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A DGAV informou que foi realizada a atualização das zonas demarcadas para Epitrix, divulgada através do Ofício Circular n.º 22/2018.

Esta atualização tem implicações imediatas nos movimentos de batata para fora da nova zona demarcada com destino a zonas isentas do inseto, aplicando-se as medidas de emergência fitossanitárias da legislação em vigor.

Fonte: DGAV

A Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) disse na sexta-feira que “a pouca clareza da lei” e “a responsabilidade que pode gerar para os proprietários de estabelecimentos, nomeadamente em termos de higiene e segurança alimentar”, deverão levar a que muitos não adiram à permissão de entrada de animais de companhia nos bares e restaurantes.

“Este é um tema que deveria ter sido alvo de uma profunda reflexão e que deveria ter tido em conta as preocupações do setor. Acreditamos que, por estas razões, grande parte dos restaurantes não irá aderir à permissão”, afirmou a secretária-geral da AHRESP, Ana Jacinto, citada num comunicado da associação.

Ana Jacinto avisa, por outro lado, que “os proprietários que decidirem aderir não podem ignorar que estão a assumir a responsabilidade da presença dos animais no seu estabelecimento”.

Tendo como objetivo o cumprimento da lei, a AHRESP produziu, para distribuição gratuita aos seus associados, um dístico específico para os estabelecimentos que optem por permitir a entrada e permanência de animais de companhia, que obteve já a concordância da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), por prever as informações exigidas, como a lotação e condições de acesso, e que deverá ser afixado à entrada.

O setor da hotelaria e restauração esclareceu os seus associados que, caso pretendam não permitir a entrada de animais (exceto cães de assistência), bastará manter o atual dístico de proibição.

Os animais de companhia podem, a partir de hoje, acompanhar os donos a estabelecimentos comerciais devidamente sinalizados e que podem fixar uma lotação máxima, de acordo com uma lei aprovada em fevereiro, no parlamento.

O texto de substituição, acordado na comissão de Economia, foi aprovado, por unanimidade, a partir de projetos do Partido Ecologista “Os Verdes”, partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) e BE.

Nos termos da lei, é permitida a entrada de animais em estabelecimentos, “em espaços fechados”, que os aceitem, mas é necessário obedecer às regras descritas na legislação.

Pode ser fixada uma lotação máxima de animais pelo restaurante, de modo a “salvaguardar o seu normal funcionamento”.

Os animais terão de estar presos, “com trela curta”, e “não podem circular livremente”, estando vedada a sua presença na zona de serviços ou onde existam alimentos.

O dono do estabelecimento pode, igualmente, fixar uma área reservada para clientes com animais ou permitir a sua presença em todo o espaço.

Fonte: sapo24

A 28 de dezembro de 2017 foi publicado o Despacho n.º 11391/2017, o qual visa a alteração da disponibilidade de alimentos nos espaços destinados à exploração de bares, cafetarias e bufetes, nas instituições do Ministério da Saúde (MS), promovendo uma alimentação mais saudável.

O Guia de apoio à aplicação do Despacho n.º 11391/2017, que a DGS agora publica, apresenta os critérios nutricionais gerais e específicos que foram utilizados para a elaboração deste despacho, com o objetivo de permitir uma identificação com maior rigor da lista de “alimentos a não disponibilizar”.

Este documento de apoio à tomada de decisão, baseado em evidência científica, vai permitir às empresas que operam nestes setores uma identificação mais clara dos alimentos possíveis de adquirir, permitindo ainda ao mercado adaptar melhor a sua oferta e incentivar uma melhor e mais eficaz fiscalização com menos ambiguidades.

Para tornar mais fácil a leitura estão disponíveis dois modelos de leitura:

– um com o documento completo, que pode consultar aqui;

– outro com questões e respostas que poderão ser lidas separadamente, apresentadas de seguida.

FAQs:

Q1:

Quais foram os critérios nutricionais utilizados para a definição do conjunto de alimentos a não disponibilizar nas instituições do Ministério da Saúde?

Q2:

Que produtos alimentares se enquadram na categoria dos “salgados” designados na alínea a) do ponto 1 do Despacho n.º 11391/2017?

Q3:

Que produtos alimentares se enquadram na categoria da “pastelaria” designados na alínea b) do ponto 1 do Despacho n.º 11391/2017?

Q4:

Que produtos alimentares se enquadram na categoria do “pão com recheio doce, pão-de-leite com recheio doce ou croissant com recheio doce” designados na alínea c) do ponto 1 do Despacho n.º 11391/2017?

Q5:

Que produtos alimentares se enquadram na categoria da “charcutaria” designados na alínea d) do ponto 1 do Despacho n.º 11391/2017?

Q6:

Que produtos alimentares se enquadram na categoria das “sandes ou outros produtos que contenham ketchup, maionese ou mostarda” designados na alínea e) do ponto 1 do Despacho n.º 11391/2017?

Q7:

Que produtos alimentares se enquadram na categoria das “bolachas e biscoitos” designados na alínea f) do ponto 1 do Despacho n.º 11391/2017?

Q8:

Que produtos alimentares se enquadram na categoria dos “refrigerantes” designados na alínea g) do ponto 1 do Despacho n.º 11391/2017?

Q9:

Que produtos alimentares se enquadram na categoria das “guloseimas” designados na alínea h) do ponto 1 do Despacho n.º 11391/2017?

Q10:

Que produtos alimentares se enquadram na categoria dos “snacks doces ou salgados” designados na alínea i) do ponto 1 do Despacho n.º 11391/2017?

Q11:

Que produtos alimentares se enquadram na categoria dos “sobremesas doces” designados na alínea j) do ponto 1 do Despacho n.º 11391/2017?

Q12:

Que produtos alimentares se enquadram na categoria das “barritas de cereais e monodoses de cereais de pequeno-almoço” designados na alínea k) do ponto 1 do Despacho n.º 11391/2017?

Q13:

Que produtos alimentares se enquadram na categoria das “refeições rápidas” designados na alínea l) do ponto 1 do Despacho n.º 11391/2017?

Q14:

Que produtos alimentares se enquadram na categoria dos “chocolates” designados na alínea m) do ponto 1 do Despacho n.º 11391/2017?

Q15:

Que produtos alimentares se enquadram na categoria dos “bebidas com álcool” designados na alínea n) do ponto 1 do Despacho n.º 11391/2017?

Q16:

Que produtos alimentares se enquadram na categoria dos “molhos” designados na alínea o) do ponto 1 do Despacho n.º 11391/2017?

Fonte: Nutrimento

A Estação de Avisos Agrícolas de Castelo Branco acaba de divulgar a Circular nº3/2018 de 8 de Março, na qual alerta para a existência de um risco elevado de mosca da asa manchada para cultura da cerejeira.

“Nas nossas armadilhas de monitorização da praga continuamos a ter registo de capturas ainda com risco elevado para a cultura. Assim, deve continuar a utilizar todos os meios de luta disponíveis no combate a esta praga”, refere a Circular.

Pessegueiros

Já nos Pessegueiros, nos pomares com variedades tardias, onde é frequente o ataque da Anarsia, deve efectuar a estimativa do risco. Observe uma amostra de 4 rebentos+4 frutos /árvore x 50 árvores, se for atingido o nível económico de ataque (1% de rebentos + frutos atacados) deve tratar com produto homologado.

Quanto à Mosca do Mediterrâneo (Ceratitis capitata), diz a Estação de Avisos Agrícolas de Castelo Branco que, nos pomares com variedades tardias onde o aparecimento da praga é frequente, na presença de frutos picados e/ou as capturas nas armadilhas ultrapassarem 1 adulto/armadilha/dia, deverá ser efectuado tratamento com insecticida homologado. “Atenção ao intervalo de segurança”, alerta a Circular.

Olival

No olival, a Estação alerta para a traça da oliveira. “Nos nossos postos de observação biológica o voo da traça na geração carpófaga (geração que ataca os frutos) tem sido baixo. No entanto, nos olivais com fraco vingamento e nos que normalmente registam prejuízos causados por esta praga, aconselha-se a realização de tratamento com um produto homologado”.

Citrinos

No que diz respeito aos citrinos, aquela Estação de Avisos Agrícolas refere que as cochonilhas encontram-se na fase larvar, estado mais susceptível à luta química. Em presença da praga, efectue tratamento de preferência com produto à base de óleo parafínico (óleo de Verão).

Deve haver boa distribuição da calda pela planta, regar bem as árvores antes e depois da aplicação e os frutos já devem ter o tamanho de uma noz.

No Modo de Produção Biológico, estão autorizados os produtos à base de óleo parafínico.

Macieiras e pereiras

Nas pomóideas é o bichado da fruta que preocupa. “Sr. fruticultor deve avaliar a intensidade de ataque desta praga no seu pomar. Observe 1000 frutos (20 por árvore x 50 árvores) e se contabilizar 5 a 10 frutos bichados (NEA 0,5 a 1%) renove o tratamento”, realça a Cirluar.

Acrescentam aqueles técnicos que, com base nos graus acumulados da praga, “prevemos o início da segunda geração do bichado na primeira semana de Julho nos pomares localizados a Sul da Serra da Gardunha, e na segunda semana de Julho nos pomares localizados a Norte da Serra da Gardunha”.

Quanto ao Aranhiço vermelho, a Estação recomenda efectuar a estimativa do risco para avaliar o nível económico de ataque da praga. Observe 100 folhas do terço médio do ramo (2 folhas/árvore x 50 árvores) se registar em macieiras 50 a 75% de folhas ocupadas com formas móveis ou 50% em pereiras, trate com um acaricida específico.

Já no pedrado, a Circular aconselha a manter o pomar protegido. Na presença de manchas aconselha-se a realização de tratamento com fungicidas de contacto. Pode optar por um produto fitofarmacêutico que combata em simultâneo o oídio.

Vinha

Na vinha dois perigos: oídio e míldio. As vinhas encontram-se no estado fenológico muito susceptível ao oídio. Mantenha as vinhas protegidas preventivamente até ao fecho do cacho. No Modo de Produção Biológico, estão autorizados produtos à base de enxofre.

Quanto ao míldio, as vinhas que apresentam sintomas da doença devem ser tratadas com um fungicida sistémico ou penetrante com acção curativa. O tratamento deve ser dirigido aos cachos. Devem ser aplicadas as medidas culturais que promovam o arejamento da vegetação.

No Modo de Produção Biológico, estão autorizados produtos à base de cobre.

Pode consultar a Circular completa aqui.

Fonte: Agroportal

No início do século XX, Vilhjalmur Stefansson, explorador do Ártico, passou cinco anos a comer apenas carne. Ou seja, a sua dieta era composta por cerca de 80% de gordura e 20% de proteína. Vinte anos depois, em 1928, ele repetiu o mesmo tipo de alimentação como parte de uma experiência de um ano, no Hospital Bellevue, em Nova Iorque.

Em ambos os cenários, o explorador adoeceu. Foi vítima de uma ‘intoxicação por proteínas’, também conhecida como ‘rabbit starvation’ (‘inanição do coelho’), que ocorre quando ingerimos carnes magras, como a do coelho, sem qualquer complemento de gordura.

Apesar dos índices de obesidade terem duplicado nas últimas duas décadas, estamos cada vez mais a ganhar uma maior consciência alimentar, e com ela chegou a 'febre da proteína', que está no centro dessa onda saudável.

Os supermercados não deixam mentir. As prateleiras estão repletas de batidos, barrinhas e versões de produtos básicos, como cereais e sopas, enriquecidos com o nutriente.

Estima-se que o mercado global de suplementos de proteína esteja avaliado em cerca de 12,4 bilhões de dólares. Mas alguns especialistas alertam que alimentos ricos em proteína são de facto um desperdício de dinheiro.

Proteína e músculos

A proteína é essencial para o corpo crescer e se regenerar. Alimentos com alto teor proteico – como laticínios, carnes, ovos, peixes e feijões – são quebrados em aminoácidos no estômago e absorvidos pelo intestino delgado. O fígado escolhe então que aminoácidos o organismo precisa, e o restante é descartado pela urina.

Para adultos que não são muito ativos, o recomendado é ingerir diariamente cerca de 0,75 gramas de proteína por quilo de peso corporal. Em média, 55 gramas para homens e 45 gramas para mulheres – ou duas porções de carne, peixe, tofu, nozes ou leguminosas.

A maioria dos especialistas concorda porém que é melhor consumir proteínas a partir de alimentos do que de suplementos.

Segundo Kevin Tipton, professor de desporto da Universidade de Stirling, na Escócia, a maioria das pessoas obtém mais do que a média diária recomendada de proteínas a partir dos alimentos.

"Não há necessidade de tomar suplementos. Eles são uma forma conveniente de obter proteína, mas não há nada nos suplementos que você não consiga nos alimentos. As barras de proteína são apenas barrinhas com um pouco de proteína extra", esclarece.

Perda de peso

A proteína também tem sido associada à perda de peso. Dietas de baixa ingestão de carboidratos (low-carb) e ricas em proteínas, como a Paleo e a Atkins (a dieta proteíca original), prometem prolongar a sensação de saciedade.

Em geral, os indivíduos não conseguem emagrecer porque sentem fome, e estudos mostram que um pequeno-almoço com alto teor proteico pode ajudar a diminuir a vontade de comer ao longo do dia.

Segundo Alex Johnstone, da Universidade de Aberdeen, na Escócia, existem provas suficientes de que a proteína sacia. E se está a tentar perder peso, é mais importante tomar um pequeno-almoço rico em proteínas – com ovos mexidos ou vitaminas batidas com leite, por exemplo –, do que ingerir suplementos.

A pesquisadora não defende, no entanto, dietas do "tipo Atkins", e descobriu que cortar carboidratos tem efeitos prejudiciais para a saúde intestinal.

Ao invés, Johnstone recomenda que pessoas com excesso de peso adotem uma dieta rica em proteínas e moderada em hidratos de carbono, que consista em 30% de proteína, 40% de hidratos e 30% de gordura. Em média, as dietas costumam contemplar 15% de proteína, 55% de carboidratos e 35% de gordura.

Já o risco de consumir proteína em excesso é pequeno. A maior ameaça talvez seja cair no conto dos produtos super faturados que oferecem mais proteína do que realmente precisamos.

"Alguns produtos rotulados como ricos em proteína não são, e costumam ser muito caros. De qualquer forma, consumir mais proteína do que o necessário é um desperdício em termos de dinheiro", resume Johnstone.

Fonte: Notícias ao Minuto

O extracto de folhas de morangueiro silvestre (Fragaria vesca), em especial uma fracção purificada rica em elagitanina, apresenta um elevado potencial para combater infecções provocadas por Helicobacter pylori (H. pylori), uma bactéria que está associada a múltiplas patologias gástricas e alguns tipos de cancro do estômago.

Estes são os resultados preliminares de um estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores das faculdades de Farmácia (FFUC) e de Medicina (FMUC) da Universidade de Coimbra (UC).

Esta investigação, que teve como objectivo avaliar a actividade anti-H. pylori de diversos extractos de plantas, evidenciou igualmente que o extracto da agrimónia (Agrimonia eupatoria L.), uma planta da família das Rosaceae, é também um bom candidato para a terapêutica desta bactéria que se aloja no estômago do ser humano, afectando cerca de 50% da população mundial. Em Portugal, a percentagem sobe para os 84%.

Segundo aqueles investigadores, embora muitos dos indivíduos não cheguem a desenvolver doenças associadas ao Helicobacter pylori, quando tal acontece os tratamentos disponíveis actualmente são muito agressivos, “exigem a toma de três antibióticos em simultâneo, associados a um protector gástrico (inibidor da bomba de protões), durante duas semanas”, explica Maria Manuel Donato, investigadora da FMUC e coordenadora do estudo já publicado no Journal of Functional Foods.

Terapêutica muito agressiva

Maria Manuel Donato acrescenta que esta “é uma terapêutica muito agressiva, com diversos efeitos secundários, o que leva a que facilmente as pessoas abandonem o tratamento antes do seu fim, com tudo o que isso implica, nomeadamente no aumento da resistência a antibióticos”.

Por isso, acentua a investigadora, “torna-se importante investigar o efeito anti-bacteriano de extractos de plantas como alternativas terapêuticas e/ou complementares do tratamento”.

Os resultados obtidos no estudo, apesar de preliminares, abrem caminhos para o desenvolvimento de novos fármacos. Os extractos de Agrimonia eupatoria L. e de Fragaria vesca “mostraram efeito anti-H. pylori, independente da virulência e da resistência aos antibióticos apresentada por esta bactéria, com o extracto das folhas de morango a ser o mais activo, e a respectiva fracção enriquecida em elagitanina a mais eficaz contra a bactéria”, diz a investigadora.

Concentração adequada para inibir a bactéria

Nas experiências realizadas em linhas celulares gástricas – em denominados isolados clínicos de Helicobacter pylori – com diferentes perfis de resistência aos antibióticos e de virulência, a equipa conseguiu determinar a concentração adequada de cada extracto para inibir a bactéria.

Este trabalho científico surgiu na sequência de um estudo epidemiológico sobre Helicobacter pylori na região centro, realizado pelo grupo ao qual pertence Maria Manuel Donato, em colaboração com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Os extractos foram fornecidos pela docente e investigadora Teresa Batista, do laboratório de Farmacognosia da Faculdade de Farmácia da UC.

Fonte: Agroportal

A chuva parecia não querer deixar chegar o apetecido fruto à casa dos portugueses. Mas eis que as duas bolinhas encarnadas e suculentas unidas por um galho verde começaram a surgir um pouco por todo o lado. Cerca de sete mil toneladas são quanto a Câmara Municipal do Fundão estima para a produção de cerejas este ano.

Já o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) prevê que o ano de 2018 feche com uma produção total de 2.975 quilogramas de cerejas por hectare. Por causa das condições climatéricas pouco favoráveis, prevê-se, globalmente, uma diminuição no rendimento unitário de 5%.

As áreas de cultura de cereja mais representativas, em Portugal, são a Cova da Beira, Resende, Alfândega da Fé e Portalegre. Só na região do Fundão, com uma área entre 2.000 e 2.500 hectares de pomares, as cerejas já representam mais de 20 milhões de euros por ano na economia local, incluindo subprodutos e negócios associados.

Provenientes sobretudo de explorações de pequena dimensão, as cerejas nacionais têm evoluído na sua forma de comercialização, concretamente nas regiões onde há a criação de Denominações de Origem Protegida e de Indicações Geográficas Protegidas. Ou seja, em regiões como a Beira Interior e o Alentejo, várias organizações de produtores e associações trabalharam no sentido de concentrar a oferta, diversificar a embalagem e até certificar os produtos de melhor qualidade.

Mas as cerejas, além de saberem bem, também fazem bem à saúde. São ricas em cálcio, fósforo, ferro, lipídeos e flavonoides e funcionam como pequenos anti-inflamatórios, além de conterem vitaminas A, B1, B2, B5 e C. Com um baixo valor calórico, as cerejas são um ótimo alimento para sobremesas ou para petiscar em qualquer lugar.

Foi justamente com ambição de estar em qualquer lugar que foi lançada mais uma Campanha da Cereja do Fundão 2018, que inclui várias iniciativas, com destaque para a Rota Gastronómica da Cereja do Fundão 2018, um projeto que se estende por todo o país (até finais de junho) e que envolve vários restaurantes conceituados da capital, Porto, Alentejo e Algarve. A regra é confecionar pratos com a famosa cereja. E bom apetite.

Para mais informações, visite o site do INE.

Fonte: Agroportal

Ocupados com resolução das crises financeiras, concentrados na busca de cura para as doenças que nos afligem, esquecemos frequentemente aquele que é, porventura, o mais importante desafio para as próximas décadas: como alimentar uma população mundial que, atualmente com 7.2 biliões de habitantes, deverá atingir os 10 biliões em 2050. Um desafio que se afigura particularmente difícil, tendo em conta que as condições climáticas se tornarão progressivamente mais adversas para a atividade agrícola. Ao longo do século 20 observou-se já um significativo aumento da população mundial. Não obstante, foi possível evitar a escalada de crises alimentares graças a um aumento acentuado da produção agrícola. E esta aumentou, sobretudo, devido à introdução de inovações tecnológicas na agricultura: novas variedades de plantas agrícolas, mais produtivas e resistentes a doenças e stresses ambientais, além de produtos de síntese química (fertilizantes, herbicidas e pesticidas), aliados à mecanização da agricultura. Isto constituiu a chamada revolução verde, personificada no cientista norte-americano Norman Borlaug, que viria a ser prémio Nobel da Paz em 1970.

O efeito da revolução verde, porém, foi-se progressivamente esgotando. Hoje, os ganhos anuais de produtividade de algumas das principais culturas agrícolas (por exemplo, da soja e da cana de açúcar) estão substancialmente abaixo dos necessários para fazer face à procura crescente. Reconhece-se que é necessário um novo salto tecnológico na agricultura, em particular no que respeita à produção de novas variedades agrícolas. A engenharia genética de plantas cumpriu apenas parcialmente aquilo que prometia. Se é certo que produziu variedades eficazes na resolução de alguns problemas (por exemplo, na resistência aos insetos que atacam as culturas), tem-se revelado pouco eficaz na produção de variedades mais eficientes no uso da água, ou resistentes a stresses ambientais como as ondas de calor ou a salinização dos solos. A razão compreende-se: a adaptação a estes stresses exige um conjunto de respostas coordenadas, envolvendo muitos genes, que são difíceis de intervencionar por meio das técnicas de engenharia genética.

É certo que se estão a explorar vias alternativas promissoras, por exemplo, alteração de genes reguladores, que podem afetar simultaneamente múltiplos aspetos do metabolismo, ou a alteração de genes dos sistemas antioxidantes, que mitigam os danos causados por stress oxidativo, um stress secundário que decorre da maioria dos stresses ambientais. Mas é ainda do melhoramento convencional, agora apoiado por técnicas de genética molecular, que têm surgido as melhores soluções. É este tipo de melhoramento que importa, e muito, acelerar. As técnicas de sequenciação genética evoluíram grandemente nas últimas décadas, sendo possível, hoje, sequenciar genomas a uma velocidade muitíssimo mais alta, e a custos muito mais baixos. Ou seja, a capacidade que temos para conhecer o genótipo de uma planta - isto é, a informação que consta de um conjunto dos seus genes - está hoje muito facilitada. Porém, a capacidade de conhecermos o seu fenótipo - as caraterísticas do corpo da planta (número de folhas, dimensão das espigas, etc.), determinadas pela interação da informação existente nos seus genes com as condições ambientais de crescimento - evoluiu muito menos, e permanece largamente dependente de medições manuais morosas e dispendiosas, pela quantidade de mão-de-obra que envolvem.

Ora, nos processos de melhoramento genético das plantas, é necessário analisar um grande número de exemplares (milhares, frequentemente) à procura daqueles que melhor exprimem as características que nos interessam, de modo a selecioná-los para serem usados em cruzamentos subsequentes. A dificuldade na fenotipagem constitui hoje, portanto, o principal obstáculo ao aceleramento da produção de novas variedades de plantas agrícolas. Consequentemente, a comunidade científica internacional concentrou-se em desenvolver novas tecnologias capazes de acelerarem o processo de fenotipagem de plantas: as designadas tecnologias de fenotipagem de alto débito. Estas tecnologias assentam, principalmente, na captação de imagens digitais das plantas e no seu processamento informático automatizado, permitindo o cálculo preciso de parâmetros como as taxas de crescimento ou a biomassa produzida, de um grande número de plantas, num curto espaço de tempo. Adicionalmente, alguns dos equipamentos já construídos permitem obter informação espectral sobre as plantas, em diversas gamas do espetro eletromagnético, que fornece indicações, por exemplo, sobre a quantidade de água presente nas folhas, sobre a taxa de transpiração ou sobre a quantidade de clorofila. Outros, mais sofisticados, incorporam câmaras capazes de detetar a fluorescência emitida pelas moléculas de clorofila nas folhas, o que dá uma indicação da fotossíntese que estas estão a fazer. Este conjunto de sensores capta uma enorme quantidade de dados da planta, que têm que ser processados informaticamente (recorrendo a técnicas de inteligência artificial e/ou a análise estatística multivariada) e armazenados em segurança.

O desenvolvimento de sistemas de fenotipagem de alto débito é um esforço marcadamente interdisciplinar, envolvendo especialistas em ciências das plantas (biólogos, sobretudo fisiologistas vegetais, e agrónomos), em instrumentação e em robótica (físicos e engenheiros eletrotécnicos) e em processamento de informação (engenheiros informáticos). Envolve, portanto, investimentos avultados, que têm sido acompanhados por processos cooperativos a diversos níveis. A ação COST "Phenomen-ALL - The quest for tolerant varieties", prestes a terminar, desempenhou um papel extremamente importante neste contexto, tendo permitido a consolidação de uma comunidade científica europeia empenhada no desenvolvimento da fenotipagem de plantas. É de saudar o facto de a comunidade científica portuguesa ter sobressaído pelo número de investigadores - sobretudo jovens - que fizeram uso dos recursos disponibilizados, para participarem em encontros científicos, cursos de verão e missões científicas de curto prazo. Infelizmente, até ao momento, não dispomos em Portugal de nenhuma plataforma de fenotipagem de plantas de alto débito.

Os investigadores portugueses, se quiserem utilizar esta tecnologia, podem recorrer à European Plant Phenotyping Network 2020, que reúne um conjunto de equipamentos (plataformas) de diversos países, disponibilizadas a outros países com o apoio do Programa Horizonte 2020. Trata-se, portanto, de uma iniciativa temporalmente delimitada, que deverá tornar-se permanente através da iniciativa EMPHASIS.

A possibilidade de podermos aceder a esta tecnologia constitui, naturalmente, uma mais valia. Mas temos que nos questionar se nos desejamos remeter, numa tecnologia emergente com esta importância, ao papel de utilizadores, ou queremos ter um papel ativo no seu desenvolvimento. Sabemos bem que, no atual paradigma tecnocientífico, a liderança científica está fortemente associada à liderança tecnológica. E o desenvolvimento de uma tecnologia tão marcadamente interdisciplinar tem o potencial para transbordar para outras áreas, criando oportunidades difíceis de caraterizar a priori.

O facto de o mercado agrícola português ser de pequena dimensão - e, portanto, da procura interna de sementes melhoradas estar correspondentemente limitada -, não nos deve inibir: se o País optou por uma economia aberta, deve fazê-lo também na área da investigação e desenvolvimento agrícola. Existe um potencial mercado privilegiado: o da CPLP. Os países que a integram, em particular os africanos, têm necessidades crescente de novas sementes melhoradas, o sector de I&D agrícola português - dispondo de plataformas de fenotipagem de alto débito - pode contribuir para supri-la. Na Faculdade de Ciências da ULisboa, o Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI) tem, desde há 3 anos, reunidos biólogos, físicos e informáticos em torno de projetos exploratórios de fenotipagem de plantas. O recente financiamento, pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, do projeto INTERPHENO, que visa construir um protótipo de plataforma de fenotipagem de alto débito (semi-automatizada), coordenado pelo BioISI/FCUL e envolvendo o Instituto Superior de Agronomia, o ITQB-NOVA e o INESC-Inovação, pode constituir a porta de entrada da comunidade científica portuguesa para esta tecnologia.

Fonte: Diário de Notícias

O plástico na nossa alimentação

  • Monday, 18 June 2018 09:05

A designação de junk food ou “comida de plástico”, foi cunhada em 1972 pelo cientista e ativista norte-americano Michael F. Jacobson para designar produtos alimentares característicos dos restaurantes de fast food com excesso de açúcar e calorias. Desde então, cresceram os alertas sobre este tipo de alimentos, mas também e curiosamente, sobre o próprio plástico que utilizamos na nossa alimentação de forma massificada desde 1950. Apenas para ser ter uma ideia do que falamos, hoje vende-se um milhão de garrafas de plástico por minuto em todo o mundo.

Sabemos ainda pouco sobre o que o plástico pode fazer à nossa saúde quando ingerido em micropartículas que estão praticamente presentes em todos os alimentos da cadeia alimentar. Contudo, sabemos que o plástico contém aditivos que o tornam mais maleável, e que em determinadas condições, por exemplo quando submetido ao calor, algumas dessas substâncias, como os flatalatos, podem migrar para os alimentos. Pela sua potencial atividade como alteradores endócrinos, e porque o plástico contata com os alimentos ao longo de toda a nossa vida, o princípio da precaução sugere uma vigilância intensa sobre estas embalagens.

Para além do potencial impacto na nossa saúde, a utilização de plástico nas nossas vidas, implica a chegada aos nossos oceanos de 5 a 13 milhões de toneladas de plástico por ano. Como o plástico é constituído por cadeias moleculares fortes e duráveis, produzidas a partir de combustíveis fósseis como o petróleo, a sua biodegradação é lenta estimando-se que o plástico à superfície da terra demorará pelo menos 450 anos a degradar-se ou então, e em alguns casos, talvez nunca se venha a degradar.

Existem medidas simples, algumas a nível individual outras a nível do Estado, que poderiam reduzir significativamente a presença dos plásticos nas nossas vidas e nos nossos oceanos. A primeira e mais simples é comprar menos plástico. Trazendo sacos para as compras, evitando comprar fruta e hortícolas plastificados, comprando onde nos dão sacos de papel, recusando talheres e copos em plástico e chávenas de café em plástico (uma praga atual). E evitar guardar alimentos ou refeições quentes em recipientes plásticos ou utilizar a embalagem de plástico durante o aquecimento em banho-maria, micro-ondas ou outro qualquer. Devemos, antes de aquecer, transferir o conteúdo para um recipiente de vidro, por exemplo.

Por aqui, temos muito a fazer. A segunda proposta tem a ver com o papel do Estado, e onde também existe um longo caminho a percorrer. Não se compreende, por exemplo, que as praias portuguesas concessionadas não tenham uma estratégia bem definida para a disponibilidade obrigatória de água. Que não tenham uma distribuição abundante de bebedouros e tenham, cada vez mais, locais onde se lavam os pés! Ou seja, quem se quer hidratar e preservar a sua saúde, tem de comprar água ou beber um refrigerante açucarado, a preços elevados, para depois ficar com uma garrafa na mão, a qual em muitos casos acaba na areia e mais tarde no mar em frente.

Esta situação repete-se nas escolas portuguesas, onde uma larga maioria ainda não tem uma política ativa de promoção da água nem bebedouros em quantidade e qualidade suficiente. Aqui o Ministério da Educação e as autarquias ainda têm muito a fazer, seguramente. E que as empresas municipais de água não sejam cúmplices destas situações (tantas vezes displicentes nestes assuntos). Poderíamos continuar depois no ensino superior onde a estratégia para a oferta de água é… inexistente… e onde muitas vezes a única água pública disponível é a água das casas de banho. Ganham todos. As empresas que exploram bares e máquinas de venda, algumas associações de estudantes ou as próprias Faculdades. Quem perde… os estudantes que bebem água cara e o meio ambiente que não se queixa.

A terceira proposta tem a ver com a responsabilidade de cada um e de cada família no final da utilização de plástico, que tem um local para ser depositado. O problema do plástico seria parcialmente resolvido se os consumidores deitassem o plástico no depósito de lixo apropriado. No caso do pet, plástico utilizado na maioria das garrafas de plástico, ele é totalmente reciclável e as empresas que engarrafam água (e Portugal tem água mineral de grande qualidade) têm feito um grande esforço nesse sentido, mas a noção de responsabilidade individual tem de ser melhorada.

O plástico foi uma invenção maravilhosa, que permite transportar alimentos, revolucionou a nossa segurança e a medicina, mas que agora nos ameaça pela forma displicente como o utilizamos. Ou seja, não é o plástico em si que é o problema, mas as nossas ações que estão em causa. Muito a fazer para um consumo consciente.

Fonte: Visão

As apreensões de mais de mil garrafas de vinho contrafeito de Barca Velha ou Pêra-Manca em 2017 levou à criação de equipas especiais da ASAE para combater uma fraude em crescimento, disse esta quinta-feira o diretor-geral daquela autoridade.

“Criámos brigadas especializadas, vocacionadas para o vinho. Em termos de intervenção operacional da ASAE colocámos nas diversas unidades regionais uma brigada especializada para o setor do vitivinícola para dar acompanhamento a um produto nacional”, explicou à Lusa Pedro Gaspar, inspetor-geral da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

À margem da cerimónia de apresentação do congresso internacional “Wine Track 2018”, que está agendado para o próximo dia 26 de outubro, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, Pedro Gaspar disse que foram criadas brigadas, constituídas por dois inspetores, para combater a fraude relacionada com o setor vitivinícola.

“Há uma brigada no Norte, Centro e Sul, portanto, nas três unidades regionais, para além dos reforços que existirão quando é necessário”, conta aquele responsável pela ASAE, acrescentando que à semelhança do setor turístico, que necessitou de brigadas para o setor do alojamento local, foram também criadas equipas na sequência das apreensões grandes de cópias de vinhos de qualidade, como sucedeu em 2017 com a apreensão de mais de mil e tal garrafas de vinhos com o rótulo Barca Velha ou Pêra-Manca.

Segundo Pedro Gaspar, a ASAE tem atuado com o objetivo estratégico de “proteger as marcas nacionais, os produtos nacionais e os produtos de diferenciação qualitativa”. O diretor-geral da ASAE chama também a atenção para o fenómeno da venda ‘online’ de vinhos falsificados e que vai sendo colocado no mercado “em pequenas quantidades, porque é vendido pela Internet.

O online, à partida, tem um preço mais baixo, porque não tem a despesa fixa do estabelecimento e o consumidor, às vezes, pensa que está a adquirir ali algo mais interessante. Muitas vezes, está a comprar um produto fraudulento, que é disponibilizado via ‘online’, onde é mais difícil de detetar e que é uma área a ter interesse”, explica.

Pedro Gaspar falava à margem da cerimónia do congresso internacional “Wine Track 2018”, que vai decorrer pela primeira vez em Portugal, no próximo dia 26 de outubro, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto.

A organização do evento é da responsabilidade da Société des Experts Chimistes de France e da Associação de Laboratórios de Enologia e tem o objetivo de mostrar os caminhos para rastrear o percurso do vinho e chegar à verdadeira origem do produto.

Fonte: Observador