Estas são algumas das principais conclusões sobre o impacto ambiental que resultam do estudo ‘Será o e-commerce bom para a Europa?’, elaborado pela Oliver Wyman, em parceria com o Institute of Supply Chain Management da Universidade de St. Gallen (Suíça) e encomendado pela Amazon.
A pandemia acelerou a transformação do setor da venda a retalho, com a utilização de uma pluralidade de canais e aumentou as compras online entre os consumidores. O relatório da Oliver Wyman estuda a evolução do comércio eletrónico de produtos não alimentares, durante a última década em oito países europeus (Espanha, Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Suécia, Holanda e Polónia). A consultora norte-americana analisa os dados do comercio offline a partir de duas perspetivas diferentes: desde realizar uma compra física, sem incidentes associados; à média de compras realizadas, incluindo ocorrências, como devoluções.
No caso mais comum, que implica ir de carro até uma loja e sem que haja devolução do produto, o comércio tradicional pressupõe uma emissão de CO2e entre 3 e 6 vezes maior do que a opção de encomendar um produto pela internet. Na Europa, a emissão de CO2e por se ir de carro até à loja é de 4.100g, enquanto se o pedido for realizado online a emissão é de 900g de CO2e.
Já no que respeita aos casos em que acontecem ocorrências, como devoluções, entre os oito países analisados, Espanha tem um dos impactos mais altos, emite 2,1 mais emissões no comércio tradicional do que no online, só ultrapassada pela Alemanha com um rácio de 2,9.
A Oliver Wyman também identifica diferenças de emissões entre os produtos comprados, provocadas principalmente pela eficiência dos edifícios, pelo transporte na fase final e pela embalagem. Comprar uma peça de roupa numa loja física produz, em média, 2,9 vezes mais emissões do que quando a compra é realizada a partir de casa e, ainda que se vá a pé até ao estabelecimento, continua a provocar o dobro das emissões do que se a compra tivesse sido feita online. Esta diferença deve-se fundamentalmente ao consumo energético dos próprios edifícios. Por outro lado, a emissão de CO2e na compra de um livro ou de um produto eletrónico é semelhante na compra online e na loja física a que se vá a pé (700g de CO2e em cada caso).
Os dados indicam ainda que o envio de um produto por via aérea diretamente de um centro de distribuição na Ásia provoca 25 vezes mais emissões do que se este fosse enviado a partir de um grande armazém situado na União Europeia, que recebe os produtos por via marítima antes de os enviar por estrada ao consumidor.
O e-commerce poupa entre 4 e 9 vezes o tráfico que gera o comercio físico
Os envios do comercio eletrónico para os consumidores geram 0,5% do tráfico total nas zonas urbanas, enquanto que o comércio físico gera 11%. Em geral, a entrega dos pedidos online evita que o consumidor se desloque à loja e significa uma redução entre 4 e 9 vezes o tráfico que de outro modo seria gerado.
Durante o trajeto feito para a entrega final do e-commerce, os distribuidores repartem uma média de 100 encomendas por turno e percorrem 80 km, o que significa o consumo de 0,3 km por cada encomenda. Por outro lado, um consumidor que faça a compra numa loja física recorre ao automóvel em 56% das ocasiões, percorre uma média de 8 km e adquire 3,1 produtos por cada viagem, o que se traduz em cerca 1,4 km percorridos por artigo.
Desta forma, o transporte representa 45% das emissões das compras online, com um impacto de 760g CO2e por produto. Por sua vez, o transporte é a causa de 39% das emissões totais das compras offline, ascendendo a 1.100g de CO2e por cada artigo.
Além disso, o comercio eletrónico ocupa menos de 0,3% do solo urbanizado na Europa. O comércio offline faz um uso total do solo superior se for tido em conta o espaço para a logística, a venda e o estacionamento.
A localização dos armazéns também pode influenciar indiretamente no impacto do CO2e. O estudo indica que um modo direto para reduzir o impacto de CO2e é transferir os centros logísticos (armazéns, mas sobretudo centros de entrega) para mais perto do centro das cidades de modo a reduzir a fragmentação do transporte no último quilómetro, embora o desenvolvimento das zonas urbanas europeias tenha forçada o afastamento dos armazéns dos seus centros devido à pressão imobiliária, às políticas do uso de terrenos urbanos, às exigências da concentração do emprego e à procura de economias de escala.
Fonte: Greensavers
Uma equipa multidisciplinar de cientistas desenvolveu um verniz para superfícies que mata bactérias, mesmo as mais resistentes, em apenas 15 minutos, anunciou hoje a Universidade de Coimbra (UC).
Trata-se de “uma solução segura e eficaz para prevenir e combater as infeções hospitalares”, assegura a UC, numa nota enviada hoje à agência Lusa.
Liderada por Jorge Coelho e Paula Morais, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC (FCTUC), a equipa contou também com a participação de investigadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
O projeto, cujos resultados já se encontram publicados na revista científica ACS Applied Materials & Interfaces, compreendeu três fases. Primeiro, os cientistas desenvolveram e testaram uma nova geração de polímeros catiónicos com propriedades antimicrobianas contra várias espécies de bactérias. De seguida, procuraram um fotossensibilizador com atividade fotodinâmica à superfície, tendo sido utilizado um composto natural que é produzido por plantas, a curcumina, explicita a UC.
Ao combinar os polímeros catiónicos com a curcumina, os cientistas verificaram que a atividade antimicrobiana dos polímeros aumentou de forma significativa, permitindo matar um maior número de bactérias em menos tempo, como relatam, citados pela UC, Jorge Coelho e Paula Morais.
“Quando juntámos os dois sob a ação da luz branca, verificámos que as bactérias morriam passado muito pouco tempo. As várias experiências realizadas em superfícies mostraram que, em apenas 15 minutos de exposição, estes dois compostos combinados reduziam mil vezes o número de bactérias gram-positivas e gram-negativas, como, por exemplo, da Escherichia coli. Ou seja, numa ação conjunta, os dois materiais provocam ‘stress’ oxidativo nas bactérias, eliminando-as de forma eficaz e segura”.
Perante os resultados obtidos, os investigadores avançaram então para a formulação de um revestimento, relata a UC, indicando que, “com recurso a uma formulação industrial, desenvolveram um verniz de base poliuretano, contendo, pela primeira vez, biocidas poliméricos catiónicos combinados com um fotossensibilizador de curcumina”.
A grande inovação, segundo os coordenadores do projeto, reside no facto de se conseguir “incorporar estes dois compostos num verniz de formulação industrial de base poliuretano, utilizando condições industriais, dando ao verniz a inovação da funcionalidade antibacteriana, facilitando assim a sua introdução no mercado”.
“A formulação do verniz contendo os polímeros catiónicos e o fotossensibilizador constituiu uma etapa do projeto de elevada complexidade que foi realizada pelos nossos colegas da FEUP”.
Sabendo-se que a grande maioria das infeções surge em ambiente hospitalar, Jorge Coelho e Paula Morais salientam que “os revestimentos de superfície inteligentes que apresentam vários mecanismos de atividade antimicrobiana surgiram como uma abordagem avançada para prevenir com segurança esse tipo de infeção”.
Assim, acrescentam os especialistas, este novo verniz representa “uma solução eficaz e segura para a prevenção e controlo de infeções nosocomiais [contraídas nos hospitais], uma vez que impede a proliferação das bactérias nas superfícies”.
Do ponto de vista científico, “o conceito está provado, ou seja, foi desenvolvido um verniz eficaz e completamente seguro para o ser humano”, concluem os dois investigadores da FCTUC, indicando que “é necessário realizar uma avaliação económica do projeto” para que esta solução possa chegar ao mercado.
Fonte: Greensavers
O Governo garantiu hoje que a fiscalização tem de ser reforçada para evitar descargas ilegais de efluentes suinícolas, que terão de ser valorizados, criando oportunidades de subprodutos.
“Há que desencadear os esforços no terreno, em termos de fiscalização, inspeção e monitorização, para fazer cumprir a lei”, “informar os operadores e as populações, e movimentar investimento para soluções de valorização destes efluentes”, adiantou a secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa.
Na sua intervenção na sessão de reflexão sobre a “ENEAPAI 2030 – Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais 2030 e a Bacia do Lis”, que decorre durante o dia de hoje no Teatro Miguel Franco, em Leiria, a governante deixou três “ideias essenciais”: “A responsabilidade pela gestão dos efluentes é de quem os produz”, o tratamento dos efluentes “deve preferir a valorização antes da eliminação” e a “correta compreensão, das responsabilidades de cada um – ministérios e seus serviços tutelados, municípios, empresas e mesmo os cidadãos – e a vontade de atuar para corrigir quem não cumpre”.
Inês dos Santos Costa revelou que se realizaram “mais de 300 inspeções e 320 ações de fiscalização em unidades de pecuária intensiva nos últimos três anos”, admitindo que, “apesar do volume de autos levantados, os resultados em tribunal são escassos, com multas perdoadas ou de pouca monta”.
“Onde uns veem poluição e solos saturados, a ENEAPAI vê fósforo e azoto que os solos do sul do país necessitam, e vê massas de água que têm de ser protegidas. Estabelece uma hierarquia de valorização que dá prioridade à valorização agrícola, orgânica e energética, de acordo com as tecnologias comercialmente disponíveis”, acrescentou.
Para garantir que os solos não fiquem saturados, a Agência Portuguesa do Ambiente “está a trabalhar no ‘Mapa de Zonamento’ de proteção de massas de água, para identificar mais facilmente os solos aptos a valorização”.
“Não se compreende como havendo tanta experiência acumulada noutros países – na produção de energia, na produção de materiais comercializáveis, no suprir de carências em nutrientes na agricultura –, por que é que nestas zonas críticas não existe essa iniciativa por parte do setor privado”, questionou.
O secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Rui Martinho, revelou que está a ser adotado no concelho de Leiria um “projeto-piloto de rastreamento dos efluentes pecuários”, uma “ferramenta que permitirá determinar a quantidade de efluente produzida por cada exploração e conhecer o destino que lhe é dado”.
Através da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, têm sido realizadas “vistorias de controlo a diversas suiniculturas”, referiu Rui Martinho.
O governante afirmou que a estratégia [ENEAPAI 2020-2030] pretende “minimizar o impacto das atividades agropecuárias, direto ou indireto, no ambiente, nomeadamente nos recursos hídricos”.
“É urgente garantir uma cada vez melhor gestão dos efluentes agropecuários. Estaremos, não só a proteger os nossos ecossistemas e a contribuir para a sustentabilidade do setor, mas também a construir oportunidades assentes nos princípios da economia circular”, reforçou o governante.
Segundo o secretário de Estado, o documento final do ENEAPAI deverá ser “consolidado numa Resolução de Conselho de Ministros” no segundo semestre deste ano.
Rui Martinho informou que, “em 2020, as exportações neste setor corresponderam a cerca de 200 milhões de euros – o melhor dos últimos cinco anos, tendo o ano passado sido aquele em que mais se exportou porco, carne e seus derivados”.
Só na região de Leiria, este setor corresponde a cerca de dois mil postos de trabalho diretos, revelou.
“Temos, por isso, de garantir a sustentabilidade da agricultura, da alimentação e da agroindústria. Por isso, estão identificados 93 milhões de euros, no Plano de Recuperação e Resiliência, relativos à investigação e inovação”, nomeadamente em “atividades de valorização de efluentes pecuários e de agroindústrias, sobretudo através do processo de compostagem, numa lógica de bioeconomia circular sustentável”.
Fonte: Agroportal
Uma caixa com 33 cerejas do Fundão (cerca de um quilo) foi ontem arrematada por 530 euros num leilão solidário, que conquistou o maior valor de sempre para este fruto e que marcou o arranque da campanha deste ano.
A ação foi organizada pela Câmara do Fundão e a verba irá reverter para a Loja Social deste concelho do distrito de Castelo Branco, que é considerado a principal zona de produção de cereja país
Ao leilão, foi apresentado um lote único de uma caixa com o peso médio de um quilograma e que tinha apenas 33 cerejas, dado que as mesmas são de uma variedade (Rocket) que atinge calibre bem acima da média.
Com uma base de licitação de 50 euros, os lances de dez euros surgiram rapidamente entre o grupo de participantes, uns presentes no Casino Fundanense e outros via ‘on-line’.
Numa “disputa” que se prolongou por pouco mais de quatro minutos, os interessados foram aumentando o valor das ofertas, até à proposta final de 530 euros.
João Paulo Rocha, sócio gerente do grupo “Grüne Labs”, que tem investimentos na área da canábis para uso medicinal e que se instalou recentemente no concelho do Fundão, foi quem arrematou o fruto.
Este empresário revelou que vai partilhar as cerejas com os trabalhadores da empresa.
Já o presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, salientou a adesão ao evento e a participação de empresas e investidores do concelho, tendo-se mostrado igualmente muito satisfeito com o valor alcançado.
“Creio que é um recorde. Este valor por quilo é de facto um valor incrível e isso reforça ainda mais o que é a notoriedade da nossa cereja”, apontou.
O autarca salientou que o resultado desta ação traduz que a perceção do valor da marca “Cereja do Fundão” é enorme e frisou o facto de estar em causa um produto ligado ao mundo rural e à agricultura.
Além disso, também destacou que se trata de mais um passo no caminho que tem sido percorrido, para que “cada vez mais o valor da venda da cereja fique no produtor”.
Segundo acrescentou, a estimativa para este ano é a de que a produção no território abrangido pela Indicação Geográfica Protegida da “Cereja do Fundão” ronde as quatro mil toneladas, valor que já está abaixo de outros anos devida à queda de chuva e granizo que se registou em abril na zona zona sul do concelho.
O Fundão tem entre 2.000 a 2.500 hectares de pomares de cerejeiras e o concelho é considerado a principal zona de produção de cereja a nível nacional.
De acordo com um levantamento feito pela autarquia, a fileira da produção de cereja neste concelho (que inclui subprodutos e negócios associados) já representa mais de 20 milhões de euros por ano na economia local.
Fonte: Agroportal
A DGAV assegurou a coordenação da participação da delegação da UE neste Comité, no âmbito Presidência do Conselho da UE.
O Comité do Codex de Contaminantes em Alimentos (CCCF) decorreu entre os dias 3 e 5 de maio.
O CCCF14 foi o primeiro Comité de contaminantes a decorrer de forma totalmente virtual o que obrigou a uma adaptação por parte dos seus membros e a um esforço acrescido de todos os envolvidos.
Foram preparados para submissão à aprovação da 44ª sessão do Comité do Codex Alimentarius (CAC44), em novembro 2021, duas propostas de norma de limites máximos (ML) e um Código de Práticas já considerados finalizadas do ponto de vista técnico, designadamente: Limites máximos para o Cádmio em Chocolate contendo < 30 % de matéria seca total de cacau; Limites máximos para o Cádmio em Chocolate contendo ≥ 30 % de matéria seca total de cacau e < 50 % de matéria seca total de cacau; Revisão do Código de Práticas para a prevenção e redução da contaminação de chumbo em alimentos.
No entanto, a UE reservou a sua posição sobre os MLs para o cádmio no chocolate, porque estes produtos contribuem de forma importante para a exposição dos consumidores da UE e, em particular, das crianças da UE, para os quais a exposição alimentar média pode exceder a ingestão semanal tolerável estabelecida pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar em cerca de duas vezes. De notar que na União Europeia a legislação limites mais baixos, que consideram ser necessários para a protecção dos consumidores.
Realça-se também o consenso conseguido quanto ao início de novos trabalhos em MLs para duas espécies de peixes a concluir até 2022. Os outros pontos envolveram, entre outros, o Código de Práticas para a prevenção e redução da contaminação de cádmio em cacau, propostas de LM para aflatoxinas totais em cereais incluindo incluindo alimentos para bebés e crianças, LM para aflatoxinas totais e ocratoxina A em especiarias e metais pesados em quinoa, que continuarão em discussão na próxima sessão, a décima quinta, do CCCF.
Prevê-se que o próximo Comité de Contaminantes em Alimentos se realize no praxo máximo de 12 meses.
Convidam-se todas as organizações públicas ou privadas com interesse nos futuros desenvolvimentos do trabalho deste Comité que contactem o ponto de contacto Nacional do Codex (This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it. ), para serem incluídos na “mailing list” da distribuição dos documentos relevantes.
Pode ainda consultar o resumo do CCCF14.
Fonte: DGAV
A pesca da sardinha reabre esta segunda-feira, após quase sete meses de interdição, com um limite de 10.000 toneladas que deverá ser revisto em junho.
No entanto, num diploma publicado em Diário da República no dia 6 de maio, o Governo precisou que “é interdita a captura, manutenção a bordo, descarga e venda de sardinha em todos os dias de feriado nacional”, bem como a transferência de sardinha para uma lota diferente da correspondente ao porto de descarga e ainda a descarga em mais de um porto durante cada dia com uma mesma embarcação.
Até 31 de julho o limite global de descargas de sardinha capturada com a arte de cerco vai ser de 10 mil toneladas, a repartir entre o grupo de embarcações cujos armadores ou proprietários são membros de organizações de produtores (OP) reconhecidas para a sardinha e grupo de embarcações cujos armadores ou proprietários não são membros de OP reconhecidas para a sardinha, correspondendo a cada um dos grupos, respetivamente, 9.850 toneladas e 150 toneladas.
O despacho em causa definiu os dias de pesca por áreas de jurisdição das capitanias: de Caminha à Figueira da Foz vai ser das 00h00 de sábado até às 00h00 de segunda-feira, já da Nazaré a Lisboa será das 12h00 de sábado até às 12h00 de segunda-feira, em Setúbal e Sines das 20h00 de sexta-feira até às 20h00 de domingo, Lagos, Portimão e Sagres das 18h00 de sexta-feira às 18h00 de domingo, e de Faro a Vila Real de Santo António das 18h00 de sexta-feira às 18h00 de domingo.
Em função das necessidades de gestão da pescaria e da evolução dos dados recolhidos, a fixação do limite das descargas de sardinha para o período que inicia em 1 de agosto pode ser alterada por despacho do diretor-geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos.
A captura e descarga de sardinha foi proibida desde 10 de outubro de 2020, depois de ter sido reaberta em 1 de junho, por ter atingido o limite fixado para esse ano pelo Governo, tendo em conta o acordado com Espanha no Plano Plurianual para a Gestão e Recuperação da Sardinha 2018-2023.
Em maio de 2020, o Governo definiu que a pesca da sardinha seria proibida a partir de 31 de julho, mas no final de julho, num despacho do anterior secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, decidiu prolongar a possibilidade de capturas após 1 de agosto, aumentando o limite de descargas obtidas com a arte de cerco para 6.405 toneladas e proibindo a partir de 14 de setembro a pesca de sardinha às quartas-feiras.
A quota nacional de pesca da sardinha está fixada em 10 mil toneladas até julho, mas vai ser revista em alta após parecer do Conselho Internacional para a Exploração do Mar, segundo o ministro do Mar que, em abril, em Matosinhos, disse acreditar que, em junho, o parecer do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (CIEM) vá ser favorável a uma revisão em alta da quantidade autorizada.
Em 2020, a quota nacional de pesca da sardinha foi inicialmente fixada nas 6.300 toneladas para a campanha que decorreu de 1 de junho a 31 de julho (mais 1.300 toneladas do que no ano anterior), mas foi posteriormente aumentada para as 12.705 toneladas, permitindo-se à frota do cerco capturar 6.405 toneladas adicionais de sardinha a partir de 1 de agosto.
Este aumento resultou de uma reavaliação do “stock” da sardinha solicitada pelos governos de Portugal e Espanha ao Conselho Internacional para a Exploração do Mar e que, face à franca recuperação deste recurso, determinou uma subida da quota gerida em conjunto pelos dois países das 10.799 toneladas para as 19.100 toneladas, 66,6% das quais (12.705 toneladas) respeitam a Portugal.
Fonte: Observador
Hoje celebra-se o Dia Internacional da Reciclagem, uma data instituída pela UNESCO que pretende relembrar a importância de reduzir, reutilizar e reciclar os nossos resíduos. Quando depositamos corretamente o nosso lixo e evitamos que este vá para aterro, estamos a contribuir para a sua circularidade e para o meio ambiente.
De acordo com a Sociedade Ponto Verde (SPV), ao longo de 25 anos da sua jornada já foram recicladas 9 milhões de toneladas de embalagens no país. Em 2020 a reciclagem aumentou 13% face a 2019, o que corresponde a um total de 409 mil toneladas de embalagens encaminhadas para reciclagem.
No âmbito deste dia, a SPV lançou uma novidade em parceria com o Jardim Zoológico de Lisboa; os ecobags, sacos para reciclagem, estão pela primeira vez disponíveis para venda na loja do Zoo e o seu valor de aquisição reverte para o Fundo de Conservação Animal.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), através da sua Unidade Nacional de Informações e Investigação Criminal (UNIIC) executou, em dois locais, dezassete (17) mandados de busca (não domiciliários) no âmbito de investigação dos crimes de Falsificação de Documentos e Fraude sobre Mercadorias.
A investigação visou duas empresas (indústrias de carnes e entreposto frigorífico), situadas em Loulé e em Viseu. Na sequência da operação, em Loulé, detetou-se que a empresa usurpava a marca de salubridade atribuída oficialmente a outro operador, tendo sido apreendidos 4.710 quilos de carne de bovino, por não ter sido possível determinar a sua rastreabilidade, uma vez que seria prática dessa empresa retirar e eliminar os rótulos originais dos produtos embalados, substituindo por rótulos próprios, alterando as menções de origem e de validade.
Foram ainda apreendidos mais de 16.500 rótulos com a identificação da marca de salubridade usurpada, uma máquina de vácuo, um computador, dados informáticos e
documentação diversa. O valor total da apreensão ascende a 34.000,00€.
No âmbito desta mesma investigação, em Viseu, numa outra empresa, foram apreendidos 1.039 quilos de carne congelada (de bovino, suíno e aves), no valor comercial de € 6.173,45, pelos crimes de falsificação de documentos e fraude sobre mercadorias. Foram ainda constatadas infrações contraordenacionais por falta de rastreabilidade, por falta de Número de Controlo Veterinário (NCV) para a congelação de carne de bovino e suíno e por incumprimento das regras sobre encaminhamento de sangue de origem animal para uma unidade de subprodutos (o sangue era colocado diretamente no lixo orgânico).
Verificaram-se, por fim, fortes indícios de que a empresa eliminaria a rotulagem de origem dos produtos, recolocando no mercado a carne com prazo de validade já expirado, em certos casos, com mais de um ano, dando indicação de que teria mais um ano de validade.
Ambas as empresas, através dos seus representantes legais, foram constituídas arguidas.
Fonte: ASAE
Um produtor de cereja do Fundão instalou estufas em sistemas de túnel ao longo de quatro hectares de cerejal, numa aposta pouco comum nesta fruta, mas que a protege contra a chuva e o mau tempo e garante a produção.
“Estas estufas são o resultado de anos de intempéries, de anos de arrelias, de anos de perda de fruta precoce e, portanto, procurámos uma forma de colmatar esse problema”, referiu, em declarações à agência Lusa, o produtor e empresário Paulo Ribeiro.
Com cerca de quatro metros de altura e coberturas apropriadas à produção de cereja, este sistema implicou um investimento de 50 mil euros por hectare, totalizando 200 mil euros, até agora.
“Optámos por uma estrutura forte, que nos desse garantias de suportar ventos fortes e que não nos desse, depois, outras dores de cabeça”, disse, lembrando que na região esta é a primeira vez que se aposta em produção de cereja sem ser a céu aberto.
Com mais de 80 hectares de cerejeiras plantadas, Paulo Ribeiro instalou as coberturas em quatro hectares, onde as árvores crescem protegidas, o que permite que a fruta não seja destruída quando há situações de mau tempo, como a chuva muito intensa, o granizo ou até a até neve, como ocorreu em 2020.
De resto, este produtor lembra que no ano passado teve grande parte da produção “arruinada”, sendo que 28 das 60 toneladas que conseguiu colher foram provenientes das estufas.
“A grande vantagem que temos com este investimento é o facto de se poder garantir a produção regular, desde as primeiras semanas de maio e independentemente de estar a chover ou não”, acrescentou.
Uma realidade que já contribuiu para a decisão de aumentar a área coberta para as variedades mais precoces, dado que nas restantes os riscos são mais reduzidos.
Para já, este produtor tem previsto aumentar os túneis de proteção em mais seis hectares do mesmo pomar, num investimento de 300 mil euros, que deve estar concretizado no próximo ano.
Além disso, tem ainda plano para outro tipo de coberturas, sendo que, no total, e na soma de dois pomares, o objetivo de Paulo Ribeiro é chegar aos 24 hectares de plantação coberta.
“É uma aposta ganha, mas também é uma aposta muito cara e temos de ter noção disso”, disse, frisando a falta de apoios do Estado nesta matéria e lembrando a importância de alterar esse paradigma para ajudar a proteger a agricultura e as culturas das condições climatéricas adversas que são, cada vez mais, frequentes.
O Fundão, no distrito de Castelo Branco, é considerado como uma das maiores zonas de produção de cereja a nível nacional.
De acordo com um levantamento feito pela autarquia, a fileira da produção de cereja neste concelho (que inclui subprodutos e negócios associados) já representa mais de 20 milhões de euros por ano na economia local.
Fonte: Agroportal
Foi hoje publicado um relatório onde são abordados os resultados de avaliação por parte da Comissão Europeia à efetividade do Regulamento da pesca de profundidade da União Europeia (UE) adotado em 2016.
Este regulamento proíbe o arrasto de fundo abaixo dos 800 metros nas águas da UE e exige o encerramento de áreas de mar profundo abaixo dos 400 metros para pesca de contacto com o fundo, particularmente pesca de arrasto de fundo, onde se encontram ecossistemas marinhos vulneráveis (VME).
De acordo com os resultados a proibição da pesca de arrasto de fundo está a ser cumprida, no entanto, não foi feito nenhum progresso no encerramento de áreas VME a este tipo de pesca, apesar de o regulamento exigir que esses encerramentos fossem implementados a partir de 2018.
A Deep Sea Conservation Coalition (DSCC) e a Sciaena pedem assim à Comissão Europeia e aos Estados-Membros que apoiem as opções que melhor protegem os ecossistemas de profundidade nas águas da UE.
“A Comissão Europeia e os Estados-Membros têm-se comprometido consistentemente em conter e reverter a perda de biodiversidade. Esta é uma oportunidade perfeita para dar um passo significativo para colocar as palavras em ação e proteger os ecossistemas do mar profundo para beneficiar a biodiversidade e combater as alterações climáticas. Os montes submarinos [hotspots de biodiversidade], em particular, são reconhecidos pontos críticos de biodiversidade. Proibir nestes a pesca de arrasto nas costas da Irlanda, França, Espanha e Portugal deixa a UE muito mais perto de terminar o trabalho que começou com o fecho de todos os montes submarinos para a pesca de arrasto de fundo nas águas circundantes aos Açores, Madeira e Canárias há 15 anos”, afirma Matthew Gianni, cofundador da DSCC.
Gonçalo Carvalho da Sciaena, uma ONG membro da DSCC, refere que “Portugal tem responsabilidade acrescida na proteção dos ecossistemas e espécies sensíveis de grande profundidade, pois tem sob a sua jurisdição uma enorme área de mar profundo. Estamos certos que o Ministro do Mar, até pelo conhecimento que tem sobre este assunto, não deixará passar a oportunidade de atuar de forma decisiva“.
A DSCC e as restantes organizações ambientais aguardam que a Comissão Europeia publique a sua proposta formal para o encerramento de áreas VME ao arrasto de fundo.
Fonte: Greensavers
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