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As bactérias do ácido lático e as bactérias do ácido butírico são frequentemente usadas como probióticos em produção suína. No entanto, o efeito combinado destas em porcos pós-desmame nunca foi avaliado.

Neste sentido, os centros de investigação e desenvolvimento da Miyarisan Pharmaceutical e da NH Foods no Japão desenvolveram um estudo onde se avaliou o efeito individual e combinado da suplementação dietária de Enterococcus faecium e Clostridium butyricum em rações.

O estudo decorreu durante noventa dias em quatro experiências paralelas, onde os porcos receberam um dos cinco tratamentos existentes: C - dieta basal (controlo); L - dieta basal + E. faecium vivo; D - dieta basal + E. faecium morto pelo calor; M - dieta basal + C. butyricum; ou L+M - dieta basal + E. faeciumvivo + C. butyricum.

Os efeitos desta suplementação foram avaliados ao nível do crescimento dos animais e da sua microbiota intestinal pós-desmame numa quinta comercial.

Os resultados indicam que os porcos que receberam o tratamento L, D e L+M apresentaram um peso corporal significativamente mais alto do que os controlos enquanto que o grupo a quem foi administrado L+M teve um peso corporal similar aos grupos L e M.

Em termos da microbiota, existe uma clara diferença dos grupos populacionais identificados no controlo em comparação com os grupos de tratamento com administração de probióticos, com exceção do tratamento D.

As conclusões confirmam uma relação favorável entre o crescimento animal e a suplementação de probióticos em rações, bem como parece não existir um efeito sinérgico da dupla administração de E.faecium e C. butyricum. Por último, a adição de probióticos à dieta permite a alteração estrutural da microbiota dos porcos.

Fonte: Frontiers in Veterinary Science

Quais são os nutrientes que deve combinar?

  • Thursday, 07 March 2019 13:44

As recomendações de nutrição frequentemente isolam os nutrientes, vitaminas e minerais de modo a facilitar a interpretação da sua função, efeito e dose necessária. No entanto, algumas combinações podem potenciar o seu benefício para a saúde.

Por este motivo, a ingestão de alimentos ricos em vitaminas é preferencial relativamente a um suplemento, ou seja, o alimento contêm a partida uma mistura de nutrientes que interagem entre si.

Eis alguns exemplos de pares de nutrientes, vitaminas e minerais sinérgicos na sua ação nutritiva:

Cálcio e vitamina D

Tal como a maioria dos nutrientes, grande parte do cálcio é absorvido no intestino delgado. O cálcio é fundamental para o fortalecimento dos ossos, pelo que a vitamina D é essencial para facilitar a sua absorção. Um copo de leite é a combinação ideal de ambos.

Sódio e potássio

O sódio é um nutriente essencial que a maioria dos portugueses consome em excesso, na sua forma de sal alimentar. O excesso deste nutriente interfere com a habilidade natural de expansão e relaxamento dos vasos sanguíneos, causando anomalias que podem levar ao aumento da pressão arterial e consequentes problemas cardíacos.

Assim, a ação do potássio incentiva os rins a excretarem sódio, regulando os níveis deste último. Para alcançar os benefícios máximos desta combinação, deve aumentar o consumo de frutas e vegetais e diminuir o consumo de snacks salgados, bolachas e comidas processadas.

Vitamina B12 e folatos

A ação partilhada destes assegura a replicação e divisão celular, o que permite, por exemplo, a substituição de células mortas por novas durante o crescimento. Boas fontes de vitamina B12 incluem carne, ovos e leite, enquanto que algumas fontes naturais de folatos incluem vegetais verdes, feijões e outras leguminosas.

Zinco e cobre

Na verdade, o zinco e o cobre não trabalham juntos, mas sim competem por locais de absorção no intestino delgado. A dupla combinação destes nutrientes retarda a degeneração macular, isto é, a perda de visão no centro do campo visual (a mácula), devido a danos na retina. Um exemplo de alimento rico em zinco e cobre é o ovo.

Niacina e triptofano

O triptofano é um aminoácido que contêm niacina, assim consumir alimentos ricos em triptofano como frango e perú impede o desenvolvimento de deficiência de niacina que pode levar a pelagra.

Fonte: Harvard Medical School

A primeira diretiva estabelecida no que toca à qualidade da água destinada ao consumo humano remete para 3 de novembro de 1998 e, desde então, sofreu três alterações em 2003, 2009 e, mais recentemente, 2015. Esta diz respeito à proteção da saúde humana relativamente à salubridade e limpeza da água, não sendo aplicável a águas minerais naturais e águas consideradas produtos medicinais.

Além do controlo da sua qualidade, pretende-se assegurar o acesso global a água potável, tendo esta medida sido aprovada em norma comunitária esta terça-feira pelos ministros do Ambiente dos 28 estados-membros.

A União Europeia quer que os restaurantes, bares e cantinas ofereçam água da torneira, sem qualquer custo inerente, em todos os estabelecimentos. Esta prática já é recorrente em países como os Estados Unidos e França.

A medida deverá ser negociada entre o Parlamento Europeu e os respetivos governos, o que acontecerá, provavelmente, no segundo semestre deste ano e é uma iniciativa do projeto europeu Right2Water.

Fonte: Observador

A maioria dos alimentos testados pela Associação Defesa do Consumidor (DECO) estão abaixo dos níveis de referência para a acrilamida, uma substância potencialmente cancerígena. No entanto, algumas bolachas tipo Maria, assim como pacotes de batata frita ultrapassam os valores máximos recomendados.

Depois da entrada em vigor, em abril de 2018, do Regulamento n.º 2017/2158, a DECO decidiu testar com congéneres de nove países - França, Alemanha, Holanda, Noruega, Bélgica, Eslovénia, Dinamarca, Itália e Espanha - mais de 500 produtos disponíveis no mercado.

Segundo a DECO, as categorias analisadas em Portugal foram as batatas fritas de pacote, a batata-doce frita, o café torrado moído, as tostas e as bolachas tipo Maria. Das 60 amostras testadas em Portugal, apenas as amostras de café ou de tostas não apresentaram níveis superiores de acrilamida aos recomendados pela regulamentação europeia.

A acrilamida forma-se em alimentos ricos em amido e asparagina (um aminoácido), com baixa humidade, quando submetidos a altas temperaturas.

Deste modo, o consumidor pode adotar algumas recomendações em casa para a diminuição do teor de acrilamida tais como guardar as batatas num local escuro e fresco (acima dos 8ºC) ou cortar em palitos grossos e colocar as batatas em água durante 15-30 minutos antes de as fritar.

Se cozinhar batatas congeladas pré-fritas, deixe-as apenas dourar pois quanto mais elevada a temperatura ou o tempo de preparação, mais acrilamida se formará. Evite temperaturas acima dos 175ºC na fritura e 220ºC no forno.

Saiba mais sobre a mitigação da acrilamida, nos nossos conteúdos. Para consultar relatórios, artigos científicos e alguns métodos analíticos de determinação de acrilamida, clique aqui.

Fonte: Deco Proteste

A crescente competição na indústria alimentar torna a inovação de processos e produtos um requisito essencial, gerando maior interesse sobre novas tecnologias de processamento incluindo a homogeneização de alta pressão (HPH) e a ultra homogeneização de alta pressão (UHPH).

Neste sentido, um estudo desenvolvido em Itália avaliou o efeito desta técnica sobre o tempo de prateleira e funcionalidade do sumo de kiwi. As variáveis em estudo incluíram o tratamento UHPH em 2 ou 3 ciclos a 200 MPa e as temperaturas de armazenamento analisadas foram 5, 15 e 25ºC.

O controlo utilizado foi sujeito a um ciclo de 0.1 MPa.

Os resultados indicam que o tratamento mais eficaz ocorre em 3 ciclos UHPH a 200 MPa quando o sumo é armazenado em temperaturas de refrigeração para prolongar o seu tempo de prateleira em mais de 40 dias. Com o mesmo tratamento, exceto que armazenado a temperatura ambiente, o tempo de prateleira do sumo de kiwi fixou-se em uma semana.

Além disto, a pressão mais alta aplicada foi capaz de melhorar alguns parâmetros de qualidade como a não separação em fases, o aumento da viscosidade, retenção de cor, leveza e o aumento da atividade antioxidante total do sumo.

Para a otimização e validação deste processo como alternativa de descontaminação ao processamento termal, será necessário introduzir uma nova geração de equipamentos capazes de alcançar uma pressão equivalente a 400 MPa, acoplados de um sistema de embalamento em condições assépticas.

Fonte: Frontiers in Microbiology

Investigadores da Escola de Agricultura e Ciências Veterinárias da Universidade Estadual de São Paulo (FCAV-UNESP) procuram prevenir infeções de origem alimentar em humanos através da deteção e identificação dos genes responsáveis pela sobrevivência da Salmonella.

O estudo de sobrevivência bacteriana de estirpes de Salmonella está a ser desenvolvido no trato intestinal de aves. A Salmonella usa o processo inflamatório como fonte de energia para sobreviver e multiplicar-se no interior do mencionado trato.

O tetrationato (ttr) é usado como mediador da resposta inflamatória no hospedeiro, tornando possível o uso de propanediol (pdu) como fonte de energia.

Assim, a potencial deleção dos genes ttrA e pduA de Salmonella EnteritidisSalmonella Typhimurium e Salmonella Heidelberg pode travar o mecanismo de infeção da bactéria.

A escolha do trato intestinal de aves prende-se pela capacidade de colonização, não causando doença. Apesar desta colonização não trazer consequência para o animal, o consumo de carne de aves contaminada com Salmonella causa doença em humanos.

A lei brasileira restringe Salmonella Enteritidis e Salmonella Typhimurium em carne de aves. Não obstante, dependendo do país para onde a carne será exportada, outros serótipos podem estar sujeiros a restrições.

No caso de Salmonella Heidelberg, é uma estirpe pouco comum, mas que tem significância no Brasil, tendo já comprometido o envio de carne de aves para a Europa.

O trabalho de investigação que iniciou ano passado, prolonga-se até meados de 2023 e promete resultados promissores.

Fonte: Food Safety News

Os riscos do leite cru

  • Wednesday, 06 March 2019 10:49

O leite cru é um leite de origem animal que não foi sujeito a um tratamento de pasteurização para matar bactérias prejudiciais. Este tipo de leite pode facilitar o transporte de germes como BrucellaCampylobacterCryptosporidiumE. coliListeria e Salmonella, representando risco para a saúde.

Recentemente, as pessoas tem optado por leite cru por pensarem que este traz maior benefício para a saúde sob o leite pasteurizado. No entanto, a probabilidade de doença aumenta com o seu consumo, o que significa sintomas leves como diarreia, dores abdominais e vómitos e a aquisição de doenças graves como a síndrome Guillain-Barré e o síndrome urémico hemolítico.

Existem grupos particularmente em risco, nomeadamente crianças, idosos, grávidas e indivíduos cujo sistema imunitário esteja enfraquecido por alguma razão.

Não só o leite cru, mas também os derivados deste como queijo, gelado e iogurte podem causar doença, sendo que a contaminação pode ocorrer desde o momento de produção.

Assim, o contato direto de fezes animais com o leite, doenças animais, bactérias que habitam a pele dos animais, o ambiente, insetos, roeadores, animais vetores e contaminação cruzada dos trabalhadores, equipamentos e animais são vias de contaminação do leite.

Mesmo que o consumo de leite cru já seja de longa data, sem qualquer efeito prejudicial para o consumidor, a presença de germes é imprevisível e deve ser evitada através do consumo preferencial de leite que foi pasteurizado.

Este não é inferior, pelo contrário, certificando-se de uma maior segurança de consumo e preservando os efeitos nutritivos do mesmo.

Aceda aqui ao flyer promocional da Centers for Disease Control and Prevention (CDC) acerca do leite cru e os riscos associados ao seu consumo.

Fonte: Centers for Disease Control and Prevention (CDC)

A problemática do frango tratado com cloro

  • Wednesday, 06 March 2019 10:18

Os frangos americanos são tratados com uma solução à base de cloro cujo objetivo é a remoção de bactérias e outros contaminantes. Os defensores deste tipo de tratamento alegam que é possível produzir carne sem matéria fecal e outros potenciais germes como Campylobacter e Salmonella.

No entanto, os protetores da dignidade animal dizem que a cloração apenas encobre o problema real, que é a vivência e o abate dos animais em condições não sanitárias uma vez que a lavagem de carcaças com cloro permite poupar dinheiro em sanitização sistémica durante a vida e morte da galinha.

Enquanto que a União Europeia baseia a sua abordagem à legislação alimentar no princípio da precaução, isto é apenas produtos e processos que se provem seguros são aprovados, os Estados Unidos baseiam a sua abordagem na permissão de tudo aquilo que não foi ainda provado como perigoso.

O processo de tratamento com cloro é autorizado nas quintas americanas e designa-se tratamento de redução de patogéneros (PRT), enquanto que na UE os produtores não podem utilizar nenhuma outra substância que não água ou outra aprovada pela Comissão Europeia para a lavagem de carne.

Investigações desenvolvidas pela agência Reuters descobriram que as empresas de produção de frango nos Estados Unidos usam uma variedade de antibióticos como suplementos rotineiros na ração para prevenir doença e promover o crescimento animal. Esta administração, em doses baixas, cria condições de excelência para o desenvolvimento de novas estirpes resistentes.

Mais ainda, os frangos recebem anti-histaminas para tornar a sua carne mais tenra. Algumas das carcaças testadas, acusaram a presença de esteróides e quetamina.

Assim, o Reino Unido, prestes a abandonar a regulamentação europeia pode estar sujeito à importação de frangos tratados com cloro em consequência das suas negociações pós-Brexit com os Estados Unidos.

Entre outros problemas, abre-se a porta para novas políticas potencialmente perigosas em troco de carne de frango por um preço inferior, afetando a harmonização da legislação alimentar.

A permissão do uso de soluções antimicrobianas contendo cloro para a lavagem de carcaças, pode levar a formação de compostos orgânicos de cloro, muitos dos quais persistentes, bioacumuláveis e potencialmente carcinogénicos.

Fonte: Independent

Detetou-se em pelo menos 11 mil garrafas de vinho tinto, um vinho de qualidade inferior. Oficiais da Europol alegam que os criminosos terão contrafeito bebidas de forma inconsequente para a saúde humana em seu benefício.

A Europol e a polícia italiana desmantelaram a rede criminosa envolvida na contrafação de marcas e rótulos de vinho de uma destilaria em Florença chamada Marchesi Antinori S.p.a.

As garrafas alegavam pertencer a um grupo de alta qualidade de indicação geográfica Toscana, segundo a marca Tignanello, protegida pelo governo italiano. Na verdade, correspondiam a vinhos de qualidade inferior adquiridos de outras origens.

9 pessoas foram investigadas e 3 presas. Dois destes presos são relacionados, nomeadamente mãe e filho e possuíam a sua própria empresa que também vendia produtos de desporto.

A investigação desta fraude internacional iniciou em fevereiro de 2017, após um pedido de impressão suspeito de 4500 rótulos de vinho.

A circulação e venda deste produto atingiu maioritariamente o mercado italiano, belga e alemão.

Fonte: Food Safety News

A produção do sal marinho principia com a evaporação lenta de águas salinas subterrâneas, pela ação do calor do sol e da energia do vento. Após esta etapa, o sal é recolhido por via manual ou mecânica e embalado.

Apesar de ser considerado quimicamente puro e um ingrediente alimentar estéril, é necessário reconhecer que os sais marinhos podem transportar muitos contaminantes microbianos derivados da água do mar.

Deste modo, o estudo elaborado por Biango-Daniels et al. (2018), explora a viabilidade dos fungos com potencial de deterioração aquando do uso do sal marinho como tempero de outros alimentos.

Para isso os fungos foram isolados num meio que simulava comida salgada, com baixa atividade de água e posteriormente identificados através da extração do material genético e análise de PCR.

Este ensaio permitiu detetar uma ou mais espécies pertencentes aos géneros AspergillusPenicillium e Cladosporium na totalidade das amostras de sais analisados.

Conclui-se assim que os sais marinhos contêm fungos capazes de deteorar géneros alimentícios, mas que em termos comerciais, os níveis de fungos vivos são bastante reduzidos.

Isto pode dever-se a limitações do meio de crescimento utilizado neste estudo, bem como ao tempo de incubação aplicado pois podem existir outros fungos de crescimento mais lento que não tenham sido detetados.

Particular atenção deve ser dada a produtos que não recebam tratamento térmico, como é o caso de carnes fumadas onde os sais marinhos podem ser a fonte de crescimento de bolores (Sonjak et al., 2011).

Considerando as conclusões deste pequeno estudo, parece preponderante que as caraterísticas físico-químicas, organoléticas e microbiológicas do sal alimentar destinado ao consumo humano direto sejam estritamente reguladas.

A atual legislação nacional prevê que o sal deve respeitar uma contagem de germes mesófilos e germes halófitos menor que 100/g, assim como devem estar ausentes colónias de coliformes, Streptococcus fecais e E.coli. No entanto, não se verifica a existência de qualquer análise ao nível da potencial contaminação por fungos.

Fonte: Food Microbiology (Elsevier)