, contudo, quando tal acontece, ao almoçar o corpo já não carece dos nutrientes que ingere, embora sinta fome.
A par do risco de obesidade, os problemas da ausência de pequeno almoço passam por problemas nas artérias e um pequeno almoço completo e equilibrado ajuda a prevenir a diabetes de tipo 2.
Fonte: ANILACT
A contaminação cruzada é um dos principais fatores relacionados com surtos alimentares.
Foi publicado um estudo que analisou a contaminação cruzada de Salmonella enterica serovar Enteritidis entre carne de frango e pepinos, em vários tipos de tábuas de corte (plástico, madeira e vidro) antes e depois de serem lavadas.
Para além disso, avaliou-se também a capacidade desta bactéria formar biofilmes em materiais hidrofóbicos (madeira e plástico) e materiais hidrofílicos (vidro).
No estudo verificou-se que era possível recuperar os isolados bacterianos tanto nas tábuas antes de serem lavadas como nos pepinos manipulados nessas mesmas tábuas, após contacto com a carne de frango.
Na presença de biofilmes, a taxa de recuperação de Salmonela foi 100%, mesmo após a lavagem das tábuas.
A formação de biofilmes foi de 60% nas tábuas de madeira, 40% nas de plástico e 10% nas de vidro, demonstrando que existe maior crescimento bacteriano em materiais hidrofóbicos.
Sendo assim, concluiu-se que as tábuas de corte representam um ponto crítico de contaminação cruzada, particularmente na presença de biofilmes, e que a capacidade da Salmonella Enteritidis formar biofilmes é menor nas tábuas de vidro.
Clique aqui para consultar o artigo científico.
Fonte: Foodworld
Como temos afirmado inúmeras vezes, a saúde é um dos campos onde provavelmente os mitos e as crenças mais se encontram enraizados.
Dentro desta, é a nutrição a área onde as invenções e os erros mais se acumulam. E é uma pena, porque existe excelente evidência científica sobre os aspectos de segurança e risco dos componentes da dieta normal, assim como dos padrões de alimentos para doentes com patologias específicas (diabetes, hipertensão, etc.).
De entre os componentes mais prevalentes da dieta, tem sido o leite (de vaca) alvo de uma série de comentários negativos, que surpreendem até pela sua violência – quase parecendo uma cruzada – claramente desajustada ao problema específico. Aumento do risco de cancro, de diabetes, de fracturas osteoporóticas, de esclerose múltipla e de problemas cardiovasculares são apenas exemplos dos malefícios atribuídos a este componente da dieta.
Mas que evidência científica de boa qualidade e com impacto clínico existe que confirme (ou não) estas convicções?
Em primeiro lugar, é importante reconhecer que, para poder-se estabelecer um nexo de causalidade entre um factor de risco (neste caso a ingestão de leite) e um problema de saúde (seja uma doença, um sintoma, um sinal, etc.) temos de possuir um estudo experimental, em que seleccionámos ao acaso um conjunto de pessoas, dividimo-las aleatoriamente em dois grupos (um bebe leite regularmente e o outro não) e analisamos no tempo os indicadores clínicos que achamos importantes (aumento do cancro, de eventos cardiovasculares, etc.).
Estudos que apenas comparam pessoas que bebem leite com as que não o bebem na sua vida normal (chamados estudos observacionais) são válidos, mas não permitem concluir com a mesma certeza a relação eventualmente encontrada entre o leite e potenciais doenças. Isto porque pode haver outras causas para essas doenças, sintomas, etc. que nada tenham a ver com a ingestão de leite. É importante reconhecer que todos estes estudos – independentemente do tipo - procuram representar, em grupos limitados de doentes (as chamadas amostras), uma realidade potencialmente existente em toda a população de onde aqueles foram seleccionados, já que não é possível estudar toda a gente.
Um dos mitos levantados contra o leite é o da sua potencial relação com o cancro. Que provas existem de esta relação ser verdadeira? Numa revisão sistemática da literatura recentemente publicada (Nutrition Journal 206;15:91) foram analisados 11 estudos incluindo um total de 778.929 doentes procurando determinar se havia alguma relação entre o consumo de produtos lácteos e a mortalidade por causas oncológicas. As conclusões destes investigadores foi que, quer com a ingestão de leite de vaca, quer de iogurte, de queijo ou de manteiga não se verificou qualquer aumento da mortalidade de cancro em ambos os sexos. A única excepção foi um muito ligeiro aumento de cancro da próstata, mas apenas com leite gordo. Baseados nos resultados destes estudos permitem, portanto, afirmar que a ingestão de leite de vaca não influencia em nada o risco de mortalidade global por cancro.
A segunda área da saúde em que o leite tem sido questionado é o da obesidade e risco cardiovascular. Também aqui não se confirmam estas crenças: numa revisão sistemática canadiana incluindo um conjunto de 21 outras revisões – uma espécie de síntese de sínteses (Advances in Nutrition 2016;7:1026-40) - não se detectou qualquer aumento de risco cardiovascular, concluindo os autores que o consumo regular de vários tipos de lacticínios é neutro ou mesmo favorável na saúde do coração.
Curiosamente, uma revisão sistemática da Cochrane (considerada universalmente como a melhor prova científica disponível sobre benefícios e riscos de uma qualquer intervenção) indica uma melhoria marcada no risco cardiovascular com a ingestão da dieta mediterrânica que, como é sabido, é composta por um rácio alto de gorduras monoinsaturadas versus saturadas, ingestão regular de vinho, elevada de legumes, gramíneas, cereais e fruta/vegetais, baixa de carne e significativa de peixe, e consumo moderado de leite e de produtos lácteos (Cochrane Database of Systematic Reviews 2013, Issue 8. Art. No.: CD009825).
Quanto à obesidade, os resultados da ingestão de lacticínios são contraditórios quer se trate de adultos, em que a taxa de obesidade pode aumentar ligeiramente (Ann Epidemiol 2016;26:870-882), quer em crianças, onde parece diminuir (Eur J Clin Nutr 2016;70:414-23).
Portanto, baseados nestes estudos seleccionados pela sua alta qualidade metodológica, não parece justificar-se o receio da ingestão de leite e o risco destas doenças. É ainda importante lembrar que os riscos que temos estado a mencionar são de muito modestas dimensões: no caso do aumento do cancro da próstata por exemplo, o que estamos a falar é centenas de homens beberem leite diariamente para se verificar um cancro a mais durante anos a fio.
Finalmente, e à guisa de lembrança, há que reconhecer que a eliminação de componentes da dieta pode ter consequências negativas, já que podem fazer falta ao desenvolvimento harmonioso nos jovens ou à manutenção de uma boa qualidade de vida nos adultos.
Fonte: Visão
As raças autóctones de origem animal têm proveniências bem definidas e características únicas que fazem delas raças adaptadas à sua região e função. Possuem habitualmente as designações DOP (Denominação de Origem Protegida) e IGP (Indicação Geográfica Protegida) que garantem a sua origem e qualidade. Em Portugal existem mais de três dezenas de raças autóctones de bovinos, ovinos, caprinos, suínos e equinos. Estas espécies têm características de sabor únicas que fazem delas uma “carne de excelência”.
Defendemos a redução do consumo de carne, em quantidade, bastando uma refeição de peixe ou carne por dia. Consumir maiores quantidades não é necessário do ponto de vista nutricional representando, adicionalmente, um grande impacto ambiental. Ao se reduzir a quantidade diária de carne ou peixe, podemos investir na sua qualidade e num tipo de consumo mais ocasional que garanta sabor, qualidade nutricional e também que proteja a nossa agricultura, os nossos agricultores e o nosso património genético e paisagístico.
Muitas destas raças autóctones estiveram próximas do desaparecimento, mas, através de um trabalho apurado de entidades oficiais e de produtores foi possível recuperar os efetivos. No entanto, a manutenção deste património passa também pela criação de condições de autossustentabilidade, ou seja, a valorização da carne e do seu consumo. Razões mais do que suficientes para darmos a conhecer as “Raças autóctones de Portugal”, designadamente o porco bísaro.
Caracterização
De acordo com o recenseamento Geral de Gados no Continente do reino de Portugal (1870), porco bísaro ou o bísaro transmontano ” é o nome que se dá nas províncias do Centro e Norte do reino ao porco esgalgado pernalto e de orelhas pendentes para distinguir do porco roliço e pernicurto do Alentejo. O apelativo Céltico foi empregado por Sanson para exprimir a antiguidade do porco deste tipo que era o único que existia nos povos célticos da antiga Gália.”
A Carne de Bísaro Transmontano / Carne de Porco Transmontano DOP é proveniente de leitões (abatidos até aos 45 dias de vida) ou de machos castrados ou fêmeas (abatidos a partir dos 8 meses) da raça Bísara, criados de modo tradicional. Ou seja, os animais são criados num sistema tradicional, à base de produtos e subprodutos da agricultura local. As explorações têm de ter área suficiente, quer para produzir os alimentos para os animais, quer para parques de recreio e pastagem. Entre outubro e novembro, muitos criadores levam os seus animais para os soutos, aproveitando a castanha caída no chão. A alimentação é diversificada, dependendo das colheitas anuais e tendo por base uma mistura de cereais (normalmente trigo, milho, centeio, aveia) suplementada com hortícolas, fruta diversa, cereais em verde, castanhas, etc.
Características nutricionais
A carne de bísaro é rica em proteína de elevado valor biológico (cerca de 22% do peso) possuindo todos os aminoácidos essenciais na sua constituição. O seu elevado teor proteico contribui para o crescimento e manutenção da massa muscular e para a manutenção da massa óssea. Contém uma quantidade significativa de vitamina B12 (apenas presente nos produtos de origem animal). O défice desta vitamina no nosso organismo pode originar anemia megaloblástica, fadiga, fraqueza, perda de apetite, diminuição da divisão celular e alterações neurológicas, incluindo demência. Relativamente à sua composição em lípidos (gordura) verifica-se que o porco bísaro, quando comparado com o porco de produção industrial, apresenta uma percentagem de gordura intramuscular total superior. Contudo, o porco bísaro possui uma percentagem significativamente menor de ácidos gordos saturados relativamente ao porco de produção industrial e uma maior percentagem de ácidos gordos monoinsaturados. Ou seja, o porco bísaro apresenta um perfil de gordura mais saudável. Para além deste saudável equilíbrio entre ácidos gordos saturados e insaturados, o ácido oleico predomina na gordura do bísaro-, o que pode trazer benefícios para a saúde, dado que este está associado a uma diminuição de LDL (low-density-lipoprotein) e a um aumento de HDL (high-density-lipoprotein). Desta forma, a carne de bísaro torna-se uma interessante opção sob o ponto de vista nutricional, comparativamente à carne de porco de origem industrial.
As fêmeas, de uma forma geral, apresentam uma maior proporção de gordura subcutânea, enquanto que os machos verificam uma maior proporção de músculo. O sexo interfere também com a quantidade de gordura intramuscular, bem como o peso do animal (quanto maior o peso, maior o teor de gordura) e a peça. Quando comparadas as diferentes peças do porco bísaro (lombo, pá e perna), verifica-se que a pá é aquela que detém uma maior quantidade gordura intramuscular, gordura saturada, e menor percentagem de proteína, enquanto que o lombo tem menor quantidade de gordura intramuscular, de gordura saturada, e maior quantidade de proteína. Dentro destas três peças, o lombo parece ser a peça com melhor qualidade nutricional e sensorial pelo seu teor de gordura.
Relativamente ao teor de purinas, o leitão poderá apresentar uma quantidade significativa deste composto, por esta ser uma carne mais jovem. Estas associam-se à formação de ácido úrico, por isso, se apresenta condições clínicas associadas à acumulação deste ácido, como a gota e hiperuricemia, deverá limitar ou até mesmo evitar esta carne em particular.
Como confecionar?
Consoante o tipo de peça em questão, os métodos de confeção mais adequados variam, como é o caso da pá grelhada ou assada, o lombo assado ou a perna assada ou grelhada. Na confeção a quantidade de gordura deve ser minimizada. Deve sempre ser retirada a gordura visível da carne antes da própria confeção e, no caso de assar a peça, deve ser feita uma marinada com vinho ou cerveja, cebola, alho, ervas aromáticas e especiarias a gosto, de preferência na véspera, para que a carne apresente um sabor mais apurado. No dia da confeção regue a peça com a marinada, leve ao forno e, no final da confeção, deve retirar a carne do molho, uma vez que este contém a maior parte da gordura.
Se optar por assar este tipo de carne, deve ter em atenção os cuidados necessários para evitar e/ou reduzir a formação de Aminas Aromáticas Heterocíclicas (AAH). Estes são compostos potencialmente carcinogénicos e formam-se quando o alimento é confecionado a elevadas temperaturas (180ºC-300ºC). Consulte o nosso artigo nesta temática das Raças Autóctones de Portugal, sobre o cabrito, para descobrir as técnicas que permitem um consumo mais seguro deste tipo de confeção.
Concluindo
Esta raça autóctone portuguesa apresenta algumas características alimentares e nutricionais interessantes quando comparado com a carne de porco proveniente de produção industrial, nomeadamente no que diz ao sabor e qualidade da gordura. Ao optar pelo porco bísaro está, também, a promover o património nacional e a preservar a atividade rural do nosso país.
Fonte: Nutrimento
A polícia brasileira deteve esta segunda-feira 10 pessoas envolvidas num esquema de falsificação de pareceres técnicos para a exportação de carne de aves. Uma das maiores empresas do setor deverá ter cometido fraude nos resultados das análises, para vender o produto a destinos como a União Europeia, cujos requisitos sanitários são mais exigentes que os do mercado brasileiro.
Fonte: SIC Notícias
A ASAE apreendeu esta terça-feira mais de 24 toneladas de alimentos num armazém em Alverca, guardados em condições “anormais” e sem cumprir os “requisitos” necessários para que fossem depois vendidos ao público na grande Lisboa.
Através da Unidade Regional do Sul, a ASAE levou a cabo uma fiscalização direcionada especificamente para o complexo de armazéns em Alverca. Os alimentos apreendidos, pré-embalados, produtos secos e de mercearia, encontravam-se num armazém, mas guardados em condições de “anormalidade e com falta de requisitos”, adianta um comunicado divulgado pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.
Entre os alimentos apreendidos estão bolachas, molhos, alguns temperos, massas e gelatinas, acrescenta o mesmo comunicado. Os produtos destinavam-se ao consumo público, sobretudo para fornecimento de restauração e de grandes superfícies, como supermercados e mercearias, da grande Lisboa. O valor da apreensão chega aos 64 mil euros.
A ASAE sublinha também que vai continuar a desenvolver este tipo de ações de fiscalização em todo o território nacional de modo a garantir uma “sã e leal concorrência entre operadores económicos e de forma a garantir a Segurança Alimentar dos produtos”.
Fonte: Observador
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