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O mercado de sementes germinadas e rebentos na União Europeia (UE) é um segmento altamente especializado de produtos frescos, que até 2017 contava com cento e vinte estabelecimentos de produção profissional.

Após surtos da bactéria E. coli produtora de toxina Shiga (STEC) em 2011 e a divulgação do parecer científico da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) sobre o risco desta e outras bactérias patogénicas presentes em sementes e sementes germinadas, entrou em vigor nova legislação da UE para aumentar a segurança deste segmento de produtos a nível europeu.

Neste sentido, surgiu um guia europeu, da autoria da European Sprouted Seeds Association (ESSA), que visa fornecer instruções exaustivas sobre as práticas de higiene que devem ser seguidas para uma produção segura de rebentos e sementes para germinação.

Assim, e, devido à humidade elevada e à temperatura favorável durante a germinação, os agentes patogénicos bacterianos presentes em sementes secas podem multiplicar-se durante a germinação e constituir um risco para a saúde pública.

Atualmente, a legislação aplicável a este tipo de produto prevê requisitos específicos de rastreabilidade e certificação para a importação, a aprovação dos estabelecimentos que produzam rebentos e ainda novos critérios microbiológicos, protegendo, desse modo, os consumidores.

Fonte: Jornal Oficial da União Europeia

Os testes de intolerância alimentar parecem carecer de maior fundamento, sendo que apenas expõe a resposta normal do organismo à ingestão e não uma quantificação de maior ou menor tolerância aos alimentos.

Mesmo as análises feitas por via sanguínea são incapazes de indicar os alimentos mais intolerados. O que, de facto, permitem é determinar aos quais se é alérgico.

Neste caso, em que existe verdadeiramente uma doença, são igualmente eficazes os testes na pele. Apesar de ser grande a diversidade de alergénios, a grande maioria das reações (cerca de 90%) têm origem em apenas oito alimentos: ovosamendoinsfrutos secospeixemariscotrigo e soja.

Relativamente aos testes de intolerância, estes mostram a concentração de anticorpos lgG para as proteínas de cada alimento enquanto que os testes às alergias revelam a reação imunológica (do sistema imunitário quando há uma agressão) mediada por anticorpos lgE.

Portanto, são caminhos diferentes que conduzem a resultados igualmente distintos. Aliás, afirmam os especialistas que a concentração de anticorpos lgG pode até indicar que há tolerância aos alimentos a que se foi exposto.

A procura crescente destes testes de intolerância alimentar é alarmante e já fez com que a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica publicasse um esclarecimento.

No documento, é referido que os testes não têm qualquer fundamentação científica, não têm utilidade diagnóstica e a sua realização e interpretação no âmbito clínico podem configurar elementos de má prática.

A interpretação dos resultados, sem integração numa avaliação clínica apropriada, pode traduzir-se em consequências de extrema gravidade, levando a grandes restrições dietéticas com consequências nutricionais, metabólicas e impacto significativo na qualidade de vida.

Fonte: Vida Extra Expresso

As autoridades espanholas e italianas reportaram vários casos de incumprimento de segurança alimentar em diferentes investigações na semana passada.

A guarda civil espanhola apreendeu cerca de uma tonelada de alimentos não próprios para consumo humano. Unidades locais de segurança alimentar italianas também detalharam quatro investigações de produtos, cujo destino seria a apreensão ou destruição total.

No caso de Espanha, a mercadoria que foi detida após inspeção possuía produtos expirados, mal rotulados ou não corretamente armazenados. A apreensão ocorreu num estabelecimento comercial em Zaragoza, cujo dono era um homem de nacionalidade chinesa.

Os diferentes produtos apreendidos compreendiam carne congelada, alimentos em lata, peixe e outros não próprios para consumo. As deficiências de rotulagem atribuem-se à não utilização da língua espanhola, à data de validade ultrupassada dos produtos, à falta de informação da origem dos produtos, assim como se verificaram fracas condições de preservação no caso da manutenção da cadeia do frio, por exemplo.

A descoberta foi feita pela guarda civil e pelo departamento de saúde do governo de Aragón aquando da verificação de higiene e condições sanitárias dos géneros alimentícios para venda ao público.

Entretanto, em Itália, as quatro operações mencionadas relacionaram-se com a apreensão de peixe e carne congelados sem indicação da marca de salubridade, a descoberta de instalações de produção de suplementos alimentares não autorizadas, a fraude de rotulagem relativamente à origem dos produtos, bem como o envolvimento de um supermercado na venda de produtos produzidos em condições de segurança impróprias.

Fonte: Food Safety News

Em agosto de 2018, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária esclareceu que os produtos alimentares não perecíveis como o arroz, a massa, o feijão, chocolates e bolachas, por exemplo, podem ser vendidos após o fim da data de durabilidade mínima, não sendo essa prática ilegal.

Nunca foi, aliás, mas a DGAV fez questão de clarificar esta questão depois de terem surgido algumas dúvidas por parte dos consumidores.

Estes produtos têm uma data de durabilidade mínima, ou seja, indicam que devem ser consumidos "de preferência" antes do fim de determinada data, mas não é obrigatório que saiam das prateleiras dos supermercados depois desse dia.

Não se sabe exatamente quanto tempo depois este tipo de produtos ainda se encontra viável para ingerir, sem perder a sua qualidade, por isso, por precaução, deve tentar-se consumi-los o mais depressa possível depois da data indicada.

Dentro deste género de alimentos, a DECO explica que naqueles em que está indicado "consumir de preferência antes de..." , o prazo de validade contém o dia, mês e ano. Já a menção "consumir de preferência antes do fim de..." deve ser seguida pela indicação do mês e do ano.

Depois, existem os produtos que têm uma data-limite estipulada para o seu consumo e que não convém ultrapassá-la, apesar de, em alguns casos, essa validade poder ser esticada. Aqui se incluem os iogurtes, o leite, o queijo fresco e as carnes, por exemplo.

A conservação dos alimentos

☑ Em relação aos produtos que se colocam no frigorífico, é importante proteger os alimentos com película aderente ou colocá-los em caixas herméticas;

☑ Os legumes e as frutas devem ser ser guardados nas gavetas;

☑ Relativamente à carne e os peixes frescos, podem manter-se no frigorífico durante dois dias. Após esse tempo, caso não sejam utilizados, devem ser congelados e duram bastante tempo;

☑ A carne picada deve ser consumida até 24 horas depois da compra, mas outras carnes cruas podem ficar no frigorífico até três dias (é importante estar-se atento ao cheiro e à cor);

☑ Os enlatados podem ser consumidos até bastante tempo depois do tempo recomendado. Devem é manter-se num local fresco e escuro da dispensa;

☑ O pão pode ser congelado e durar bastante tempo depois do prazo de validade;

☑ Apesar de os ovos terem 28 dias de validade, só podem estar nas prateleiras dos supermercados 21 dias, a partir da data da colocação. Assim, é garantido que podem permanecer uma semana em casa dos consumidores, com validade. Mantê-los no frio ajuda a prolongar o prazo de validade;

☑ Também a massa, desde que não esteja cozinhada, pode durar muito tempo.

Fonte: Visão

A investigação científica de probióticos cresceu substancialmente nos últimos anos, ganhando bastante destaque nos media e na indústria. Contudo, este interesse é acompanhado do uso incorreto do termo.

A correta definição de probiótico, "microrganismos vivos que quando administrados em quantia adequada conferem um benefício de saúde ao hospedeiro", foi estabelecida em 2002 pela FAO/WHO.

No entanto, a constante descoberta de novos microrganismos com potencial efeito terapêutico tanto na saúde humana como no ambiente, levou ao uso indiscriminado do termo probiótico. Na perspetiva dos investigadores, este uso generalizado do termo cria entraves ao desenvolvimento e validação de terapias científicas baseadas em microrganismos.

A confusão parece persistir com base no desconhecimento das condições necessárias para um um microrganismo único ou um consórcio destes alegarem efeito probiótico (verbo) ou qualificar-se como probiótico (nome).

Para a alegação do efeito probiótico (verbo), os documentos guias disponíveis estipulam a necessidade de identificação da estirpe por métodos fenotípicos e genotípicos, a sua caraterização funcional através de estudos animais, a sua análise de segurança através de estudos realizados em humanos e ainda a comparação da sua eficácia relativamente aos tratamentos convencionais.

Assim, o uso liberal do termo fez com que os probióticos adquirissem um grau de ceticismo global. Tendo em vista a recuperação da sua credibilidade, surgiu um artigo de clarificação na revista Frontiers in Microbiology que se entitula "Probiotics: Reiterating What They Are and What They Are Not".

Recomendamos a sua leitura, assim como partilhamos o guia desenvolvido pela FAO/WHO (2002) relativamente a probióticos, de onde se extraiu a definição acima mencionada. Para aceder a este documento, por favor, clique aqui.

Fonte: Frontiers in Microbiology

A colocação no mercado do suplemento alimentar D-Ribose foi recentemente autorizada pela UE tendo em conta o Regulamento (UE) 2015/2283 dos novos alimentos.

No entanto, este produto já era comercializado em estabelecimentos portugueses dedicados à alimentação biológica.

Apesar disso, durante um período de cinco anos só a requerente inicial, a norte-americana Bioenergy Life Science, Inc., que fez o pedido no Reino Unido, está autorizada a colocar no mercado da União o novo alimento.

O pedido inicial, em 2008, solicitava que a ribose fosse utilizada em diversos alimentos, incluindo aqueles destinados a fins medicinais específicos, os substitutos integrais da dieta para controlo do peso, assim como suplementos alimentares.

No entanto, apenas a alteração do pedido inicial do requerente permitiu a autorização exposta no Regulamento (UE) 2019/506, em que foram eliminadas algumas das categorias de alimentos propostas, reduzindo os níveis máximos de utilização e atenuando eventuais preocupações de segurança.

Na recente autorização da UE, é reforçada a ideia de controlo da ingestão de alimentos que contenham D-ribose, em conjunto com a toma de suplementos alimentares da mesma substância.

Estes devem ser moderados de modo a evitar o excesso de ribose dado os efeitos nocivos da sua concentração em níveis não seguros. Por isso, é necessário informar os consumidores do seu modo de utilização correto através de rótulos adequados.

A ingestão de suplementos de ribose ou bebidas que possuam esta substância alegam melhoria energética e do desempenho durante o exercício físico. Além disso, auxiliam na recuperação do tecido muscular e diminuem o cansaço após os exercícios.

Fonte: Agricultura e Mar Atual

Já comeu fruta hoje?

  • Tuesday, 02 April 2019 09:16

Em 2017, cerca de uma em cada quatro pessoas consumiu, pelo menos, duas peças de fruta diariamente (27%), de acordo com um inquérito realizado pela população da União Europeia (UE).

Adicionalmente, 37% desta população consumiu fruta uma vez por dia enquanto que os restantes 36% ingeriram fruta numa frequência inferior ou não ingeriram qualquer peça de fruta numa semana típica.

No que se refere ao consumo de vegetais, uma proporção ligeiramente inferior (23%) da população europeia ingere vegetais, pelo menos, duas vezes ao dia e uma proporção ligeiramente superior (40%) consome vegetais uma vez por dia.

Entre os Estados-Membros, o consumo de fruta diário no ano de 2017 foi mais prevalente em Itália (85% da população), Portugal (81% da população) e Espanha (77%). Do outro lado do espetro, temos a Lituânia (37% da população), a Bulgária (37% da população) e Letónia (35% da população) com os menores consumos de fruta.

A média europeia para o consumo de fruta diário fixa-se nos 64%, colocando assim a população portuguesa com um consumo diário de fruta superior em 17%.

Relativamente ao consumo diário de vegetais, Portugal desce da 2º posição no consumo de frutas para 4º lugar no consumo de vegetais, com 78% da população a ingerir vegetais numa base diária. Os maiores consumidores de vegetais na UE são a Irlanda e a Bélgica com 84% da população.

A média europeia para o consumo de vegetais diário fixa-se nos 64%, assim como as frutas colocando portanto a população portuguesa 14% acima da média.

Para consultar os dados que originaram estas estatísticas, por favor, clique aqui.

Fonte: Eurostat

A vitamina D e os suplementos de ómega-3 possuem resultados dispares no que toca à prevenção de ataques cardíacos e cancro em pessoas que já desenvolveram estes problemas anteriormente ou que estejam em alto risco de os desenvolver.

No entanto, um estudo publicado em novembro de 2018 pela conceituada revista The New England Journal of Medicine concluiu que estes possam, de facto, prevenir estas condições, mas apenas em indivíduos que nunca antes tiveram problemas similares.

No referido estudo, os investigadores recrutaram vinte seis mil pessoas, de idade igual ou superior a 50, sem precedentes históricos de doenças do foro cardíaco ou cancro. Estes foram posteriormente divididos em quatro grupos.

O primeiro grupo recebeu diariamente 2000 UI (unidades internacionais) de vitamina D (quantidade associada a um menor risco de doença em estudos observacionais) e 1 grama de Lovaza, que incluí na sua composição 840 miligramas de ómega-3 (duas a quatro vezes a dose existente em duas refeições de peixe por semana).

O segundo grupo tomou vitamina D e placebo e o terceiro grupo oméga-3 e placebo. O grupo final recebeu os dois placebos.

Após mais de cinco anos, os investigadores descobriram que a administração de ómega-3 diminuiu a probabilidade de ataque de coração (28%) em comparação com o placebo. Os que ingeriram menores quantidades de peixe, beneficiaram mais da suplementação adicional de ómega-3 enquanto que os que consumiram duas doses de peixe por semana tiveram benefício mínimo.

Foi também possível concluir que a toma isolada de vitamina D não diminuiu a possibilidade de doenças cardíacas ou cancro. Contudo, considerando as pessoas que mais tarde desenvolveram cancro, a vitamina D tomada nos últimos dois anos fez regredir a probabilidade de morte por cancro, retardando os efeitos comparativamente ao placebo.

Fonte: Harvard Men's Health Watch

Cerca de 115 mil portugueses internados precisam de nutrição clínica. Novo projeto pretende fazer um diagnóstico precoce destas situações com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos doentes.

A medida está inserida na estratégia de combate à desnutrição hospitalar para promover "a recuperação dos doentes e o aumento da qualidade de vida", assim como descrito no comunicado do ministério da Saúde.

"A desnutrição está associada a piores resultados em termos do estado de saúde dos doentes e também a um maior tempo de internamento, o que tem consequentemente custos associados" refere Maria João Gregório.

Esta análise terá inicio em abril na Unidade Local de Saúde do Alto Minho e no Centro Hospitalar de Lisboa Central, sendo o projeto posteriormente alargado em julho a todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Fonte: Diário de Notícias

A procura crescente por proteínas vegetais, estimula o setor alimentar na descoberta de novas alternativas. Em particular, além da proteína da ervilha, têm-se investigado a proteína do milho tendo em conta a atratividade do seu perfil aminoacídico e o facto de ser não alergénea.

O grão do milho contém duas proteínas: a zeína, que se encontra no endosperma e a glutelina, que se encontra no endosperma e no embrião. No entanto, a zeína é desprovida de dois aminoácidos indispensáveis, a lisina e o triptofano, pelo que seria uma alternativa menos interessante do ponto de vista da nutrição.

No sentido de maximizar o teor proteico, o desenvolvimento de uma proteína do milho capaz de providenciar 70-90% de proteína de alta qualidade ao nível dos aminoácidos, particularmente a leucina, é de máximo interesse.

Além de não requerer rotulagem ao nível dos alergéneos, é uma fonte proteica sustentável que retira aproveitamento máximo de um dos cereais mais consumidos em Portugal.

Possivelmente, a proteína do milho poderá ser combinada com a da ervilha, cujo teor de lisina é mais elevado, balanceando ainda mais o perfil aminoacídico do alimento ou refeição.

O milho representa uma vantagem económica relativamente à ervilha, aliado das suas boas qualidades de gelificação e associação com a água.

A proteína do milho poderá ser usada numa variedade de formulações, desde biscoitos de pequeno-almoço ou bolachas até alternativas de carne, onde pode auxiliar na retenção de água e gordura, bem como, na fortificação proteica.

Atualmente, a maioria dos subprodutos do milho são direcionados à produção de rações para animais, pelo que o desenvolvimento de uma proteína adaptada ao mercado da alimentação humana é uma atividade de valor acrescentado.

Fonte: Food Navigator