A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) vai avançar com um projeto-piloto inicialmente na restauração, para premiar as melhores práticas com a atribuição de um selo, avançou à Lusa o inspetor-geral.
“Quando é realizado um ato inspetivo, o operador ou tem uma infração e corre o risco de ter um processo de contraordenação”, referiu Pedro Portugal Gaspar, ou não tem nenhuma prova “de que foi visitado pela ASAE e está tudo bem”.
Para o líder da organização, “a tradição inspetiva é penalizar pela negativa […] e a ideia do selo é dar um incentivo pela positiva”, salientou. Assim, os estabelecimentos em que a ficha de fiscalização, que orienta os inspetores, for cumprida na totalidade terão direito a esta distinção.
Este tipo de medida “já existe no norte da Europa”, disse Pedro Portugal Gaspar e foi divulgado em primeiro lugar no Orçamento do Estado para 2019.
Neste momento, a ASAE conta com 235 funcionários que atuam nas inspeções, com o líder da entidade a não rejeitar um aumento do número de trabalhadores.
Fonte: Economia Online
Não é só nos ginásios que se mostra a febre proteica. Basta uma ida ao supermercado para se reparar no advento de marcas de iogurtes com proteína, e de leite ou de queijo para barrar fortificado com este nutriente. E ainda em barrinhas, bolachas ou cereais com essa alegação no rótulo. Quando se pára no corredor dos suplementos, abre-se então um mundo sem fim, que vai da proteína pura e dura, em pó, à clara de ovo líquida e às limonadas. “Totalmente sem açúcar e sem gordura e perfeita para uma dieta equilibrada, (...) é a forma mais refrescante de ingerir proteína”, lê-se na descrição da bebida.
Esta mania começou a crescer simultaneamente com uma mudança nas instruções internacionais para a quantidade de ingestão proteica. Até há poucos anos, os especialistas defendiam que deveríamos consumir, por dia, 0,8 gramas por cada quilo de peso (para um adulto mediano daria algo como 52 gramas por dia), seguindo as indicações norte-americanas, destinadas a uma população que comia muita carne. Hoje, fala-se em 1,2 gramas. Nos casos mais especiais, esse valor pode atingir os 2,4 gramas por quilo (156 gramas pelas mesmas contas). Não admira, pois, que no Reino Unido se tenha registado, de 2010 a 2015, um aumento de 500% no consumo de produtos anunciados como tendo elevado teor de proteína. Estes ganharam um estatuto idêntico ao da comida baixa em gordura nos anos 1980 ou ao ómega 3 no início do milénio.
No último Inquérito Alimentar Nacional 2015-2016, a investigadora na área da nutrição Carla Lopes registou um consumo de 86 gramas de média diária, com números mais elevados entre os homens e os adolescentes. Ou seja, perfeitamente dentro das diretivas mais recentes.
NÃO HÁ FISCALIZAÇÃO
Para quê, então, esta correria aos corredores dos suplementos que carecem de fiscalização? Ou aos iogurtes fortificados, quando eles, já por si, são ricos em proteína? Porque se trata de mais uma tendência nutricional ditada também pela indústria, que faz despertar algumas dúvidas entre os consumidores. Isabel do Carmo, endocrinologista, elimina-as numa frase: “Não interessa nada ganhar mais músculos à custa da ingestão proteica.” Além disso, como os suplementos alimentares não são fiscalizados pelo Infarmed, como os medicamentos – bastando declarar ao Ministério da Agricultura que estão no mercado –, na realidade ninguém sabe o que levam na sua composição. Só no caso de uma denúncia, a autoridade do medicamento pode intervir e tem meios para o fazer. No entanto, não temos tradição desse tipo de ação e, por isso, não há história de algum processo levantado nesse sentido em relação a suplementos proteicos.
Isabel do Carmo já seguiu três casos de adolescentes que se queixavam de falta de pêlos, desenvolvimento genital comprometido e ausência de barba. Tomavam esse tipo de batidos e a médica, admitindo a presença de androgénios na sua composição, mandou-os fazer análises às hormonas sexuais e detetou uma presença anormal de testosterona. Explica: “Quando são tomados por via oral, esses androgénios vão inibir a sua estimulação natural pela hipófise.”
ENVELHECER MAIS DEPRESSA
A ingestão destes suplementos também pode servir para emagrecer, quando se retiram os hidratos de carbono da equação, e a gordura e as proteínas passam a ser a fonte de energia privilegiada. Mas isto só pode acontecer durante a fase da dieta, depois há que retomar o normal equilíbrio dos nutrientes para manter o peso. Até porque um estudo da Universidade da Finlândia Oriental, que seguiu 2 400 homens de meia-idade durante 22 anos, chegou à conclusão de que um regime baseado em proteínas resulta em 49% de maior risco de o coração falhar. Um paper, proveniente de outro estudo, publicado no ISRN Nutrition, alerta para o facto de uma ingestão elevada de proteína poder ser inútil ou até prejudicial para indivíduos saudáveis, especialmente para os que se autoprescrevem com suplementos. O excesso de proteína, lê-se, “não é usado eficientemente pelo corpo e pode impor uma carga metabólica nos ossos, rins e fígado”.
Não vale a pena passar dos 25 gramas por refeição. É essa a convicção de Cláudia Minderico, nutricionista especialista em Educação Física. “Com proteína a mais, cria-se massa gorda e depois há que secá-la. Além disso, desgasta-se mais o fígado, que faz a transaminação dos aminoácidos, e os rins, que eliminam a ureia.”
É importante registar que não há evidência científica de que, mesmo ingerindo suplementos, um excesso de proteína vá causar doença nos rins, mas quem já a tiver não deve abusar porque pode agravar a lesão. O que acontece é que o organismo envelhece mais depressa. “Os atletas de lazer estão a agir como os de alta competição agiam antigamente, quando as suas carreiras eram muito curtas porque se desgastavam depressa. Hoje, já se sabe que para terem alto rendimento durante mais tempo, o importante é tomarem antioxidantes para combater o caráter naturalmente envelhecedor do exercício.”
DICAS DE PROFISSIONAL
Nada disto significa que a proteína não seja importante. Aliás, ela deve constituir 35% da nossa dieta alimentar, porque sacia, fortalece os ossos, fornece energia sem engordar e, de facto, é um elemento que ajuda à estruturação dos músculos. Nesta sua última função, ela deve ser ingerida na meia hora que se segue ao treino, pois é nessa janela anabólica que a proteína vai desencadear a produção de insulina. E só beneficia se for adicionada a algum hidrato de carbono, para se diminuir a produção de gordura. “Daí que muita gente que toma os suplementos o faça com uma peça de fruta, por exemplo”, nota Cláudia Minderico. São pequenos truques que só um profissional da área pode revelar, caso a caso.
Quando perguntam a Vítor Hugo Teixeira, professor da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto, acerca da necessidade de se complementar uma dieta com suplementos proteicos, responde sempre da mesma forma: “Não são essenciais, mas são úteis e convenientes.” Explica ainda que mais importante do que a quantidade ingerida (esta muito dificilmente estará abaixo do recomendado), é a sua distribuição ao longo do dia, sem estar concentrada apenas ao almoço e ao jantar. “Com os suplementos é fácil suprimir o desequilíbrio natural da ingestão”, refere o também nutricionista num clube de futebol.
No caso de quem pretende emagrecer, os suplementos podem ser um bom aliado para aumentar a carga proteica, perdendo-se peso sem ser à custa da massa muscular e sem aumentar as calorias, fugindo de gorduras ou hidratos de carbono associados. Mas quando se fala de massa muscular, Vítor Hugo Teixeira é perentório: “O exercício físico é o grande determinante. Durante as 24 horas que se seguem a um treino, eleva-se o estado basal e aumenta-se a síntese proteica. Se beber um suplemento, essa síntese só dura três a quatro horas.”
CUIDADOS COM AS CRIANÇAS
Como divergem pouco do leite em pó – a whey, por exemplo, é proteína do soro do leite desidratada –, não existe indicação para se restringir o consumo destas bebidas em idade pediátrica. A prudência dita, no entanto, que nunca se dê a pessoas com menos de 16/18 anos.
OS ALIMENTOS MAIS PROTEICOS
Toda a proteína de que precisamos está disponível na comida. É só saber onde procurá-la nas dez melhores opções
- 100 gramas de peito de frango ou peru: 25 gramas de proteína
- 100 gramas de peixe: 20 gramas de proteína
- 100 gramas de carne vermelha: 20 gramas de proteína
- 1 lata de atum: 19 gramas de proteína
- 100 gramas de camarão: 17 gramas de proteína
- 100 gramas de queijo fresco: 12 gramas de proteína
- 100 gramas de aveia: 11 gramas de proteína
- 100 gramas de lentilhas: 9 gramas de proteína
- 30 gramas de amêndoas: 6 gramas de proteína
- Um ovo grande: 6 gramas de proteína (maior concentração na clara)
Fonte: Visão
A Noruega tornou-se há vários anos na maior indústria de salmão do mundo, mas quer continuar a crescer. O caminho faz-se agora na aquacultura, com o apoio do desenvolvimento da ciência e das tecnologias.
Empreendedores, investidores e cientistas noruegueses procuram a fórmula e as alternativas para tornar as cidades Bergen e Stavanger no grande parque industrial do salmão. De acordo com a Reuters, entre 2013 e 2015, o investimento em pesquisa e desenvolvimento do setor da aquacultura aumentou 30% à medida que as empresas desenvolvem a tecnologia alimentar.
“Os insetos também são parte desta economia circular, onde em vez de mandar fora as coisas, podem ser reutilizadas e recicladas. Potencialmente, podem usar-se os resíduos alimentares domésticos para produzir insetos que serão usados para alimentar peixes: esse era o cenário perfeito”, afirmou Nina Liland, uma das pesquisadoras da Aquafly, empresa que atua na área da aquacultura.
Clique aqui para consultar a foto-reportagem.
Fonte: TVI24
Manifesto em dez pontos defende a necessidade de preservar esta forma de comer que é menos seguida no Sul do país e entre os mais desfavorecidos.
Apesar das campanhas de promoção da Dieta Mediterrânica, em Portugal menos de 10% da população pratica na sua totalidade este tipo de alimentação, que em 2010 foi reconhecida pela UNESCO como Património Imaterial da Humanidade. É sobretudo no Sul e entre as populações mais desfavorecidas que a Dieta Mediterrânica tem menor penetração, indicam dados da Unidade de Investigação EpiDoC da Nova Medical School.
Perante esta constatação, três personalidades ligadas de diferentes formas à Dieta Mediterrânica lançaram um manifesto em dez pontos para a preservação desta em Portugal, alertando para a necessidade de haver políticas pensadas para que mais gente tenha a possibilidade de comer de acordo com os princípios desta dieta.
O documento é assinado por Pedro Graça, nutricionista da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto e director do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direcção Geral de Saúde, Jorge Queiroz, sociólogo que foi membro da delegação de Portugal na inscrição da Dieta na UNESCO, e Graça Bertrand Cabral, antropóloga e técnica superior da Comissão Nacional da UNESCO.
Pedro Graça reconhece que, face ao trabalho de divulgação que tem sido feito nos últimos anos, “esperava-se que houvesse uma maior adesão”. Considera que isso se deve, por um lado, a um modelo de comunicação que chega sobretudo a pessoas que já estão à partida interessadas nessa informação e que, por outro lado, tem sido muito centrado nas vantagens nutricionais de certos produtos ligados à Dieta Mediterrânica, como o azeite.
É importante fazer passar outras ideias, diz. “Uma palavra central é a convivialidade” e esta implica tempo. Daí que o um dos pontos do manifesto diga que “a preservação da Dieta Mediterrânica é a preservação do tempo das famílias para produzir, comprar, cozinhar e estar juntos à mesa”. Este talvez seja, contudo, o ponto em que as políticas públicas menos podem intervir.
Mas há outros que se ligam, por exemplo, à agricultura e ao ambiente, e em que faz sentido pensar em políticas mais concretas: “Preservar a Dieta Mediterrânica é preservar a biodiversidade e a diversidade cultural”; é necessária “a preservação de quem produz localmente e o fortalecimento das economias regionais”; e a Dieta Mediterrânica é “um modo de preservação do planeta onde o sector do ambiente terá uma palavra central”, alerta o manifesto.
Uma das razões, segundo Pedro Graça, para que as populações do Sul estejam ainda mais distantes da Dieta Mediterrânica do que as do resto do país pode ser “a perda de laços com a produção agrícola de forma mais intensa do que a que aconteceu no Norte”. Daí, sublinha, a importância do envolvimento dos Ministérios da Agricultura e do Ambiente, devendo este "ter a Dieta Mediterrânica como tema central e um grande envolvimento na sua promoção”.
As políticas económicas são também chamadas a ter um papel no ponto em que se defende que a preservação da Dieta Mediterrânica “deve possibilitar que todos tenham acesso a ela, independentemente da sua capacidade económica”. “Temos milhares de famílias que recebem apoio alimentar”, lembra Pedro Graça, “esses cabazes podiam integrar produtos da Dieta Mediterrânica, podíamos começar a trabalhar nisso imediatamente.”
Políticas para a famílias
Da mesma forma, é importante que as políticas para a família e a igualdade de género se preocupem com esta questão porque “preservar a Dieta Mediterrânica é reconhecer o trabalho da mulher como guardiã da alimentação saudável da família, a herança e a transmissão de conhecimentos e segredos culinários do passado, mas também hoje a participação do homem na partilha das tarefas domésticas de alimentação e outras”, como defende o ponto 7 do manifesto.
A educação tem um papel fundamental, consideram os três signatários do documento, defendendo “o reconhecimento destes sabores e saberes na escola, onde o comer mediterrânico e o saber cozinhar mediterrânico devem fazer parte do dia-a-dia das escolas nacionais e dos seus objectivos de ensino”.
É, contudo, ao sector da saúde que cabe a definição clara do que faz e do que não faz parte da Dieta Mediterrânica e por isso é preciso o “envolvimento e capacitação” deste sector para o tema. Pedro Graça lembra que, neste âmbito, é fundamental fazer passar uma mensagem muito clara: a Dieta Mediterrânica implica um consumo moderado, e não excessivo, de alimentos, por muito saudáveis que estes possam ser.
“Frugalidade é uma palavra que desapareceu”, lamenta o responsável pelo programa nacional para a promoção da alimentação saudável. “Por outro lado, ainda há a ideia de que a Dieta Mediterrânica é muito rural, mas por todo o mundo mediterrânico ela foi sempre também uma dieta dos centros urbanos. Temos que dizer que hoje a Dieta Mediterrânica também pode ser cosmopolita e inclui pratos que podem ser uma espécie de fast-food.”
Na lógica de uma política interministerial, a cultura é outra área que tem que estar envolvida, na opinião dos signatários. “A preservação da Dieta Mediterrânica é a preservação da cultura popular e alimentar das sociedades do Sul, devendo este processo ter uma participação central do sector da cultura”, defende o 10.º ponto do manifesto. “É preciso”, conclui Pedro Graça, “chamar as pessoas ligadas à cultura e à gastronomia, que também faz parte da cultura, a trabalhar esta questão”.
Fonte: ANILACT
Sete em cada dez consumidores europeus identificam-se com as empresas que revelam ter práticas sustentáveis, mas 48% admite que não pagaria mais por produtos ‘responsáveis’, nomeadamente biológicos e produtos locais.
A conclusão é do mais recente Estudo do Consumidor Europeu, da IRI, que este ano quis saber se os consumidores europeus são favoráveis à compra de produtos de empresas que revelam ser justas e transparentes, respeitam o ambiente, usam embalagens com materiais reciclados e que procuram reduzir a sua pegada ecológica. Segundo a IRI, 70% dos europeus são favoráveis a todos estes atributos, com Itália a liderar a tabela, reunindo a pontuação mais alta em três dos quatro atributos – embalagens com materiais reciclados (81%), redução da pegada ecológica (83%), e transparência (81%).
Olly Abotorabi, Senior Regional Insights Manager da IRI, sublinha que “o consumo consciente está em crescimento e os consumidores estão mais conscientes do que nunca para o impacto ético e ambiental que as suas compras podem ter no ambiente. Os atributos de sustentabilidade dos retalhistas podem ser um fator crucial na decisão de compra para muitos consumidores europeus. Contudo, é claro que o preço em determinadas categorias, como produtos frescos locais, continua a ser uma barreira de crescimento”.
“Uma comunicação mais forte, tanto no ponto de venda como online, sobre a qualidade do produto e o apoio dado aos produtores locais, oferece uma forma viável de ultrapassar este obstáculo. Estes fatores foram identificados como chave para aqueles que regularmente compram produtos locais e podem ajudar a justificar o gasto extra ou uma mudança de preferência”, acrescenta.
‘Comprar local’ ganha relevância
O estudo agora publicado revela também que os consumidores europeus tendem a preferir produtos frescos produzidos localmente, com 29% a indicar que prefere marcas nacionais quando se trata de produtos frescos. Ainda assim, os consumidores mostram-se relutantes a mudar os seus hábitos de consumo quando em causa estão categorias como cuidados pessoais e beleza, justificando a escolha de marcas internacionais pela “quantidade da oferta” e pelo “preço mais baixo”.
Tecnologia pode influenciar decisão de compra das gerações mais novas
Os dados mostram ainda que a tecnologia tem cada vez mais influência nos hábitos de compra das gerações mais novas. De acordo com a IRI, 61% dos consumidores mais jovens já pesquisou online sobre um novo produto FMCG ou sobre uma loja, com metade a referir que o smartphone é o dispositivo preferencial para o fazer.
Para além disso, ao contrário das gerações mais velhas, que têm maior probabilidade de comprar produtos locais, os mais jovens, nomeadamente os Millennials, não se mostram tão preocupados com a origem do produto ou o impacto ambiental, preferindo comprar marcas internacionais percecionadas como “inovadoras” ou que ofereçam uma “experiência superior”.
Fonte: ANILACT
O restaurante está “limpinho, limpinho”?
Sim, este artigo começa por citar Jorge Jesus. E porque não? Afinal, a limpeza é característica fundamental em qualquer restaurante que se preze. Nem é preciso chegar à cozinha: se a sala de refeições estiver mal cuidada, com toalhas amareladas, talheres e pratos com marcas, restos por levantar e camadas de pó na mobília; se a casa de banho estiver a necessitar de doses consideráveis de lixívia; se a farda dos funcionários estiver amarrotada e/ou com nódoas de gordura; se houver insectos a sobrevoar balcões e mostruários ou se o lixo estiver à vista dos clientes, pode muito bem imaginar qual será o cenário na cozinha. Ou melhor, nem precisa: fuja do restaurante enquanto é tempo.
Muito cuidado com crus e mal passados
Não interprete mal esta regra: pedir um bife de vaca bem passado é um ato que configura vários tipos de crime. Um crime contra a pobre vaca que morreu em vão. Um crime contra o planeta, cujos recursos foram consumidos na criação do animal. E, finalmente, um crime contra o cozinheiro que se vê, dessa forma, obrigado a estragar o respetivo pedaço de carne. Quando se fala em “crus e mal passados” fala-se, sobretudo, em coisas como tártaros, carpaccios ou sushi, que só devem ser consumidos em locais de absoluta confiança, pelo risco de contaminação do produto. Evite, por exemplo, buffets que incluam este tipo de comida, sobretudo se não for possível saber há quanto tempo saíram da cozinha.
Não está em condições? Envie para trás
O brando costume de aceitar todo e qualquer prato sem reclamações, venha em que condições vier, não é amigo de uma refeição segura. Pelo contrário. Há limites que devem ser respeitados para assegurar distância de hipotéticas bactérias ou intoxicações alimentares. Alguns exemplos: frango ou peixe servido em sangue, massa de bolo mal cozida ou sopas com odores estranhos.
Se algum destes exemplares se apresentar à mesa, não será necessário ir a correr pedir o livro de reclamações. Mas também não ponha a comida — essa comida, pelo menos — à boca. Peça a atenção do empregado mais próximo, explique o que está errado e peça-lhe, educadamente, que devolva os alimentos à sua procedência. Com alguma sorte, ouvirá um pedido de desculpas.
Marisco? Só em marisqueiras e fora do verão
É verdade que uma mariscada bem regada sabe melhor quando está calor. Mas não é menos verdade, infelizmente, que é nos períodos de maior calor que as toxinas mais atacam os bivalves, tornando-os impróprios para consumo. Consultando no site do IPMA (Instituto Português do Mar e Atmosfera) as correntes interdições de apanha de bivalves é possível minimizar os riscos — sabendo-se, por exemplo, que entre Setúbal e Sines está interdita a apanha de mexilhão e conquilha, deve evitar-se pedir esse tipo de bivalves em restaurantes da região. Aliás, no que respeita a marisco e derivados, o melhor é sempre optar por marisqueiras onde haja fornecedores de confiança e grande rotação do produto, de modo a garantir frescura e evitar consumir bivalves ou crustáceos contaminados.
No estrangeiro redobre cuidados
Quando se viaja é natural querer experimentar os pratos mais típicos da gastronomia do país de destino. Nada contra. Mas para evitar passar boa parte dessa viagem à procura da casa de banho mais próxima, deve ir com calma: o seu organismo pode não estar preparado para ingerir doses massivas de alimentos e especiarias substancialmente diferentes daqueles que come em casa. Tenha alguma precaução, também, com bancas de comida de rua, por tentadoras que pareçam. Opte por aquelas que estejam mais limpas, concorridas e que cozinhem, de facto, os alimentos — mais uma vez se aplica a regra “muito cuidado com crus e mal passados”. A água — e o gelo, consequentemente — podem, também, ser um problema: procure saber se é própria para consumo, caso não seja opte exclusivamente por consumir água engarrafada.
Fonte: Observador
E se, de repente, todos optássemos por comer bem? Ou seja, se escolhêssemos uma alimentação saudável recheadas de vegetais e frutas? Se o fizéssemos não haveria para todos.
A forma como nos alimentamos hoje em dia, com um apetite voraz por açúcar e gordura, levou a uma quebra de plantação naquilo que faz parte da chamada dieta equilibrada. Assim, se de hoje para amanhã todos mudássemos para almoços e jantares com a dose de vegetais recomendada não haveria produção suficiente para satisfazer a procura.
Foi esta a conclusão a que chegaram vários investigadores do Canadá cujo estudo foi publicado esta semana no jornal científico Plos One.
O estudo teve como ponto de partida o guia “Healthy Eating Plate” (“Prato de Alimentação Saudável”, numa tradução livre), da Universidade de Harvard, que recomenda que a nossa dieta seja compostas da seguinte forma: metade em frutas e vegetais, um quarto de grãos integrais e o restante em proteínas, gorduras e lacticínios.
“Não podemos simplesmente adotar uma dieta saudável da forma como está o atual sistema agrícola global”, disse o professor Evan Fraser, da Universidade de Guelph, um dos coautores do estudo.
Esta alteração de hábitos alimentares reduziria as emissões de gases de efeito de estufa (a produção em massa de carne é um dos maiores emissores deste tipo de gases), o que seria bom para o Planeta, mas não é exequível enquanto a agricultura não mudar.
E, a não ser que se façam essas mudanças, em 2050, para alimentar 9,8 mil milhões de pessoas serão necessários mais 12 milhões de hectares de terras cultiváveis e mais de mil milhões de hectares de pastagens.
Fonte: Visão
Ainda hoje a banana é vista como sabotadora de dietas, fruto proibido porque engorda. E mesmo com todos os pratos saudáveis a incluírem a banana na sua composição, há quem desconfie. Isso acaba hoje.
De acordo com a nutricionista Maria Gama, autora do blogue “Põe-te na Linha“, este alimento fornece várias vitaminas e minerais importantes para o organismo — algumas que até ajudam a ter um sono mais tranquilo. Já para não falar do facto de funcionar como um relaxante muscular, devido à quantidade de magnésio presente na sua composição.
ainda não está convencido porque não consegue parar de pensar nos mitos sobre as bananas, vamos acabar com todas as dúvidas.
1. A banana engorda
Como qualquer outro alimento, tudo o que é em excesso faz mal e pode levar ao aumento de peso e a banana não é exceção. Mas se o seu consumo for moderado, é uma ótima aliada na dieta e na balança.
“Este tipo de fruta pode ter mais calorias comparativamente com outras , mas não é por isso que não deve ser consumida. O importante é variar, optando sempre por fruta da época. Até porque a banana, devido ao seu sabor, pode servir como estratégia para quando nos apetece algo doce. Banana aquecida no microondas com canela é uma ótima sugestão”, diz à NiT a especialista. Também pode triturar uma banana congelada com cacau em pó para em menos de nada ter um gelado super saudável e cremoso.
2. Faz mal comer banana à noite
Esta fruta pode ser consumida em qualquer horário, dependendo da ingestão alimentar diária. No entanto, acredite ou não, agrupa mais benefícios à noite. Se treina com frequência, por exemplo, comer esta fruta pode ajudar no ganho de massa muscular, já que é no período noturno que a síntese proteica é máxima.
“O mais importante é ter noção daquilo que se comeu ao longo do dia, bem como a quantidade de fruta.” Como a banana tem um elevado teor em hidratos de carbono, se já consumiu a quantidade recomendada no resto do dia, aí não será boa ideia optar por esta fruta. Mas, de uma forma geral, comer banana à noite não faz mal.
3. Deixa-nos ainda com mais fome
Não, muito pelo contrário. “Uma vez que é uma fonte de fibra (três gramas em cada 100), a banana ajuda a controlar a saciedade ao longo do dia. Ou seja, ficamos sem fome durante mais tempo depois de a consumir. No entanto, o importante ter em atenção as combinações dos alimentos para que este efeito seja maior.” Um dos mais conhecidos é juntar banana e manteiga de amendoim ou aveia.
Fonte: NiT
Seis em cada dez crianças do Agrupamento de Escolas D. Filipa de Lencastre, em Lisboa, apresentam níveis de iodo abaixo dos padrões recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A incidência é maior nas meninas, por razões desconhecidas, e nas crianças mais velhas, que revelaram hábitos menos frequentes de consumo de leite, um dos alimentos mais ricos neste micronutriente essencial para o desenvolvimento cognitivo.
Estas conclusões preliminares de uma investigação em curso acentuam os resultados de outra realizada em 2016, em 84 escolas do Norte do País, onde 32% das 2 018 crianças avaliadas revelaram ter insuficiência de iodo. Dois anos depois, o panorama em Lisboa, embora com uma amostra mais reduzida de 533 crianças, dos 6 aos 12 anos, quase duplica, em proporção, o número de casos com níveis inadequados (59,1%).
“Temos uma deficiência de iodo de ligeira a moderada, em Portugal, sem uma doença grave associada e, por isso, há tanta inércia. No entanto, convinha existir alguma ação política; não vamos desistir”, garante Conceição Calhau, professora de Nutrição e Metabolismo na Nova Medical School, da Faculdade de Ciências Médicas, da Universidade de Lisboa, e investigadora principal em ambos os estudos.
O défice de iodo é mais preocupante na gravidez – desde 2013 que a Direção-Geral de Saúde, em linha com a OMS, recomenda a suplementação, desde a pré-conceção até ao fim da amamentação, salvaguardando, assim, o desenvolvimento neurológico do bebé –, mas também é prejudicial nos primeiros anos de vida, uma vez que o cérebro continua a desenvolver-se.
Vários estudos indicam a diminuição do QI, entre 8 e 15 pontos, como possível consequência, pelo que a OMS alerta para a “redução da capacidade intelectual em casa, na escola e no trabalho”. Ler ou interpretar, por exemplo, podem tornar-se tarefas mais difíceis de executar.
Em 2016, na sequência do seu primeiro estudo em escolas nortenhas, Conceição Calhau foi à Assembleia da República defender, em vão, a obrigatoriedade de uso de sal iodado no consumo doméstico – uma solução adotada em muitos países, ao longo dos últimos 100 anos, para se colmatar o défice de iodo nas populações, incluindo em Portugal na década de 70. Não satisfeita com a falta de respostas para combater o problema identificado a norte, numa pesquisa financiada a nível europeu em mais de 400 mil euros, a investigadora decidiu estudar o fenómeno na capital, sem qualquer tipo de financiamento e com uma equipa mais pequena. A ideia, desta vez, passa por fazer uma segunda avaliação dos níveis de iodo, após um ano de uso exclusivo de sal iodado na confeção das refeições.
SOLUÇÃO À MÃO DE SEMEAR
Desde 2013 que este tipo de sal está expressamente autorizado nas cantinas pela Direção-Geral de Educação (DGE), mas Conceição Calhau constatou, em 2016, que nenhuma das 84 escolas avaliadas o utilizava. No Agrupamento D. Filipa de Lencastre, lê-se no relatório preliminar, também houve constrangimentos ao nível da introdução do sal iodado, por resistência da empresa fornecedora das refeições e das próprias cozinheiras. “Há um desconhecimento generalizado sobre o que é o sal iodado. Nas ações de sensibilização, temos pais a perguntarem-nos se é na farmácia que podem comprá-lo”, relata a também coordenadora do curso de Nutrição da Nova Medical School.
Vendido nos supermercados, o sal iodado é idêntico ao sal normal, mas fortificado com iodeto de potássio, respondendo assim às necessidades de iodo, um micronutriente que ativa as hormonas da tiróide, responsáveis pelo desenvolvimento cerebral e pela regulação do metabolismo do organismo. Nas novas Orientações sobre Ementas e Refeitórios Escolares para este ano letivo de 2018-2019, a DGE reformulou o texto relativo ao sal iodado, de forma a não deixar dúvidas: “O sal, a ser utilizado, terá de ser, obrigatoriamente, sal iodado.” À falta de campanhas de sensibilização, porque a prioridade em Portugal é reduzir o consumo excessivo de sal, qualquer que seja, este não deixa de ser um pequeno passo numa nova direção.
“O iodo é a gasolina para a tiróide funcionar. Com ou sem doença da tiróide diagnosticada, há uma enorme margem de segurança para se consumir sal iodado”, explica o endocrinologista do Hospital das Forças Armadas, João Jácome de Castro, representante de Portugal no consórcio EUthyroid, um projeto da União Europeia que envolve especialistas de 27 países, e na Rede Global de Iodo, uma organização não governamental, que colabora com a OMS no propósito de erradicar a deficiência de iodo no mundo.
Em abril, o EUthyroid estimou que “até 50% dos bebés europeus” são expostos a algum grau de deficiência de iodo, sublinhando, num documento conjunto designado “Declaração de Cracóvia”, a “crescente preocupação” pela ausência de estratégias de saúde pública para estudar e combater o problema. Apenas oito países da União Europeia monitorizam, regularmente, os níveis de iodo da população, e Portugal não é um deles. O último estudo em mulheres grávidas, publicado no início da década, revelou que 83% se encontravam abaixo dos valores normais, segundo os padrões da OMS. Jácome de Castro, um dos seus autores, diz que pretende repeti-lo em 2019.
Em casos mais graves, a deficiência de iodo pode provocar bócio, nódulos na tiróide e hipertiroidismo na população adulta. Sendo o iodo um micronutriente essencial que o organismo não produz naturalmente, muitas vezes a alimentação não chega para cobrir as necessidades. O peixe e o marisco são as principais fontes, mais do que o leite e seus derivados, mas viver junto ao mar não é sinónimo de uma população rica em iodo. Em Portugal, os dados existentes apontam os Açores e a Madeira como regiões cujas populações mais carecem desse nutriente. Frequentar praias ricas em iodo também não é suficiente, uma vez que a quantidade absorvida pela organismo é residual.
ONDE ENCONTRÁ-LO
São estes os alimentos mais ricos em iodo e a quantidade que seria preciso ingerir para se atingir a dose diária recomendada pela Organização Mundial de Saúde:
- Peixe: 60 gramas de bacalhau
- Leite: 2 copos (300 mililitros)
- Ovos: seis
- Queijo: 500 gramas
- Sal iodado: 1 oitavo de uma colher de chá
Fonte: Visão
Na sequência da publicação e divulgação do documento "Ficha técnica para a produção, controlo e certificação de material de propagação de oliveira, Olea europaea L.", a DGAV divulga agora, a Ficha técnica para a produção, controlo e certificação de material de propagação de nogueira, Juglans regia L., onde constam os procedimentos para a implementação da certificação de nogueira.
Fonte: DGAV
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