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A DGAV – Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária promove a divulgação das Medidas de Prevenção da Peste Suína Africana em cumprimento das determinações legislativas comunitárias.

Está em causa a Decisão n.º 2018/263 de 4 de Junho que altera a Decisão n.º 2014/709 relativa a medidas de polícia sanitária contra a Peste Suína Africana em determinados Estados-membros.

Aquela decisão, determina no seu artigo n.º 15.º A), n.º 2, que todos os Estados-membros devem assegurar que em todas as principais infraestruturas rodoviárias, tais como as vias rodoviárias internacionais, e redes rodoviárias conexas, são dadas a conhecer a todos os viajantes, de forma visível e destacada, informações adequadas sobre os riscos de transmissão da peste suína africana e as medidas de controlo estabelecidas na presente decisão.

Aumento do nível de alerta

A DGAV determinou um aumento do nível de alerta para prevenir a introdução de Peste Suína Africana (PSA). Na sequência da confirmação de 4 casos de PSA em javalis no Sul da Bélgica, a DGAV publicou a Recomendação n.º 1/2018, de 14 de Setembro (ver), dando nota de um conjunto de medidas tornadas necessárias tendo em vista mitigar o risco de introdução do vírus em Portugal.

Peste Suína Africana

A Peste Suína Africana (PSA) é causada por um vírus que provoca uma doença muito grave nos suínos que se expressa por um quadro clínico com exuberantes sinais hemorrágicos sendo quase sempre mortal. As espécies sensíveis são os suínos domésticos e os selvagens (javalis) de qualquer idade.

O vírus da PSA pode difundir-se facilmente por contacto directo ou indirectamente através de fomites ou outros veículos transmissores.

Devido à sua gravidade, com rápida evolução da doença e à grande difusibilidade do vírus, a doença tem um elevado impacto social e económico, devido às perdas provocadas.

O vírus da PSA não representa qualquer perigo para a saúde humana. Também não existe vacina nem tratamento para esta doença.

Veja os folhetos informativos da DGAV aqui:

Poster público PT

Poster marinas PT

Poster aeroportos PT

Fonte: Agroportal

Os cerca de 30 jovens assistidos este domingo em Castelo do Neiva, Viana do Castelo, devido ao que se presume ter sido uma intoxicação alimentar estavam alojados numa instituição de Barcelos, revelou o presidente da junta.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Castelo de Neiva, Paulo Torres, explicou que o Colégio La Salle de Barcelos detém, na rua do Prado, naquela freguesia, um edifício que regulamente acolhe grupos de jovens.

De acordo com informação que consta da página na internet daquele colégio, consultada pela agência Lusa, trata-se de uma instituição de Ensino Particular e Cooperativo, fundada em 1952 e pertence ao Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs.

De acordo com o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo, o alerta foi dado pelas 07h40, sendo que os bombeiros foram acionados cerca das 08h05.

Fonte da câmara de Viana do Castelo disse à Lusa que dos 30 jovens afetados, “metade tiveram de receber assistência hospitalar, por precaução”. A mesma fonte adiantou que a intoxicação alimentar terá sido causada pela jardineira servida no jantar de sábado.

“O INEM deslocou-se ao local e fez a triagem às vítimas, tendo determinado que dos cerca de 30 jovens, 15 teriam de ser transportados ao hospital”, adiantou.

Ao local compareceram os bombeiros voluntários e municipais de Viana do Castelo, a Cruz Vermelha e a GNR, num total de 16 operacionais e oito viaturas.

Fonte: Observador

A expectável escassez de alimentos com proteína animal dentro de 30 anos levou investigadoras da Universidade Federal do Rio Grande, no Brasil, a desenvolveram um pão com farinha de barata desidratada.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que até 2050 a população mundial aumente 32%, para um total de 9,7 mil milhões de pessoas e, por isso, passou a recomendar em 2013 a introdução de insetos na alimentação humana por existirem em abundância e por serem ricos em proteínas.

As investigadoras tiveram a recomendação em conta e decidiram pegar em baratas cinéreas (Nauphoeta cinerea), de origem africana, produzidas em cativeiro e próprias para consumo humano, em detrimento da barata doméstica comum (Periplaneta americana).

As baratas africanas são constituídas maioritariamente (70%) por proteínas - contra os 50% da carne bovina - e já existem há milhões de anos sem alteração genéticas.

"Alguma coisa muito boa elas têm para passarem pelo processo de evolução sem terem de se adaptar", afirma a engenheira alimentar Andressa Jantzen da Silva Lucas, uma das responsáveis pelo estudo, citada pela BBC. J

untamente com a também engenheira alimentar Lauren Menegon de Oliveira, as duas cientistas compraram as baratas desidratadas de um criador certificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) brasileira.

As baratas foram trituradas e o material obtido foi peneirado para ficar homogéneo. Por fim, na receita tradicional do pão, as investigadoras adicionaram 90% de farinha de trigo comum e 10% de farinha de barata desidratada. O resultado foi surpreendente: "Com a adição de 10% da farinha de barata, o teor proteico do pão aumentou 133%", afirmou Andressa.

Uma fatia de 100 gramas de pão tradicional tem 9,7 gramas de proteínas, enquanto uma fatia de 100 gramas de pão de barata contém 22,6 gramas de proteína. "Além disso, no pão feito com a farinha de barata reduzimos em 68% a quantidade de gordura adicionada, pois aproveitamos a gordura presente na farinha de barata", acrescenta.

Andressa garante que o pão de barata não tem um cheiro nem um gosto diferente quando comparado com o pão feito com farinha tradicional. "Fizemos uma análise sensorial, de textura, de odor, cor e sabor. Não houve alteração significativa. Talvez a pessoa note um leve toque com sabor a amendoim", afirmou a engenheira.

Depois do sucesso do pão de farinha de barata, as engenheiras Andressa e Lauren equacionam agora introduzir outros dois insetos na alimentação: o grilo preto (Gryllus assimilis) e o tenébrio comum (Tenébrio molitor), um tipo de larva do besouro. Além dos pães, as cientistas querem fabricar bolos e barras de cereais e até já criaram uma empresa no ramo.

Fonte: Sapo Lifestyle

Paulo Alexandre Ferreira foi ouvido na comissão de Agricultura e Mar, no âmbito de um requerimento do Bloco de Esquerda (BE) sobre qual a posição que Portugal vai defender em Bruxelas sobre o nível de redução de cádmio.

"A posição do Governo português é uma posição equilibrada", disse o secretário de Estado na audição, apontando que os ministérios da Economia, Ambiente e Agricultura estão a trabalhar nesta matéria.

Citando estudos realizados por "entidades credenciadas em Portugal", Paulo Alexandre Ferreira disse que "os níveis de cádmio no solo [português] são baixos", apontando que do ponto de vista de qualidade e segurança alimentar, as análises realizadas regularmente "nunca detetaram cádmio que violasse os limites legais".

A posição que Portugal tem vindo a defender "em termos de cádmio é a que consta na proposta inicial" da Comissão Europeia.

A proposta europeia é de 60 miligramas de cádmio por quilograma de pentóxido de fósforo, sendo que ao fim de três anos o nível baixa para 40 miligramas e em 12 anos é reduzido para 20.

"Estamos alinhados com a posição da Comissão Europeia", disse.

O cádmio está presente nos fertilizantes agrícolas e pode constituir, em determinados níveis, risco para a saúde humana e ambiente.

Fonte: Sapo24

Beber um copo de vinho - ou de outra bebida alcoólica - todos os dias, ou mais de três vezes na semana, pode fazer com que morra mais cedo. O hábito aumenta o risco de morte prematura em média 20% para todas as idades, mesmo que a quantidade de bebida consumida não seja muito grande.

As investigações agora reveladas são da Escola de Medicina de Washington e contrariam estudos anteriores que afirmavam ser bom beber álcool diariamente, especialmente vinho tinto pelas suas propriedades antioxidantes, avança o The Independent.

Além disso, no que diz respeito ao risco de cancro, qualquer bebida tem malefícios, explicam os investigadores. O estudo chegou a estas considerações a partir da análise dos dados de mais de 400 mil pessoas entre 18 e 85 anos nos Estados Unidos. Alguns países já têm orientações para o consumo de álcool.

O Reino Unido, por exemplo, recomenda que adultos não bebam regularmente mais de 14 unidades na semana, o que se traduz em seis copos de 175 ml de vinho ou seis canecas de cerveja com percentual alcoólico de 4%.

Já em Portugal, há 105 mil idosos a beber mais de um litro de álcool por dia, informa o Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física da Universidade do Porto.

Fonte: Correio da Manhã

O estudo “cantinas escolares – direito à alimentação e contratação pública”, foi apresentado pela ex-vice-presidente da Câmara de Santarém Susana Pita Soares. A legislação sobre refeições escolares é rigorosa, mas “alguma coisa continua a falhar”, porque persistem queixas de pouca quantidade e diversidade, longo tempo de espera, falta de funcionários e espaços desagradáveis, conclui um estudo sobre contratação pública deste serviço.

O estudo “cantinas escolares – direito à alimentação e contratação pública”, realizado pela ex-vice-presidente da Câmara de Santarém Susana Pita Soares no âmbito do doutoramento em Ciências Jurídico-Políticas, atribui muitos dos problemas identificados à opção pelo preço mais baixo e não pela proposta economicamente mais vantajosa, também prevista no Código de Contratação Pública, e à falta de fiscalização do cumprimento dos cadernos de encargos.

“Há, por exemplo, sítios em que a ementa não corresponde ao anunciado”, outros em que a quantidade fica abaixo do definido ou em que os ingredientes usados não têm qualidade, “porque o critério na sua aquisição é o baixo custo” e não existe fiscalização, aponta.

À qualidade das ementas, Susana Pita Soares acrescenta o reduzido número de responsáveis pela confecção e distribuição dos alimentos, a falta de vigilantes e de acompanhamento, sobretudo no pré-escolar e no primeiro ciclo, a que acresce o ambiente no espaço de refeição, barulhento e pouco acolhedor, e a falta de sensibilização da comunidade para uma alimentação saudável.

Para Susana Pita Soares, o problema não está na contratação pública, solução que defende, mas na falta de fiscalização e de acompanhamento da execução dos contratos e também quando o critério preço é determinante, comprometendo a qualidade.

“Bastava em termos de concurso optar pela proposta economicamente mais vantajosa, que aceita critérios que introduzem melhorias”, salientou.

Como exemplos apontou “o reconhecimento de valores como a promoção de uma alimentação saudável junto dos utentes de cantinas escolares, a redução dos custos ambientais de cadeias logísticas extensas, as razões de segurança alimentar e a promoção de práticas agrícolas sustentáveis, nomeadamente pela promoção dos produtos de agricultura biológica”.

“É possível atender a esses valores através das regras existentes da contratação pública, sem que seja posta em causa a liberdade da concorrência, como nos parece poderia acontecer com o estabelecimento de uma prioridade em razão da origem dos produtos”, afirmou.

A introdução deste tipo de critérios “permitiria ter em conta aspectos como as considerações de saúde e ambiente, a sazonalidade, variedade e disponibilidade do produto, bem como a extensão das cadeias de abastecimento, evitando privilegiar produtos devido exclusivamente à sua origem”.

À questão da qualidade dos ingredientes, Susana Pita Soares junta as consequências dos cortes na contratação de pessoal, também efeito do factor custo, que se reflecte na confecção e no serviço das refeições, com uma das queixas mais frequentes dos alunos a prender-se com os tempos de espera que os obrigam a muitas vezes ingerir apressadamente ou mesmo a optar por levar comida de casa.

“Há aqui também uma aprendizagem que se perde, de civismo – há alunos que se queixam que os mais velhos passam à frente e ficam sem tempo para almoçar -, de convivência, de saber estar”, que, no seu entender, se deve à falta da presença de um adulto.

Do levantamento que fez, concluiu que “mais de 60% das refeições escolares são adjudicadas a uma única empresa”, que, pela economia de escala, vence pelo critério de preço mais baixo.

“Se se optasse pela proposta economicamente mais vantajosa, o preço poderia aumentar, mas garantiria maior qualidade”, frisou.

Ao longo do estudo, Susana Pita Soares verificou que muitas crianças e jovens não almoçam nas cantinas porque “não gostam da comida”, que, na maioria das vezes, “não corresponde ao padrão a que estão habituadas, de alimentos confeccionados com muita gordura, sal e açúcar, achando as ementas escolares, mais equilibradas, pouco apelativas”.

Além do trabalho a fazer com as famílias neste âmbito – de que encontrou alguns projectos -, a investigadora considera que o Ministério da Educação deveria fazer um esforço no sentido de melhorar a acústica e a estética dos refeitórios, tornando-os mais acolhedores e mais atractivos.

Fonte: O Mirante

"Foram apreendidas, até ao momento 52 toneladas de uvas que se encontravam a ser transportadas em região demarcada sem o respetivo documento de acompanhamento obrigatório e cerca de 40.000 litros de vinhos e aguardentes, num valor total que ronda os 70.000 euros", avança a ASAE em comunicado.

As ações de fiscalização realizadas pela ASAE integram-se na operação "Vinhos 18" e abrangeram 300 operadores económicos, tendo sido instaurados 25 processos de contraordenação e 14 processos-crime.

Entre as principais infrações de natureza contraordenacional, a autoridade destaca a falta de documento de acompanhamento de uvas, a indicação do lote ou das indicações obrigatórias de rotulagem em produtos vitivinícolas, a rotulagem irregular, o exercício ilegal da atividade ou a falta de estampilhas fiscais em aguardentes de vinho, bagaceiras e outras bebidas de natureza vitivinícola.

As infrações de natureza criminal referem-se à existência para venda de vinhos ou produtos vitivinícolas 'anormais', ou seja, "falsificados, corruptos, avariados, falta de requisitos", e à usurpação de denominação de origem ou de indicação geográfica.

A ASAE tem vindo a desenvolver, a nível nacional, diversas ações de fiscalização no setor vitivinícola visando o transporte de produtos vitivinícolas, as declarações obrigatórias e os controlos à atividade dos operadores económicos.

Fonte: 24.sapo.pt

São sete as tendências que estão a marcar a indústria alimentar, segundo um estudo da Orizont, a aceleradora agroalimentar da Sociedade de Desenvolvimento de Navarra (Sodena).

"Estamos num momento em que a indústria alimentar precisa de inovação constante e que aposte em novas formas de elaboração, ingredientes, sabores, formatos e apresentações, sem renunciar ao sabor, aroma, cor ou textura dos alimentos", defende Pilar Irigoien, diretora geral Sodena.

Uma destas tendências são as impressoras 3D de alimentos, que elaboram comida pronta a ser consumida através da seleção, dosagem, aquecimento, cocção e mistura de ingredientes, até conseguirem imprimir a comida.

Por outro lado, a indústria dirige-se cada vez mais a um consumidor conectado e adepto de tecnologia, pelo que o sector está a evoluir para responder a um público que procura receitas online, cozinha através de tutoriais de vídeo e programa a sua máquina de café para que tenha a sua bebida pronta e quente ao levantar-se.

É também tendência a crescente consciencialização da conservação do planeta e, consequentemente, o consumo de alimentos ecológicos, que cresceu 14% em 2017.

Nos últimos anos, surgiu também a tendência dos superalimentos, que aportam novos ingredientes e que estão a afirmar-se no mercado, com produtos cada vez mais naturais, menos processados e com muito menos aditivos.

Na lista da Sodena constam também as embalagens inteligentes, onde os sensores nelas colocados informam não só sobre o estado dos alimentos que contêm como também contribuem para a sua conservação a todo o momento.

Outra tendência, ainda, é a cozinha molecular, de que é exemplo o caviar de azeite.

Finalmente, o estudo aborda os revestimentos comestíveis, uma nova forma de melhorar a segurança alimentar e garantir a qualidade nutricional dos alimentos, além de melhorar o seu sabor, aroma e vida útil, e que são aptos para consumo.

Fonte: ANILACT

O que acontece quando deixa de comer fast food?

  • Wednesday, 03 October 2018 09:31

Já tentou parar de ingerir alimentos açucarados e gordurosos e iniciar uma dieta mais saudável, mas falhou vergonhosa e redondamente? De acordo com a ciência o motivo para tal acontecer é simples: provavelmente experienciou um efeito semelhante ao da abstinência sentida por pessoas viciadas em substâncias químicas.

A conclusão é de um estudo publicado pela publicação Appetite e divulgado pela revista Veja.

Dados de Centros de Dependência Norte-Americanos revelam que os sintomas mais comuns da abstinência são dores de cabeça, irritabilidade, ansiedade e, às vezes, até depressão. Sendo esses os processos que tornam o indivíduo mais suscetível às recaídas.

Foi com base nesses dados, que os investigadores analisaram o comportamento de 231 participantes que tentaram reduzir ou cortar alimentos como bolos, salgados, pizzas e batatas fritas do dia a dia.

Os resultados, baseados em auto-relatos, revelaram que para aqueles indivíduos a pior fase foi precisamente entre o segundo e o quinto dia de abstinência. Nesse período, os indivíduos demonstraram sintomas físicos e psicológicos mais intensos, como tristeza, irritabilidade, cansaço e desejo.

“As implicações do estudo sugerem que os sintomas de abstinência podem tornar altamente desafiantes possíveis alterações nas dietas, contribuindo para que as pessoas voltem aos maus hábitos alimentares”, disse Ashley Gearhardt, co-autora da pesquisa.

Segundo o site especializado Medical Daily, esse é o primeiro estudo a analisar os sintomas de abstinência alimentar provocada por alimentos processados nos humanos. Pesquisas anteriores haviam se focado apenas nos efeitos nocivos do açúcar.

Os investigadores sugerem que mesmo havendo o risco de experienciar sintomas de abstinência – que passam após alguns dias – é recomendado abandonar qualquer tipo de dieta rica em gordura e iniciar uma alimentação equilibrada para evitar riscos prejudiciais para a saúde.

Fonte: Notícias ao Minuto

Se é vegetariano provavelmente já lhe disseram que vai ficar anémico, gastar imenso dinheiro na alimentação e comer a mesma coisa todos os dias. No Dia Mundial do Vegetarianismo, a TSF decidiu desmistificar estas e outras ideias para que nunca mais tenha que responder à pergunta "Onde é que vai buscar a proteína?"

Para desconstruir os preconceitos associados à dieta vegetariana, falámos com a nutricionista vegetariana Sandra Silva, que colaborou com a Direção-Geral de Saúde na criação de manuais práticos como o documento "Linhas de Orientação para uma Alimentação Vegetariana Saudável" , e com a nutricionista Teresa Carvalho, da Associação Portuguesa de Nutrição.

Mito #1: Os vegetarianos não consomem proteína suficiente

Sandra Silva é perentória: "A proteína não é nenhum problema numa alimentação vegetariana".

A nutricionista explica que "é muito fácil atingir as necessidades proteicas com uma alimentação vegetariana, quer ela seja ovo-lacto vegetariana (quando se consomem ovos e leite) ou vegetariana estrita (quando não há ingestão de nenhum alimento de origem animal)"e acrescenta que a maior parte das pessoas consome, inclusive, "o dobro das proteínas em relação àquilo que necessita".

Ainda assim, a nutricionista Teresa Carvalho aconselha a combinar alimentos "como os cereais integrais e os pseudocereais (como o trigo sarraceno) com fontes de proteína de origem vegetal, nomeadamente as leguminosas como o grão, o feijão, as lentilhas, as ervilhas e os derivados das mesmas, como é o caso do tofu."

Mito #2: É mais difícil aumentar a massa muscular numa dieta vegetariana

Desde que a alimentação seja completa e equilibrada e o treino seja bem orientado, é possível aumentar a massa muscular, seguindo uma alimentação vegetariana, garante Sandra Silva.

A nutricionista e autora do blog "O vegetariano" sublinha que "se a ingestão alimentar, no seu todo, e a ingestão proteica, em particular, estiverem adequadas e se o treino for adequado o aumento da massa muscular e o rendimento desportivo vão ser os mesmos que numa alimentação convencional."

Mito #3: A alimentação vegetariana é mais saudável

Eliminar os alimentos de origem animal do prato não chega para perder peso e ganhar saúde. Se a fruta e os vegetais são importantes para um corpo saudável, outros alimentos - ainda que sejam vegetarianos - podem prejudicar o bom funcionamento do organismo.

"Numa alimentação vegetariana, muitas vezes,nós temos disponíveis alimentos como os fritos, os folhados ou outros alimentos processados que - tanto na alimentação vegetariana como na alimentação convencional - não cabem dentro do conceito de uma alimentação saudável", ressalva Teresa Carvalho.

Ainda assim, a nutricionista sublinha que é possível ser saudável numa dieta vegetariana se as pessoas optarem por alimentos frescos e evitarem os processados: "Este tipo de alimentação promove o consumo de hortofrutícolas que são fontes alimentares muito importantes para a nossa saúde, uma vez que nos dão minerais e vitaminas muito importantes para o bom funcionamento do organismo."

Mito #4: Todos os vegetarianos têm que tomar suplementos de vitamina B12

Tomar vitamina B12 em suplementos é obrigatório numa alimentação vegetariana? Sandra Silva garante que não. A nutricionista defende que as pessoas podem optar por consumir alimentos enriquecidos com esta vitamina tão importante para evitar problemas físicos e mentais como a fadiga, a depressão e danos nos nervos.

Sandra Silva deixa ainda o alerta: Os suplementos alimentares não devem ser tomados sem orientação médica.

"Aquilo que realmente é uma boa ideia é as pessoas fazerem análises antes de tomar qualquer suplemento e aconselharem-se com um médico ou com um nutricionista sobre qual seria a dosagem mais adequada, consoante o resultado das análises."

Mito #5: As pessoas vegetarianas são mais propensas a ter anemia

Muitas pessoas associam o consumo de ferro a ingestão de carne vermelha, mas não é verdade que haja uma maior probabilidade de os vegetarianos terem anemia, desde que ingiram alimentos vegetais ricos em ferro como "as leguminosas, os cereais integrais e os legumes de cor verde escura", diz Sandra Silva.

Para que o ferro seja absorvido mais facilmente pelo organismo,Teresa Carvalho aconselha que se ingira, juntamente com os alimentos vegetais ricos em ferro, alimentos ricos em vitamina C e que se evite beber café e chá à refeição.

Mito #6: Os pratos vegetarianos são monótonos e repetitivos

"Muitas vezes associa-se a alimentação vegetariana a uma alimentação muito monótona, mas isso não é verdade", assegura Teresa Carvalho, que acredita, inclusive, que este tipo de dieta pode até ser mais variado.

"Uma alimentação vegetariana pode e geralmente é uma alimentação que não promove a monotonia, porque existe um vasto leque de hortofrutícolas e de leguminosas e de cereais integrais que permitem que haja uma grande combinação de sabores, de texturas e esta alimentação pode ser até menos monótona."

Mito #7: Comer vegetariano é mais caro

A ideia de que a alimentação vegetariana é só para ricos não podia estar mais longe da verdade.Teresa Carvalho defende que "a alimentação vegetariana não tem que ser necessariamente mais cara, principalmente se primar pelo consumo de alimentos que sejam locais e da época."

A nutricionista explica que, muitas vezes, "a s pessoas também pensam que vão gastar mais dinheiro em produtos alternativos à carne, como o tofu e o seitan, mas esses produtos, na verdade, custam à volta de dois euros e qualquer coisa e não têm que ser a base da alimentação."

Além disso, a especialista em nutrição adianta que, hoje em dia, a oferta de produtos vegetarianos tem vindo a ganhar um lugar de destaque nos "supermercados, hipermercados e restaurantes."

Fonte: TSF